III SIMPÓSIO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA Local: Centro Universitário São Camilo Data: 21 a 23 de maio de 2015. FARMACOTERAPIA DO TRANSTORNO BIPOLAR 1 2 2 3 DENTINI, Dafni ; SANTANA, Daniela ; BERTAGLIA, Giovanna C. ; CROZARA, Mariza . 1 Curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP. [email protected] 2 Curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP. 3 Curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP. Disciplina de Farmacoterapia do Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP. Palavras-chave: Transtorno Bipolar. Farmacoterapia. Atenção Farmacêutica. INTRODUÇÃO O transtorno bipolar constitui um transtorno crônico caracterizado por oscilações importantes de humor entre os polos da euforia (mania) e depressão e tem importante impacto na vida do paciente, visto que pode ocasionar prejuízos funcionais expressivos, dificuldades para o autocuidado, comportamentos inadequados e problemas de relacionamento interpessoal. A compreensão do transtorno bipolar tem sido focada, principalmente, nos aspectos genéticos e biológicos e a psicofarmacoterapia tem-se constituído como um componente essencial do manejo desse transtorno. Porém, há evidencias crescentes que sugerem que o curso do transtorno bipolar pode ser modificado por meio de abordagens psicoterápicas (RIBEIRO, 2005). Diferentes mecanismos genéticos podem estar envolvidos na etiopatogenia, tais como alterações cromossômicas, heterogeneidade de alelos, heterogeneidade de genes, epistasis, mutação dinâmica levando ao fenômeno de antecipação, imprinting e mutação de genes mitocondriais. OBJETIVO Este trabalho tem como objetivo abordar o Transtorno Bipolar através de revisão bibliográfica, tendo enfoque nas principais características da patologia, bem como a epidemiologia, etiologia, o quadro clínico e o diagnóstico. METODOLOGIA Revisão bibliográfica de livros e busca por banco de dados Lilacs, Scielo, Pubmed e em sites com os descritores: Transtorno bipolar, bipolar, mania, transtorno afetivo bipolar e transtorno bipolar do humor, no período de 1998 a 2015. RESULTADOS E DISCUSSÃO Estudos relatam que aproximadamente 50 % dos indivíduos que apresentam TB não aderem ao tratamento de forma correta e o interrompe em algum momento. Existem na psiquiatria diversos fatores que especulam este problema em relação ao transtorno, são eles: crenças em relação ao tratamento, uso de álcool e drogas, falta de conhecimento sobre a doença, características demográficas, sexo, idade, personalidade, história familiar de transtornos psiquiátricos, estrutura familiar, gravidade da doença e polaridade, fatores ligados ao medicamento, como regimes posológicos complexos, efeitos adversos e interações medicamentosas, e fatores ligados ao médico, como suas atitudes em relação à doença e interação com o paciente. Existem também fatores descritos pelos próprios pacientes, que explicam os motivos pelos quais não aderiram ao tratamento, são eles: o fato de sentirem-se menos atrativos para o seu cônjuge e aos amigos, sentirem falta das “altas de humor”, sentirem-se menos criativos, produtivos e deprimidos (SANTIN; CERESÉR; ROSA, 2005). A base do tratamento do transtorno bipolar faz-se com a utilização de medicamentos que regulam ou ajustam o humor do paciente, dando-o estabilidade, assim evitando grandes oscilações. Os mais utilizados são lítio, carbamazepina, ácido valpróico e antipsicóticos (SANTIN; CERESÉR; ROSA, 2005). Como se trata de um transtorno crônico, o tratamento farmacológico faz-se mais dificultado, pelo fato de que este paciente terá que utilizar os medicamentos por períodos muito longos ou ao longo de toda sua vida. E por isso a adesão do paciente é de fundamental importância tendo de ser Realização III SIMPÓSIO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA Local: Centro Universitário São Camilo Data: 21 a 23 de maio de 2015. acompanhado para que o tratamento tenha resultados positivos. As combinações de medicamentos possuem inúmeras vantagens, dentre elas a possibilidade de menores doses de medicamentos mais danosos ao organismo, porém a união das drogas pode causar danos a saúde, como é o caso da combinação da olanzapina e valproato (SOUZA, 2005). Sendo as principais associações aplicadas no tratamento do transtorno são: Lítio + antipsicótico: Utilizado em terapia de manutenção do transtorno bipolar; Lítio + carbamazepina: Essa combinação é muito utilizada e é muito eficaz e segura, segundo estudos realizados por Souza (2005); Lítio + Fluoxetina: Esta combinação previne a depressão em pacientes bipolares, e é uma associação muito eficaz, na maioria das vezes; Lítio + Lamotrigina: Essa combinação mostra-se util e eficaz em alguns casos, porém é menos eficaz; Valproato + Carbamazepina: A adição do valproato aos pacientes que não respondiam somente a carbamazepina. Neste caso, esta associação mostrouse muito eficaz. Juntamente com o tratamento farmacológico, pode-se associar ao tratamento a abordagem psicoterápica, as quais são de grande valia, pois possuem como objetivo principal aumento da adesão ao tratamento, redução de sintomas residuais, redução das taxas de períodos de hospitalizações, melhorando assim a qualidade de vida do paciente e seus familiares (KNAPP; ISOLAN, 2005). CONCLUSÃO Podem ser utilizadas várias classes de medicamentos para o tratamento do Transtorno Bipolar. A associação dos medicamentos é de fundamental importância, visto que o resultado positivo é maior e melhor e ajuda na adesão do paciente e familiares ao tratamento por ver melhora. É visível que o tratamento deverá ser escolhido de paciente a paciente, já que os receptores dos medicamentos podem reagir de maneira diferenciada para cada um. Deve-se seguir o protocolo préestabelecido, porém com cautela e observação. REFERÊNCIAS FAWCETT, Jan A.. Transtorno bipolar e transtornos relacionados. In: ASSOCIATION, American Psychiatric. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais.Porto Alegre: Artmed, 2014. p. 123-154. KNAPP, Paulo; ISOLAN, Luciano. Abordagens psicoterápicas no transtorno bipolar. Revista de Psiquiatria Clínica,Porto Alegre, v. 32, n. 1, p.98-104, jan. 2005. LIMA, Maurício Silva de et al. Epidemiologia do transtorno bipolar. Revista de Psiquiatria Clínica, São Paulo, v. 32, n. 1, p.20-27, jan. 2005.. MIASSO, Adriana Inocenti; MONTESCHI, Maristela; GIACCHERO, Kelly Graziani. Transtorno afetivo bipolar: adesão ao medicamento e satisfação com o tratamento e orientação da equipe de saúde de um núcleo de saúde mental. Revista Latino-americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 1, n. 1, p.17-26, jul. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rlae/v17n4/pt_18.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2015. MICHELON, Leandro; VALLADA, Homero. Fatores genéticos e ambientais na manifestação do transtorno bipolar.Revista de Psiquiatria Clínica, São Paulo, p.21-27, jan. 2005. SANCHES, Rafael F.; ASSUNÇÃO, Sheila; HETEM, Luiz Alberto B.. Impacto da comorbidade no diagnóstico e tratamento do transtorno bipolar. Revista de Psiquiatria Clínica, São Paulo, v. 32, n. 1, p.71-77, jan. 2005. SANTIN, Aida; CERESÉR, Keila; ROSA, Adriane. Adesão ao tratamento no transtorno bipolar. Revista de Psiquiatria Cliníca, Porto Alegre, v. 32, n. 1, p.105-109, 07 fev. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rpc/v32s1/24419.pdf>. Acesso em: 18 abr. 2015. Realização III SIMPÓSIO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA Local: Centro Universitário São Camilo Data: 21 a 23 de maio de 2015. SOUZA, Fábio Gomes de Matos e. Tratamento do transtorno bipolar – Eutimia. Revista de Psiquiatria Cliníca, Fortaleza, v. 32, n. 2, p.63-70, 07 jan. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rpc/v32s1/24414.pdf>. Acesso em: 18 abr. 2015. Realização