20/02/2008 – Sobre a dinâmica da aula prática de psicopatologia no CAD Texto escrito por Beth Sabino,usuária do HD Como funciona a dinâmica da nossa reunião de psicopatologia: - Às 11:10 – início ; término 12hs - A Profa. Erotildes ( coordenadora), junto conosco, os usuários do Hospital-dia mais + os universitários de psicologia, nos reunimos (na sala) em uma das salas. - Objetivo: mostrar, ensinar, colaborar, com aulas práticas baseadas na vivência dos pacientes que têm transtornos mentais. - Como isso acontece? Nós os usuários, com a ajuda da professora Erotildes, escolhemos vários temas que consideramos importantes para debater com os alunos de psicologia. São basicamente 12 temas diferentes. Ao iniciarmo,s nos apresentamos e logo em seguida a professora Erotildes distribui os temas para que os alunos escolham os de sua preferência, para ser debatido conosco, os pacientes. Normalmente o debate fica tão empolgante que só dá para falarmos de um tema. Nós os usuários nos sentimos bem a vontade, confiamos na Profa. Erotildes, por que em nenhum momento até hoje ela nos constrangeu. Falamos com sinceridade. Sobre: nossos sofrimentos, como funciona o hospital-dia, sobre medicação, sobre a importância do psiquiatra e do psicólogo, durante ( e após) o tratamento. - Para finalizar Para mim particularmente essa aula de psicopatologia é uma terapia. Eu me sinto muito bem com os pacientes, com a Profa. Erotildes e com vocês, mesmo os vendo uma única vez. O nosso desejo e o que reclamamos com a Profa. é que vocês basicamente quase não falam. Gostaríamos que vocês “jovens universitários”, não tivessem vergonha de falar. Pois temos muitas satisfações em tirar as dúvidas de vocês. Aquilo que não está escrito no livro; quem sabe não será dito por nós? E servirá como base para vocês usarem num futuro muito breve quando forem profissionais de psicologia. Boa sorte, sucesso e muitas postar abertas para vocês meninos e meninas , que serão os profissionais do futuro. Vocês ficam com a professora das 12 às 12:30 para avaliação da reunião. 20/02/2008 – TEMA: A importância da família no tratamento do paciente psiquiátrico. Como lidar com a família. Texto escrito por Beth Sabino - Eu me sinto muito triste, desprotegida, desamparada, por não ter ninguém da família, para me apoiar, me incentivar, me ajudar a cuidar de mim, não vou relatar aqui toda minha história, pois é muito longa; + gostaria de dizer a vocês que tenho 49 anos e desde os meus 14 anos que sofro, por causa da minha família. - Deixei de conquistar muitas coisas na minha vida por causa da minha família. - Acho muito importante quando os psicólogos trabalham com o paciente junto com sua família. A família é a base do sucesso no tratamento do paciente. – Eu fico tão feliz quando vejo os familiares aqui no IPUB e no Hospital Dia apoiando seus filhos, netos, sobrinhos, pais, mães. - Acho que na medida do possível os psicólogos, psiquiatras, serviço social, na medida do possível, deveriam lutar para unir familiares. Sei que não é uma tarefa fácil. Na minha família não funcionou. - Continuo desejando a vocês novos psicólogos, toda sorte de bênçãos espirituais e materiais. Os desafios são grandes, + vocês com certeza estarão preparados. Não desistam no meio do caminho; vão em frente sempre. 20/02/2008 – Como funciona o Hospital- Dia Texto escrito por Beth Sabino - O hospital-dia é muito importante para mim. Principalmente em 2003 quando comecei a fazer parte; vão fazer 5 anos e eu ainda gosto, e tem sido muito bom para meu tratamento psicológico, psiquiátrico e inserção social. Normalmente nós mesmos não percebemos que mudamos; + até eu mesma percebo que mudei; e algumas pessoas na igreja, no IPUB, H.Dia, vizinhança, chegam para mim dizendo que mudei. - O objetivo do hospital dia é ressocializar o usuário de saúde mental. Como? o paciente participa de várias oficinas terapêuticas; tendo oportunidade de mostrar sua capacidade intelectual, como: trabalhos manuais, música, leituras, entrevistas, teatro e outros. Graças a Deus eu particularmente tenho aos poucos conseguido, isso me deixa muito feliz, “por que uma andorinha só não faz verão”. Ninguém lá fora no mundão basicamente me perguntam como vai o meu tratamento, ninguém nunca veio numa reunião de família no Hospital dia. - São vários os profissionais do hospital-dia: médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, musicoterapeutas, copeiros, faxineiros. Funciona de 8 ás 16. Tem café da manhã lanche e almoço. - Não me sinto pobre coitada. Enquanto eu viver vou lutar por dias melhores. Continuo tendo sonhos, projetos e objetivos. Sei que é difícil + não desisto: inclusive tenho algumas prioridades que gostaria que acontecesse ( ou não ) na minha vida a médio prazo.