consciência ambiental - Convenção Batista Brasileira

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CONSCIÊNCIA AMBIENTAL... RESPONSABILIDADE CRISTÂ
Alice Carolina Barbosa Cirino – Gerente de Ação Social da JMN
“No princípio, criou Deus os céus e a terra. Disse Deus: Haja luz... Haja um firmamento... Produza a terra
relva, ervas, árvores... Haja luminares no firmamento... Produzam as águas cardumes de seres viventes... e
voem as aves... Produza a terra seres viventes.... E disse Deus: façamos o homem à nossa imagem, conforme
a nossa semelhança.” (Gênesis 1:1-26)
E Deus criou a vida, em um lindo jardim...
Em 1996 me veio uma canção, um sentimento profundo de gratidão a Deus por tudo o que Ele criou e
colocou em nossas mãos para cuidar e preservar: vidas, seres, flores, mares e cores.
A Criação
Quando o sol nasce e aquece toda a terra
Toda a beleza da manhã eu fico a contemplar
É lindo o céu azul, sublime a natureza
E neste instante Te agradeço porque estou aqui!
Por todo o dia sinto a Tua energia
Em toda a parte está presente o Teu poder
Na terra vejo tantas cores, nos prados tantas
flores
E neste instante Te agradeço porque estou aqui
E quando a noite vai chegando de mansinho
E as estrelas vão de encontro ao firmamento
É tão sublime este momento,
Tão imenso o Teu poder
Pois só Você tudo isso faz acontecer
O sol brilhante foi criado por Você
E as estrelas cintilantes foi Você
Também as flores, os prados, as cores e o céu azul
Tudo me lembra como é grande o Teu poder
Que a minha vida fez um dia acontecer
Eu Te agradeço meu Senhor
Por Teu imenso amor!
Um planeta perfeito, um precioso presente que Deus nos concedeu por Sua graça sem fim. Um planeta
perfeito em cada detalhe e que nos passa despercebido em sua grandiosidade. Temos sido gratos? Temos
agido com zelo e respeito? Temos valorizado essa obra perfeita retratada em Gênesis?
Em cada detalhe, um gesto de amor: o verde das florestas, as cores das flores, o azul do céu, a beleza dos
mares, o encantamento dos seres viventes, a obra perfeita foi criada.
Acordamos a cada dia sem perceber todas as coisas que gratuitamente recebemos: o ar que respiramos, o
sol que nos aquece, o céu que brilha no alto, o verde e as flores que a natureza oferece. São cenas lindas
aos nossos olhos, mas que passam despercebidas porque estamos apressados, atribulados, angustiados
demais para apreciar.
Pela graça recebemos a vida e a oportunidade de desfrutar uma existência com qualidade e excelência de
atitudes e valores. Porém, por egoísmo, ambição, competição, imobilismo estamos deixando degradar a
terra e seus recursos naturais, como se inesgotáveis e perenes fossem todas as bênçãos que Deus nos
concedeu.
Vivemos uma crise ambiental sem precedentes na história do planeta. Nosso planeta está doente,
incrivelmente enfermo, perecendo de males causados por nós mesmos. A linda criação do nosso Deus está
sofrendo pela ação do próprio homem, aquele a quem Deus incumbiu do seu cuidado e preservação.
Somos cooperadores de Deus e precisamos mudar nossa forma de convivência, resgatar valores, buscar a
preservação desse bem precioso que Ele colocou em nossas mãos.
Todos os dias acompanhamos pela mídia as catástrofes climáticas e as mudanças que estão ocorrendo
rapidamente no clima mundial.
As catástrofes naturais são cada vez mais frequentes: terremotos, tsunamis, enchentes, queimadas. A
natureza se revolta e envia sinais claros de que precisamos mudar nosso relacionamento para com ela. As
consequências são desastrosas: aquecimento global, desmatamento, poluição de rios e mares, degelo das
geleiras. O aquecimento global é o grande tema do momento e a ele é atribuída a responsabilidade por
tantos fenômenos ‘naturais’, que têm promovido catástrofes ambientais e destruído cidades inteiras,
causando milhares de mortes.
Temos sofrido os reflexos da ação humana sobre o meio ambiente. Os recentes acontecimentos no Brasil e
no mundo refletem os sinais que a natureza nos envia.
O Haiti foi devastado e deixou um rastro de destruição e morte, contabilizando milhares de pessoas
famintas, sedentas e sem teto, sem fé e esperança no coração.
No estado do Rio de Janeiro, a região Serrana foi atingida pela maior tragédia climática já registrada no
Brasil, com vários municípios afetados e moradias destruídas, além de centenas de mortos e milhares de
desabrigados ou desalojados. A força da natureza literalmente “rasgou” as montanhas irregularmente
ocupadas pelas comunidades.
No Japão uma tragédia de grandes proporções abalou o continente e assustou o planeta. Um forte
terremoto de magnitude 8,9, seguido de tsunami arrasou áreas imensas, causando milhares de mortes,
desaparecidos e trazendo ao mundo o medo da radiação nuclear, de consequências imprevisíveis.
O que estamos deixando acontecer com o mundo que Deus nos concedeu para viver, e não para morrer?
O que contemplamos hoje nos deixa perplexos: uma natureza ferida, sofrida e perdida, que clama por
socorro.
A Europa tem sido castigada por ondas de calor de até 40 graus centígrados, ciclones atingem o Brasil
(principalmente a costa sul e sudeste), o número de desertos aumenta a cada dia, fortes furacões causam
mortes e destruição em várias regiões do planeta e as calotas polares estão derretendo (fator que pode
ocasionar o avanço dos oceanos sobre cidades litorâneas). O que pode estar provocando tudo isso? Os
cientistas são unânimes em afirmar que o aquecimento global está relacionado a todos estes acontecimentos.
O primeiro fenômeno, que deixou o mundo inteiro perplexo, foi a onda gigantesca Tsunami ocorrida em
dezembro de 2004, que destruiu regiões inteiras de muitos países do sudeste asiático (Indonésia, Tailândia,
Malásia etc.), deixando milhares de mortos e mobilizando muitos países, empresas e pessoas físicas a fazerem
doações para o atendimento dos feridos e para a reconstrução das cidades que foram devastadas.
O segundo fenômeno nos deixou igualmente assustados: o grande número de furacões que atingiu o continente
americano como o Katrina em setembro de 2005, que devastou Nova Orleans (EUA), o Vilma em outubro de
2005, que atingiu Cancún (México) e Flórida (EUA) e o Alfa/Stan em outubro de 2005, que passou por muitos
países da América Central.
No Brasil, ocorreu o primeiro furacão da história no país. O Catarina, em março de 2004 destruiu muitas casas
na região sul brasileira.
Como terceiro fenômeno, observamos atônitos ao degelo que tem ocorrido nos últimos dez anos, não só na
periferia da Antártida, mas também no Ártico, nos Andes e nos Alpes, um rápido derretimento do gelo.
O ponto culminante da África, o Kilimanjaro, chamou a atenção de muitos pesquisadores, que estudam a região,
por causa da diminuição considerável da quantidade de neve. O mesmo ocorreu com a mais alta cadeia de
montanhas do mundo: o Himalaia.
E sabemos que os mais atingidos por todos esses efeitos são as populações vulneráveis e o próprio meio
ambiente. Com o aquecimento estamos vivendo uma mudança climática no mundo todo, deixando o ano inteiro
com características do verão, desestabilizando as espécies vivas do planeta Terra, promovendo a perda de
plantações inteiras, gerando a queda da produção de grãos, aumentando, assim, a fome no mundo inteiro.
A degradação da natureza está evidente em nossa sociedade contemporânea, decorrente do nosso
comportamento agressivo para com o Planeta Terra.
Diante destas questões surge o clamor por novas formas de tratarmos o meio Ambiente, fazendo despertar,
talvez tardiamente a preocupação com a Ecologia e a Educação Ambiental.
Nós, humanos temos a tarefa de cuidar de toda a criação. SALMOS 104 nos fala de DEUS E SUA CRIAÇÃO E
O SER HUMANO COMO MORDOMOS DE DEUS NA CRIAÇÃO. Essa é uma palavra de ordem, para todos nós.
Torna-se urgente encontrar uma outra maneira de conviver com o planeta terra.
A terra está sangrando, mas muitos de nós agimos como se não fosse conosco. Há 6,5 bilhões de pessoas na
terra. Qual o nosso papel nesse contexto? Cabe aqui uma reflexão individual: que posso fazer eu para que a
temperatura não aumente, para que o nível dos mares não suba, para que o efeito estufa seja suavizado, para
que espécies animais não sejam extintas, para que não haja desperdício de água ou energia, para que o solo
não seja ocupado de forma irresponsável?
Nós cristãos devemos nos importar com o meio ambiente, como criação divina. Às vezes, isso não ocorre
porque relutamos em compreender as questões ambientais do ponto de vista de Deus. Isto significa
compreender os propósitos de Deus para a criação, desde o princípio, atualmente e para o futuro. Não
devemos nos esquecer de que fazemos parte da criação de Deus. Jesus morreu e ressuscitou não apenas para
nos reconciliar com Deus, mas para reconciliar o resto da criação com Ele também. Por este motivo, o nosso
ministério para o meio ambiente deve ser levado a sério.
Já vimos como Deus ama a sua criação, como Ele a aprecia e como se importa com ela. Se amamos a Deus,
devemos querer ser como Ele e devemos nos importar com as coisas com as quais Ele se importa
Nós seres humanos dependemos da criação de Deus para sobreviver.
Não faltam exemplos sobre as consequências devastadoras para o homem quando ele explora os recursos
naturais sem observar que estes são limitados. Num passado não muito distante, civilizações inteiras
pagaram um preço muito alto por não terem considerado a hipótese do esgotamento dos recursos naturais.
Podemos dar um exemplo para o mundo de que temos a consciência da importância de protegermos nosso
patrimônio natural para as gerações futuras.
Estamos destruindo a mata Atlântica: em apenas 40 anos desmatamos mais do que se desmatou na Europa
em 2 mil anos; em nenhum momento da história da humanidade se desmatou tanto como no Brasil nestes
últimos anos. A ciência consegue prever as consequências trágicas dessa insanidade: além da brutal perda
de biodiversidade nossos recursos hídricos estão sendo arruinados e são tão estratégicos para o
desenvolvimento das cidades.
Diagnósticos são feitos a cada dia, mas as soluções dependem de nós. Todos nós somos responsáveis e
precisamos de ações concretas, consciência plena de que é preciso agir em prol do nosso planeta. Não
podemos deixar que pereça.
É possível mobilizar, com poucos recursos, toda uma população para a busca de seu equilíbrio com a
natureza, de alimentos sadios para a sua subsistência e saúde, de alegria e beleza para suas vidas e seus
espaços.
Melhor ainda, isso pode ser alcançado com geração de renda e trabalho, possível quando se integram
competências e recursos e se lançam objetivos desafiadores que orientam para a busca da excelência.
Cabe a nós cultivar uma nova consciência ambiental, construir novas atitudes e valores, despertar a nova
geração. Precisamos curar a nossa terra!
O Salmo 104:5 nos dá a consciência das atitudes que devemos desenvolver e disseminar: “ Lançaste os
fundamentos da terra, para que ela não fosse abalada em tempo algum.” Que essa mensagem possa chegar
a cada coração. Ainda há tempo para salvar a nossa terra!
Rio de Janeiro, 31 de março de 2011
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