Sistema de Gerenciamento de Dados Multimídia e Alfanuméricos de uma UTI Neo−Natal baseado em Padrões Adriano J. Holanda1, Luiz A. Bailão2,Ivan T. Pisa3, Evandro E. S. Ruiz4 1,3,4Grupo de Computação de Imagens Médicas − ImagCom, Departamento de Física e Matemática (DFM), Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP), Universidade de São Paulo (USP), Brasil 2 Maternidade Sinhá Junqueira Ribeirão Preto−SP, Brasil Introdução A adoção de padrões internacionais na construção de sistemas de informação para a área de saúde tem se tornado fundamental para integração dos diversos sistemas existentes. Esta integração é necessária para que o paciente tenha acesso aos seus dados independentemente do local de atendimento. O uso de padrões para a codificação e classificação das observações clínicas e laboratoriais, e para especificação das interfaces e estrutura de dados dos componentes aumenta a interoperabilidade entre os sistemas de arquitetura aberta, diminuindo a redundância e o custo de armazenamento dos dados. Isto proporciona acesso eficiente a uma maior quantidade de dados para a extração da informação necessária às observações, aumentando a produtividade do profissional e a confiabilidade da análise. Metodologia O objetivo do nosso trabalho é construir um sistema de gerenciamento de dados médicos, contendo imagens e dados alfanuméricos utilizando padrões para o registro e transporte dos dados e para a construção dos componentes do sistema. O sistema será implantado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neo−Natal da Maternidade Sinhá Junqueira de Ribeirão Preto−SP. O processo utilizado para a construção do sistema está sendo o RUP (Rational Unified Process), cujas fases são divididas em: análise de requisitos, casos de uso, análise e design, implementação e teste [1]. Os requisitos do sistema foram coletados e analisados e os casos de uso foram especificados com a ajuda dos profissionais da área. Com os casos de uso documentados deu−se início à análise e design do sistema, que foram documentados utilizando os diagramas da UML (Unified Modeling Language) [2]. O sistema foi dividido em módulos, sendo que o design do sistema está seguindo o modelo de componentes proposto pela Força Tarefa para o Domínio de Saúde (Healthcare Domain Task Force − HDTF) da OMG (Object Management Group) que provê especificações e estrutura de dados de componentes para o domínio médico utilizando o padrão CORBA (Common Object Request Broker) [3]. Os módulos são listados abaixo e para os que seguem as especificações CORBA de serviços para a área médica (3, 4, 6), a abreviatura do serviço está indicada entre parênteses: (1) Interface gráfica; (2) Lógica específica do domínio (no caso UTI Neo− Natal); (3) Serviço de identificação do paciente (HTDF− PIDS) [4]; (4) Serviço de acesso às observações clínicas e laboratoriais (HTDF−COAS) [5]; (5) Serviço de acesso às imagens clínicas, que especificamente constitui o acesso às imagens ultrassonográficas; (6) Serviço de segurança (CORBAsec) [6]. Com o objetivo de reduzir o tempo de construção do sistema, aproveitando os benefícios da padronização e construção de software orientado a objetos, foi feita uma pesquisa de implementações do padrão CORBA para os serviços listados, visando a sua reutilização. Serão testadas as implementações já existentes dos serviços da HDTF, principalmente do projeto OpenEMed [7]. A implementação do PIDS já foi testada e será utilizada como serviço de identificação de pacientes. As interfaces gráficas, a lógica do domínio e as interfaces entre os módulos estão sendo implementadas utilizando a linguagem de programação Java, sendo que os dados serão armazenados no sistema gerenciador de banco de dados (SGBD) relacional−objeto PostgreSQL [8]. A comunicação das aplicações com o banco de dados está sendo feita utilizando o mapeador relacional−objeto ObjectBridge [9] que utiliza a interface JDBC (Java DataBase Connectivity) [10] para comunicar−se com o banco de dados e realizar persistência dos objetos Java. As doenças e causas de morte serão codificadas segundo o Catálogo Internacional de Doenças (CID−10) para armazenamento no sistema. As observações laboratoriais (exames complementares) serão codificadas segundo a base de dados LOINC (Logical Observation Identifiers Names and Codes) que agrupa nomes e códigos para identificação de observações clínicas e laboratoriais [11]. Discussão e conclusões O uso de padrões para a construção de sistemas de informação da área de saúde ajuda a reduzir os custos de aprendizado, implantação e interoperação. O fato de utilizar implementações já existentes para as especificações de serviços do padrão CORBA propicia a construção de sistemas em um tempo menor, permitindo que o foco esteja voltado para a lógica e implementações específicas do domínio onde se está trabalhando. Para que isso seja possível, os componentes devem ser implementados com baixo nível de acoplamento, ou seja, os componentes devem operar de maneira independente, possibilitando também que eles sejam extensíveis, integrando outros componentes específicos sem prejudicar o funcionamento dos já existentes. Apesar de todo o esforço na tentativa de padronizar as interfaces do sistema e permitir a interoperabilidade, a integração ou reutilização de componentes não uma tarefa fácil. Nos testes com a implementação PIDS do projeto OpenEMed tivemos que alterar a configuração dos dados que seriam armazenados no banco de dados para ajustar à lógica do domínio da UTI neo−natal, que possui dados específicos para a identificação do paciente. Porém, este esforço é pequeno quando comparado ao esforço de implementação, comprovando que a padronização ajuda a reduzir o tempo que seria gasto com o aprendizado de novas estruturas de dados e terminologias. Referências [1] Jacobson, I., Booch, G., Rumbaugh, J. (1998), The Unified Software Development Process, Addison Wesley Longman. [2] Rumbaugh, J., Jacobson, I., Booch, G. (1999), The Unified Modelling Language, Addison Wesley Longman. [3] Object Management Group (OMG). [http://www.omg.org/]. [4] Person Identification Service Specification, v. 1.1. [http://www.omg.org/technology/documents/for mal/person_identification_service.htm]. [5] Clinical Observations Access Service, v. 1.0. [http://www.omg.org/technology/documents/for mal/clinical_observation_access_service.htm]. [6] Security Service, v. 1.8. [http://www.omg.org/technology/documents/for mal/security_service.htm] [7] Kilman, D.G., Forslund, D.W. (1997), “An International Collaboratory Based on Virtual Records”, Commun. ACM, v. 40, n. 8, p. 111− 117. [8] PostgreSQL − Object−Relational DataBase Management System. [http://www.postgresql.org/]. [9] ObjectBridge − Object Relational Bridge Project. [http://sourceforge.net/projects/objectbridge/]. [10] JDBC − Java DataBase Connectivity. [http://java.sun.com/products/jdbc/]. [11] LOINC − Logical Observation Identifiers Names and Codes. [http://www.regenstrief.org/loinc/]. Agradecimentos Agradecemos à CAPES e CNPq pelo apoio financeiro. Contato Adriano de Jesus Holanda Estudante de Doutorado Física Aplicada à Medicina e Biologia Departamento de Física e Matemática Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto − USP Av. Bandeirantes, 3900 CEP: 14040−901 − Ribeirão Preto, SP Fone: (16) 602−3774 Email: [email protected]