APOSTILA DE MATEMÁTICA Data: __ / __ / 2016 Aluno (a): Nº: Unidade: Barra/Botafogo Ano: 6º Profa: Adriana Leal /Sandra Di Flora INTRODUÇÃO À TEORIA DOS CONJUNTOS 1) NOÇÃO DE CONJUNTO E ELEMENTO No dia a dia, encontramos vários tipos de conjuntos. Por exemplo: o conjunto de alunos de uma sala de aula, o conjunto de fotos de um álbum, o conjunto de atletas de uma equipe de voleibol. Então, podemos imaginar um conjunto como um grupo ou coleção de objetos. Os componentes de um conjunto são chamados de elementos. Exemplo: Conjunto das capitais dos estados da região Nordeste. Elementos: São Luís, Teresina, Fortaleza, Natal, João Pessoa, Recife, Maceió, Aracajú, Salvador. 2) REPRESENTAÇÃO DE CONJUNTOS Podemos representar um conjunto de duas maneiras: entre chaves e por diagramas. a) Representação entre chaves Nesse caso, utilizamos duas chaves, entre as quais escrevemos uma propriedade característica dos elementos do conjunto ou nomeamos cada um de seus elementos. Exemplos: A = {números naturais pares entre 1 e 9} ou A = {2, 4, 6, 8} B = {letras da palavra “arara”} ou B = {a, r} Observe que os conjuntos são geralmente indicados por letras maiúsculas do nosso alfabeto: A, B, C, D, ...X, Y, Z. Se os elementos de um conjunto forem letras, deverão ser representados por letras minúsculas do nosso alfabeto: a, b, c, d, ... x, y, z, como no exemplo do conjunto B = {a, r}. b) Representação por diagramas Escrevemos os elementos do conjunto no interior de uma linha fechada simples. Exemplos: 1 A = {números naturais pares entre 1 e 9} B = {letras da palavra “arara”} Observações: 1) Em um conjunto, não devemos repetir os elementos iguais. Exemplo: {a, a, r, a } = {a, r} 2) Os elementos podem ser dispostos em qualquer ordem nos conjuntos. Exemplo: {a, b, c} = {b, c, a} = {c, a, b} 3) O número de elementos de um conjunto A, por exemplo, é indicado por n(A). Exemplo: A = {0, 1, 2, 5, 7}, em que n(A) = 5 3) CONJUNTO UNITÁRIO E CONJUNTO VAZIO Conjunto unitário é aquele que possui um único elemento. Exemplo: K = {consoantes da palavra ana} = {n} Conjunto vazio é aquele que não possui nenhum elemento e pode ser assim representado: { } ou . Exemplo: B = {planetas cujo nome começa com a letra z} = ou { }. 2 CUIDADO! O conjunto { } não representa o conjunto vazio, e sim um conjunto unitário. 4) CONJUNTO FINITO E CONJUNTO INFINITO Considere o conjunto A dos números naturais menores que 5: A = {0, 1, 2, 3, 4} Esse conjunto possui cinco elementos, ou seja, n(A) = 5. Um conjunto que possui uma quantidade definida de elementos é chamada de conjunto finito. Agora, considere o conjunto B dos números naturais maiores que 5: B = {6, 7, 8, 9, ...} Observe que não podemos determinar a quantidade de elementos desse conjunto. Um conjunto com quantidade indefinida de elemento é denominado conjunto infinito. Na representação de um conjunto com infinitos elementos, usamos reticências após alguns deles. Exemplo: P = {0, 2, 4, 6, 8, ...} conjunto dos números naturais pares CUIDADO! A presença de reticências nem sempre significa que um conjunto é infinito. Exemplo: M = {1, 2, 3, ...,48, 49, 50 } é um conjunto finito, sendo n(M) = 50 As reticências substituem os elementos situados entre 3 e 48. 5) CONJUNTOS IGUAIS Dois ou mais conjuntos são iguais se possuem os mesmos elementos. Exemplo: A=B 3 OBSERVAÇÃO: Para demonstrar que dois conjuntos são diferentes, usamos o símbolo . Exemplos: {1, 3, 5} {1, 3} { 9 } {99} 6) RELAÇÃO DE PERTINÊNCIA A relação entre um elemento e um conjunto é denominada relação de pertinência. Utilizamos os símbolos (pertence) e (não pertence) nas relações de pertinência. Exemplo: Sendo M = {1, 2}, podemos afirmar que: 1 M Lê-se: “um pertence a M”. 2 M Lê-se: “dois pertence a M”. 5 M Lê-se: “cinco não pertence a M”. 7) RELAÇÃO DE INCLUSÃO Considere os conjuntos A = {a, e, o} e B = {a, e, i, o, u}. Observe que todos os elementos do conjunto A também pertencem ao conjunto B. Nesse caso, dizemos que o conjunto A está contido no conjunto B e indicamos assim: AB Lê-se: “A está contido em B”. Como A está condido em B, podemos também afirma que B contém A: BA Lê-se: “B contém em A”. Os símbolos conjuntos. e Usamos os símbolos são chamados de sinais de inclusão e relacionam dois (não contém) e (não está contido) como negações de (contém) e (está contido). Exemplos: {a, b, c} {b, c, d, e, f} {0, 1, 2, 3} {1, 4} 4 CUIDADO! A afirmação {1} {1, 2, 3} é falsa, pois a relação de pertinência ocorre somente entre um elemento e um conjunto, e {1} não é elemento, mas um conjunto unitário. Seriam corretas as afirmações: {1} {1, 2, 3} e 1 {1, 2, 3}. OBSERVAÇÃO: Se dois conjuntos, A e B são iguais, podemos afirmar que: A B e B A. 8) SUBCONJUNTOS Considere os conjuntos A = {1, 2, 3} e B = {1, 2, 3, 4, 5}. Observe que todos os elementos do conjunto A são também elementos do conjunto B. Então, dizemos que A é subconjunto de B ou que A está contido em B. Um conjunto A é subconjunto de um conjunto B se todos os elementos de A são também elementos de B. Indicamos essa relação com: A B. OBSERVAÇÕES: 1 – Todo conjunto é subconjunto de si próprio, ou seja, A A. 2 – O conjunto vazio é subconjunto de qualquer conjunto, ou seja, para qualquer conjunto A, podemos afirmar que: A. 3 – O símbolo relaciona um subconjunto e o conjunto que o contém. 9) REPRESENTAÇÃO SIMBÓLICA DE SUBCONJUNTO DE IN. Um número pode ser representado por uma letra minúscula do alfabeto. Assim, podemos ter: número x, número y, número z, entre outros. Observe estas notações: O número x representa um número natural: x IN. Lê-se: “x pertence a IN” O número x representa um número natural ímpar: x IN / x é ímpar Lê-se: “x pertence a IN” tal que x é ímpar. O símbolo / significa “tal que” O número x representa um número natural menor que 8: x IN / x < 8 Lê-se: “x pertence a IN” tal que x é menor que oito” Veja a seguir como representar alguns subconjuntos de IN, pela nomeação ou pela propriedade de seus elementos. 5 Conjunto P dos números pares: P = {0, 2, 4, 6, 8, ...} ou P = {x IN / x é par} Conjunto I dos números ímpares: I = {1, 3, 5, 7, 9, ...} ou I = {x / x é ímpar} Conjunto A dos números naturais menores que 4: A = {0, 1, 2, 3} ou A = {x IN / x < 4} Conjunto B dos números naturais maiores que 10: B = {11, 12, 13, ...} ou B = {x IN / x > 10} Conjunto C dos números naturais maiores que 5 e menores que 10: C = { 6, 7, 8, 9} ou C = {x IN / 5 < x < 10} Conjunto D dos números naturais maiores ou iguais a 7 e menores que 11: D = {7, 8, 9, 10} ou D = {x IN / 7 x < 11} 10) CONJUNTO DAS PARTES Seja o conjunto A = {1, 2, 3}. Observe a relação de todos os subconjuntos de A: vazio: unitários: {1}, {2}, {3} com dois elementos: {1, 2}, {1, 3} e {2, 3} com três elementos: {1, 2, 3} O conjunto formado por todos esses subconjuntos é denominado conjunto das partes de A e é assim representado: P(A) = {, {1}, {2}, {3}, {1, 2}, {1, 3}, {2, 3}, {1, 2, 3}} conjunto das partes de A Dado um conjunto A, denomina-se conjunto das partes de A aquele formado por todos os subconjuntos de A. 6 11) DIAGRAMA DE VENN Já vimos que, em uma representação por diagrama, devemos escrever os elementos do conjunto no interior de uma linha fechada simples. Quando essa linha é uma circunferência, o diagrama recebe o nome de diagrama de Euler, em homenagem a Leonhard Euler (1707 – 1783). O inglês John Veen (1834 -1883) desenvolveu diversos estudos sobre a representação de dois ou mais conjuntos em um diagrama. Esse diagrama, utilizado para facilitar a visualização das relações e operações entre conjuntos, é conhecido como diagrama de Venn. Observe a representação de alguns conjuntos no diagrama de Venn: Vamos considerar os conjuntos A = {1, 6} e B = {1, 2, 3, 4, 6}: Observe que o conjunto A é subconjunto de B. Vamos considerar os conjuntos C = {1, 5, 7, 8} e D = {1, 2, 5, 9}: Verifique que os elementos 1 e 5 pertencem aos dois conjuntos. 7 Vamos considerar os conjuntos E = {2, 3, 7} e F = {1, 4, 8}: Verifique que não existe nenhum elemento que pertença aos dois conjuntos. Nesse caso, os conjuntos E e F são disjuntos. Vamos considerar os conjuntos G = {1, 2, 3, 6}, H = {2, 3, 4, 5} e I = {2, 5, 6, 8}: Observe que: o elemento 2 pertence aos três conjuntos; os elementos 2 e 3 pertencem aos conjuntos G e H; os elementos 2 e 5 pertencem aos conjuntos H e I; os elementos 2 e 6 pertencem aos conjuntos G e I. 12) CONJUNTO UNIVERSO (U) Ao desenvolver um assunto ou resolver uma questão matemática, admitimos a existência de um conjunto U ao qual pertencem todos os elementos utilizados em tal assunto ou questão. Esse conjunto recebe o nome de conjunto universo, representado por U. Exemplo: Vamos considerar um problema que envolva os conjuntos A = {1, 2, 3, 4}, B = {7, 8, 9} e os elementos 6 e 10. Dispondo-os em um diagrama, temos a figura a seguir. 8 Podemos indicar o conjunto universo usado no problema por: U = {1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 9, 10}. 13) UNIÃO DE CONJUNTOS Considere os conjuntos A = {0, 1, 3, 6, 8} e B = {1, 2, 4, 5, 6}. Determinando um conjunto C, formado por todos os elementos que pertencem ao conjunto A e ao conjunto B, obtemos: C = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 8} Os elementos 1 e 6 devem constar uma só vez. Portanto, realizaremos a operação de união ou reunião entre os conjuntos A e B. O resultado dessa operação é o conjunto C, denominado conjunto união. Observe: AB=C Lê-se: “A união é igual A C”. Assim, no exemplo dado: {0, 1, 3, 6, 8} {1, 2, 4, 5, 6} = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 8} 14) INTERSECÇÃO DE CONJUNTOS Considere os conjuntos A = {1, 2, 3, 4, 5, 6} e B = {2, 3, 4, 6, 7}. Determinando um conjunto C, formado por todos os elementos que pertencem ao conjunto A e também ao conjunto B, obtemos: C = {2, 3, 4, 6} Portanto, realizamos a operação de intersecção entre os conjuntos A e B. O resultado dessa operação é o conjunto C, denominado conjunto intersecção. Observe: AB=C Lê-se: “A interseção B é igual a C”. 9 Assim, no exemplo dado: {1, 2, 3, 4, 5, 6} {2, 3, 4, 6, 7} = {2, 3, 4, 6} OBSERVAÇÕES: 1 – Quando A B = , dizemos que A e B são disjuntos. 2 – A intersecção do conjunto vazio com qualquer outro conjunto é igual ao conjunto vazio: A= 15) DIFERENÇA DE CONJUNTOS Considere os conjuntos A = {1, 2, 3, 5, 7} e B = {0, 1, 3, 4, 7}. Determinando um conjunto C, formado por todos os elementos que pertencem ao conjunto A e não pertencem ao conjunto B, obtemos: C = {2, 5} Portanto, realizamos a operação diferença entre os conjuntos A e B. O resultado dessa operação é o conjunto C, denominado diferença entre A e B. Observe: A–B=C Lê-se: “A menos B é igual a C” Assim, no exemplo dado: {1, 2, 3, 5,7} – {0, 1, 3, 4, 7} = {2, 5} CUIDADO! É importante observar que, em geral, A – B B – A. Exemplo: Considerado A = {0, 1, 3, 5} e B = {1, 3, 4, 7, 9}: A – B = {0, 5} A – B B – A. B – A = {4, 7, 9} 16) APLICAÇÕES – Operações com conjuntos Vamos resolver um problema com a aplicação das operações com conjuntos. Considere esta situação: Em uma escola foi realizada uma pesquisa entre os 900 alunos para identificar os jornais mais lidos por eles. Obteve-se este resultado. 10 PESQUISA Número de alunos 500 280 75 Jornal A B AeB Nessas condições, determine: a) quantos alunos leem somente o jornal A; b) quantos alunos leem somente o jornal B; c) quantos alunos não leem nenhum desses jornais. Solução: Para resolver esse problema, vamos utilizar um diagrama de Venn. Os conjuntos A e B representam os leitores dos dois jornais. Inicialmente, vamos colocar na intersecção dos dois conjuntos o número de alunos que leem os dois jornais. A B tem 75 elementos. Como 500 alunos leem o jornal A, para saber quantos alunos leem somente o jornal A devemos determinar a quantidade de elementos do conjunto A – B. 500 – 75 = 425 11 Como 280 alunos leem o jornal B, para saber quantos alunos leem somente o jornal B devemos determinar a quantidade de elementos do conjunto B - A. 280 – 75 = 205 Para saber quantos alunos leem os dois jornais, devemos calcular o número de elementos do conjunto A B. 425 + 75 + 205 = 705 Como na escola estudam 900 alunos (conjunto universo U) e 705 deles leem jornais, podemos afirmar que 195 alunos não leem nenhum desses jornais, pois: 900 – 705 = 195 Logo, a resposta de cada item é: a) 425 alunos leem somente o jornal A; b) 205 alunos leem somente o jornal B; c) 195 alunos não leem nenhum desses jornais. 12