2 DRIBLE n CLEBER PINTO MISUKI: bi do Japão Com o tempo de 2h26min20s, a japonesa Misuki Noguchi conquistou ontem a medalha de ouro da maratona feminina dos Jogos Olímpicos de Atenas. A queniana Catherine Ndereba ficou com a medalha de prata e a etíope Elfenesh Alemu, foi bronze. A recordista mundial da prova, a inglesa Paula Radcliffe, abandonou no 36º quilômetro por cansaço, quando estava em quarto lugar. Foi o bicampeonato japonês na maratona feminina. Há quatro anos, Naoko Takahashi foi soberana nas ruas de Sydney e completou os 42.195 metros na primeira colocação, com o recorde olímpico de 2h23min14s. A maratona masculina encerrará os jogos no sábado. Canadense é ouro no SOLO POVO Scheidt faz HISTÓRIA com ouro resultados, passou a se dedicar com afinco ao esporte. Em 1985, aos 12 anos, conO iatista Robert Scheidt entrou para a história olímpi- quistou seu primeiro título, o ca do Brasil ao conquistar de campeão brasileiro da clasontem a medalha de ouro na se optimist, para crianças. Em classe laser de iatismo. Foi a 1991, ganhou o mundial juveprimeira de ouro do país nos nil da laser. Quatro anos deJogos Olímpicos de Atenas e a pois, o primeiro título mundisegunda dele na carreira. al da classe na categoria prinScheidt, campeão em Atlanta cipal, uma prévia do que faria em Atlanta 1996, 96, igualou o requando levou a corde de Adhemar medalha de ouro. Ferreira da Silva, Campeão olímbicampeão olímpi- Velejador passou pico, Scheidt assuco consecutivo (em Adhemar Helsinque 52 e Ferreira da Silva miu de vez a carreira de atleta proMelbourne 56) no salto triplo. O com dois ouros e fissional e só aumentou seu presvelejador, que pouma prata tígio na modalidaderia chegar até de. Faturou em seem nono lugar na 11ª e última regata da laser, guida o tricampeonato do cruzou a linha de chegada em mundo, antes de partir para sexto. A medalha de prata Sydney 2000 como grande faficou com o austríaco Andreas vorito. Um erro na última reGeritzer e o bronze com o gata o levou a perder o ouro para o inglês Ben Ainslie (agoesloveno Vasilij Zbogar. Scheidt, heptacampeão ra na finn) e ficar com a prata. mundial na laser, soma agora "Estava engasgada aquela três medalhas olímpicas, pois derrota", disse ontem. Nos últimos anos, esse foi prata em Sydney 2000. O maior iatista brasileiro de to- paulistano de 31 anos consodos os tempos começou jogan- lidou ainda mais sua do tênis. Aos nove anos, quan- hegemonia na classe laser, do ganhou do pai seu primei- faturando mais quatro títuro barco e entrou na escolinha los mundiais (2000, 01, 02 e de vela na represa de 04) e o segundo ouro olímpico. Guarapiranga, mudou o Neste ano, venceu todas as rumo. Empolgado com os bons competições que disputou. Vela é o esporte mais VITORIOSO Com a vitória de Robert Scheidt ontem em Atenas, a vela passa a ser o maior esporte olímpico do Brasil, superando o atletismo e o judô, com uma medalha a mais. Com o ouro no iatismo ontem, são 13. Além disso, o esporte também deu mais ouros para o país: cinco, contra três do atletismo e duas do judô. O futebol, que é a paixão nacional, tem apenas duas pratas. A primeira vitória brasileira na vela aconteceu em 1980, nos Jogos de Moscou, com Marco Rizzo Soares e Eduardo Penido, na classe 470. Scheidt TORCEU para regata não sair ROBERT SCHEIDT salta na água após a conquista Torben e Ferreira disparam na STAR Os brasileiros Torben Grael e Marcelo Ferreira completaram um domingo perfeito nas Olimpíadas de Atenas vencendo a quarta regata da classe star, que foi a segunda do dia. Eles chegaram na frente em ambas as etapas e estão liderando com folga. A dupla tem apenas 11 pontos perdidos, contra 20 do barco dinamarquês, que chegou em segundo na última regata disputada. O barco da Suíça foi o sétimo e está na terceira posição do geral. Depois da vitória da bateria anterior, Grael e Ferreira, parceria ouro em Atlanta 1996 e bronze em Sydney 2000, largaram bem e cruzaram a primeira bóia na sexta posição. Porém, a grande virada veio da terceira para a quarta bóias, quando o barco do Brasil passou da quinta colocação para a li- derança, que não perdeu até a linha de chegada. Outro fator que ajudou muito os brasileiros foi a desclassificação dos barcos da Suécia e da Austrália na primeira regata do dia. Ambos estão cotados como rivais de Grael e Ferreira, mas queimaram a largada na etapa. Com isso, eles caíram muito na classificação geral. Quando o descarte for computado, eles voltarão a ter boas posições, mas, a partir daí, qualquer resultado ruim será considerado. Os suecos, por exemplo, chegaram na 14ª colocação na quarta regata e estão em grande desvantagem. Já os brasileiros têm, por enquanto, um quinto lugar para descarte. Isso significa que, se eles obtiverem qualquer resultado pior do que esse, ele não valerá na pontuação final. WANDER ROBERTO/COB FOTOS DIVULGAÇÃO JP Japonesa vence A MARATONA DO Com título na laser, iatista é o maior medalhista olímpico do Brasil WANDER ROBERTO/COB ATENAS 2004 JORNAL Segunda-feira, 23 de agosto de 2004 ATENAS 2004 TORBEN (E) E FERREIRA: vantagem KYLE: nona 9.787 Basquete AVANÇA e pega a Espanha nas quartas Com nota de 9.787, o canadense Kyle Shewfelt conquistou ontem a medalha de ouro na prova de solo da ginástica artística dos Jogos Olímpicos de Atenas. Com a mesma pontuação, porém preterido no critério de desempate estabelecido pelos juízes da federação internacional, o bicampeão mundial Marian Dragulescu, da Romênia, ficou com a prata. O búlgaro Jordan Jovtchev, com 9.775, ganhou o bronze. O time feminino de basquete do Brasil perdeu para a Austrália por 84 a 66, ontem, derrota que nem foi sentida pelas jogadoras porque, teoricamente, facilitou o caminho até o pódio. Pelo menos com os Estados Unidos as brasileiras não encontram mais, a não ser na decisão de uma medalha de ouro. As norteamericanas da WNBA são favoritíssimas ao título nos Jogos de Atenas e ninguém quer estar na frente delas. Com o resultado de ontem, o Brasil terminou em terceiro lugar do grupo A e vai enfrentar a Espanha, segunda colocada da outra chave, no primeiro cruzamento da fase do mata-mata, pelas quartasde-final do torneio olímpico, quarta-feira. A cestinha da partida foi a australiana Lauren Jackson, com 24 pontos. Se ganhar, o Brasil passa à semifinal e enfrentará o vencedor de Nova Zelândia e Austrália. As australianas, que ainda não perderam na competição, são favoritas à vaga. Os Estados Unidos sobraram para a seleção da casa, a Grécia, nas quartas-de-final, e a Rússia enfrenta a República Checa. Os vencedores encontram-se na outra semifinal. O técnico Antônio Carlos Barbosa continua preocupado com a falta de pontaria e a irregularidade do Brasil. “Jogamos um primeiro tempo muito bom, mas na partida toda tivemos problemas de finalização. O time apresentou um aproveitamento de apenas 35% no arremessos de dois pontos, o que é muito ruim”, analisou. Barbosa disse que aproveitou a partida contra as australianas para revezar e dar ritmo de jogo a todas as atletas. “Não tínhamos de ficar desesperados atrás da vitória porque a classificação em terceiro do grupo era favorável. Assim, pude fazer as mudanças", analisou. O primeiro brasileiro a conquistar medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atenas confessou que torceu para que não ocorresse a última regata. Se até as 10h (de Brasília) os ventos não favorecessem, não haveria mais competição na laser. Robert Scheidt seria confirmado como vencedor sem competir na 11ª etapa. “Foi um dia muito tenso, tivemos muitas horas de espera. Eu olhava no relógio e esperava chegar as 16h (10h de Brasília). Fiz uma regata à frente dos meus principais adversários. Estou extremamente realizado, feliz, ser bicampeão olímpico é uma coisa muito boa", disse. Porém, o campeão ponderou que foi mais justo ganhar competindo. “Poderia ter ganho sem que a prova se realizasse. Mas foi mais justo fazer a regata e ganhar o ouro velejando", completou Scheidt, que recebeu um telefonema do presidente Lula pela conquista. BRASIL perdeu por 84 a 66 Campeã olímpica usou DOPING O primeiro doping de grandes proporções das Olimpíadas de Atenas foi anunciado ontem. A russa Irina Korzhanenkol, que faturou o ouro no arremesso de peso, foi flagrada em teste após conseguir a medalha. A revelação foi feita pela presidente da comissão médica do Comitê Olímpico Internacional, Arne Ljungqvist. Ainda não se sabe se a contraprova do exame já foi realizada. Mas, se for oficializada a punição, a atleta perderá a medalha.