Nº 138 O ecossistema de inovação - Parte 2: lacunas e

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ENSAIOS
A CEGUEIRA DAS
ORGANIZAÇÕES
Nº 138
O ecossistema de inovação - Parte 2:
lacunas e oportunidades
Por Bruno Pfeilsticker
O ecossistema de inovação – Parte 2:
lacunas e oportunidades
Em ensaio anterior, publicado em 21/02/17, foram discutidos diversos aspectos chave, norteadores do
sucesso de um ecossistema de inovação. De forma articulada a esta publicação original é preciso se
discutir alguns gaps do ecossistema brasileiro, identificando pontos sensíveis ao desenvolvimento da
estrutura de empreendedorismo e inovação no país.
É importante se definir algumas dimensões básicas de análise para balizar a discussão destas lacunas
acima referidas a partir das quais, de maneira geral, os ecossistemas podem ser analisados. A primeira
delas é o Capital. Dinheiro é fundamental para que as iniciativas de inovação e empreendedorismo
prosperem, nas suas diferentes fases de desenvolvimento, desde o early stages até os IPOs. Uma
próxima dimensão é mercado. Um ecossistema não só deve comportar demandas para as empresas nele existentes, mas deve estar conectado a outros mercados que possibilitem uma expansão
expressiva de seu potencial de vendas. A terceira dimensão é a densidade, que representa o grau de
concentração e atratividade de atores da cadeia de inovação: empresas diferenciadas, investidores de
perfis e portes distintos, mentores diferenciados, entre outros. Uma próxima dimensão é o talento, que
trata diretamente do perfil e características dos empreendedores deste ecossistema específico. Uma
última dimensão, base de todas as outras, é a cultura empreendedora, que reflete o mindset local e o
alinhamento dos atores ao processo de inovação.
Os problemas do ecossistema brasileiro são evidenciados quando observadas estas dimensões em
uma comparação rápida com os principais e mais evoluídos ecossistemas mundiais. Esta diferença se
justifica pela imaturidade e dispersão dos stakeholders, ainda que existam, grandes iniciativas, especialmente na cidade de São Paulo. Levando em considerações as dimensões acima definidas, estas
lacunas poderiam assim serem evidenciadas:
Capital: há certa restrição de capital local, e fragilidade no que tange à follow on investments, principalmente para exits no mercado de capitais. Há pouco interesse em investimentos no early stages e
investimentos em series C, D e E acabam ficando um pouco comprometidos pela inexpressividade de
alternativas e pouca cultura em IPOs.
Mercado: apesar da crise econômica o mercado brasileiro ainda tem muito potencial e atrai a atenção
dos atores internacionais. Uma caraterística importante é a atenção que as empresas de segmentos
tradicionais vêm dando às startups em seus programas de corporate venture.
Densidade: há poucos bolsões de densidade no Brasil. Em Minas Gerais, especificamente, não há um
Hub de referência, que centralize e atraia todos os stakeholders da inovação. Da mesma maneira há
uma necessidade de encontrar novos formatos de programas de aceleração que aumentem as chances
de sucesso das startups aceleradas.
Cultura: não há cultura empreendedora disseminada no país. É importante que se valorize os erros,
desde que detectados de forma rápida, e que se prepare o empreendedor brasileiro a reconhecer
ENSAIO 138 | O ECOSSISTEMA DE INOVAÇÃO - PARTE 2: LACUNAS E OPORTUNIDADES
problemas relevantes, de tamanho relevante, construindo soluções adequadas.
Talento: não há programas completos de formação de empreendedores tecnológicos. Por outro lado,
Minas é exportadora de talentos para todo o Brasil dada a sua alta densidade e diversificação de instituições de ensino.
A visão acima representa, de maneira genérica, alguns pontos chaves para a discussão do ecossistema brasileiro. Minas Gerais, por exemplo, se alinha muito aos gaps discutidos acima, embora venha
sendo reconhecida como tendo alto potencial, sendo o ecossistema que mais desperta interesse no
Brasil, depois de São Paulo.
Sobre o autor:
Bruno Pfeilsticker
Engenheiro (UFMG, 1998), Mestre em Engenharia de Produção – Gestão da Qualidade, Inovação e Desenvolvimento de Produtos (UFMG, 2002). Sócio fundador, diretor e consultor da DMEP. Professor convidado de
cursos de pós-graduação, palestrante em eventos de gestão e participante convidado de programas de mídia,
abordando temas como Pesquisa de Mercado, Serviços e Gestão de Desenvolvimento de Produtos. Autor de
dissertação, artigos e capítulo de livro sobre o tema. Consultor Organizacional, com atribuições de Coordenador
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de Projetos, Coaching e Coordenador de Modelagem de Soluções, em trabalhos conduzidos em diversas organizações públicas e privadas nas áreas de Planejamento Organizacional, Análise de Opinião e Mercado, Desenvolvimento de Produtos e Serviços, e Inovação.
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