Avaliação dos Portais das Universidades Públicas Estaduais

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
CURSO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
JOSAFÁ SANTOS DOS REIS
AVALIAÇÃO DOS PORTAIS DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS
ESTADUAIS DA BAHIA QUANTO À CONFORMIDADE COM AS
DIRETRIZES DE ACESSIBILIDADE WCAG 2.0
Vitória da Conquista
2014
JOSAFÁ SANTOS DOS REIS
AVALIAÇÃO DOS PORTAIS DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS
ESTADUAIS DA BAHIA QUANTO À CONFORMIDADE COM AS
DIRETRIZES DE ACESSIBILIDADE WCAG 2.0
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para
obtenção do grau de Bacharel em Ciência da
Computação pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
Orientador: Prof. Me. Stênio Longo Araújo
Vitória da Conquista
2014
JOSAFÁ SANTOS DOS REIS
AVALIAÇÃO DOS PORTAIS DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS
ESTADUAIS DA BAHIA QUANTO À CONFORMIDADE COM AS
DIRETRIZES DE ACESSIBILIDADE WCAG 2.0
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado, com
nota 8,5, como requisito parcial para a obtenção
do grau de Bacharel em Ciência da Computação,
tendo sido julgado pela Banca Examinadora
formada pelos professores:
Porf. Me. Stenio Longo Araújo – Orientador, Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia
Porfa. Dra. Alzira Ferreira da Silva, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Porf. Dr. Roque Mendes Prado Trindade, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Vitória da Conquista
2014
Dedico este trabalho ao meu pai Joselito, à minha
mãe Osélia, à minha irmã Geisa, e a todos os que
acreditaram em minha vontade de realizá-lo.
Agradecimentos
A todos os professores dos quais recebi conhecimento até aqui.
Aos colegas de curso, pelas experiências compartilhadas e as dificuldades superadas em
conjunto.
A todas as pessoas que compõem a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, por
proporcionarem, a mim e a tantos outros, a agregação de conhecimento e valores à vida, através do seu trabalho.
Aos amigos da Associação de Integração do Deficiente de Vitória da Conquista – ACIDE e do Núcleo de Acessibilidade e Integração de Pessoas com Deficiência – NAIPD/UESB,
pela colaboração e participação neste trabalho.
A todos os que contribuem para a evolução do universo.
“Um homem pinta com seu cérebro e não
com suas mãos.”
̶ Michelangelo
RESUMO
A expansão do acesso à Internet tem possibilitado que um número cada vez mais expressivo de pessoas busquem informações e serviços que, há pouco tempo, demandavam mais
esforços e recursos para serem acessados. A Word Wide Web – ou simplesmente Web – é um
dos principais componentes desta troca de informações entre indivíduos e organizações através da Internet. Junto a isto, cresceu, também, a diversidade tanto de dispositivos utilizados
como de perfis de usuários, aos quais as aplicações desenvolvidas para a Web buscam disponibilizar serviços e informações. Um aspecto indispensável nesta modalidade de interação é a
acessibilidade aos dados, informações e serviços, ou seja, quão confortável e/ou otimizada é a
realização das ações necessárias para acessá-los através de aplicações baseadas na Web. Este
estudo aborda o tema da acessibilidade considerando os portais das universidades públicas estaduais da Bahia. O objetivo foi descobrir dificuldades no acesso a informações existentes nos
portais causadas pela forma como as páginas avaliadas foram desenvolvidas. Os portais foram
submetidos a testes com a utilização de softwares para avaliação automática de acessibilidade
e acesso por usuários com deficiência visual, tendo como métrica as Recomendações para
Acessibilidade de Conteúdo Web (WCAG) 2.0. Os testes revelaram problemas que afetam o
acesso, principalmente, por usuários com deficiência visual, levando à conclusão de que os
portais avaliados tiveram um desenvolvimento voltado à visualização e necessitam de mudanças na estrutura das páginas que os tornem mais acessíveis.
Palavras-chave: Acessibilidade na web. Ferramentas de avaliação automática de acessibilidade na web.
ABSTRACT
The expansion of the Internet has enabled an increasingly large number of people to
seek information and services that, ago recently, was demanded more efforts and resources to
be accessed. The Word Wide Web - or simply Web - is a major component of this exchange of
information between individuals and organizations through the Internet. Besides this, we also
grew the diversity both of devices used as user profiles, which applications developed for the
Web seeks to make available information and services. An essential aspect of this mode of interaction is accessibility to data, information and services, ie, how comfortable and/or optimized it's perform the actions necessary to access them through Web-based applications. This
study addresses the issue of accessibility considering the portals of the public state universities of Bahia. The goal was to find difficulties in accessing existing information in those portals
caused by the way the pages evaluated were developed. The portals were tested with the use
of software for automatic evaluation of accessibility and with access by users with visual impairments, with the metric Web Content Accessibility Guidelines (WCAG) 2.0. The tests revealed problems affecting access, especially for users with visual impairments, leading to the
conclusion that the portals evaluated had a development focused on the display and require
changes in the structure of the pages to make them more accessible.
Key-words: Web accessibility. Tools for automatic evaluation of web accessibility.
Lista de Figuras
Figura 2.1 - Componentes essenciais da acessibilidade na Web ......................................................... 25
Figura 2.2 - Página inicial da ferramenta de avaliação automática de acessibilidade AccessMonitor . 28
Figura 2.3 - Sumário do AccessMonitor ao avaliar página ................................................................. 29
Figura 2.4 - Detalhes dos testes com a ferramenta AccessMonitor exibidos em versão linear ............ 29
Figura 2.5 - Detalhes dos testes com a ferramenta AccessMonitor exibidos em versão placar ........... 30
Figura 2.6 - Tela da ferramenta de avaliação automática de acessibilidade Total Validator ................ 31
Figura 2.7 - Plugin do Total Validator para o navegador Firefox ........................................................ 32
Figura 2.8 - Descrição de erro pelo Total Validator ............................................................................ 32
Figura 3.1 - Página inicial do portal UEFS ......................................................................................... 36
Figura 3.2 - Página dos cursos de graduação do portal UEFS ............................................................. 37
Figura 3.3 - Resultado da avaliação com o AccessMonitor no Portal da UEFS .................................. 38
Figura 3.4 - Resultado da avaliação com o Total Validator no Portal da UEFS .................................. 39
Figura 3.5 - Página inicial do portal UESB ......................................................................................... 40
Figura 3.6 - Página dos cursos de graduação do portal UESB ............................................................ 41
Figura 3.7 - Resultado da avaliação com o AccessMonitor no Portal da UESB ................................. 42
Figura 3.8 - Resultado da avaliação com o Total Validator no Portal da UESB .................................. 42
Figura 3.9 - Página inicial do portal UESC ......................................................................................... 44
Figura 3.10 - Página dos cursos de graduação do portal UESC .......................................................... 45
Figura 3.11 - Resultado da avaliação com o AccessMonitor no Portal da UESC ................................ 46
Figura 3.12 - Resultado da avaliação com o Total Validator no Portal da UESC ................................ 46
Figura 3.13 - Página inicial do portal UNEB ...................................................................................... 47
Figura 3.14 - Página dos cursos de graduação do portal UNEB .......................................................... 48
Figura 3.15 - Resultado da avaliação com o AccessMonitor no Portal da UESC ................................ 48
Figura 3.16 - Resultado da avaliação com o Total Validator no Portal da UNEB ............................... 49
Lista de Tabelas
Tabela 3.1 - Avaliação da página inicial com o AccessMonitor .............................................. 51
Tabela 3.2 - Avaliação da página dos cursos de graduação com o AccessMonitor ................. 53
Tabela 3.3 - Avaliação da página inicial com o Total Validator .............................................. 54
Tabela 3.4 - Avaliação da página dos cursos de graduação com o Total Validator ................. 55
Tabela 3.5 - Descrição dos Critérios de Sucesso descumpridos por tipo de erro .................... 56
Tabela 3.6 - Características dos usuários participantes dos testes .......................................... 59
Tabela 3.7 - Tempos de conclusão das tarefas no portal UEFS .............................................. 61
Tabela 3.8 - Resumo dos testes com usuários no portal UESB .............................................. 64
Tabela 3.9 - Resumo dos testes com usuários no portal UESC .............................................. 66
Tabela 3.10 - Resumo dos testes com usuários no portal UNEB ............................................ 68
Tabela 1: Estrutura das diretrizes WCAG 2.0 ......................................................................... 74
Lista de Siglas e Abreviaturas
ACIDE
Associação de Integração do Deficiente de Vitória da Conquista
ATAG
Authoring Tool Accessibility Guidelines
CSS
Cascade Style Sheet
IHC
Interação Humano-Computador
HTML
Hiper Text Markup Language
HTTP
Hiper Text Transfer Protocol
NAIPD
Núcleo de Acessibilidade e Inclusão para Pessoas com Deficiência
UAAG
User Agent Accessibility Guidelines
UEFS
Universidade Estadual de Feira de Santana
UESB
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
UESC
Universidade Estadual de Santa Cruz
UNEB
Universidade do Estado da Bahia
WWW
Word Wide Web
W3C
Word Wide Web Consortium
WCAG
Web Content Accessibility Guidelines
WAI
Web Accessibility Initiative
WAI-ARIA
Accessible Rich Internet Applications
Sumário
1 Introdução ............................................................................................................................ 10
1.1 Objetivo Geral ................................................................................................................... 12
1.2 Objetivos Específicos ........................................................................................................ 12
1.3 Delimitação do Estudo ...................................................................................................... 12
1.4 Método de Estudo ............................................................................................................. 13
2 Referencial Teórico .............................................................................................................. 15
2.1 Interação Humano-computador ......................................................................................... 15
2.1.1 Tecnologias Assistivas .................................................................................................... 16
2.2 Acessibilidade na Web ...................................................................................................... 17
2.2.1 World Wide Web (WWW) ............................................................................................. 19
2.2.2 World Wide Web Consortium (W3C) ............................................................................ 20
2.2.2.1 Web Accessibility Initiative (WAI) ............................................................................. 21
2.2.2.2 Web Content Accessibility Guidelines (WCAG) 2.0 .................................................. 22
2.3 Ferramentas de Avaliação Automática de Acessibilidade na Web .................................... 24
2.3.1 AccessMonitor ............................................................................................................... 25
2.3.2 Total Validator ................................................................................................................ 28
2.4 Trabalhos Relacionados .................................................................................................... 31
3 Coleta e Análise de Dados ................................................................................................... 33
3.1 Testes com Ferramentas de Avaliação Automática de Acessibilidade Web ...................... 33
3.1.1 Portal da UEFS ............................................................................................................... 34
3.1.1.1 Avaliação com AccessMonitor .................................................................................... 36
3.1.1.2 Avaliação com Total Validator .................................................................................... 36
3.1.2 Portal da UESB .............................................................................................................. 37
3.1.2.1 Avaliação com AccessMonitor .................................................................................... 39
3.1.2.2 Avaliação com Total Validator .................................................................................... 40
3.1.3 Portal da UESC .............................................................................................................. 41
3.1.3.1 Avaliação com AccessMonitor .................................................................................... 43
3.1.3.2 Avaliação com Total Validator .................................................................................... 44
3.1.4 Portal da UNEB ............................................................................................................. 45
3.1.4.1 Avaliação com AccessMonitor .................................................................................... 46
3.1.4.2 Avaliação com Total Validator .................................................................................... 47
3.1.5 Visão Geral dos Erros Encontrados ................................................................................ 47
3.2 Testes com Usuários .......................................................................................................... 53
3.2.1 Portal da UEFS ............................................................................................................... 55
3.2.1.1 Pontos Principais do Acompanhamento dos Testes .................................................... 56
3.2.2 Portal da UESB .............................................................................................................. 57
3.2.2.1 Pontos Principais do Acompanhamento dos Testes .................................................... 58
3.2.3 Portal da UESC .............................................................................................................. 60
3.2.3.1 Pontos Principais do Acompanhamento dos Testes .................................................... 61
3.2.4 Portal da UNEB ............................................................................................................. 62
3.2.4.1 Pontos Principais do Acompanhamento dos Testes .................................................... 63
4 Conclusão ............................................................................................................................. 65
4.1 Recomendações para Acessibilidade de Sites ................................................................... 66
4.2 Sugestões de Trabalhos Futuros ........................................................................................ 66
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 67
APÊNDICES .......................................................................................................................... 69
APÊNDICE A - Termo de Consentimento de Participação em Pesquisa ............................... 69
ANEXOS ................................................................................................................................ 70
ANEXO A – Recomendações de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG) 2.0 ............. 70
14
1 Introdução
O acesso à informação está entre as condições necessárias para que uma pessoa tenha
uma vida satisfatória em sociedade. Este acesso tem sido facilitado pela diversidade de meios
pelos quais é possível buscar informação. A Internet é uma das fontes de informação que mais
se destacam atualmente, pela facilidade e rapidez tanto para a inserção quanto para obtenção
de dados. As principais características da Internet que a tornam bastante utilizada são a rapidez, a abrangência e a interoperabilidade, que proporcionam um grande fluxo de informações
e diversidade de fontes (PINTO, 2009). Tais propriedades contribuem para o acesso a serviços
que antes eram de difícil disponibilidade, como a comunicação, educação e entretenimento.
Especificamente na educação, tanto a facilidade para obtenção de informação quanto o surgimento de ferramentas e-learning, provocaram a aproximação entre quem deseja formação e as
possibilidades existentes (DIAS, 2010).
Pessoas com deficiência estão entre as que mais se beneficiam destes avanços. Muitos
serviços são oferecidos pela Internet, evitando, por exemplo, necessidade de deslocamento,
leitura e escrita em papel. As oportunidades de desenvolvimento social e profissional se tornam cada vez mais abrangentes, no que se refere à facilidade de acesso. Estes são fatores que
favorecem as pessoas com deficiência no processo de participação na sociedade. Considerando estes fatos, constata-se que a acessibilidade não se resume a questões de desenvolvimento
Web, mas de prestação adequada de serviços que contribuam com a evolução da sociedade,
por meio da disponibilização adequada de um dos valores mais importantes neste processo: a
informação.
Neste contexto, a acessibilidade está associada à facilidade de acesso a dados e compreensão dos mesmos como informação (RAMOS, 2011). A forma de apresentação das informações, as ferramentas utilizadas para acessá-las e as diversas características das pessoas que
as buscam são os principais componentes que influenciam no grau de acessibilidade ao conteúdo (BACH, 2009). Exemplo de interação entre estes componentes é o acesso à Internet por
um usuário com algum tipo de deficiência utilizando um dispositivo que pode executar um
software específico para facilitar o seu manuseio. Um dos pontos fundamentais para que os
objetivos desta interação sejam atingidos é a apresentação das informações nas páginas Web
de forma compatível com o dispositivo e o software utilizados. As páginas que compõem os
sites na Internet tem como base a linguagem HTML (Hiper Text Markup Language) e, portanto, são compostas por texto estruturado de forma que possa ser interpretado pelos programas
de computador criados para esta finalidade, chamados de navegadores. Com o avanço dos
15
meios para envio de dados através da Web e exibição dos mesmos nos navegadores, outros
formatos de conteúdo passaram a ser incorporados às páginas, como imagem, áudio e vídeo. A
utilização destes meios não textuais, sem a preservação da estrutura básica das páginas, é um
dos fatores que podem prejudicar a interpretação dos dados pelos programas utilizados para
este objetivo. Nestes casos, diz-se que o site não é acessível.
Foram criados padrões de apresentação com o intuito de tornar os conteúdos publicados
na Web interpretáveis de forma satisfatória por qualquer dispositivo com software desenvolvido para este fim. Considerando estes padrões, é possível tanto desenvolver sistemas computacionais baseados na Web que possam ser utilizados sem restrições críticas relacionadas aos
dispositivos e às possíveis limitações dos usuários, como também avaliar sistemas existentes
para detectar pontos que precisem ser modificados. Um destes padrões é o WCAG (Recomendações de Acessibilidade para Conteúdo Web), cuja primeira versão (WCAG 1.0) foi publicada em maio de 1999 como uma recomendação da W3C – World Wide Web Consortium.
A versão 2.0 do WCAG foi lançada em 2008, visando, além de trazer melhorias à versão anterior, acompanhar os avanços ocorridos na área de desenvolvimento Web. Alguns trabalhos relatam a existência de críticas negativas por parte de muitos envolvidos em projetos
de desenvolvimento de software com a alegação de a nova versão ter ficado confusa (PAES,
2010).
A importância da atenção à acessibilidade se torna maior quando o site ou sistema Web
oferece serviços como os do Governo, acesso a dados e emissão de documentos, por exemplo.
Os portais das universidades públicas são um dos exemplos de fonte de informação educacional para formação acadêmica e/ou profissional. A formação de nível superior tem se tornado
acessível a um número maior de pessoas nos últimos anos, o que também provoca o aumento
da diversidade de perfis tanto em relação às ferramentas utilizadas para acesso aos portais das
instituições de ensino, quanto às características físicas, mentais e intelectuais dos usuários.
Os sites ligados ao Governo, devem estar de acordo com as exigências de acessibilidade, de acordo com o Decreto nº 5.296 de 2 de dezembro 2004. Para apoiar os portais dos serviços públicos no atendimento a estas exigências, o Governo criou o e-MAG – Modelo de
Acessibilidade de Governo Eletrônico. O e-MAG é baseado no WCAG 1.0, mas, o padrão do
Governo Brasileiro exclui alguns pontos presentes no WCAG 1.0, com o objetivo de tornar o
documento mais simples quanto à interpretação e aplicação. Há trabalhos que apontam brechas a práticas contrárias à acessibilidade neste padrão, devido justamente a esta simplificação
16
das diretrizes.
1.1 Objetivo Geral
O objetivo deste trabalho é avaliar os portais web das universidades públicas estaduais
da Bahia (UEFS – Universidade Estadual de Feira de Santana, UESB – Universidade Estadual
do Sudoeste da Bahia, UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz e UNEB – Universidade
do Estado da Bahia) quanto à conformidade com as WCAG 2.0 (Web Content Accessibility
Guidelines – Recomendações para Acessibilidade de Conteúdo Web) para identificar problemas de acessibilidade em seu conteúdo.
1.2 Objetivos Específicos
O objetivo geral será alcançado com a satisfação dos seguintes objetivos específicos:
•
Identificar os tipos de abordagens das ferramentas de avaliação automática às quais as
páginas serão submetidas;
•
Elaborar um padrão para tabulação dos dados que torne possível a comparação entre
as saídas geradas pelas ferramentas de avaliação automática;
•
Relacionar os dados obtidos nas avaliações com as ferramentas de avaliação automática e os testes com usuários com deficiência visual;
•
Identificar, nos resultados dos testes, os pontos positivos e os negativos encontrados
com mais frequência que possam servir de amostra da acessibilidade das páginas avaliadas.
1.3 Delimitação do Estudo
A avaliação de um site quanto à acessibilidade do seu conteúdo abrange aspectos relacionados a desenvolvimento de software, configuração de hardware, características da conexão
à Internet, entre outros. Por ser um campo tão vasto, torna-se complexo o seu estudo por todos
os ângulos. A maioria das produções pesquisadas para este trabalho aponta como abordagens
essenciais para conhecer o nível de acessibilidade de uma página da Web: conformidade com
diretrizes, avaliação por especialistas e testes com a participação de usuários. Este trabalho se
limita a submeter páginas dos sites a ferramentas de avaliação automática de acessibilidade
para detectar erros e à realização de testes com a participação de usuários.
A conformidade com diretrizes de acessibilidade é um dos primeiros passos para identificar o quanto um site é acessível ou necessita ser adequado à acessibilidade (BACH, 2009).
Diretrizes como as WCAG 2.0 definem como o código HTML deve ser estruturado nas pági-
17
nas apresentadas na Web, tornando a sua interpretação compatível com as ferramentas utilizadas pelos usuários ao acessá-las. A partir da adequação a um padrão, o site pode se adaptar
com maior facilidade a requisitos mais específicos de acessibilidade.
Normalmente, as ferramentas de avaliação automática de acessibilidade varrem a página
verificando o código HTML quanto à disposição das tags – utilizadas para formatação do texto – e seus atributos, especialmente aqueles utilizados para descrever imagens e outros elementos visuais. As estruturas que estiverem fora do padrão utilizado como referência são sinalizadas como erro. Além disso, são retornados avisos indicando pontos que devem ser verificados manualmente, para comprovação de conformidade com as diretrizes consideradas. A
submissão das páginas escolhidas tem como objetivo obter os erros referentes aos requisitos
de acessibilidade. Geralmente, as ocorrências de erros apontadas pelas ferramentas são confirmadas quando analisadas manualmente. O mesmo não se pode afirmar em relação aos avisos
emitidos, os quais dependem de uma avaliação manual e mais criteriosa.
Os testes com usuários são importantes por possibilitarem a revelação de falhas relacionadas à acessibilidade que geralmente não são identificadas através de ferramentas de avaliação automática, por estarem além da estruturação do código fonte, ou seja, estão relacionados
a questões de usabilidade.
O foco deste trabalho é a descoberta de erros que interferem diretamente na utilização
de ferramentas como leitores de tela – geralmente utilizados por pessoas com deficiência visual total. Estas ferramentas possibilitam uma navegação confortável apenas se as páginas acessadas apresentarem uma estrutura conforme os padrões de acessibilidade.
1.4 Método de Estudo
O caráter deste estudo é de pesquisa exploratória, visando a avaliação qualitativa da
acessibilidade das páginas escolhidas. Os elementos utilizados para este objetivo foram o guia
de recomendações para acessibilidade, as ferramentas de avaliação automática de acessibilidade, os testes práticos com usuários com deficiência visual e as páginas dos sites alvos das avaliações.
As páginas escolhidas para a submissão às ferramentas de avaliação foram a inicial e a
que apresenta a lista dos cursos de graduação oferecidos pela instituição. A escolha é devido à
importância destas páginas tanto para um primeiro acesso, por usuários que buscam informações sobre a instituição e seus cursos, quanto por aqueles que já fazem parte do seu cotidiano
e querem manter-se atualizados.
18
Os testes realizados neste estudo compreendem uma análise estrutural das páginas. Embora a acessibilidade de uma página Web seja um assunto muito abrangente, pelo fato de existirem inúmeros tipos e/ou graus de deficiências, assim como diversas ferramentas que auxiliam no acesso, a base para assegurar o desenvolvimento de aplicações acessíveis é a utilização
adequada do HTML, que tem a função de estruturar a apresentação do conteúdo (textos, imagens, formulários, sons e correlatos) de forma lógica e intuitiva. As recomendações WCAG
2.0 tem o objetivo de auxiliar na construção de sites bem estruturados, a fim de tornar o seu
conteúdo mais acessível.
As ferramentas utilizadas para análise das páginas foram o AccessMonitor e o Total Validator. O AccessMonitor é executado online, via navegador web e oferece avaliação de conformidade com as diretrizes WCAG 1.0 e WCAG 2.0. O Total Validator é instalado localmente, mas pode ser executado também a partir de um plugin disponível para o navegador Firefox
e oferece mais opções de configurações. Aplica testes de conformidade com as diretrizes
WCAG 1.0, WCAG 2.0 e US Section 508.
19
2 Referencial Teórico
A informação é elemento decisivo no processo de evolução pessoal, profissional e social
de qualquer indivíduo (BACH et al., 2009). Dentre as inúmeras características que diferem os
seres humanos dos outros seres vivos, a capacidade de reter e gerar informações é a que mais
favorece a sua sobrevivência e crescimento em diversos aspectos (COSTA; SILVA; RAMALHO, 2010).
Por ter tamanha importância na existência dos seres humanos, a informação apresentase como um direito ao qual todas as parcelas da sociedade devem ter possibilidade de acesso
garantida. Os meios pelos quais se produz informação variam de acordo com fatores como
cultura, ambiente e características físicas, por exemplo (COSTA; SILVA; RAMALHO, 2010).
O mesmo se pode dizer dos meios para obter informação; o que leva à necessidade de torná-la
acessível independentemente dos meios utilizadas para este objetivo.
2.1 Interação Humano-computador
Os sistemas computacionais tem se tornado os meios mais utilizados para gerar, armazenar e acessar informações. A velocidade com que os dados são processados é um dos fatores
que tornam estes sistemas adequados à manipulação de informações. Sistemas de informação
tem o objetivo de solucionar problemas, seja por automatizar processos, evitar utilização de
meios impressos ou disponibilizar informações de forma facilitada. Mas, para que este objetivo seja alcançado, é fundamental que a interação do usuário com o sistema tenha qualidade na
apresentação e na resposta às ações do usuário (BACH, 2009). Segundo Pinto (2009), um dos
fatores que contribuíram para despertar a necessidade de projetar interfaces de sistemas mais
amigáveis ao usuário foi a utilização do computador em equipes. As interfaces eram projetadas com foco na interação com um único usuário, nos projetos de interação humano-computador, até o início dos anos 90. Ao integrar-se aos processos nos quais as pessoas produzem e/ou
acessam informações, os sistemas computadorizados trouxeram a necessidade do estudo e
projeto de interfaces que facilitem a interação do usuário com os seus componentes (PINTO,
2009). Antes de os computadores se tornarem populares, sua utilização concentrava-se no estudo e desenvolvimento científico e industrial, sendo operados por seus próprios desenvolvedores e por conhecedores das áreas nas quais eram utilizados, não havendo, portanto, busca
por otimização da interação dos usuários com as máquinas.
O estudo de Interação Humano-Computador – IHC tem como objetivo identificar estratégias e componentes que possibilitem o melhor aproveitamento possível das potencialidades
20
dos sistemas computadorizados pelos seus usuários. Entre os fatores considerados estão despertar o interesse do usuário pelo sistema; rápido entendimento das funções disponíveis; evitar, antecipadamente, possíveis ações errôneas do usuário; e a segurança dos dados em caso de
erros. A interface do sistema deve despertar o interesse do usuário em utilizá-lo e evitar que
este suponha que sua operação seja de difícil compreensão (PREECE; ROGERS; SHARP,
2005). A responsabilidade em evitar ações e/ou inserções incorretas deve estar entre os requisitos funcionais do sistema, sempre que possível, em vez de depender da atenção e conhecimento do usuário. Quando um erro não puder ser evitado, o sistema deve manter a consistência dos dados acessados durante a operação e possibilitar o retorno a esta com o mínimo de retrabalho. Estas e outras questões devem ser avaliadas e receber tratamento adequado no desenvolvimento de aplicações que pretendem integrar e otimizar processos de geração, gerenciamento e acesso de informações.
Espera-se que sistemas computacionais que respondam positivamente a requisitos como
estes citados acima não tenham restrições de acesso relacionadas a características pessoais do
usuário e/ou configuração das ferramentas que este utiliza para acessá-lo. Quando estes sistemas são baseados na Web, geralmente com objetivo de ser acessado por um número maior de
usuários do que em uma organização particular, os requisitos de acessibilidade tornam-se ainda mais importantes, devido à diversidade de pessoas e ferramentas que os acessam.
2.1.1 Tecnologias Assistivas
A busca por uma interface que favoreça a interação das pessoas com sistemas computadorizados abrange questões mais específicas que, ao serem estudadas, revelam-se mais elementares. Uma delas é o acesso à informação através do computador por pessoas com deficiência. Geralmente, estas pessoas utilizam ferramentas denominadas “tecnologias assistivas”
ou “tecnologias de apoio”. Há dificuldade em classificar estas ferramentas, devido à sua variedade, em resposta aos também variados tipos e graus de deficiências. Assim como os conceitos de acessibilidade, os temas relacionados a tecnologias assistivas são bastantes abrangentes.
Se forem consideradas todas as limitações comuns aos seres humanos, as ferramentas utilizadas em atividades do dia a dia, como alimentação, locomoção e comunicação, por exemplo,
podem ser tomadas como tecnologias assistivas.
Entre as ferramentas que mais dependem da forma como os dados são estruturados para
apresentação estão aquelas que auxiliam pessoas com deficiência visual. Nestes casos, geralmente são utilizados softwares que necessitam acessar texto e transformá-lo em um tipo de sa-
21
ída que o usuário consiga captar. Entre os mais comuns estão os leitores de tela, os quais leem
os textos presentes nos aplicativos e os converte em áudio, por meio de um sintetizador de
voz.
Exemplos de ferramentas de apoio a pessoas com deficiência visual na utilização de computadores:
a) DOSVOX
Sistema voltado para pessoas com deficiência visual que oferece diversos programas e recursos para execução de tarefas comuns aos usuários de computador, como acesso à Internet,
edição de textos e jogos (DOSVOX, 2002). Executa sob o Microsoft Windows e possui uma
versão para sistemas GNU/Linux chamada Linvox. A comunicação com o usuário é feita através de mensagens sonoras de voz humana gravada (a maior parte das mensagens) ou sintetizador de voz.
b) Gnome-Orca
Leitor de tela para sistemas operacionais GNU/Linux, baseado no ambiente de janelas
Gnome. É um programa livre e de código aberto (MCCANN, 2013). Realiza a leitura dos textos presentes nas janelas e nos aplicativos que possuem suporte à acessibilidade por meio de
sintetizador de voz.
c) NVDA
Programa leitor de tela gratuito. Realiza a leitura dos textos presentes nas janelas e nos
aplicativos que possuem suporte à acessibilidade sob o sistema operacional Microsoft Windows com sintetizador de voz (NVDA, 2014).
d) Jaws
Programa proprietário leitor de tela para Microsoft Windows. É um dos mais avançados
atualmente. Também realiza a leitura dos textos presentes nas janelas e nos aplicativos que
possuem suporte à acessibilidade por meio de sintetizador de voz (JAWS, 2014).
2.2 Acessibilidade na Web
Acessibilidade é o termo utilizado para a possibilidade de qualquer pessoa, independente
de possíveis limitações físicas, interagir e usufruir dos benefícios de uma vida em sociedade,
como educação, meios de transporte e lazer, ou acesso a serviços utilizando sistemas computadorizados (BACH, 2009). Não está restrito, portanto, a pessoas com deficiência, mas aplicase à não restrição de parcelas da população à interação com os produtos e serviços oferecidos
22
(GONZALEZ, 2009). De uma forma geral, acessibilidade refere-se ao direito de acesso a algo
e a ausência de obstáculos que impossibilitem tal acesso (MAIA et al., 2010). Considerando
contextos em que não é possível alcançar o nível completo de disponibilidade de recursos e
serviços, a acessibilidade caracteriza a presença do mínimo de restrições possíveis (PINTO,
2009).
No contexto de uma aplicação Web, a acessibilidade é considerada o requisito básico entre
os componentes de desenvolvimento voltado à boa usabilidade (DIAS, 2010). Trata-se da garantia de que as informações que a aplicação se propõe a transmitir estão acessíveis sob qualquer forma de contato possível dentro do universo da Web. A acessibilidade é, portanto, o
componente indispensável para a usabilidade. Esta última representa um esforço a mais visando o máximo aproveitamento das funcionalidades da aplicação com o máximo de conforto
para o usuário, durante o contato com a mesma e o acesso às informações.
Na Web, garantir acessibilidade às informações, geralmente, significa manter o texto, através do qual são exibidas, interpretável por qualquer ferramenta desenvolvida para este objetivo. Considerando que os componentes básicos da Web são baseados em texto (HTTP e
HTML), o começo da acessibilidade está em não omitir isto.
A acessibilidade na Web está relacionada com a forma como as informações que
compõem as páginas que os sites exibem são apresentadas, se o acesso a estas informações é
confortável ou não, dependendo de fatores ligados aos usuários e aos softwares e hardwares
utilizados. Quando os dados não estão dispostos de forma a manter o objetivo da informação,
independente dos meios utilizados para acesso, problemas de acessibilidade passam a dificultar a percepção, o entendimento, a navegação e a interação com o conteúdo pelo usuário
(MAIA et al., 2010).
Para pessoas com deficiência, a utilização de sistemas computadorizados pode ser tão dificultosa quanto outras tarefas que não conseguem realizar da mesma forma que a maioria dos
outros indivíduos. Estas dificuldades podem ocasionar a não participação de parcelas da sociedade nos processos de produção e consumo de informação. Portanto, acessibilidade é um fator importante na inclusão de pessoas com deficiência em atividades que promovem evolução
pessoal, social e profissional.
O termo deficiência é bastante vasto, considerando que qualquer pessoa pode apresentar
algum tipo de dificuldade motora, sensitiva ou intelectual na realização de tarefas do dia a dia.
Mais ainda: todas as ferramentas elaboradas pelos seres humanos, como copos, objetos cor-
23
tantes, carros, aviões, etc. podem ser tidas como próteses que suprem deficiências na realização de muitas atividades.
Várias soluções foram desenvolvidas para facilitar a execução de atividades por pessoas
com deficiência, entre elas, muitas voltadas para a tecnologia da informação, chamadas tecnologias assistivas. Destas, as que se aplicam a acessar conteúdo disponibilizado na Web muitas
vezes esbarram na falta de acessibilidade dos sites. Estes softwares e/ou dispositivos geralmente necessitam que o conteúdo esteja em conformidade com os padrões de apresentação
para as linguagens de programação utilizadas na construção das páginas. À medida em que as
páginas tem sua apresentação baseada em elementos visuais e não provem informação equivalente em texto, o acesso às informações é dificultado.
2.2.1 World Wide Web (WWW)
A World Wide Web é a estrutura composta por documentos HTML agrupados em
sites/portais, armazenados em computadores servidores a acessados por computadores clientes, via protocolo HTTP, dentro da rede mundial de computadores (SPELTA et al., 2013). A
Web teve início em 1989 e provocou transformações profundas nos conceitos de informação,
comunicação e interação humano-computador.
•
Hiper Text Transfer Protocol (HTTP)
O HTTP é o protocolo utilizado para transmissão de dados através da Internet. Define o
padrão das mensagens de requisição e resposta de dados. A Web se baseia no envio e recebimento de documentos escritos sob a linguagem HTML via HTTP. O fato de os documentos
HTML possibilitarem a inclusão de hiperlinks para outros documentos torna possível a navegação entre as páginas de um mesmo site e entre diferentes sites (SPELTA et al., 2013).
•
Hiper Text Marckup Language (HTML)
O HTML é a linguagem de marcação para exibição de documentos na Web. Tem a fun-
ção de estruturar o conteúdo do documento, tornando sua exibição padronizada e lógica
(SPELTA et al., 2013). No início do seu desenvolvimento, suportava apenas texto, mas, rapidamente passou a incorporar a exibição de outros tipos de medias, como imagens, áudios e vídeos. Os documentos em HTML são interpretados pelos softwares navegadores para serem
exibidos como páginas da Web.
•
Navegadores Web
Os navegadores Web são programas que realizam requisições de documentos HTML
24
utilizando o protocolo HTTP, interpreta-os e envia o resultado para os dispositivos de saída do
computador. Possibilitam a compreensão dos conteúdos da Web de forma amigável aos sentidos humanos, tornando os dados transmitidos via HTTP formatados pelo HTML em páginas
contendo informações de tipos variados (textos, imagens, áudios, vídeos, etc.).
2.2.2 World Wide Web Consortium (W3C)
O W3C é uma entidade fundada em outubro de 1994 por Tim Berners-Lee, também criador da Web. Atualmente, é composta por várias organizações atuantes em áreas como desenvolvimento de software, hardware e comunicação através da Internet. Estas organizações contribuem de várias formas na manutenção e desenvolvimento de projetos ligados à melhoria e
padronização, tanto da publicação quanto do acesso a conteúdos na Web. A seguir alguns pontos sobre a instituição, retirados do site www.w3c.org:
Missão do W3C
“A missão do W3C é levar a World Wide Web ao seu potencial máximo, desenvolvendo
protocolos e diretrizes que garantam o crescimento a longo prazo da Web.”
Visão do W3C
“A visão do W3C para a Web pressupõe a participação e o compartilhamento de conhecimentos para gerar confiança em uma escala global.”
Sobre o W3C
“O Consórcio World Wide Web (W3C) é um consórcio internacional no qual organizações filiadas, uma equipe em tempo integral e o público trabalham juntos para desenvolver padrões para a Web. Liderado pelo inventor da web Tim Berners-Lee e o
CEO Jeffrey Jaffe, o W3C tem como missão Conduzir a World Wide Web para que
atinja todo seu potencial, desenvolvendo protocolos e diretrizes que garantam seu
crescimento de longo prazo”.
Conhecendo o W3C
“O Consórcio World Wide Web busca atingir sua missão aglutinando diversas partes
interessadas para juntos, num processo eficaz e consensual, desenvolver padrões de
alta qualidade e com base nas contribuições dos seus filiados, da equipe de especialistas do W3C, e da comunidade em geral”.
Processo
“A grande maioria dos trabalhos no W3C gira em torno da padronização de tecnologias web. Para realizar esse trabalho, o W3C segue processos que promovam o desenvolvimento de padrões de qualidade baseados no consenso da comunidade. Uma
introdução ao processo do W3C dá uma noção de como acontece o trabalho em torno dos padrões no W3C. Todos os interessados podem ter voz no desenvolvimento
do W3C, incluindo filiados grandes e pequenos, além do público em geral. O pro-
25
cesso do W3C busca ser equânime, responsável e alcançar todas os nuances da missão do W3C”.
Padrões
“O W3C desenvolve especificações técnicas e orientações através de um processo
projetado para maximizar a consenso sobre as recomendações, garantindo qualidades técnicas e editoriais, além de transparentemente alcançar apoio da comunidade
de desenvolvedores, do consórcio e do público em geral”.
O W3C desenvolve padrões para diversas áreas relacionadas à Web. Por exemplo, os
padrões de Web Design e Aplicações referem-se ao desenvolvimento de páginas Web e define
diretrizes para as seguintes áreas: HTML & CSS, Script e Ajax, Gráficos, Áudio e Vídeo,
Acessibilidade, Internacionalização, Mobile Web, Privacidade e Matemática na Web.
2.2.2.1 Web Accessibility Initiative (WAI)
O W3C criou a Iniciativa de Acessibilidade Web, em 1997, com o objetivo de desenvolver estratégias, diretrizes e recursos para tornar a Web mais acessível para pessoas com deficiência. As principais diretrizes da WAI são:
a) Web Content Accessibility Guidelines (WCAG) 2.0 – recomendações para criação de
sites Web mais acessíveis;
b) Accessible Rich Internet Applications (WAI-ARIA) 1.0 – desenvolvimento de aplicações Web acessíveis com conteúdo dinâmico e manipulação de eventos;
c) User Agent Accessibility Guidelines (UAAG) 1.0 – desenvolvimento de agentes de
usuário, como navegadores HTML que aumente a acessibilidade de pessoas com deficiência à Web;
d) Authoring Tool Accessibility Guidelines (ATAG) 1.0 – recomendações para o desenvolvimento de ferramentas para criação de conteúdos Web mais acessíveis.
A Figura 2.1 mostra os componentes que devem interagir no esforço pela acessibilidade
na Web, de acordo com a WAI. Estes componentes incluem:
•
conteúdo – as informações na página ou aplicação Web, incluindo:
◦ informações naturais como texto, imagens e sons
◦ código ou marcação que define estrutura, apresentação, etc.
•
navegadores Web, tocadores de media, e outros “agentes de usuário”
26
•
tecnologia assistiva – leitores de tela, teclados alternativos, software de digitalização,
etc.
•
conhecimentos do usuário, experiências e, em alguns casos, estratégias adaptativas
usando a Web;
•
desenvolvedores – designers, programadores, autores, etc., incluindo desenvolvedores
com deficiência e usuários que contribuem com conteúdo;
•
ferramentas de autoria – software que cria Web sites;
•
ferramentas de avaliação – ferramentas de avaliação de acessibilidade Web, validadores de HTML, validadores de CSS, etc.
Figura 2.1 - Componentes essenciais da acessibilidade na Web
Fonte: http://www.w3.org/WAI/intro/components.php
2.2.2.2 Web Content Accessibility Guidelines (WCAG) 2.0
Para manter um padrão no desenvolvimento de aplicações Web, foram definidas diretrizes que orientam a utilização das linguagens de programação envolvidas na construção de sites e sistemas Web. Seguindo estas diretrizes, é possível manter o conteúdo acessível a qualquer dispositivo capaz de navegar na Web e qualquer pessoa, independentemente de características pessoais como, por exemplo, limitações físicas. O objetivo principal destes padrões é
27
tornar as informações acessíveis em nível de software, ou seja, os dados são interpretados pelos softwares, normalmente chamados de navegadores e disponibilizados aos usuários, não
importando a forma como estes interagem com as aplicações.
As Recomendações de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG) 2.0, abrange diversas
recomendações com a finalidade de tornar o conteúdo Web mais acessível. Tais recomendações são agrupadas de acordo com a seguinte hierarquia:
Princípios – quatro princípios que constituem a fundação da acessibilidade na Web:
Perceptível, Operável, Compreensível e Robusto.
Recomendações – 12 recomendações apresentam os requisitos básicos que os desenvolvedores devem atender para tronar o conteúdo acessível a usuários com diferentes deficiências.
Critérios de Sucesso – para cada recomendação, foram definidos critérios de sucesso
testáveis, permitindo que as WCAG 2.0 possam ser empregadas nos casos em que são exigidos requisitos e testes de conformidade. Os critérios de sucesso são agrupados por níveis de
prioridade: A (o mais baixo), AA e AAA (o mais alto). Exemplos de critérios de sucesso: 1.1.1
Conteúdo não textual (A), 1.4.4 Redimensionar texto (AA) e 2.4.10 Cabeçalhos da sessão
(AAA).
Técnicas de tipo Suficiente e de tipo Aconselhada – para cada recomendação e critério de sucesso do documento WCAG 2.0, foram criadas técnicas de caráter informativo divididas em dois tipos: suficientes, que correspondem aos critérios de sucesso e aconselhadas,
que vão além do requerido pelos critérios de sucesso e permitem um melhor cumprimento das
recomendações.
Os princípios e as respectivas recomendações WCAG 2.0 são:
1. Perceptível
1.1. Fornecer Alternativas textuais para qualquer conteúdo não textual, permitindo que
possa ser alterado, se necessário, para outros formatos como impressão com tamanho de fontes maiores, Braille, fala, símbolos ou linguagem mais simples.
1.2. Fornecer Alternativas para mídias baseadas no tempo.
1.3. Criar conteúdo que pode ser apresentado de modos diferentes (por exemplo um
layout simplificado) sem perder informação ou estrutura.
1.4. Tornar mais fácil aos usuários a visualização e audição de conteúdos incluindo as
28
separações das camadas da frente e de fundo.
2. Operável
2.1. Fazer com que todas as funcionalidades estejam disponíveis através do teclado.
2.2. Prover tempo suficiente para os usuários lerem e usarem o conteúdo.
2.3. Não projetar conteúdo de formas que, conhecidamente, causam ataques epiléticos.
2.4. Prover formas de ajudar os usuários a navegar, localizar conteúdos e determinar
onde se encontram.
3. Compreensível
3.1. Tornar o conteúdo de texto legível e compreensível.
3.2. Fazer com que as páginas da Web apareçam e funcionem de modo previsível.
3.3. Ajudar os usuários a evitar e corrigir erros.
4. Robusto
4.1. Maximizar a compatibilidade entre os atuais e futuros agentes do usuário, incluindo as tecnologias assistivas.
Uma apresentação mais detalhada das recomendações WCAG 2.0 está disponível no
Anexo I.
2.3 Ferramentas de Avaliação Automática de Acessibilidade na Web
A avaliação da interface é essencial para a adequação de um sistema às exigências que a
interação com o usuário suscita. Preece, Rogers e Sharp (2005) definem a avaliação como a
coleta de dados de forma sistemática para obter informações sobre a utilização de um produto
por um determinado usuário ou grupo de usuários. Dizem, também, que muitos designers e
desenvolvedores, tomam sua própria capacidade de idealização e construção de um website,
por exemplo, como garantia de que o software criado atende às necessidades dos usuários alvos, dispensando a possibilidade da aplicação de técnicas de avaliação sobre o mesmo.
As aplicações Web podem ser avaliadas quanto à conformidade com diretrizes. Isto
pode ser feito manualmente, mas pode tornar-se impraticável em aplicações de grande porte.
Para agilizar as avaliações, foram desenvolvidas ferramentas que automatizam o processo. O
foco destas ferramentas é a verificação do código fonte, relacionando sua estrutura aos padrões recomendados. A interface de aplicações Web, geralmente, tem como base o HTML
(Hiper Text Markup Language). Neste caso, a ferramenta varre as páginas verificando se a
disposição das tags HTML e a utilização dos atributos atendem aos padrões que garantem o
29
acesso irrestrito à aplicação.
A conformidade a recomendações não é garantia de bons resultados de acessibilidade na
interface de um software, pois as questões de usabilidade também afetam o acesso do usuário
às suas informações e funções. Um site pode estar em conformidade com recomendações de
acessibilidade, mas o desconforto ao percorrer seus links pode desanimar o usuário que estiver utilizando um leitor de tela, por exemplo, a continuar a navegação por suas páginas.
2.3.1 AccessMonitor
O AccessMonitor é um avaliador automático de acessibilidade desenvolvido pela
Unidade ACESSO da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, IP (Portugal)
(http://www.acessibilidade.gov.pt/accessmonitor). Usa como referência a versão 2.0 das Recomendações de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG) do World Wide Web Consortium
(W3C).
A ferramenta é acessada via navegador Web, sem a necessidade de instalação de nenhum software adicional. A página Web pode ser submetida à avaliação de três formas (Figura
2.2): inserção da URL no campo disponível na ferramenta; carregamento de arquivo contendo
o código; e inserção direta do código fonte numa área de texto existente na ferramenta. Além
da conformidade com as WCAG 2.0, o AccessMonitor aplica validação CSS 3.0 e CSS 2.1 e
(x)HTML. Como parte de seus testes, também submete a página avaliada ao validador de
(x)HTML oficial do W3C.
30
Figura 2.2 - Página inicial da ferramenta de avaliação automática de acessibilidade AccessMonitor
Fonte: http://www.acessibilidade.gov.pt/accessmonitor/
A Figura 2.3 mostra o sumário retornando os dados principais da avaliação: o índice de
conformidade da página, de acordo com métricas da ferramenta, a quantidade de tipos de
acertos, erros e avisos agrupados por nível de conformidade, além do total de elementos analisados.
Figura 2.3 - Sumário do AccessMonitor ao avaliar página
Fonte: http://www.acessibilidade.gov.pt/accessmonitor/
Os detalhes dos resultados da avaliação podem ser analisados em dois modos de visualização. Na Figura 2.4, os dados são apresentados na “versão linear”, agrupados por tópicos
pré-definidos pela ferramenta.
31
Figura 2.4 - Detalhes dos testes com a ferramenta AccessMonitor exibidos em versão linear
Fonte: http://www.acessibilidade.gov.pt/accessmonitor/
Na “versão placar” (Figura 2.5), os resultados são agrupados por nível de conformidade.
Em ambas as versões de visualização, o resumo dos dados (Figura 2.3) é exibido no início da
página.
32
Figura 2.5 - Detalhes dos testes com a ferramenta AccessMonitor exibidos em versão placar
Fonte: http://www.acessibilidade.gov.pt/accessmonitor/
Ainda é possível um maior detalhamento dos elementos referenciados nos resultado, clicando nos botões ao lado da descrição e quantidade de ocorrências, para verificação manual.
Os elementos podem ser visualizados de três formas:
•
visão por elemento;
•
visão no código, organizado através do Document Object Model (DOM) e;
•
visão das ocorrências sobrepostas na página original.
2.3.2 Total Validator
O Total Validator (http://www.totalvalidator.com/) é uma ferramenta de validação automática de conformidade com as WCAG 1.0, WCAG 2.0 e a US Section 508. Também executa
validação HTML, verifica links quebrados e é corretor ortográfico para os idiomas Inglês,
Frances, Italiano, Espanhol e Alemão. É um software portátil, necessitando apenas ser extraído em uma pasta local para poder ser executado. Como mostra a Figura 2.6, a ferramenta possibilita várias combinações de configuração, entre as conformidades supracitadas.
33
Figura 2.6 - Tela da ferramenta de avaliação automática de
acessibilidade Total Validator
Fonte: Dados da pesquisa
O Total Validator possui um plugin para os navegadores Firefox e Chrome que facilita a
submissão de páginas à avaliação, pois a executa a partir do navegador, submetendo a página
em exibição (ver Figura 2.7).
34
Figura 2.7 - Plugin do Total Validator para o navegador Firefox
Fonte: Dados da pesquisas
Saída de um erro encontrado pelo Total Validator:
Figura 2.8 - Descrição de erro pelo Total Validator
Fonte: Dados da pesquisa
O Total Validator oferece também a opção de descrição detalhada do erro com link de
referência às WCAG 2.0.
E868 - 4 instance(s): A 'stuttering' effect occurs when you have the same link text as the 'alt'
text of an image within the link. See http://www.w3.org/TR/WCAG20-TECHS/H2.html
Texto 2.1 - Descrição detalhada de erro detectado pelo Total Validator
35
2.4 Trabalhos Relacionados
Uma Metodologia para a Avaliação Multidimensional da Acessibilidade de Interfaces com o Usuário para Aplicações Web (RAMOS, 2011)
Este trabalho consistiu na proposição de uma abordagem multidimensional para a avaliação da acessibilidade de sistemas Web, baseada em três enfoques de avaliação: inspeção de
conformidade; mensuração do desempenho; e satisfação subjetiva do usuário.
A validação da abordagem metodológica considerou um estudo de caso envolvendo a
avaliação da acessibilidade de um website construído mediante o software Joomla. Neste estudo, foram comparados os resultados de testes envolvendo grupos de participantes classificados a partir de suas necessidades especiais e do grau de experiência com sistemas computacionais.
A premissa de que a conjugação das três técnicas adotadas produz resultados complementares e mais robustos foi confirmada pelos resultados obtidos com o experimento conduzido para a validação da abordagem metodológica.
Avaliação de Acessibilidade na Web: Estudo Comparativo entre Métodos de Avaliação com a Participação de Deficientes Visuais (BACH, 2009)
O trabalho teve como objetivo realizar uma avaliação entre diferentes métodos de avaliação de acessibilidade na Web, buscando evidenciar as vantagens e desvantagens de cada um
destes métodos. Para tanto, foi realizado um estudo de caso de avaliação de acessibilidade envolvendo três métodos de avaliação (conformidade com diretrizes, avaliação com especialistas e avaliação com usuários) e utilizando ferramentas automáticas e a participação de especialistas e usuários com deficiência visual. Os resultados permitiram identificar as características de cada método e ferramentas utilizados e elaborar uma lista de recomendações para avaliações de acessibilidade.
Um Estudo a Respeito da Conformidade de Sítios Brasileiros Quanto aos Padrões
de Acessibilidade e Usabilidade (SOUZA, 2009)
O objetivo principal deste trabalho foi a avaliar a conformidade de sites do Governo
Brasileiro a padrões de acessibilidade e usabilidade. Foram empregados testes de conformidade dos sites às diretrizes de acessibilidade Web Content Accessibility Guidelines 2.0; às diretrizes de usabilidade Research-Based Web Design e Usability Guidelines; e sob o ponto de
vista de usuários com deficiência visual.
Para os testes de acessibilidade forma utilizadas as ferramentas automáticas de avalia-
36
ção de acessibilidade ASES e TAW. Para avaliar a usabilidade dos sites foi utilizada a ferramenta Sort Site.
O trabalho concluiu que os sites avaliados possuem muitas barreiras à acessibilidade e
que o grupo de usuários com necessidades especiais mais prejudicado é aquele constituído por
pessoas com deficiência visual.
Um Método para Acessibilização de Contéudo de Sites para Pessoas com Deficiência Visual (2009)
O presente trabalho tem como objetivo propor, através de um estudo de caso, um método de acessibilização de sites (até a etapa de validação com validadores automáticos) que possa dar suporte aos profissionais Web em suas atividades de acessibilizar sites de forma sistemática e organizada.
O estudo de caso consiste em uma avaliação de um site já pronto e tem por objetivo
identificar possíveis problemas de acessibilidade que podem ser solucionados ou minimizados
durante o processo de acessibilização de sites, e assim, facilitar e auxiliar os profissionais de
sistemas no projeto e acessibilização de sites de forma a garantir a construção de sites com
conteúdo compreensível e navegável.
Acessibilidade de Informações em Portais Governamentais para Deficientes Visuais: O Caso da Receita Federal do Brasil (SILVEIRA et al. 2010)
O objetivo desta avaliação foi identificar os problemas que pudessem impedir ou dificultar o acesso e o entendimento das informações pelos deficientes visuais.
Para tal, efetuou-se uma pesquisa qualitativa do tipo exploratória. Ao realizar esta avaliação com o grupo de usuários, foi possível observar a forma como eles interagem com o site
da Receita Federal, verificando as reais dificuldades durante essa interação.
Concluiu-se que é importante o auxílio de portadores de necessidades especiais no desenvolvimento dos sites, como testadores, ao lado dos validadores automáticos, para que seja
obtido um grau real de acessibilidade, garantindo a apropriação e uso das informações por
toda a sociedade.
37
3 Coleta e Análise de Dados
Os testes foram realizados na página inicial e na página onde estão listados os cursos de
graduação nos portais das quatro universidades públicas estaduais da Bahia: UEFS – Universidade Estadual de Feira de Santana, UESB – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia,
UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz e UNEB – Universidade do Estado da Bahia.
Duas modalidades de testes foram aplicadas aos sites: submissão a ferramentas de avaliação
automática de acessibilidade e acompanhamento de acesso por usuários com deficiência visual.
3.1 Testes com Ferramentas de Avaliação Automática de Acessibilidade Web
Os testes aconteceram entre 21 de julho e 01 de agosto de 2014 com a utilização das ferramentas AccessMonitor (http://www.acessibilidade.gov.pt/accessmonitor/) e Total Validator
(http://www.totalvalidator.com/). Ambas as ferramentas retornam erros resultantes da verificação do código das páginas e avisos, geralmente relacionados a características das páginas que
podem provocar dificuldades à usabilidade das mesmas. Considerando que os avisos necessitam de avaliação manual e comportam um alto grau de subjetividade, estes tiveram os dados
excluídos da tabulação.
O primeiro resultado apresenta a quantidade de erros encontrados na avaliação com o
AccessMonitor nas páginas inicial e de informações sobre os cursos de graduação dos portais
avaliados. O segundo mostra a avaliação das mesmas páginas pelo Total Validator. Para cada
erro encontrado, tanto o AccessMonitor como o Total Validator faz relação com os Critérios
de Sucesso correspondentes nas WCAG 2.0. Isto torna possível identificar o Princípio, a Recomendação e o Nível de Prioridade aos quais determinado erro está infligindo. A descrição
de cada erro é definida pelas próprias ferramentas e, embora existam diferenças entre expressões utilizadas por cada uma, há equivalência nas descrições. Por exemplo: o AccessMonitor
descreve um erro na tag <img /> como “Imagens sem alt”; o Total Validator descreve/momenta o mesmo erro como “When using images, specify a short text alternative with the 'alt' attribute”.
Os quatro portais avaliados possuem características parecidas quanto ao layout. Os portais UEFS, UESC e UNEB tem em comum uma área de onde se pode acessar outros portais
do Governo do Estado (primeiro elemento visível na página), além de menu principal, que
permanece fixo no início da maioria das páginas, com links para os principais locais, informações e/ou funções disponíveis. No site da UESB, este menu encontra-se à esquerda da página
38
inicial, mas não permanece em outras páginas. Nos portais da UESC e da UNEB há mais um
menu à esquerda das páginas e, no da UESC, à direita.
3.1.1 Portal da UEFS
Conforme a Figura 3.1, o portal da UEFS possui um menu principal, que permanece
fixo no início da maioria das páginas, com links para os principais locais, informações ou funções disponíveis.
Figura 3.1 - Página inicial do portal UEFS
Fonte: http://www.uefs.br/portal
Um dos pontos positivos no portal é a existência de um link para saltar para o conteúdo
principal da página. Esta é uma estratégia importante para facilitar a navegação por teclado e
com leitor de tela, porque evita que o usuário percorra todos os links do início da página na
procura pelo conteúdo de seu interesse.
Entre as falhas de acessibilidade, destacam-se a falta do atributo “title” e/ou “alt” nas opções do menu superior. O mesmo é constatado nas imagens dos links para os tipos de usuários
que acessam o site, logo abaixo do formulário de pesquisa.
A Figura 3.2 exibe a página que relaciona os cursos de graduação oferecidos pela institui-
39
ção. Além da falta de descrição dos menus inciais que se repetem nesta página, alguns estão
desativados.
Figura 3.2 - Página dos cursos de graduação do portal UEFS
Fonte: http://www.uefs.br/portal/ensino/graduacao/cursos
40
3.1.1.1 Avaliação com AccessMonitor
O AccessMonitor define os tipos de erros que dificultam a acessibilidade na página e, a
partir da ocorrência de um destes, faz a relação com a estrutura de recomendações considerada. A Figura 3.3 mostra a quantidade de tipos de erros encontrados na página inicial e na página de cursos de graduação, agrupados por nível de prioridade. Como as páginas possuem muitos elementos iguais, os resultados das avaliações são parecidos, apresentando diferenças, geralmente, nas quantidades de ocorrências dos erros.
Figura 3.3 - Resultado da avaliação com o AccessMonitor no Portal da UEFS
AccessMonitor
Quantidade de tipos de Erros
Erros no Site UEFS
7
7
1
A
1
AA
2
3
Página Inicial
Página de Cursos
AAA
Níveis de Prioridade
Fonte: Dados da pesquisa
3.1.1.2 Avaliação com Total Validator
Na avaliação com o Total Validator (ver Figura 3.4) foram detectados menos tipos de erros
em comparação aos resultados do AccessMonitor. Percebe-se que os dois validadores empregam estratégias diferentes ao aplicar a avaliação.
41
Figura 3.4 - Resultado da avaliação com o Total Validator no Portal da UEFS
Total Validator
Quantidade de tipos de Erros
Erros no Site UEFS
3
3
1
1
1
Página Inicial
Página de Cursos
0
A
AA
AAA
Níveis de Prioridade
Fonte: Dados da pesquisa
3.1.2 Portal da UESB
O portal da UESB (ver Figura 3.5) possui uma estrutura de cabeçalhos organizados de forma regular, o que pode auxiliar a navegação por usuários que utilizem leitor de tela. Porém, os
elementos gráficos necessitam de descrição textual ou adequação do texto em muitas áreas da
página inicial. Não foram encontrados links de salto para o conteúdo principal, nem para contornar blocos de conteúdo. O menu principal possui submenus (“Graduação”, por exemplo,
destacado em vermelho) cujas opções tornam-se visíveis apenas com o posicionamento do
cursor do mouse sobre os mesmos.
42
Figura 3.5 - Página inicial do portal UESB
Fonte: http://www.uesb.br
Apesar do menor número de erros encontrados na página de cursos (ver Figura 3.6), esta é
a que mais apresenta problemas à acessibilidade, já que a página contém muitos elementos
construídos com Flash, impedindo a navegação via teclado e com leitor de tela, pois os menus
e submenus são de difícil navegação com estas tecnologias. A exemplo das imagens utilizadas
como objetos disparadores de ação, que devem ter descrição textual alternativa no atributo
“alt”, os elementos construídos com tecnologias como Flash, indicados pela tag <embed>, necessitam ter um elemento equivalente <noembed>, que é executado quando o elemento <embed> não for suportado.
43
Figura 3.6 - Página dos cursos de graduação do portal UESB
Fonte: http://www.uesb.br/catalogo/index.asp
3.1.2.1 Avaliação com AccessMonitor
Na Figura 3.7, que mostra o gráfico de tipos de erros encontrados nas páginas inicial e
de cursos de graduação, percebe-se que a maior parte dos erros se encontram no nível de prioridade A, que concentra a maioria das recomendações referentes a elementos gráficos.
44
Figura 3.7 - Resultado da avaliação com o AccessMonitor no Portal da UESB
AccessMonitor
Quantidade de Tipos de Erros
Erros no Site UESB
13
10
Página Inicial
Página de Cursos
2
2
0
A
0
AA
AAA
Níveis de Prioridade
Fonte: Dados da pesquisa
Junto à tendência de a maioria dos erros estarem no nível A, o número de recomendações
não satisfeitas é maior para os princípios mais fortemente relacionados à acessibilidade: Perceptível (1) e Operável (2).
3.1.2.2 Avaliação com Total Validator
Gráfico mostrando o resultado da avaliação realizada pelo Total Validator na página inicial e na página de cursos de graduação do portal da UESB (figura 3.8).
Figura 3.8 - Resultado da avaliação com o Total Validator no Portal da UESB
Total Validator
Quantidade de Tipos de Erros
Erros no Site UESB
6
Página Inicial
Página de Cursos
1
1
1
0
A
AA
Níveis de Prioridade
Fonte: Dados da pesquisa
0
AAA
45
Embora o foco deste trabalho não seja avaliar as ferramentas utilizadas nos testes, tornase pertinente considerar as diferenças entre os resultados do AccessMonitor e do Total Validator. Este último executa verificação não apenas quanto à acessibilidade, mas também quanto a
validação HTML e sua sintaxe. Um exemplo é a página de cursos do portal da UESB, que
possui muitos elementos desenvolvidos em Flash, sem o suporte adequado ao acesso por leitores de tela. De acordo com a figura 3.8 e a tabela 3.4, o Total Validator não inclui estes elementos entre os erros de acessibilidade, mas de validação HTML. Porém, como os erros no
HTML geralmente influenciam também na acessibilidade das páginas, a abordagem do AccessMonitor torna-se mais adequada à avaliação de acessibilidade.
3.1.3 Portal da UESC
Na página inicial do portal da UESC (ver Figura 3.9) existe estrutura de cabeçalhos,
mas não há um cabeçalho de nível <h1>, recomendado pelas WCAG 2.0 para indicar um título principal na página. Este fato é indicado pelo AccessMonitor como uma inconformidade.
Alguns menus, na barra principal, possuem submenus expansíveis, que se tornam visíveis
apenas quando o cursor do mouse se posiciona sobre o menu, dificultando o acesso via teclado e, consequentemente, com leitor de tela. Outro ponto negativo tanto na página inicial quanto na relação de cursos de graduação (figuras 3.9 e 3.10, respectivamente) é a existência de
uma imagem (destaque em vermelho) “simulando” texto de cabeçalho do menu à esquerda da
página, porém, sem descrição alternativa equivalente.
46
Figura 3.9 - Página inicial do portal UESC
Fonte: http://www.uesc.br
A página dos cursos de graduação (ver Figura 3.10) apresenta um bom layout, mas, poderia explorar mais os cabeçalhos, para facilitar a navegação com leitores de tela.
47
Figura 3.10 - Página dos cursos de graduação do portal UESC
Fonte: http://www.uesc.br/cursos/graduacao
3.1.3.1 Avaliação com AccessMonitor
Na Figura 3.11, gráfico com o quantitativo de tipos de erros retornados pela avaliação
do AccessMonitor. Da mesma forma que em outras páginas avaliadas, a maioria dos erros encontra-se no nível de prioridade A, no qual concentram-se os Critérios de Sucesso relacionados com a utilização de elementos gráficos e as estratégias para que mesmo que estes não sejam detectados pelos usuários e/ou suas ferramentas de acesso, as funções atribuídas a estes
elementos continuem acessíveis.
48
Figura 3.11 - Resultado da avaliação com o AccessMonitor no Portal da UESC
AccessMonitor
Quantidade de Tipos de Erros
Erros no Site UESC
14
9
Página Inicial
Página de Cursos
2
A
1
1
AA
0
AAA
Níveis de Prioridade
Fonte: Dados da Pesquisa
3.1.3.2 Avaliação com Total Validator
A ferramenta Total Validator também detectou a tendência de a maioria dos erros pertencerem à prioridade A (Fugura 3.12), na qual se encontram os Critérios de Sucesso referentes a elementos gráficos e à necessidade de descrições textuais alternativas.
Figura 3.12 - Resultado da avaliação com o Total Validator no Portal da UESC
Total Validator
Quantidade de Tipos de Erros
Erros no Site UESC
4
4
Página Inicial
Página de Cursos
1
1
0
A
AA
Níveis de Prioridade
Fonte: Dados da pesquisa
0
AAA
49
3.1.4 Portal da UNEB
Conforme a Figura 3.13, o portal da UNEB possui uma barra de menus principal localizada no topo da página e um outro grupo de menus à esquerda. A página principal é dividida
em duas colunas: a menor ocupa cerca de 30% da largura da página e comporta o menu esquerdo e a outra ocupa toda a largura restante, unida à barra de menus superior. Esta barra de
menus possui links (destaque em vermelho) que tornam-se visíveis sob o cursor do mouse. O
menu à esquerda é constituído de links mapeados numa única imagem (destaque em vermelho).
Figura 3.13 - Página inicial do portal UNEB
Fonte: http://www.uneb.br
A página dos cursos de graduação à qual é possível chegar utilizando leitor de tela e teclado é mostrada na Figura 3.14.
50
Figura 3.14 - Página dos cursos de graduação do portal UNEB
Fonte: http://www.uneb.br/prograd/graduacao
3.1.4.1 Avaliação com AccessMonitor
A Figura 3.15 apresenta os números com o resultado da avaliação do AccessMonitor
aplicada às páginas inicial e de cursos de graduação do portal da UNEB.
Figura 3.15 - Resultado da avaliação com o AccessMonitor no Portal da UESC
AccessMonitor
Quantidade de Tipos de Erros
Erros no Site UNEB
10
9
Página Inicial
Página de Cursos
2
A
2
AA
Níveis de Prioridade
Fonte: Dados da pesquisa
1
1
AAA
51
3.1.4.2 Avaliação com Total Validator
Na Figura 3.16, a quantidade de erros detectados pelo Total Validator é menor em relação ao AccessMonitor. Em parte, isto se deve ao fato de o Total Validator distinguir conformidade com as WCAG 2.0 e erros de (X)HTML. Estes últimos não são contados como erros de
acessibilidade. Além disso, há dificuldades em verificar, manualmente, entre os erros de
(X)HTML, os quais influenciam na acessibilidade das páginas.
Figura 3.16 - Resultado da avaliação com o Total Validator no Portal da UNEB
Total Validator
Quantidade de Tipos de Erros
Erros no Site UNEB
4
3
Página Inicial
Página de Cursos
1
1
0
A
AA
0
AAA
Níveis de Prioridade
Fonte: Dados da pesquisa
3.1.5 Visão Geral dos Erros Encontrados
A tabela 3.1 exibe os tipos de erros encontrados pela ferramenta AccessMonitor na página
inicial dos quatro portais estudados. Os erros aparecem em ordem decrescente da soma das
quantidades de ocorrências em todos os portais. A maior quantidade de erros encontrados pelo
AccessMonitor, de acordo com o resultado exibido, é de validação (X)HTML, seguidos dos
elementos gráficos sem descrição (alt) equivalente.
Tabela 3.1 - Avaliação da página inicial com o AccessMonitor
Nível
A
Erro
Erros de validação (X)HTML
Ocorrências por Portal
UEFS
UESB
UESC
UNEB
Total
107
78
23
55
263
52
Nível
Erro
Ocorrências por Portal
UEFS
UESB
UESC
UNEB
Total
Links em que o único conteúdo é
uma imagem com alt nulo
11
22
7
6
46
Imagens sem alt
4
24
7
8
43
14
14
1
13
Áreas de mapas de imagem sem alt
Atributos id com valores duplicados
4
2
6
Atributos (X)HTML para controle
da apresentação visual
4
5
4
Manipuladores de eventos não
redundantes
6
5
11
5
5
Eventos associados a elementos não
interativos
Elementos iframe sem title
1
1
2
4
Controles de formulário sem
etiquetas [<label>] associadas e sem
atributo title
3
1
4
Idioma principal não referenciado:
(xml:lang)
1
1
3
Botões gráficos sem alt
2
2
1
1
Elementos <embed> sem
<noembed>
1
1
Formulários sem o botão de envio
1
1
Ausência de links para contornar
blocos de conteúdo
-
-
-
Ausência de link para saltar para o
conteúdo principal
-
-
-
1
46
47
13
14
Unidades de medida absolutas em
(X)HTML
1
Elementos e atributos HTML para
controlar a apresentação do texto
AAA
1
Elementos <object> sem textos
alternativos
Tamanhos de letra definidos em
unidades de medida absolutos
AA
13
1
Links com o mesmo texto que
apontam destinos diferentes
13
134
Cabeçalhos com salto(s) de nível
hierárquico incorretos
1
1
Fonte: Dados da pesquisa
16
1
32
195
2
53
Os resultados da avaliação das páginas dos cursos de graduação pelo AccessMonitor são
apresentados na tabela 3.2. A maior parte dos erros continua sendo de validação (X)HTML.
Em segundo lugar está o uso de atributos (X)HTML para controle da apresentação visual, o
que vai contra o padrão de separação entre conteúdo e apresentação visual. Em seguida, os
elementos com atributo alt inexistente ou nulo. É pertinente destacar, também, os erros descritos como “Elementos <object> sem textos alternativos” e “Elementos <embed> sem <noembed>”, existente apenas no portal da UESB.
Tabela 3.2 - Avaliação da página dos cursos de graduação com o AccessMonitor
Nível
Erro
Ocorrências por Portal
UEFS UESB UESC UNEB Total
Erros de validação (X)HTML
59
35
74
Atributos (X)HTML para controle da
apresentação visual
6
3
42
Imagens sem alt
4
9
1
21
35
Links em que o único conteúdo é uma
imagem com alt nulo
11
1
6
18
Manipuladores de eventos não redundantes
6
228
51
3
9
Elementos <object> sem textos alternativos
6
6
Elementos <embed> sem <noembed>
6
6
Áreas de mapas de imagem sem alt
A
60
Elementos iframe sem title
1
1
Eventos associados a elementos não
interativos
3
Idioma principal não referenciado:
(xml:lang)
1
6
1
3
3
1
Controles de formulário sem etiquetas
[<label>] associadas e sem atributo title
Atributos id com valores duplicados
6
1
3
2
2
1
1
Formulários sem o botão de envio
1
1
Ausência de links para contornar blocos de
conteúdo
-
-
-
Ausência de link para saltar para o conteúdo
principal
-
-
-
54
Nível
Ocorrências por Portal
Erro
UEFS UESB UESC UNEB Total
Ausência de cabeçalhos (<h1>-<h6>)
-
Unidades de medida absolutas em
(X)HTML
AA
1
14
37
Tamanhos de letra definidos em unidades de
medida absolutos
Ausência de links
4
56
45
45
71
96
-
Links com o mesmo texto que apontam
destinos diferentes
13
12
AAA Texto justificado com atributos (X)HTML
2
2
Cabeçalhos com salto(s) de nível
hierárquico incorretos
1
1
Fonte: Dados da pesquisa
Na avaliação realizada pelo Total Validator (ver tabela 3.3) na página inicial dos portais
estudados, destacam-se os erros referentes à inexistência de textos alternativos de descrição de
elementos. Há também a indicação de um erro como “Duplicação desnecessária de descrição
de link”. Este se refere a imagens de links que tem não só um atributo 'alt', mas 'title' e uma
tag <span> com a mesma descrição. Usuários que acessam com leitor de tela vão ouvir a descrição três vezes. Um exagero que causa desconforto durante a interação com a página.
Tabela 3.3 - Avaliação da página inicial com o Total Validator
Nível
A
Erro
Ocorrências por Portal
UEFS UESB UESC UNEB
Total
Quando usar imagens, especifique uma
alternativa em texto abreviado com o
atributo 'alt'
4
29
7
10
50
'id' com valor duplicado
6
2
7
2
17
Duplicação desnecessária de descrição de
link
Adicionar um atributo 'title' para facilitar
a identificação e navegação
Associar tags <label> em controles de
formulário utilizando o atributo 'id'
6
1
1
2
6
1
2
5
2
55
Nível
Erro
Ocorrências por Portal
UEFS UESB UESC UNEB
Controles de formulário sem rótulo
devem ter um atributo 'title'
1
Botão enviar não encontrado
AA Use unidades relativas, e não absolutas
1
1
3
1
1
Total
2
1
26
31
Fonte: Dados da pesquisa
O resultado da avaliação da página de cursos (ver tabela 3.4) não apresenta os erros relacionados com elementos swf/flash, os quais, se não forem tratados com os elementos alternativos necessários, causam prejuízos ao acesso por usuários que utilizam leitores de tela. A
ausência de detecção destes erros pelo Total Validator se deve ao fato de este realizar a validação do HTML separadamente, não considerando como parte das recomendações WCAG 2.0.
A presença do elemento <embed> sem um <noembed> equivalente é considerado, portanto,
como erro de HTML e o Total Validator não o exibe entre os erros de acessibilidade.
Tabela 3.4 - Avaliação da página dos cursos de graduação com o Total Validator
Nível
A
Erro
Ocorrências por Portal
UEFS UESB UESC UNEB
Quando usar imagens, especifique uma
alternativa em texto abreviado com o
atributo 'alt'
4
'id' com valor duplicado
6
Adicionar um atributo 'title' para facilitar
a identificação e navegação
1
9
1
8
Total
22
6
1
Controles de formulário sem rótulo
devem ter um atributo 'title'
1
3
2
2
Botão enviar não encontrado
1
1
Referência a um atributo 'id' em falta ou
incorreto
1
1
AA Use unidades relativas, e não absolutas
3
15
38
188
244
Fonte: Dados da pesquisa
Os testes mostraram que os principais erros contra a acessibilidade nas páginas analisa-
56
das dos portais são de validação de (X)HTML, suporte à navegação via teclado e descrição
apropriada de imagens e links. A maioria dos erros afetam os princípios Perceptível (1) e Operável (2), fundamentais para uma boa interação de usuários que utilizam tecnologias assistivas
– ou simplesmente não possam utilizar o mouse – com as páginas analisadas.
A tabela 3.5 lista os Critérios de Sucesso relativos a cada erro encontrado no processo
de avaliação das páginas. Esta relação é interessante por facilitar a localização do erro dentro
das WCAG 2.0, definindo a qual Princípio e Recomendação o erro fere, observando-se a numeração do Critério de Sucesso.
Tabela 3.5 - Descrição dos Critérios de Sucesso descumpridos por tipo de erro
Nível
Erro
Erros de validação (X)HTML
Critérios de Sucesso
4.1.1 Análise
2.4.4 Finalidade do Link (Em
Contexto)
Links em que o único conteúdo é uma imagem com
2.4.9 Finalidade do Link
alt nulo
(Apenas o Link)
4.1.2 Nome, Função, Valor
Imagens sem alt
Manipuladores de eventos não redundantes
Atributos id com valores duplicados
1.1.1 Conteúdo Não Textual
2.1.1 Teclado
2.1.3 Teclado (Sem Exceção)
4.1.1 Análise
1.3.1 Informações e Relações
A
Atributos (X)HTML para controle da apresentação 1.4.5 Imagens de Texto
visual
1.4.9 Imagens de Texto (Sem
Exceção)
Elementos (X)HTML para controle da
apresentação visual
Elementos iframe sem title
Eventos associados a elementos não interativos
4.1.2 Nome, Função, Valor
2.4.1 Ignorar Blocos
4.1.2 Nome, Função, Valor
4.1.2 Nome, Função, Valor
1.1.1 Conteúdo Não Textual
Controles de formulário sem etiquetas [<label>]
associadas e sem atributo title
1.3.1 Informações e Relações
3.3.2 Etiquetas ou Instruções
4.1.2 Nome, Função, Valor
Botões gráficos sem alt
1.1.1 Conteúdo Não Textual
57
Nível
Erro
Critérios de Sucesso
Idioma principal não referenciado: (xml:lang)
3.1.1 Idioma da Página
Ausência de links para contornar blocos de
conteúdo
2.4.1 Ignorar Blocos
Ausência de link para saltar para o conteúdo
principal
2.4.1 Ignorar Blocos
Elementos <object> sem textos alternativos
1.1.1 Conteúdo Não Textual
1.1.1 Conteúdo Não Textual
Elementos <embed> sem <noembed>
1.2.8 Mídia Alternativa (Prégravada)
Formulários sem o botão de envio
3.2.2 Em Entrada
Áreas de mapas de imagem sem alt
1.1.1 Conteúdo Não Textual
Ausência de cabeçalhos (<h1>-<h6>)
1.3.1 Informações e Relações
Unidades de medida absolutas em (X)HTML
1.4.4 Redimensionar texto
Ausência de links
2.4.5 Várias Formas (navegação)
1.3.1 Informações e Relações
AA Elementos e atributos HTML para controlar a
apresentação do texto
1.4.4 Redimensionar texto
1.4.5 Imagens de Texto
1.4.9 Imagens de Texto (Sem
Excepção)
Tamanhos de letra definidos em unidades de
medida absolutos
1.4.4 Redimensionar texto
Links com o mesmo texto que apontam destinos
diferentes
2.4.9 Finalidade do Link
(Apenas o Link)
AAA Texto justificado com atributos (X)HTML
Cabeçalhos com salto(s) de nível hierárquico
incorretos
1.4.8 Apresentação Visual
1.3.1 Informações e Relações
2.4.10 Cabeçalhos da Sessão
Fonte: Dados da pesquisa
3.2 Testes com Usuários
Os testes foram realizados com cinco voluntários entre os dias 18 de julho e 14 de agosto de 2014. Todos os participantes tem deficiência visual (três com baixa visão e dois com cegueira total). A escolha pela realização dos testes com usuários com estas características se
deve ao fato de este ser um dos grupos que mais tem sido beneficiado pelo uso da Internet
(GONZALEZ, 2009). Além disso, as ferramentas de apoio que utilizam geralmente exigem
que as páginas Web acessadas estejam em conformidade com os padrões de desenvolvimento
58
para acessibilidade e usabilidade.
O objetivo dos testes foi identificar possíveis dificuldades encontradas pelos participantes ao acessarem as páginas, o porquê destas dificuldades e sua relação com as recomendações
WCAG 2.0. Não houve a intenção de avaliar o desempenho dos participantes, visto que este
estudo tem seu foco na acessibilidade das páginas, e não na usabilidade. O acesso às páginas
não teve uma programação sistematizada, nem tempo estabelecido para as tarefas serem consideradas satisfeitas. Os participantes receberam as tarefas e, durante a execução das mesmas,
comentaram sobre as páginas acessadas, a forma como costumam utilizar o teclado, as dificuldades encontradas, dúvidas, entre outros.
Com o objetivo de manter o máximo de regularidade nos testes, estes foram realizados
em uma única máquina (notebook). O sistema operacional utilizado foi o Windows 8, pelo
fato de todos os participantes terem familiaridade com este sistema nas atividades do dia-adia. Todos os participantes concordaram em realizar os testes utilizando o leitor de tela NVDA
(http://www.nvaccess.org/), por também ser a ferramenta de apoio mais utilizada por eles. Os
quatro primeiros participantes utilizaram o navegador Mozilla Firefox (https://www.mozilla.org/pt-BR/firefox/new) na realização dos testes. O último preferiu utilizar o Google Chrome (http://www.google.com.br/chrome/). Os ambientes de realização dos testes foram os mesmos frequentados regularmente pelos participantes durante as atividades acadêmicas, a saber:
Núcleo de Acessibilidade e Inclusão de Pessoas com Deficiência – NAIPD (campus da UESB
de Vitória da Conquista) e Associação para Integração do Deficiente de Vitória da Conquista –
ACIDE. Os participantes concordaram, também, com a gravação da tela do computador em
vídeo, bem como o áudio do computador e a fala dos participantes, durante a execução das tarefas, para posterior transcrição dos pontos principais da realização das mesmas. Para a gravação
dos
testes
em
vídeo,
foi
utilizado
o
software
CamStudio
(http://sourceforge.net/projects/camstudio). O termo de consentimento de participação na pesquisa encontra-se no APÊNDICE I. Todos os voluntários assinaram, concordando em disponibilizar as imagens e as declarações para a utilização neste trabalho.
A quantidade de participantes definida para os testes teve como base a prática comum
em pesquisas atuais. Para a obtenção de dados sobre níveis de acessibilidade, cinco participantes é considerado um número satisfatório (NIELSEN, apud SILVEIRA et al., 2010).
Antes de cada teste, foi aplicado um questionário simples para obtenção de características pessoais básicas dos participantes: sexo, idade, formação, grau de deficiência visual, tem-
59
po de experiência com computador e a frequência com que o utiliza. As informações coletadas
encontram-se na tabela 3.6.
A tarefa foi a mesma para todos os participantes: acessar os portais das quatro instituições e encontrar informações sobre um determinado curso, entrando na página do mesmo.
Tabela 3.6 - Características dos usuários participantes dos testes
Idade Formação
Grau de
deficiência visual
Experiência com
computador
Frequência de
utilização
Usuário
Sexo
1
Feminino
24
Graduando Cegueira Total
7 anos
Diariamente
2
Feminino
34
Graduando Baixa Visão
5 anos
Diariamente
3
Feminino
25
Graduando Baixa Visão
4 anos
Diariamente
4
Masculino
35
Graduado
12 anos
Diariamente
5
Masculino
29
Graduando Cegueira Total
8 anos
Diariamente
Baixa Visão
Fonte: Dados da pesquisa
Percebeu-se que as formas mais comuns utilizadas pelos participantes para percorrerem
as páginas são a utilização da tecla tab para saltar entre os links e as teclas de seta para cima
e seta para baixo, para percorrer tanto links como textos. Nenhum deles tinha o hábito de utilizar as teclas h e teclado numérico superior para percorrer os cabeçalhos.
3.2.1 Portal da UEFS
A tarefa aplicada a todos os participantes, com o portal da UEFS, foi acessá-lo e chegar
à página de informações sobre o curso de Engenharia da Computação. Considerando a estrutura apresentada nas figuras 3.9 e 3.10, os passos para se chegar a este objetivo, no menor
tempo possível, utilizando um leitor de tela, são:
1. Acessar a página inicial;
2. Com a tecla tab, percorrer o menu principal até o link “Graduação” e teclar enter;
3. Na página dos cursos de graduação, com a tecla tab, procurar pelo link “Ir para o conteúdo” e teclar enter;
e/ou
4. Com a tecla h, percorrer os cabeçalhos até “Tecnologia e Ciências Exatas”;
5. Com a tecla tab, percorrer os links até “Engenha da Computação” e teclar enter.
A tarefa foi concluída por todos os participantes, como mostra a Tabela 18. Houve difi-
60
culdades quanto a comportamentos inesperados na página inicial, como o salto do foco do teclado para o meio de um dos menus do início, imediatamente após seu carregamento, dificultando a percepção do usuário quanto às opções de links para acessar. Quanto aos elementos
das páginas avaliadas, uma observação pertinente é a ausência de descrição alternativa nas
imagens dos botões das opções do menu principal, o que obriga o leitor de tela a descrevê-los
baseado nos nomes dos caminhos ou arquivos dos links. Por exemplo, a opção “Graduação” é
lida como “cursos”, o nome da última pasta do caminho apontado pelo link.
Apesar das dificuldades com os links de imagens sem descrição adequada, o acesso pelos participantes foi satisfatório. Porém, uma dificuldade encontrada pelos usuários foi a distância entre a barra de menus principal e os links da relação de cursos, na página dos cursos
de graduação.
Principais dificuldades encontradas:
1. Imagens sem alt – inconformidade com Critério de Sucesso 1.1.1 Conteúdo Não Textual
3.2.1.1 Pontos Principais do Acompanhamento dos Testes
Usuário 1
O primeiro participante do teste demonstrou experiência no acesso à Web. Porém, assim
que a página terminou de carregar, teclou tab e o foco do teclado saltou para o link de acesso
para estudantes, um dos que se encontram já próximos ao conteúdo da página, aparentemente,
desconsiderando os outros links anteriores. Este foi o primeiro exemplo de eventos aleatórios
que podem influenciar a interação entre usuário, computador e aplicação. O usuário explicou
que utiliza mais as teclas de seta para percorrer as páginas, a tecla tab, para percorrer através
dos links e enter ou barra de espaço, para acionar os links. Tentou acionar o link do curso
após selecioná-lo com seta, mas só conseguiu ao selecioná-lo com tab. Chegou às informações do curso em 5 minutos.
Usuário 2
O segundo participante teve dificuldade para identificar o link para a página de cursos
no menu inicial. Por não haver descrição na imagem do link – na qual se lê “Graduação”, o
NVDA falava o nome da última pasta (“cursos”) do caminho apontado, mas o participante estava entendendo como “cultura”. Informou que utiliza a tecla tab para percorrer páginas na
Web. Precisou de 10 minutos e quarenta segundos para concluir a tarefa.
Usuário 3
61
O terceiro participante não teve grandes dificuldades para realizar a tarefa, a não ser o
tempo para percorrer os muitos links até chegar à página do curso definido. Completou a tarefa em 4 minutos e 50 segundos.
Usuário 4
O quarto participante completou a tarefa com 3 minutos e 45 segundos, custando apenas
em percorrer os links da página com a tecla tab.
Usuário 5
O quinto usuário também declarou utilizar mais as teclas de setas, tab, e enter durante
o acesso ao computador e à Web. Completou a tarefa com 4 minutos e 15 segundos.
Tabela 3.7 - Tempos de conclusão das tarefas no portal UEFS
Participante
Situação de Tarefa
Tempo de Conclusão
Primeiro participante
Concluída
00:05:00
Segundo participante
Concluída
00:10:40
Terceiro participante
Concluída
00:04:50
Quarto participante
Concluída
00:03:45
Quinto participante
Concluída
00:04:15
Tempo Médio de Conclusão
00:05:47
Fonte: Dados da pesquisa
3.2.2 Portal da UESB
O teste no portal da UESB teve como tarefa chegar à página que contém informações
sobre o curso de Sistemas de Informação. Os layouts das páginas inicial e de cursos de graduação estão exibidos nas figuras 3.13 e 3.14, respectivamente. Apesar de haver um menu principal à esquerda da página inicial e, neste, uma opção descrita como “Graduação”, não é possível acessar os links contidos nesta opção através do teclado e, portanto, nem utilizando um
leitor de tela. A única alternativa para acessar a página alvo da tarefa é acionando o link localizado após os links que estão sob o cabeçalho “INSTITUCIONAIS”. Considerando o acesso
com o auxílio de um leitor de tela, a forma mais rápida de se chegar à página dos cursos é
com os seguintes passos:
1. Acessar a página inicial;
62
2. Com a tecla h, percorrer os cabeçalhos até “INSTITUCIONAIS”;
3. Com a tecla tab, percorrer os links até “Catalogo” e teclar enter;
4. Na página “Catálogo dos Cursos de Graduação”, com a tecla tab, percorrer até a área
central da página;
5. Teclar a seta para baixo e, com a tecla tab, percorrer o menu.
Usuários que necessitam de leitor de tela podem chegar apenas até o passo 5, pois nenhum texto do menu à esquerda da página está acessível a esta ferramenta. Mesmo o acesso
somente com teclado fica comprometido, porque os links contidos nos menus retráteis não recebem o foco do teclado e, portanto, não podem ser acionados.
A Tabela 3.19 mostra que nenhum participante concluiu a tarefa, apesar de alguns terem
passado mais tempo nesta tentativa. As duas alternativas de acesso à página de cursos não
funcionaram sob as estratégias de acesso via teclado e leitor de tela. No menu da página inicial, os links contidos na opção “Graduação” tornam-se visíveis somente se o cursor do mouse
for posicionado sobre o seu texto. Quanto ao link contido na imagem que exibe o texto “Catálogo dos Cursos de Graduação”, a descrição presente no atributo alt – Catalogo – não transmitiu a mesma informação aos participantes. Mas, a maior barreira encontra-se na página de
informações sobre cursos, onde não é possível o acesso nem mesmo por quem enxerga, se estiver usando apenas teclado.
Principais dificuldades encontradas:
1. os links contidos no menu “Graduação” não são acessíveis via teclado – erro reportado
pelo AccessMonitor como “Manipuladores de eventos não redundantes”, descumpre
os Critérios de Sucesso 2.1.1 (Teclado) e 2.1.3 Teclado (Sem Excepção);
2. imagem do link “Catálogo dos Cursos de Graduação” com descrição insuficiente “Catalogo” - inconformidade com o Critério de Sucesso 1.1.1 Conteúdo não textual;
3. página construída com elemento <embed>, inacessível a leitores de tela e teclado –
erro reportado pelo AccessMonitor como “Elementos <embed> sem <noembed>”;
3.2.2.1 Pontos Principais do Acompanhamento dos Testes
Usuário 1
O primeiro participante identificou o link “Graduação”, no menu principal à esquerda
da página inicial e tentou acessá-lo teclando enter. Ao perceber que nada havia acontecido,
selecionou o link novamente com tab e tentou acioná-lo com barra de espaços, mas também
63
não obteve resposta. Disse que, em casos como este, para tentar resolver o problema, tenta
atualizar a página ou procura a ajuda de alguém que enxergue. Uma nova tentativa foi feita
para acessar a página de cursos através da imagem “Catálogo dos Cursos de Graduação”, mas,
também não foi possível efetuar nenhuma ação ao entrar nesta página. Não conseguiu terminar a tarefa, cuja tentativa durou, ao todo, 6 minutos e 13 segundos.
Usuário 2
Encontrou dificuldades para identificar os links do menu principal à esquerda da página,
mas, ao receber orientação, concordou que a informação poderia estar no menu “Graduação”,
do qual não obteve resposta ao selecioná-lo e teclar enter. Recebeu auxílio, também, para
acessar através do link “Catálogo dos Cursos de Graduação, mas não conseguiu interagir com
a página. Aos 9 minutos, parou, sem concluir a tarefa.
Usuário 3
O usuário teve dificuldade para identificar o menu “Graduação” à esquerda da página.
Foi orientada a acessar através do link da imagem “Catálogo dos Cursos de Graduação”. Conseguiu acessar a página e percorrer o menu à esquerda, mas os links não puderam ser acionados. Desistiu da tarefa aos 14 minutos.
Usuário 4
O quarto usuário percorreu o menu principal da página até “Graduação”, teclou enter
para acionar o link, mas nenhuma ação ocorreu. Seguiu procurando até a imagem lida como
“catalogo grafico”, pelo NVDA. Ao acessar a página “Catálogo dos Cursos de Graduação”,
não conseguiu selecionar e interagir com o menu à esquerda. Desistiu da tarefa com 4 minutos
e 59 segundos.
Usuário 5
Navegou até o link “Graduação”, no menu principal da página inicial, teclou enter e
nada aconteceu. Perguntou se ainda estava na página inicial. Passou sobre o outro link “Catálogo dos Cursos de Graduação”, lido pelo NVDA como “link gráfico catalogo” e não o percebeu. Foi-lhe explicada a função da tecla “h” para o NVDA: saltar para o próximo cabeçalho.
Acionou a imagem do link para o catálogo dos cursos, depois de ter sido avisado sobre o que
estava escrito nesta. Na página do catálogo dos cursos, não conseguiu navegar, selecionar nem
acionar nenhum link. Desistiu da tarefa com 14 minutos e 40 segundos.
64
Tabela 3.8 - Resumo dos testes com usuários no portal UESB
Participante
Situação da Tarefa
Tempo de Conclusão
Primeiro participante
Não concluída
--:--:--
Segundo participante
Não concluída
--:--:--
Terceiro participante
Não concluída
--:--:--
Quarto participante
Não concluída
--:--:--
Quinto participante
Não concluída
--:--:--
Tempo Médio de Conclusão
–:--:--
Fonte: Dados da pesquisa
3.2.3 Portal da UESC
No portal da UESC, a tarefa para os participantes dos testes foi acessar as informações
sobre o curso de Ciência da Computação. A exemplo dos outros portais avaliados, o da UESC
também possui uma barra principal (ver Figura 3.9) com alguns menus expansíveis acionados
pelo posicionamento do cursor sobre os mesmos, mas, a opção “Graduação” funciona como
um link único, abrindo, quando acionado, a página dos cursos de Bacharelado e Licenciatura.
Os passos básicos para se chegar ao objetivo da tarefa, utilizando um leitor de tela são os seguintes:
1. Acessar a página inicial;
2. Com a tecla tab, percorrer o menu principal até a opção “Graduação” e teclar enter;
3. Teclar tab, para sair da barra de navegação e, com a tecla h, ir para o cabeçalho
“CURSOS DE GRADUAÇÂO”;
4. Com a tecla tab ou seta para baixo, percorrer os links até “Ciência da Computação” e
teclar enter.
Durante os testes, os participantes tiveram dificuldades exatamente com o link do curso
procurado na tarefa. Quando o foco do teclado saía do link anterior, simplesmente desaparecia
e o NVDA dizia “em branco”. O foco voltava a aparecer no link seguinte. Somente quando o
participante voltava percorrendo os links com as teclas shift+tab, o NVDA conseguia ler o
link. Constatou-se que o link referente a um dos cursos está duplicado e sem descrição, o que
causou problemas aos links próximos. O tempo de cada participante na tarefa é mostrado na
Tabela 3.20.
Principais dificuldades encontradas:
65
1. Link inconsistente na página dos cursos, em inconformidade com o Critério de Sucesso 2.4.9 Finalidade do Link (AAA).
3.2.3.1 Pontos Principais do Acompanhamento dos Testes
Usuário 1
A única dificuldade encontrada pelo primeiro usuário foi o fato de o link do curso procurado na tarefa não ter sido reconhecido pelo NVDA na primeira vez. Ao retornar, percorrendo os links com as teclas shift+tab, o NVDA conseguiu ler o link do curso. A tarefa foi concluída com 1 minuto e 45 segundos.
Usuário 2
A exemplo do primeiro usuário, também precisou percorrer os links, do fim da lista para
o início, para conseguir identificar aquele referente ao curso procurado na tarefa, que foi concluída em 4 minutos.
Usuário 3
Conseguiu acessar a página do curso, na segunda vez que percorreu os links, orientado a
entrar no link descrito pelo NVDA com “em branco”. A página do curso foi aberta aos 3 minutos e 40 segundos, só carregou aos 6 minutos e 25 segundos.
Usuário 4
O quarto participante não teve dificuldades para acessar a página do curso e completou
a tarefa com 1 minuto e 37 segundos.
Usuário 5
O quinto participante optou por utilizar o navegador Google Chrome na realização da
tarefa. Ao abrir a página inicial do portal, o NVDA começou a ler textos sem localização
identificada, descrevendo como “painel meio marcado, selecionado, submenu ocupado, expandido, pressionado, recolhido, protegido, exigido”. Este fato não havia acontecido com os
participantes que utilizaram o Firefox. Além disto, um alerta apareceu duas vezes e, quando
fechado, fez o foco do teclado sair da posição em que estava na página. O usuário encontrou o
mesmo problema com o link do curso de Ciência da Computação, que foi lido pelo NVDA
como “fora de tabela em branco”. O link só foi encontrado e acionado ao voltar com
shift+tab. A tarefa foi concluída com 9 minutos e 40 segundos.
66
Tabela 3.9 - Resumo dos testes com usuários no portal UESC
Participante
Situação da Tarefa
Tempo para Conclusão
Primeiro participante
Concluída
00:09:03
Segundo participante
Concluída
00:04:00
Terceiro participante
Concluída
00:03:40
Quarto participante
Concluída
00:01:37
Quinto participante
Concluída
00:09:40
Tempo Médio para Conclusão
00:05:36
Fonte: Dados da pesquisa
3.2.4 Portal da UNEB
A tarefa solicitada aos participantes no portal da UNEB foi acessar as informações sobre
o curso de Sistemas de Informação. A sequência de passos mais curta para se chegar ao objetivo é descrita a seguir:
1. Acessar a página inicial;
2. Com a tecla tab, percorrer todos os links até “GRADUAÇÃO”, no menu à esquerda e
teclar enter;
3. Na página “PROGRAD”, com a tecla tab, percorrer todos os links até “CURSOS DE
GRADUAÇÃO” e teclar enter;
4. Com a tecla h, percorrer os cabeçalhos até “Cursos de Graduação”;
5. Com as teclas tab, percorrer os links até “Sistemas de Informação (Matutino)”.
Nos testes realizados, os passos acima não levaram os participantes ao objetivo, devido
a dois fatores principais: primeiro, dificuldade de chegar aos links à esquerda da página, devido a um carrossel de imagens no centro da mesma, que “captura” o foco do leitor de tela; segundo, os links do menu à esquerda da página estão mapeados sobre uma imagem e não possuem descrição. Quando estes links estão sob o foco do teclado, o NVDA descreve as suas
URLs. Por exemplo, o link “GRADUAÇÃO” foi lido como “http://www.uneb.br/prograd”.
Além das dificuldades citadas acima, há menus na barra principal que somente aparecem ao se posicionar o ponteiro do mouse sobre os mesmos.
Principais dificuldades encontradas:
1. os links contidos no menu “Graduação” não são acessíveis via teclado – erro reportado
pelo AccessMonitor como “Manipuladores de eventos não redundantes”, descumpre
67
os Critérios de Sucesso 2.1.1 (Teclado) e 2.1.3 Teclado (Sem Excepção);
2. Áreas de mapas de imagem sem alt – inconformidade com Critério de Sucesso 1.1.1
Conteúdo Não Textual
3. Ausência de links para contornar blocos de conteúdo – inconformidade com Critérios
de Sucesso 2.4.1 Ignorar Blocos
3.2.4.1 Pontos Principais do Acompanhamento dos Testes
Usuário 1
O primeiro usuário tentou acionar o link “GRADUAÇÃO”, na barra de menus principal, mas não obteve resposta. Lembrou que o mesmo aconteceu com o site da UESB. Não
conseguiu passar pelo carrossel de imagens presente no centro da página inicial e, por isso,
não chegou a tentar acessar os link presentes no lado esquerdo da página. Desistiu da tarefa
com 2 minutos.
Usuário 2
O segundo participante encontrou as mesmas dificuldades do primeiro: tentou acionar o
link “GRADUAÇÃO”, sem sucesso; não conseguiu chegar ao menu do lado esquerdo da
página; e não encontrou cabeçalhos para percorrer a página. Desistiu da tarefa aos 3 minutos e
50 segundos.
Usuário 3
A exemplo dos
anteriores, o terceiro
participante
tentou acessar
o link
“GRADUAÇÃO”, na barra de menus superior e não conseguiu. Não conseguiu chegar ao
menu à esquerda da página. Desistiu da tarefa com 7 minutos e 5 segundos.
Usuário 4
Além dos passos seguidos pelos anteriores, o quarto usuário conseguiu acessar o menu à
esquerda da página, mas não identificou o link “GRADUAÇÃO”, lido pelo NVDA como
“http://www.uneb.br/prograd”. Desistiu da tarefa com 3 minutos e 22 segundos.
Usuário 5
O quinto usuário, utilizando o navegador Google Chrome, também tentou acionar o link
“Graduação”, mas nenhuma ação foi disparada. Não conseguiu chegar ao menu à esquerda da
página. Desistiu da tarefa com 10 minutos e 20 segundos.
Após a desistência, uma outra tentativa foi feita com o navegador Firefox e o participante conseguiu chegar às informações do curso, tendo as imagens dos links descritas pelo pes-
68
quisador.
Tabela 3.10 - Resumo dos testes com usuários no portal UNEB
Participante
Situação da Tarefa
Tempo para Conclusão
Primeiro participante
Não concluída
--:--:--
Segundo participante
Não concluída
--:--:--
Terceiro participante
Não concluída
--:--:--
Quarto participante
Não concluída
--:--:--
Quinto participante
Não concluída
--:--:--
Tempo Médio para Conclusão
Fonte: Dados da pesquisa
–:--:--
69
4 Conclusão
Mesmo em um número pequeno de páginas, como apresentado neste trabalho, é possível identificar empecilhos que dificultam ou impossibilitam a navegação por pessoas com algum tipo de deficiência.
As ferramentas de avaliação automática utilizadas nos testes mostraram pontos com erros relativamente simples de serem evitados. É evidente a supervalorização de elementos visuais nas páginas estudadas, o que geralmente resulta em prejuízos à estrutura padrão das
mesmas, dificultando sua interpretação por ferramentas que funcionam com base nestes padrões. Imagens contendo textos e/ou links mapeados e que não possuem atributos de descrição textual são exemplos contrários à boa estruturação das marcações nas páginas.
É possível identificar como cada ferramenta de avaliação pode contribuir para a descoberta de erros e as formas de correção dos mesmos. Pelos tipos de erros que o Total Validator
apontou, percebe-se que a ferramenta dá mais atenção à navegação pelos links existentes nas
páginas e à validação HTML. O AccessMonitor mostrou-se mais abrangente quanto aos aspectos avaliados, trazendo mais informações referentes à estrutura textual e sua hierarquia nas
páginas.
Considerando a maioria dos erros encontrados com as avaliações realizadas, percebe-se
que no desenvolvimento das páginas não de considerou detalhes que fazem grande diferença
para a acessibilidade em uma página Web. A inexistência de simples atributos em tags é suficiente para causar transtornos à navegação no site por usuários com necessidades especiais,
software e/ou dispositivos limitados. A atenção às boas práticas de acessibilidade tende a não
ser custosa se considerada em etapas e como integrante do processo de desenvolvimento da
aplicação. Da mesma forma, a correção para a acessibilidade em aplicações já existentes pode
ser implementada em etapas bem definidas, obtendo-se, assim, otimização e eficácia dos resultados.
A linguagem HTML tem como objetivo organizar o conteúdo do documento de forma
lógica, proporcionando que este seja bem interpretado e compreendido. Portanto, o desenvolvimento de documentos nesta linguagem deve manter-se dentro dos seus padrões, o que já eliminaria grande parte dos problemas de falta de acessibilidade. Elementos adicionais que visam alterar aspectos visuais e/ou comportamentais devem fazê-lo sem alterar o objetivo essencial dos documentos: boa apresentação do conteúdo.
70
4.1 Recomendações para Acessibilidade de Sites
Em primeiro lugar, o desenvolvimento de aplicações baseadas na Web não deve descartar a possibilidade de pessoas com necessidades especiais buscarem acesso às informações
que estas aplicações se dispõem a transmitir, porque, além do surgimento de diversas tecnologias de apoio com o intuito de auxiliarem estas pessoas em atividades relacionadas ao acesso
à informação, o que torna quase certo que vão acontecer acessos por parte destes usuários, as
aplicações desenvolvidas com atenção à acessibilidade se tornam também mais confortáveis
de serem acessadas por usuários que não tenham necessidades especiais e, o fato do site, por
exemplo, de uma organização ser desenvolvido com atenção a requisitos de acessibilidade,
pode ser causa de estima por parte de seu público-alvo.
É essencial que os envolvidos em projetos de desenvolvimento de aplicações Web tenham conhecimento das recomendações da W3C, pois estas são estratégias testadas e amadurecidas interacionalmente.
Novas ferramentas de desenvolvimento tem surgido com elementos facilitadores para o
desenvolvimento coerente com a acessibilidade. O HTML5, por exemplo, já incorpora mais
tags e atributos voltados especificamente para funções de auxílio à acessibilidade e usabilidade.
Além disso, deve haver uma “desmistificação” dos conceitos de acessibilidade, que leva
ao pensamento de que estes funcionam apenas na teoria, sendo impraticáveis em situações reais.
4.2 Sugestões de Trabalhos Futuros
A questão da acessibilização de sites tem estado em crescente evidência na área de desenvolvimento web, tanto pelo fato de ser de suma importância quanto por ainda estar em fase
de inicial. Devido a isto, há inúmeras possibilidades de temas para trabalhos relacionados com
o assunto, entre os quais, avaliação de portais de outros órgãos públicos administrativos, educacionais, etc. (também de organizações privadas); estudo de possíveis interferências dos diferentes navegadores no acesso à Web por usuários de leitores de tela; existência ou proposta de
um conjunto de teclas de atalho padrão para acesso a aplicações Web utilizando teclado; e
análise das funcionalidades trazidas do HTML5 para a acessibilidade.
71
REFERÊNCIAS
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avaliação com a participação de deficientes visuais. [s.l.] Universidade Federal do Estado
do Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: <http://www2.uniriotec.br/ppgi/banco-de-dissertacoes-ppgi-unirio/ano-2009/avaliacao-de-acessibilidade-na-web-estudo-comparativo-entremetodos-de-avaliacao-com-a-participacao-de-deficientes-visuais>. Acesso em: 26 nov. 2013.
BACH, C. F. et al. Diretrizes de acessibilidade: uma abordagem comparativa entre WCAG e
e-MAG. Revista Eletrônica de Sistemas de Informação, v. 8, n. 1, p. 73–84, 30 jun. 2009.
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COSTA, L. F. DA; SILVA, A. C. P. DA; RAMALHO, F. A. Para além dos estudos de uso da
informação arquivística: a questão da acessibilidade. Ciência da Informação, v. 39, p. 129–
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<http://revista.ibict.br/ciinf/index.php/ciinf/article/view/1720/1665>. Acesso em: 02 jun.
2014.
DIAS, C. De olho na tela: requisitos de acessibilidade em objetos de aprendizagem para
alunos
cegos
e
com
limitação
visual.
[s.l:
s.n.].
Disponível
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DOSVOX. O que é o Dosvox? Disponível em:
<http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/intro.htm>. Acesso em: 10 mar. 2014.
GONZALEZ, S. DE A. Um método para acessibilização de contéudo de sites para pessoas
com deficiência visual. [s.l.] Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: <http://www2.uniriotec.br/ppgi/banco-de-dissertacoes-ppgi-unirio/ano-2009/ummetodo-para-acessibilizacao-de-conteudo-de-sites-para-pessoas-com-deficiencia-visual/>.
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72
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de caso de usabilidade. [s.l: s.n.]. Disponível em: <http://www.fernandopaes.ppg.br/acessibilidade>. Acesso em: 01 mai. 2014.
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grupos visando pessoas com deficiência visual total. [s.l.] Universidade Federal do Estado
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PREECE, J; ROGERS, Y; SHARP, H. Design de interação: além da interação homemcomputador. trad. Viviane Possamai. – Porto Alegre: Bookman, 2005.
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SILVEIRA, D. S. DA et al. Acessibilidade de informações em portais governamentais para
deficientes visuais: o caso da receita federal do Brasil. XI Encontro Nacional de Pesquisa
em Ciência da Informação, p. 1–22, 2010. Disponível em: <http://www.brapci.inf.br/_repositorio/2011/08/pdf_f76c5a8233_0018658.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2013.
SPELTA, L. et al. Cartilha de acessibilidade na web – W3C Brasil, dezembro de 2013. Disponível em: <http://acessibilidade.w3c.br/cartilha/fasciculo1>. Acesso em: 25 jul. 2014.
Total Validator. Total Validator. Disponível em: <https://www.totalvalidator.com/>. Acesso
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MAIA, L. S. S et al. Projeto e Desenvolvimento de Aplicações Web Acessíveis no Domínio eGov. XXX Congresso da Sociedade Brasileira de Computação, p. 440-454, 2010. Disponível em: <http://www.inf.pucminas.br/sbc2010/anais/pdf/semish/st03_01.pdf>. Acesso em: 15
jul. 2014.
W3C. Web Accessibility Initiative (WAI). Disponível em: <http://www.w3.org/WAI/>.
Acesso em: 15 fev. 2014.
W3C. Web Content Accessibility Guidelines (WCAG) 2.0, 11 dezembro 2008. Disponível
em: <http://www.w3.org/TR/WCAG20/>. Acesso em: 15 fev. 2014.
73
APÊNDICES
APÊNDICE A - Termo de Consentimento de Participação em Pesquisa
Termo de Consentimento de Participação em Pesquisa
Os dados coletados serão utilizados para fundamentar a relevância do tema proposto
para a monografia denominada “Avaliação dos Portais das Universidades Públicas Estaduais da Bahia Quanto à Conformidade com as Diretrizes de Acessibilidade WCAG 2.0”
realizada por Josafá Santos dos Reis com a orientação do Professor Stênio Longo Araújo.
A presente pesquisa visa colaborar para a validação dos resultados obtidos com a utilização de outro método de avaliação de acessibilidade, que consistiu em realizar uma avaliação utilizando ferramentas automáticas desenvolvidas para este propósito, a fim de verificar a
acessibilidade das páginas acessadas e as possíveis dificuldades existentes. Para isso, serão
conduzidos testes, que consistem no acesso a quatro sites na busca de informações pré-determinadas. Durante cada teste, o áudio e o vídeo do computador será gravado, para posterior
transcrição das ações realizadas pelo voluntário e seus comentários.
Os participantes do teste terão suas identidades mantidas em sigilo. As informações obtidas nesta pesquisa, incluindo os textos e os dados obtidos no estudo serão divulgados exclusivamente pelo pesquisador e seu orientador na literatura especializada ou em congressos e
eventos científicos da área.
Quaisquer dúvidas a respeito dos procedimentos, resultados e assuntos relacionados à
pesquisa serão esclarecidas pelo pesquisador principal, Josafá Santos dos Reis, ou por seu orientador Stênio Longo Araújo, nos e-mails [email protected] e [email protected].
Estou ciente e de acordo com os termos de realização desta pesquisa. Concordo em participar
voluntariamente desse estudo e autorizo por meio deste, a publicação dos resultados obtidos
no presente estudo, sendo a minha identidade mantida em sigilo.
Vitória da Conquista,
de
Assinatura do voluntário (ou responsável)
Josafá Santos dos Reis
Stênio Longo Araújo
de 2014.
74
ANEXOS
ANEXO A – Recomendações de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG) 2.0
Tabela 1: Estrutura das diretrizes WCAG 2.0
Princípio
Recomendação
1.1 Fornecer Alternativas textuais
para qualquer conteúdo não
textual, permitindo que possa ser
alterado, se necessário, para
outros formatos como impressão
com tamanho de fontes maiores,
Braille, fala, símbolos ou linguagem
mais simples.
Nível
A
Critérios de Sucesso
1.1.1 Conteúdo Não Textual: Todo o conteúdo não textual que é
apresentado ao usuário tem uma alternativa em texto que serve um
propósito equivalente, exceto para as situações indicadas abaixo.
1.2.1 Apenas Áudio e apenas Vídeo (Pré-gravado): Para as mídias
de apenas audio | pré gravadas e mídias de video (sem audio) | pré
gravadas as regras seguintes são verdadeiras exceto quando a mídia
de áudio ou vídeo sejam uma mídia alternativa para o texto e está
claramente marcado como tal:
1 Perceptível
1.2 Fornecer Alternativas para
mídias baseadas no tempo.
A
1.2.2 Legendas (Pré-gravadas): São fornecidas legendas para a
totalidade do áudio | pré-gravado existente num conteúdo em uma
mídia sincronizada, exceto quando a mídia for, uma alternativa para
texto e for claramente identificada como tal.
1.2.3 Audiodescrição ou Mídia alternativa (Pré-gravada): É
fornecida uma audiodescrição ou uma alternativa para mídia baseada
no tempo para a totalidade do vídeo| pré-gravado existente num
conteúdo em mídia sincronizada, exceto quando a mídia for, uma
75
Princípio
Recomendação
Nível
Critérios de Sucesso
alternativa em mídia para texto e for claramente identificada como tal.
AA
1.2.4 Legendas (Ao Vivo): São fornecidas legendas para a
totalidade do áudio | ao vivo existente num conteúdo em mídia
sincronizada.
1.2.5 Audiodescrição (Pré-gravada): É fornecida audiodescrição
para a totalidade do vídeo| pré-gravado existente num conteúdo em
mídia sincronizada.
1.2.6 Linguagem de sinais (Pré-gravada): É fornecida interpretação
em liguagem de sinais para a totalidade do áudio| pré-gravado
existente num conteúdo em mídia sincronizada.
AAA
1.2.7 Audiodescrição Estendida (Pré-gravada): Quando as pausas
no áudio do primeiro plano forem insuficientes para permitir que as
audiodescrições transmitam o sentido do vídeo, é fornecida uma
audiodescrição extendida para a totalidade do vídeo| pré-gravado
existente num conteúdo em mídia sincronizada.
1.2.8 Mídia Alternativa (Pré-gravada): É fornecida uma alternativa
para mídia baseada no tempo para a totalidade do conteúdo existente
em mídia sincronizada| pré-gravada e para a totalidade do conteúdo
multimédia composto por apenas vídeo pré-gravado.
1.2.9 Apenas áudio (Ao vivo): É fornecida uma alternativa para
mídia baseada no tempo que apresenta informações equivalentes
para conteúdo composto por apenas áudio| ao vivo.
1.3 Criar conteúdo que pode ser
apresentado de modos diferentes
(por exemplo um layout
simplificado) sem perder
informação ou estrutura.
A
1.3.1 Informações e Relações: As informações, a estrutura e as
relações transmitidas através de apresentação podem ser
determinadas de forma programática ou estão disponíveis no texto.
1.3.2 Sequência com Significado: Quando a sequência na qual o
conteúdo é apresentado afeta o seu significado, uma sequência de
76
Princípio
Recomendação
Nível
Critérios de Sucesso
leitura correta pode ser determinada de forma programática.
1.3.3 Características Sensoriais: As instruções fornecidas para
compreender e utilizar o conteúdo não dependem somente das
características sensoriais dos componentes, tais como forma,
tamanho, localização visual, orientação ou som.
1.4 Tornar mais fácil aos usuários a
visualização e audição de
conteúdos incluindo as separações
das camadas da frente e de fundo.
1.4.1 Utilização da Cor: A cor não é utilizada como o único meio
visual de transmitir informações, indicar uma ação, pedir uma
resposta ou distinguir um elemento visual.
A
1.4.2 Controle de Áudio: Se um som numa página Web tocar
automaticamente durante mais de 3 segundos, deve estar disponível
um mecanismo para fazer uma pausa ou parar o som, ou deve
disponibilizar um mecanismo para controlar o volume do som,
independentemente de todo o nível de volume do sistema.
1.4.3 Contraste (Mínimo): A apresentação visual de texto e imagens
de texto tem uma relação de contraste de, no mínimo, 4.5:1, exceto
para o seguinte:
AA
1.4.4 Redimensionar texto: Exceto para legendas e imagens de
texto, o texto pode ser redimensionado sem tecnologia assistiva até
200 porcento sem perder conteúdo ou funcionalidade.
1.4.5 Imagens de Texto: Se as tecnologias que estiverem sendo
utilizadas puderem proporcionar a apresentação visual, é utilizado
texto para transmitir informações em vez de imagens de texto, exceto
para o seguinte:
AAA
1.4.6 Contraste (Melhorado): A apresentação visual do texto e
imagens de texto tem uma relação de contraste de, no mínimo, 7:1,
exceto para o seguinte:
1.4.7 Som Baixo ou Sem Som de Fundo: Para conteúdo composto
77
Princípio
Recomendação
Nível
Critérios de Sucesso
por apenas áudio| pré-gravado que (1) contenha, essencialmente,
fala em primeiro plano, (2) não seja um CAPTCHA de áudio ou
logótipo de áudio, e (3) não seja vocalização com o objetivo de ser,
essencialmente, expressão musical, tal como cantar ou fazer batidas,
no mínimo, uma das seguintes afirmações é verdadeira:
1.4.8 Apresentação Visual: Para a apresentação visual de blocos de
texto, está disponível um mecanismo para se obter o seguinte:
1.4.9 Imagens de Texto (Sem Excepção): As imagens de texto só
são utilizadas por questões meramente decorativas ou quando uma
determinada apresentação de texto é essencial para a informação
que está sendo transmitida.
2 Operável
2.1.1 Teclado: Toda a funcionalidade do conteúdo é operável
através de uma interface de teclado sem a necessidade de qualquer
espaço de tempo entre cada digitação individual, exceto quando a
função subjacente requer entrada de dados que dependa da cadeia
2.1 Fazer com que todas as
funcionalidades estejam
disponíveis no teclado.
A
2.1.2 Sem Bloqueio do Teclado: Se o foco do teclado puder ser
movido para um componente da página utilizando uma interface de
teclado, então o foco pode ser retirado desse componente utilizando
apenas uma interface de teclado e, se for necessário mais do que as
setas do cursor ou tabulação ou outros métodos de saída, o usuário
deve ser aconselhado sobre o método para retirar o foco.
AAA
2.2 Prover tempo suficiente para os
de movimento do usuário e não apenas dos pontos finais.
A
2.1.3 Teclado (Sem Excepção): Toda a funcionalidade do conteúdo
é operável através de uma interface de teclado sem a necessidade
de qualquer espaço de tempo entre cada digitação individual.
2.2.1 Ajustável por Temporização: Para cada limite de tempo
78
Princípio
Recomendação
Nível
Critérios de Sucesso
definido pelo conteúdo, no mínimo, uma das seguintes afirmações é
verdadeira:
2.2.2 Colocar em Pausa, Parar, Ocultar: Para informações em
movimento, em modo intermitente, em deslocamento ou em
atualização automática, todas as seguintes afirmações são
verdadeiras:
2.2.3 Sem Temporização: A temporização não é uma parte essencial
do evento ou da atividade apresentados pelo conteúdo, exceto para
mídia sincronizada não interativa e eventos em tempo real.
usuários lerem e usarem o
conteúdo.
AAA
2.2.4 Interrupções: As interrupções podem ser adiadas ou
suprimidas pelo usuário, exceto interrupções que envolvam uma
emergência.
2.2.5 Nova autenticação: Quando uma sessão autenticada expira, o
usuário pode continuar a atividade sem perder dados após a nova
autenticação.
2.3 Não projetar conteúdo de forma
que, conhecidamente, causa
ataques epiléticos.
A
AAA
2.4 Prover formas de ajudar os
usuários a navegar, localizar
conteúdos e determinar onde se
encontram.
A
2.3.1 Três Flashes ou Abaixo do Limite: As páginas Web não
incluem qualquer conteúdo com mais de três flashes no período de
um segundo, ou o flash encontra-se abaixo dos limites de flash
universal e flash vermelho.
2.3.2 Três Flashes: As páginas Web não incluem qualquer conteúdo
com mais de três flashes no período de um segundo.
2.4.1 Ignorar Blocos: Está disponível um mecanismo para ignorar
blocos de conteúdo que são repetidos em várias páginas Web.
2.4.2 Página com Título: As páginas Web têm títulos que descrevem
o tópico ou a finalidade.
2.4.3 Ordem do Foco: Se uma página Web puder ser navegada de
forma sequencial e as sequências de navegação afetem o significado
79
Princípio
Recomendação
Nível
Critérios de Sucesso
ou a operação, os componentes que podem ser focados recebem o
foco de uma forma que o significado e a operabilidade sejam
preservados.
2.4.4 Finalidade do Link (Em Contexto): A finalidade de cada link
pode ser determinada a partir apenas do texto do link ou a partir do
texto do link juntamente com o respectivo contexto do link
determinado de forma programática, exceto quando a finalidade do
link for ambígua para os usuários em geral.
2.4.5 Várias Formas: Está disponível mais de uma forma para
localizar uma página Web num conjunto de páginas Web, exceto
quando a Página Web for o resultado, ou um passo, de um processo.
AA
2.4.6 Cabeçalhos e Etiquetas: Os cabeçalhos e as etiquetas
descrevem o tópico ou a finalidade.
2.4.7 Foco Visível: Qualquer interface de usuário operável por
teclado dispõe de um modo de operação, em que o indicador de foco
do teclado está visível.
2.4.8 Localização: Está disponível informação sobre a localização do
usuário num conjunto de páginas Web.
AAA
2.4.9 Finalidade do Link (Apenas o Link): Está disponível um
mecanismo para permitir que a finalidade de cada link seja
identificada a partir apenas do texto do link, exceto quando a
finalidade do link for ambígua para os usuários em geral.
2.4.10 Cabeçalhos da sessão: Os cabeçalhos da sessão são
utilizados para organizar o conteúdo.
3 Compreensível
3.1 Tornar o conteúdo de texto
legível e compreensível.
A
AA
3.1.1 Linguagem da Página: A Linguagem humana pré-definida de
cada página Web pode ser determinada de forma programática.
3.1.2 Linguagem das Partes: A linguagem humana de cada
80
Princípio
Recomendação
Nível
Critérios de Sucesso
passagem ou frase do conteúdo pode ser determinada de forma
programática, exceto para os nomes próprios, os termos técnicos,
palavras de idioma indeterminado e palavras ou frases que se
tornaram parte do vernáculo do texto imediatamente circundante.
3.1.3 Palavras Incomuns: Está disponível um mecanismo para
identificar definições específicas de palavras ou expressões utilizadas
de uma forma restrita e incomum, incluindo expressões idiomáticas e
jargões.
3.1.4 Abreviaturas: Está disponível um mecanismo para identificar a
forma completa ou o significado das abreviaturas.
AAA
3.1.5 Nível de Leitura: Quando o texto exigir uma capacidade de
leitura mais avançada do que a educação de nivel primária, após a
remoção dos nomes e títulos adequados, está disponível conteúdo
suplementar, ou uma versão que não exija uma capacidade de leitura
mais avançada do que o ensino fundamental.
3.1.6 Pronúncia: Está disponível um mecanismo para identificar a
pronúncia específica de palavras, em que o significado das mesmas,
em contexto, seja ambíguo sem saber a pronúncia.
3.2.1 Em Foco: Quando um componente recebe o foco, ele não inicia
uma alteração de contexto.
A
3.2 Fazer com que as páginas da
Web apareçam e funcionem de
modo previsível.
AA
3.2.2 Em Entrada: Alterar a definição de um componente de interface
de usuário não provoca, automaticamente, uma alteração de
contexto, a menos que o usuário tenha sido avisado sobre essa
situação antes de utilizar o componente.
3.2.3 Navegação Consistente: Os mecanismos de navegação que
são repetidos em várias páginas Web num conjunto de páginas Web
ocorrem pela mesma ordem relativa à cada vez que são repetidos, a
menos que seja iniciada uma alteração pelo usuário.
81
Princípio
Recomendação
Nível
Critérios de Sucesso
3.2.4 Identificação Consistente: Os componentes que têm a mesma
funcionalidade num conjunto de páginas Web são identificados de
forma consistente.
AAA
3.3 Ajudar os usuários a evitar e
corrigir erros.
A
3.2.5 Alteração mediante solicitação: As alterações de contexto são
iniciadas apenas a pedido do usuário, ou está disponível um
mecanismo para desativar essas alterações.
3.3.1 Identificação do Erro: Se um erro de entrada for
automaticamente detectado, o item que apresenta erro é identificado
e o erro é descrito ao usuário por texto.
3.3.2 Etiquetas ou Instruções:Etiquetas ou instruções são
fornecidas quando o conteúdo exigir a entrada de dados por parte do
usuário.
3.3.3 Sugestão de Erro: Se um erro de entrada for automaticamente
detectado e forem conhecidas sugestões de correção, então as
sugestões são fornecidas ao usuário, a menos que ponham em
perigo a segurança ou propósito do conteúdo.
3.3.4 Prevenção de Erros (Legal, Financeiro, Dados): Para
AA
páginas Web que façam com que ocorram responsabilidades
jurídicas ou transações financeiras para o usuário, que modificam ou
eliminam dados controláveis pelo usuário em sistemas de armazenamento de dados, ou que enviem respostas de teste do usuário, no
mínimo, uma das seguintes afirmações é verdadeira:
AAA
3.3.5 Ajuda: Está disponível ajuda contextualizada.
3.3.6 Prevenção de Erros (Todos): Para páginas Web que exijam
que o usuário envie informações, no mínimo, uma das seguintes
82
Princípio
Recomendação
Nível
Critérios de Sucesso
afirmações é verdadeira:
4 Robusto
4.1 Maximizar a compatibilidade
entre os atuais e futuros agentes
do usuário, incluindo as tecnologias
assistivas.
4.1.1 Análise: No conteúdo implementado utilizando linguagens de
marcação, os elementos dispõem de marcas de início e de fim
completas, os elementos estão encaixados de acordo com as
respectivas especificações, os elementos não contêm atributos
duplicados, e todos os IDs são exclusivos, exceto quando as
especificações permitem estas características.
A
4.1.2 Nome, Função, Valor: Para todos os componentes de interface
de usuário (incluindo, mas não se limitando a: elementos de
formulário, links e componentes gerados por scripts), o nome e a
função podem ser determinados de forma programática; os estados,
as propriedades e os valores que podem ser definidos pelo usuário
podem ser definidos de forma programática; e a notificação sobre
alterações a estes itens está disponível para agentes de usuário,
incluindo tecnologias assistivas.
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