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Oceanografia e oceanologia
l!:NTRO Dt INFORMAÇÃO E PESQUISA
OCUPACIONAL (CIPO)
I. Campos de trabalho: oceanografia e
oceanologia; 2. Histórico; 3. Características da atividade; 4. Condições de trabalho; 5. Exigências para o desempenho
da profissão; 6. Forma pela qual se ingressa na profissão; 7. Oportunidades da
profissão; 8. Estudos.
1.
Campos de trabalho: oceanografia e oceanologia
Profissionais: oceanógrafo e oceanólogo, limnólogo, hidrógrafo, piloto de pesca
2.
Histórico
O espaço oceânico cobre 71 % da superfície do globo terrestre. Constitui um dos
domínios menos explorados e menos conhecidos da pesquisa científica.
O conhecimento do fundo dos mares, das plataformas continentais, da composição e das propriedades da água do mar, das correntes marinhas e principalmente da biologia marinha é necessário aos que trabalham no mar, explorando-lhe
a fauna e navegando em embarcações apropriadas a essa exploração.
A ciência que se encarrega desses estudos, a oceanografia desenvolveu-se de
maneira acentuada em países como o Japão, a Austrália, a Inglaterra, que fazem
do pescado alimentação básica.
Arq. bras. Psic.,
Rio de Janeiro,
31 (1): 173-182,
jan./mar.1979
Mas ao oceanógrafo não só interessam as águas do mar, mas também as
águas doces onde vivem espécies aquáticas com características e comportamentos
próprios.
Da simples observação empírica do meio ambiente, realizada por pescadores, chegou-se ao planejamento de pesquisru. de grande porte em navios oceanográficos onde cientistas aprofundam ao máximo os conhecimentos sobre o mar
e sua fauna própria.
Citam-se, na Antigüidade, exemplos avulsos de curiosidade oceanográfica.
Na verdade. um primeiro tratado de oceanografia surgiu em Veneza, em 1771,
cujo autor, o conde Luigi Ferdinando Marsigli, estudou a variação da temperatura
e da densidade do mar com a profundidade.
O primeiro fenômeno oceanográfico que recebeu tratamento científico foi a
maré. E foi Isaac Newton que, em 1687, explicando a maré pelo princípio da
gravitação universal, lançou os fundamentos de todas as pesquisas posteriores
sobre o fenômeno.
As expedições polares de Sir John Ross (em 1818, explorando o Ártico) e
de seu sobrinho Sir James Clark Ross (de 1839 a 1843, explorando o Antártico)
foram de singular importância para o desenvolvimento da oceanografia. Mais
importante foi a descobertà do naturalista da expedição, J. Hooker: descobriu a
importância de organismos elementares da cadeia alimentar do mar. Mais tarde,
em 1880. Victor Hansen inventou o nome plâncton para denominar esses organismos.
As controvérsias que surgiram em termo das descobertas induziram a Royal
Society de Londres a recomendar, em 1871, a expedição do Challenger. O programa da Royal Society refletia as perplexidades da oceanografia e seus grandes
objetivos. A corveta a vapor Challenger, da marinha inglesa, deixou a Inglaterra em
dezembro de 1862, somente regressando em maio de 1876, depois de cruzar o
Atlântico, o Pacífico e o oceano Austral. A publicação do relatório do Challenger
representa o primeiro grande passo da moderna oceanografia. A partir daí ela
progrediu mediante novas expedições, novos laboratórios e comissões internacionais.
Em 1899, o rei Oscar lI, da Suécia, instigado por Otto Pettersen, e traduzindo a preocupação reinante com a preservação dos estoques de peixe, reuniu
urna conferência para discutir as possíveis aplicações da oceanografia ao estudo da
pesca. Da conferência resultou a criação, em 1902, do Conselho Internacional para
a Exploração do Mar, em Copenhague, que se mantém até hoje em atividade.
Não se pode ignorar os trabalhos do príncipe Alberto I, de Mônaco, e
sobretudo a criação, por ele, do Instituto Oceanográfico de Paris, e do Museu
Oceanográfico de Mônaco. O reconhecimento da nova atividade científica, a oceanografia, data, entretanto, de 1921, quando a União Internacional de Geodésia e
Geofísica criou a Associação Internacional de Oceanografia Física, sua seção de
oceanografia.
174
A.B.P. I 17"
Se a oceanografia nasceu da viagem do Challenger e da criação do Conselho
futernacional para a Exploração do Mar, foi a' n Guerra Mundial que, pelo
empenho sobretudo da marinha norte-americana, lhe consolidou definitivamente a
posição.
No campo internacional foi fundado, em 1921, em Mônaco, como associação de estudos marítimos,-o Bureau Hidrográfico futernacional.
Foi o I Congresso 'futernacional de Oceanologia, realizado em Nova Iorque
em 1950, que conscientiwu os oceanógrafos sobre o que poderiam representar
para a humanidade os recursos oceânicos e sua exploração, tendo em vista que a
explosão demográfica torna evidentes os problemas com os recursos de água,
nutrição, energia e matéria-prima que são necessários para preservar a humanidade.
Além disso, o progresso de uma geofísica global, tanto marinha como terrestre, a
descoberta, no mar, de importantes reservas de petróleo e gás e a conseqüente
exploração dessas reservas fazem surgir a necessidade de solUÇÕes tecnológicas
condizentes com a complexidade da tarefa científica a ser realizada.
Com o fito de estimular a colaboração oceanográfica entre os países e ajudar
o desenvolvimento da oceanografia do mundo, a Unesco criou, em 1961, seu
Escritório de Oceanografia, que levou à constituição, pelos Estados-membros, da
Comissão Oceanográfica futergovernamental, com sede na própria Unesco, em
Paris.
No Brasil, a primeira preocupação com a oceanografia nasceu na Diretoria
de Hidrografia e Navegação do Ministério da Marinha, que bem cedo (1948)
introduziu o assunto no currículo de formação dos oficiais-hidrográficos. A atividade oceanográfica mais intensa somente teve início com o Ano Geofísico futernacional (1957-1958), quando o navio-escola Almirante Saldanha foi inteiramente
consagrado ao levantamento bceanográfico das águas brasileiras. Entretanto, São
Paulo, já em 1946, criava o Instituto Paulista de Oceanografia que, em 1951,
passou a integrar a Universidade de São Paulo. Outros pequenos institutos, hoje
denominados Laboratórios de Ciência do Mar, foram criados na Universidade de
Pernambuco e na Universidade do Ceará. Em 1970, o Instituto de Pesquisas da
Marinha voltou-se mais decididamente para a oceanografia, e em 1972 iniciou a
realização do Projeto Cabo Frio, tentativa de fertilização do mar com águas profundas, para fins de aquacultura. A atividade oceanográfica brasileira é coordenada
e estimulada por uma comissão, sob a égide do Conselho Nacional de Pesquisas.
Em todos os países a marinha possui agências oceanográficas próprias, mas
as pesquisas de índole mais científica são realizadas por institutos pertencentes a
universidades ou associações.
Uma distinção deve ser feita entre oceanografia e ocean%gia. A primeira se
destina a pesquisa de fenômenos relativos ao mar, enquanto a segun4a utiliza os
conhecimentos de forma prática: representa o conjunto de atividades humanas estudos diversos, pesca, transportes, recreação, turismo, exploração petrolífera e
mineira, complexos industriais, questões jurídicas - nas quais os oceanos são o
ponto de convergência.
Oceanografia e oéeanologio
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2.1
Utilização do mar
o
transporte maritimo (fretes) é a principal utilização do mar. É uma atividade
secular, de muito pequeno vulto e lento crescimento, enquanto se fazia a remo ou
a vela. Somente em 1850, com a introdução dos navios a vapor, a tonelagem dos
navios começou a crescer expressivamente. Hoje, 40 mil navios transportam anualmente toneladas de mercadorias, petróleo, produtos derivados e o restante, e
sobretudo o chamado granel: carvão, minérios, cereais e adubos.
A pesca também é uma atividade milenar, embora atenda a apenas 10% das
necessidades humanas em calorias e 3% das mesmas necessidades em proteína
animal. A produção Pesqueira foi insignificante até o princípio do século XX e
somente cresceu na década de 1960, atingindo hoje 70 milhões de toneladas. No
Brasil, onde a pesca recebeu poderosos estímulos em 1967, a produção se expande
e se moderniza.
O petróleo é o terceiro produto do mar, que se extraí de reservas encontradas
sob o fundo das plataformas continentais. A razão da sua procura é ser mais
barato prospectar petróleo no mar do que em terra. É outrossim bem maior a
probabilidade de encontrá-lo: os jovens sedimentos do mesozóico - terciário que
existem sob as plataformas são os mais comumentes associados ao petróleo e ao
gás natural. E, finalmente, o grosso das reservas continentais de petróleo está
concentrado numa só região: as proximidades do Golfo Pérsico.
A água do mar contém em dissolução todos os elementos: 96,5% dela são
água doce, e dos restantes 3,5% que constituem a salinidade média, um pouco
mais da metade é cloro, um pouco menos de um terço é sódio (cloreto de sódio ou
sal de cozinha), apenas 0,01 % é magnésio. A descoberta de que numerosos organismos marinhos concentram poderosamente alguns metais, como o estanho, o
silício, o iodo, o cobre, o vanádio, o zinco, o ouro, o titânico, o cobalto, leva à
cultura de tais organismos, para a extração desses metais. São também explorados
o estanho e o rutílio, o manganês, o níquel, o cobre e o cobalto. Consideráveis
quantidades de cascalho e areia são também dragadas do fundo do mar para a
construção civil.
Outra utilização do mar que se revela extremamente promissora é a produção de drogas extraídas de organismos marinhos, a farmacologia marinha. As
substâncias bioativas que se vêm encontrando pertencem sobretudo a duas classes:
antibióticos e drogas ditas sistêmicas, que aliviam a dor, estimulam ou acalmam e
variam a velocidade de reações bioquímicas, como, por exemplo, a coagulação do
sangue. Certas substâncias químicas isoladas de peixes tóxicos são 200 mil vezes
mais poderosas no bloqueio da atividade nervosa do que as drogas correntes; dos
peixes da família dos baiacus se extraíram narcóticos, e algumas substâncias anticancerígenas já foram encontradas em ostras e mexilhões.
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2.2
Poluição dos oceanos
A vastidão aparentemente infinita do oceano induziu a ilusão de sua capaSidade infinita para receber os resíduos do metabolismo humano, não apenas os
resíduos orgânicos, mas os industriais. E foram necessárias as explosões nucleares,
sobretudo as experimentais, para despertar a humanidade para o perigo da contaminação do oceano.
A primeira poluição que extraiu a atenção e mereceu os cuidados da humanidade foi a poluição pelo petróleo, ou, de um modo mais geral, pelos hidrocarboretos.
Merecem também atenção os resíduos orgânicos lançados ao mar que antes
tinham mesmo um efeito fertilizador (exceto quando excediam a capacidade de
oxidação da água, em mares fechados ou de circulação restrita. Atualmente, a
natureza desses efeitos mudou consideravelmente. O esgoto, mesmo doméstico, é
hoje impregnado de detergentes e outros produtos químicos sintéticos não-biodegradáveis, e, sobretudo nas zonas rurais, de um sem-número de herbicidas, pesticidas, fungicidas, quase todos tóxicos, que podem produzir malefícios nas águas
costeiras.
Todos os programas oceanográficos nacionais, e alguns internacionais, dedicam hoje grande atenção ao problema da poluição, sobretudo das zonas costeiras,
e importantes recursos a programas de regeneração de espaços aquáticos poluídos.
3.
Características da atividade
A oceanografia é a ciência que estuda os fenômenos físicos, químicos, geográficos
e biológicos que se processam nas águas marítimas e interiores.
O oceanógrafo pode desempenhar as seguintes atividades:
•
estudo da prot u:'(lidade, pressão, temperatura e penetração dos raios solares,
variações de denSidade, composição química e outros;
•
observ;tçao e indicação da origem dos movimentos das ondas, correntes e
marés;
•
estudo da forma do relevo submarino e da sedimentação dos depósitos
residuais nas profundidades;
•
estudo da flora e da fauna, suas modificações e adaptações no meio marinho, a influência dos agentes físicos e químicos, sua dispersão geográfica;
•
estabelecimento de cartas de profundidade utilizando aparelhos apropriados
(sondas, dragas, termômetros, manômetros, etc.);.
•
coleta de material para observação e análises, valendo-se de pessoal auxiliar
especializado (escafandristas, mergulhadores, etc.), bem como de embarcações
apropriadas às excursões e pesquisas (navios oceânicos).
Oceanografia e ocean%gia
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o oceaniJgrafo desenvolve as atividades no mar e em terra, estudando as
águas salgadas dos mares e oceanos. O limnólogo estuda as águas doces e o hidrógrafo se dedica à geografia da água.
A oceanografia divide-se em:
•
Oceanogra{lll geológica - estudo da topografia, relevo, cartas marítimas,
natureza do fundo do mar, materiais que o compõem, estrutura dos depósitos
acumulados nas profundezas, das rochas submarinas, suas formas de cristalização,
sua localização. Esta tenta localizar o local de jazidas de minerais (petróleo, urânio
etc.).
•
Oceanografia biológica - estudo dos organismos vivos do meio marinho,
abrangendo a biologia e a ecologia de animais e vegetais - classificação, descrição,
influência dos agentes físicos e químicos sobre a forma, os órgãos, os modos de
viver dos animais ou das plantas.
•
Oceanografia físicá e química - estudo das propriedades físicas e químicas
da hidrosfera: pressão sobre a água, distribuição das temperaturas, penetração dos
raios solares, densidade, composição química (salinidade, sais, gases dissolvidos).
Estuda os movimentos da água do mar, as relações entre a atmosfera e o mar, a
influência dos oceanos sobre o clima.
Outras aplicações desse campo de atividade estão sendo desenvolvidas,
romo:
•
Oceanografia pesqueira - estudo das propriedades e variações do meio sobre
o romportamento dos peixes, no que tange à exploração e à captura dos mesmos.
•
Oceanografia do petróleo - pesquisa as possibilidades de existência de
petróleo no fundo das costas e plataformas continentais.
•
Oceanografia de obras hidráulicas - pesquisa as possibilidades de empreendimentos e serviços públicos ligados à engenharia sanitária (poluição de baías,
enseadas, terminais sanitários) com seu navio oceanográfico de esgotos.
4.
Condições de trabalho
O oceanógrafo desempenhá suas funções em instituições públicas e privadas, em
laboratórios de pesquisa e análises em terra, mas também embarcado ou viajante
em návios oceanográficos.
Embarcado e viajante, coordena os dados captados pela equipe da embarcação. especializada, os navios oceanográficos. Dentro dos limites de seus cargos, os
componentes da equipe devem estar capacitados para a navegação e.a sua especialidade, nas devidas proporções. Formam a equipe: oceanógrafos, auxiliares marítimos de oceanógrafos, preparadores e técnicos auxiliares, comandantes e tripulações das embarcações especiàlizadas.
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Em terra, trabalha nos laboratórios que disponham de biblioteca especializada e possibilitem contato fácil com os meios culturais, podendo servir de apoio
oomo cientistas de planejamento e trabalhos.
A profissão ocupa o oceanógrafo embarcado ou viajante durante muitos
meses ou anos, na coleta de dados e observações. Por isso são relativamente
poucos os que nela ingressam. A maioria prefere, depois de algum tempo embarcado, dedicar-se aos trabalhos de laboratório.
Sendo uma profissão relativamente nova e ainda não regulamentada, os
salários não são fixos. Atuàlmente a remuneração para o oceanógrafo embarcado
ou viajante atinge níveis bastante elevados. Quanto ao oceanógrafo que trabalha
em terra, está situado na mesma categoria de vencimentos dos demais cientistas.
5.
Exigências para o desempenho da profissão
o oceanógrafo
deve possuir interesse e atitude científica, capacidade física para
trabalho em mares de várias latitudes, resistência a temperaturas extremas de calor
oú frio, ausência de alergias, senso de responsabilidade, capacidade de isolamento
. em pequenos grupos de trabalho e por longo tempo, iniciativa nos casos de chefia.
6.
Forma pela qual se ingressa na profISSão
Pode-se ingressar na profissão por meio de concurso, nomeação, contratação,
quando se trata de cargo público, ou então por simples admissão do profissional
em caráter particular.
Há relativa restrição ao exercício profissional quanto ao sexo, principalmente nos casos de trabalho em navios oceanográficos.
·7.
Oportunidades da profissão
A oceanografia vem assumindo dia a dia maior relevo, e oferecendo novas perspectivas de trabalho para o profissional formado.
Um grande número de laboratórios vem sendo criado ultimamente em diversas partes do mundo, além de os países desenvolvidos organizarem várias expedições oceanográficas para a investigação do mundo orgânico.
O mercado para o oceanógrafo é ainda restrito no Brasil, porém bastante
promissor, principalmente com o desenvolvimento das indústrias de pesca.
Em geral o profissional desempenha suas funções em instituições públicas,
oomo o Ministério da Marinha, a Superintendência do Desenvolvimento da Pesca
- Sudepe, os Institutos Oceanográficos e outros, como por exemplo:
Oceanografia e ocean%gia
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a)
em São Paulo
•
Instituto Oceanográfico de São Paulo
Serviço de Pesca de Campos
•
•
Instituto de Biologia Marinha de São Sebastião, com bases no litoral de
Cananéia, Ubatuba, Caraguatatuba; Gedip; Marinha do Brasil; Petrobrás; Capergs;
Decca Surven do Brasil Equipamentos e Pesquisas Ltda; Companhia Brasileira de
Dragagem.
b)
No Rio de Janeiro
•
•
Instituto de Pesquisas da Marinha
Diretoria de Hidrografia e Navegação.
c)
em institutos e centros de pesquisas de Recife, Ceará, Santa Catarina, Paraná
e Rio Grande do Sul.
Pode ainda dedicar-se ao estudo e ensino da oceanografia, biologia marinha,
ecologia marinha, ictiologia (vertebrados e invertebrados marinhos), oceanografia
física, química da água do mar, tecnologia dos produtos de origem marinha,
planctologia.
8.
Estudos
Na Faculdade de Oceanografia da Fundação Universidade do Rio Grande, no Rio
Grande do Sul, o curso de oceanologia é ministrado a nível de graduação, em
turno integral e com duração de oito semestres.
O curso de oceanologia, reconhecido e aprovado pelo Conselho Federal de
Educação, Decreto n. O 76.028 de 25.7.75, confere ao término do mesmo, o título
de oceanólogo.
O vestibular é unificado com a Universidade Federal de Pelotas: exige, para
inscrição, a documentação comum aos cursos superiores e prestação das provas
indicadas por lei.
Completados os quatro anos regulares do curso, poder-se-á optar por uma
das três áreas: ensino, pesquisa, tecnologia.
8.1
Cum'culo
Abrange disciplinas como: bioquímica, citologia, histologia, zoologia marinha,
botânica marinha, fisiologia vegetal, fisiologia animal, mineralogia e petrografia,
180
A.B.P.l/79
sedimentologia, estratigrafia, geomorfologia, geologia marinha, algologia, planetalogia, bentologia, nectologia, ecologia marinha, etologia marinha, aquariologia,
maricultura, prospecção e biometria, bioestatística, dinâmica das' populações marinhas, tecnologia pesqueira e tecnologia do pescado, física e química das águas,
microbiologia, lirnnologia, poluição das águas, paleontologia, meteorologia e
hidrografia, planejamento e legislação.
A nível de pós-graduação, o curso de oceanografia oferece quatro áreas de
especialização: oceanografia geológica, oceanografia biológica, oceanografia física
e oceanografia química. O título conferido é o de oceanógrafo na especialidade
corres·pondente. No Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, para
ingressar no curso é necessário diploma de curso de nível superior, além da
documentação comum exigida por lei.
A duração mínima do curso é de três semestres, em regime de tempo integral, e é ministrado em forma de seminários e trabalhos práticos de pesquisas.
Consta de duas partes: formativa e especializada, cujos currículos são os
seguintes:
Parte fOf7!JatiV(l: física geral, complementos de matemática, cálculo diferencial e
integral, elementos de estatística, química geral e biologia geral, elementos de
qwmica da água do mar, elementos de ecologia, introdução à oceanografia física,
elementos de geologia e geomorfologia do litoral, elementos de meteorologia e
climatologia, elementos de navegação e cartografia náutica, elementos de arte
naval e marinharia.
Pane especializada: oceanografia física, oceanografia biológica, estatística aplicada
à oceanografia física, matemática aplicada, ecologia marinha, biogeografia: a) fauna,
b) flora, bioestatfstica, bioquímica.
No Rio de Janeiro, são ministrados cursos de oceanog~afia de nivel médio,
visando preparar pilotos de pesca e outros técnicos auxiliares de oceanografia,
como os da Escola de Marinha Mercante e os da Divisão de Hidrografia Oceanográfica da Marinha.
O curso de piloto de pesca tem a duração de 2 anos, e se realiza na Escola de
Marinha Mercante.
OJ"ículo (onde se destaca a Oceanografia): português, matemática, desenho,
física, tecnologia do navio, técnica pesqueira, biologia marinha, cosmografia, navegação estimada, oceanografia, deveres militares, tecnologia do pesCado, economia
pesqueira, meteorologia, sernáforo-Morse-CIS., noções de máquinas, instrumentos
náuticos, trigonometria esférica, astronomia, navegação astronômica, armas portáteis.
O Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco
não oferece cursos de graduação ou pós-graduação, estando suas atividades mais
estritamente ligadas à pesquisa oceanográfica.
Oceanografia e oceanologia
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8.2
Escolas do pais
Oceanologia (graduação)
•
Faculdade de Oceanologia da Fundação Universidade do Rio Grande
Rua Cavalheiro Luiz Lorea, 261 - Rio Grande, RS.
Oceanografia
•
Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo
•
Universidade do Mar - Cabo Frio, RJ.
•
Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco
Av. Bernardo Vieira de Melo, 986 - Piedade - Recife, PE.
Tei.: 26-0183
•
Universidade Estadual do Rio de Janeiro
Rua São Francisco Xavier, 524 - Maracanã.
Bibliografia
d'Anniballe Braga, L. O mundo da'ciência. Rio de Janeiro, CEPA, 1966. (Série Informação
Profissional, n. 1).
d' Anniballe Braga, L. Os cultores da natureza - Os agricultores e os criadores. Rio de Janeiro,
CEPA, 1974. (Série Informação Profissional, n. 10).
Les études et les debouchés de l'océanographie. In: Avenirs, Paris, (135): 28-34, Oct. 1962.
Jornal O Globo
EnciêIopédia Mirador Internacional. São Paulo, Rio de Janeiro, Encyclopaedia Britannica do
Brasil, 1975. v. 15.
182
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