MUND FÍSICO Projeto de Extensão Jornal Mundo Físico Departamento de Física - UDESC/Joinville - SC, ano VIII, No 38 Maio-Julho/2011 POR QUE O CÉU NOTURNO É ESCURO? Edio Cunha da Costa e Flavia Passarela de Farias que a luz de objetos muito distantes chega muito desviada para o vermelho (efeito Doppler) e, portanto, muito fraca: cálculos mostram que a degradação da energia pela expansão do Universo não é suciente Alguma vez você já se perguntou por que o céu noturno é escuro? para resolver o paradoxo. Uma resposta imediata e óbvia seria porque durante a noite não temos 3. o Universo não existiu por todo o sempre: a presença do Sol para iluminar o céu, cando este escuro. No entanto esta mesma pergunta a uma velocidade nita, então ainda não deu tempo já havia sido formulada a muitos anos atrás por para a luz das estrelas mais distantes chegar até nós. grandes nomes como Johannes Kepler em 1610, Edmond Halley e Jean de Chéseaux no século XVIII e Heinrich A terceira proposta de solução apresenta acima é a solu- Olbers em 1826. Em 1744, em Lausanne, Suíça, cientista ção atualmente aceita para a explicação do paradoxo de Jean Philippe Leys de Chéseaux se questionou: Por que o céu é escuro? Se o número de estrelas é innito, um disco estrelar deveria cobrir todos os trechos do céu . Chéseaux Olbers, o Universo que vemos é limitado no espaço por ser nito no tempo, de modo que a escuridão da noite é uma prova de que o Universo teve um começo. tentou argumentar que o céu noturno era escuro porque havia uma diminuição da luz emitida pelos corpos celestes. CENTENÁRIO DO NÚCLEO ATÔMICO Embora pareça uma pergunta trivial com resposta óbvia, Por Flávia Passarela de Farias Guarezi ela traz consigo uma informação muito importante acerca de nosso Universo: a expansão! Isso mesmo, o fato de o céu noturno ser escuro é uma das evidências de que nosso Em 07 de março de 1911, foi apresentada ao Universo está se expandindo, como explicaremos a seguir. público, na Sociedade Filosóca e Literária de Heinrich Wilhelm Matthäus Olbers, um astrônomo ale- Manchester, pela primeira vez a teoria de Ernest mão, tentou responder ao questionamento da seguinte ma- Rutherford do núcleo atômico. Na cidade Mon- Se o Universo fosse estático e preenchido com uma distribuição uniforme de estrelas então cada linha de visada no céu terminaria em uma estrela e, conseqüentemente, o céu seria uniformemente brilhante . Mesmo que neira: treal em 1902, Rutherford e o químico Frederick Soddy descobriram que um elemento se desintegra, ou decai, em outro, quando há emissão espontânea de raios alfa ou beta, a chamada transmutação dos elemen- a intensidade da luz de uma estrela diminua com o qua- tos radioativos. Analisando os elementos rádio e radônio, drado da distância, o número de estrelas cresce com o qua- através dos desvios que as partículas sofriam ao passar por drado da distância, de modo que nossa linha de visada um campo elétrico forte, concluiu que as partículas alfas sempre atinge uma estrela. Assim o céu noturno deveria tinham cargas elétricas positivas. ser claro, o que evidentemente não ocorre. Este argumento Rutherford cou conhecido como Paradoxo de Olbers. sou Algumas propostas de solução são: que os analiraios alfa desviavam-se de sua 1. a poeira interestelar absorve a luz das estrelas: esta foi a solução proposta por Olbers. como o Universo possui uma idade nita e a luz propaga-se posição inicial ao passar por folhas No entanto, ela também não explica o paradoxo pois absorvendo a luz muito nas de mica, das estrelas a poeira cósmica entraria em equilíbrio em uma câmara de térmico com as estrelas e passaria a brilhar como as vácuo. estrelas, emitindo a luz absorvida na mesma taxa. em 1909, ele conou No entanto, ao estudante físico Ernest Marsden que procurasse partí- Portanto, a solução proposta por Olbers não serve. culas alfas que deetissem em ângulos maiores que 10o . Foi então que surgiu o conhecido experimento da folha 2. a expansão do Universo diminui a energia de modo 1 As Locomotivas e o Trem MAGLEV de ouro, já que ao invés da folha de mica, Marsden utilizou folha de ouro. Nesse experimento, Marsden percebeu que algumas das partículas não passavam pela folha de As primeiras locomotivas surgiram no século ouro, eram reetidas pela mesma, o que inicialmente era XIX, eram locomotivas a vapor e no Brasil - inexplicável. Ainda no ano de 1909, com o auxílio do fí- caram conhecidas por Maria-Fumaça. O record sico Thomas Royds, Rutherford identicou que os raios de velocidade de uma locomotiva a vapor foi de alfas na verdade eram átomos do gás hélio que perderam 203 km/h, dois elétrons, ou seja o íon hélio. ligeiramente inclinado. Em 1910, Rutherford na Inglaterra, obtido em um percurso Já na primeira metade concluiu que esse fenômeno ocorria pela colisão entre as do século XX, as máquinas a vapor começaram a ser subs- partículas alpha e a carga positiva do átomo, sendo que tituídas pelas locomotivas elétricas e a diesel, sendo que esta carga positiva supostamente estaria localizada numa estas no m da década de 1960 já dominavam o cená- pequena região central do átomo, o núcleo. rio. Alguns exemplos de locomotivas elétricas: em 1964 foi inaugurada a locomotiva japonesa Shinkansen que liga Assim, têm-se a representação de um 300 km/h. novo modelo atômico, os elétrons orbi- Tóquio à Osaka e em média sua velocidade é de tando o núcleo atômico, fazendo uma tra- Em 1981 foi inaugurada a linha francesa TGV que liga Pa- jetória circular com o raio comparável ao risLyon que em média atinge velocidades de tamanho do átomo. O motivo pelo qual nos anos 90 surgiu a InterCityExpress projetada pela Sie- 360 km/h. 250 a 300 km/h. E essa teoria prevaleceu às anteriores foi mens, e essas locomotivas atigem de o fato de Rutherford conseguir explicar, foram as primeiras linhas inauguradas, hoje já existem ou- Essas tras. E essas velocidades são as de uso normal, em testes quantitativamente, os resultados do experimento. elas atingem de NOTÍCIA 450 a 500 km/h. Foram desenvolvidos e experimentados outros projetos, como a locomotiva com turbinas a gás, porém pouco utilizados. Flávia Passarela de Farias Guarezi Antipartícula: Em 1968 dois americanos, nome dado à partícula que contém a mesma massa e o mesmo spin de uma outra partícula, Powell e a mais recente tecnologia exatos 100 anos depois de Ernest Rutherford ter publi- utilizada em transporte lo- cado sua teoria de que o átomo contém um núcleo onde comotivo, a tecnologia cam concentradas cargas positivas, um grupo de cien- glev, tistas internacionais, que reúne 584 cientistas dentre eles ma- em que os trens le- www.rtri.or.jp vitam sobre os trilhos de- alguns brasileiros, publicou pela primeira vez observações vido ao fenômeno de atra- e medições da antimatéria mais pesada já fabricada em la- ção/repulsão boratório, a antipartícula do núcleo de hélio-4. Segundo o magnética. Entenda como o fenômeno ocorre: ao conectar um o condutor nas extremidades de grupo, esse estudo é fundamental para o avanço do conhe- uma pilha, por exemplo, a corrente elétrica que passa pelo cimento da física nuclear, da astrofísica e da cosmologia. o dará origem a um campo magnético em torno do o. No Em 2010, de acordo com um dos coautores brasileiros, em entanto, se ao conectar o o a fonte em que a corrente que um processo análogo à condensação, foram agregados dois passará por esse seja alternada, criará um campo mag- antinêutrons e um antipróton, resultando em um antitrí- nético variável. tio, sendo a antimatéria do trítio um dos isótopos do Colocando-se um outro o na forma de uma espira quadrada ou circular, por exemplo, nas pro- hidrogênio. Já na pesquisa atual foi produzido um anti- ximidades desse campo magnético, ocorrerá variação no No ex- uxo magnético através da espira, gerando uma força ele- perimento, que fora realizado no Colisor Relativístico de tromotriz induzida na mesma e, consequentemente, uma Íons Pesados (RHIC, na sigla em inglês), localizado nos corrente elétrica sobre a espira. Estados Unidos, para detectar as antipartículas foram uti- Esse fenômeno foi ex- plicado por Faraday, e posteriormente Lenz acrescentou lizados detectores que medindo a trajetória das partículas armando que a corrente elétrica induzida irá se opor ao tenta identicar qual o tipo de partícula está sendo obser- campo magnético que lhe deu origem. vada. Para encontrar o anti-hélio foram realizadas apro- Há bobinas aco- pladas na parte inferior do trem e no trilho. A corrente ximadamente um bilhão de colisões de núcleos de ouro, elétrica que passará pela bobina acoplada ao trem é alter- sendo que cada uma delas produz milhares de partículas nada e, como vimos anteriormente de acordo com as leis diferentes, das quais foram encontrados apenas 18 núcleos de anti-hélio. R. tearam a idéia que vem ser porém, todas as restantes cargas com valores opostos. Há hélio, com dois antiprótons e dois antinêutrons. James Gordon T. Danby, paten- de Faraday e Lenz, uma nova corrente elétrica surgirá, se Os pesquisadores acreditam que essas in- opondo ao campo que a produz. Assim, haverá uma re- formações auxiliam os cosmólogos, ajudando-os a prever pulsão de campos, acarretando na levitação do trem. As onde e como procurar antimatéria, que esse estudo pode bobinas utilizadas são supercondutoras, pois sua resistên- ajudar a entender o início do Big Bang e que é um passo cia elétrica é praticamente nula, ou seja, não ocorrendo para a construção de uma nova tabela periódica. perdas de energia, e a repulsão de campos é muito mais VOCÊ SABIA? Flávia Passarela de Farias Guarezi intensa. A bobina localizada ao longo dos trilhos, cha- mado trilho guia, repele os irmãs sob o trem, permitindo que o mesmo levite de um centímetro a dez centímetros. 2 A corrente elétrica que é fornecida à bobina presente no possível explicar porque os núcleos atômicos não se de- trilho guia é alternada, alterando a polaridade da bobina sintegravam facilmente. Descobriu-se então que o méson magnetizada. A mudança da polaridade faz com que na pi é justamente a partícula responsável pela estabilidade frente do veículo o campo magnético puxe o trem para nuclear. trás, enquanto o campo magnético na parte de trás do cientistas contestaram os resultados, mas o apoio do di- trem empurra o veículo. Esse sistema faz com que o trem alcance velocidade de mais de pesou na aceitação da descoberta. Sua atuação no Brasil teve papel importante na criação do CNPq - Conselho Na- EXPERIÊNCIA: Água Óptica Flávia Passarela de Farias Guarezi Uma garrafa cional de Pesquisa e Desenvolvimento Cientíco, em 1951. Para muitos, Lattes foi injustiçado por não ter sido laureado com o prêmio nobel de Física de 1950, concedido justamente pela descoberta dos mésons pi. O prêmio foi transpa- dado a Cecil Powell, na época chefe do laboratório no qual rente - Tinta preta ou ta isolante - Lattes analisou suas amostras, as quais revelaram pela pri- Lanterna ou laser - Água - Uma vasi- meira vez a existência destas partículas. Lattes faleceu de lha para aparar a água. Procedimento: ataque cardíaco em Março de 2005. Corte a parte superior da garrafa, retirando a boca. Limpe a garrafa por dentro; Faça um furo de aproximadamente Alguns namarquês Niels Bohr, um dos maiores físicos da época, 500 km/h. Material:- Foi uma grande reviravolta na ciência. VOCÊ SABIA? 0, 5 cm de diâmetro em uma das Anéis de Saturno faces da garrafa, o mais baixo possível; Pinte a face em que o furo foi feito e deixe secar, ou escureça com ta isolante; Tape o furo e encha a garrafa com Rafael Marques água; Posicione a lanterna, ou o laser, na direção do furo, iluminado a face oposta a que foi pintada; Em seguida, solte o furo e observe o fenômeno. O experimento deve ser Antes da invenção do telescópio, Saturno era o realizado em um ambiente o mais escuro possível. mais distante dos planetas conhecidos. A olho nu não parecia ser luminoso. Saturno é o sexto pla- BIOGRAFIA: César Lattes neta a partir do Sol, é cerca de 10 vezes maior que o planeta Terra, e está também aproxima- Rafael Marques damente 10 vezes mais longe do Sol do que nós! Uma curiosidade interessante, é o fato de que Saturno é o Cesar Mansueto Giulio Lattes, mais conhecido único planeta menos denso do que a água, cerca de 30 por simples- mente como César Lattes , nas- cento menos denso. Não seria errado dizer que se houvesse ceu em Curitiba no dia 11 de Ju- um oceano sucientemente grande, Saturno utuaria so- lho de 1924. bre ele. Mas o que torna Saturno tão especial? Saturno Lattes foi um dos mais premiados físicos brasilei- tem anéis. O primeiro a observar seus anéis foi Galileu em ros, e seu trabalho foi fundamen- 1610. tal para a compreensão da física atômica e nuclear. Os Fez seu estudo primário na Escola de anéis Saturno Americana em Curitiba, e o secundário em São Paulo. são Concluiu o Bacharelado em Ciências em 1943, no Depar- tituídos tamento de Física da Universidade de São Paulo. De 1947 essencial- a 1948, Lattes começou a sua principal linha de pesquisa mente que veio a torná-lo famoso: o estudo dos raios cósmicos! gelo, poeira cons- A Física de raios cósmicos estuda a radiação presente nas e camadas mais externas da atmosfera terrestre, onde es- rochoso. tão presentes várias partículas subatômicas oriundas do Estão espaço sideral. postos de 5.000 lívia. Para tanto, criou um laboratório a mais por material dis- http://www.jpl.nasa.gov/ ao longo do plano equatorial de Saturno e são muito nos metros de altitude no monte Chacaltaya, na Bo- quando Lattes registrava a radiação cósmica em grandes comparados ao diâmetro deste. As sondas espaciais que visitaram o planeta, mostraram que os anéis chapas fotográcas. Mais tarde viajou para a Inglaterra onde, na Universidade de Bristol, trabalhou na interpre- principais são, na realidade, formados por um grande tação dos lmes obtidos na Bolívia. Neste trabalho, re- número de anéis pequenos e estreitos. A origem dos anéis alizou uma grande descoberta cientíca: a existência de de Saturno é ainda um mistério. Uma possibilidade seria uma partícula subatômica, até então desconhecida: o mé- a de que um corpo ou uma lua teria se desintegrado em son pi. função do forte campo gravitacional de Saturno. Até então, aceitava-se que os átomos eram for- Outra mados por somente três tipos de partículas elementares: alternativa em estudo seria o choque que teria havido prótons, nêutrons e elétrons. No entanto, mesmo sabendo entre corpos, por exemplo, uma lua e um grande meteoro, que o núcleo atômico era recheado de prótons, não era próximos ao planeta Saturno. 3 CAIU NO VESTIBULAR Edio Cunha da Costa e Flávia Passarela de Farias Guarezi em 0o C, 1, 0 kW. por O tempo de funciona- 220 V 3,0 min (c) 1,5 min (d) 8,0 min (e) 10,0 min Solução : estarão assim danicar o aparelho. ser ligado em 110 V , no entanto, este caso, e consequentemente a potência desenvolvida, abaixo por das especicações exemplo, de quando do fabricante. ocorre queda É de energia elétrica e as lâmpadas de sua residência cam com pouca luminosidade, a TV praticamente não liga, etc. Desao desta edição: Por que é tão importante possuir o o terra nas tomadas de sua casa? REFERÊNCIAS fundir o gelo signica promover uma mudança de fase, neste caso, da fase sólida para a fase líquida. O calor http://www.on.br/certificados/ens_dist_ 2008/site/conteudo/modulo4/4-paradoxo-olbers/ paradoxo-olbers.html http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/ 2011/278/100-anos-com-o-nucleo-atomico http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art= 71493&bd=2&pg=1&lg= http://transportes.ime.eb.br/MATERIAL%20DE% 20PESQUISA/TRABALHOS/TRAB005.pdf http://www2.fc.unesp.br/experimentosdefisica/ Material necessário para gerar uma mudança de fase é chamado de calor latente, que para o presente problema é chamado 0o C este LF = 334 × 10 J/kg. Então, de calor latente de fusão. Para a água (gelo) a calor de transformação vale 3 m de gelo necessitamos de um Q tal que Q = LF m. Com os dados do problema 3 3 temos Q = 334 × 10 J/kg1, 5kg ⇒ Q = 501 × 10 J. A para fundir uma massa calor potência fornecida é a quantidade de calor por unidade de tempo, ou seja, P = Q/∆t. Então o tempo que levará ∆t = para todo o gelo se deterreter é Isto equivale a podendo um aparelho concebido para funcionar a poderá elétrica, o alternativa circula, poderá não funcionar adequadamente porque a corrente gelo apenas para fundi-lo é: (b) ele No entanto, para que toda a energia fornecida seja absorvida pelo 5,0 min pois estamos supondo a tensão aplicada, aumentamos a corrente elétrica que mento a que se deve programar o forno de micro-ondas (a) V = Ri, que o aparelho satisfaça a Lei de Ohm, aumentando-se no interior de um forno de micro- ondas de potência para que a corrente elétrica que o este pode tolerar. Como (UDESC/2010) Coloca-se 1, 50 kg de gelo, à temperatura de 110 V atravessa não atinja um valor superior ao que 8, 35min. (d). 501 × 103 J ⇒ 501s. 1, 0 × 103 W ASTRONOMIA & ASTROFÍSICA. Kepler de Souza Oliveria Filho e Maria de Fátima Oliveira Saraiva. Edi- Então a alternativa correta é a tora Livraria da Física - 2004. UM POUCO DE HUMOR... EQUIPE A força peso estava caminhando e encontrou a força de Edio Cunha da Costa-Coordenação Geral/Edição atrito. Então... Flávia Passarela de Farias Guarezi-Edição Sugestões: Ola´ ATRITO, voce parece triste! [email protected] Ola PESO! E´ que todos me desprezam!! PESO ATRITO OBS: A autoria e a veracidade das informações contidas nas diferentes reportagens são de responsabilidade de seus autores, identicados em cada uma delas. DESAFIOS Edio Cunha da Costa e Flávia Passarela de Farias Guarezi Desao da edição anterior: um aparelho de um aparelho de 110 V 220 V Podemos ligar na tomada de 220 V ? E 110 V ? numa tomada de Faz alguma diferença? Resposta: funicionar em um aparelho 110 V construído para deve ser ligado sempre 4