A Terra

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A Terra
Escrito por Gerson Caravaca
Ter, 15 de Setembro de 2009 02:55 - Última atualização Qui, 08 de Outubro de 2009 00:47
<p style="text-align: justify;"><br /> No in�io, a Terra era um corpo celeste homog�eo, no qual
os materiais se distribu�m uniformemente em todo o globo. Entretanto, devido a violenta
colis� sobre a sua superf�ie de numerosos corpos celestes de diversos tamanhos
(meteoritos), compostos de rochas e gelo, que ainda hoje orbitam o Sistema Solar, a Terra
aumentou sua temperatura. Um aster�de em movimento cont� grande quantidades de energia
cin�ica, e quando ele colide contra alguma estrutura (no caso a Terra primitiva) a maior parte
de sua energia de movimento �convertida em calor. Uma outra fonte de calor para o
aquecimento do planeta foi provavelmente o decaimento de elementos radioativos (como por
exemplo o Ur�io). �omos de elementos radioativos desintegram-se espontaneamente atrav�
da emiss� de part�ulas subat�icas. Quando estas part�ulas s� absorvidas pela mat�ia ao
redor, sua energia de movimento �transformada em calor.<br /> </p> <p style="text-align:
justify;"><img height="113" align="left" width="185"
src="images/stories/Figuras/Tectonica/Terra/terra.jpg" alt="Estrutura�o da Terra em camadas
conc�tricas: Fonte NASA" class="caption" />Quando essa eleva�o na temperatura se
processou, uma grande parte do planeta fundiu e os constituintes materiais tornaram-se
diferenciados, isto � os materiais mais densos foram separados e concentrados no n�cleo e
os materiais mais leves foram trazidos para pr�imo da superf�ie. Deste modo, a Terra, que
era inicialmente um corpo celeste com o mesmo tipo de material em todas as profundidades,
foi convertida em um corpo estratificado em camadas conc�tricas, com um n�cleo constitu�o
pelos elementos mais densos, uma crosta superficial composta de materiais leves, e entre eles,
o manto com os materiais de densidade intermedi�ias.</p> <p style="text-align: justify;">Tr�
s�ulos atr�, o cientista ingl� Isaac Newton calculou, a partir de seus estudos de planetas e da
for� de gravidade, que a densidade m�ia da Terra �duas vezes maior que aquela das rochas
superficiais, e portanto, concluiu que o interior do planeta deveria ser a maior parte composto
de materiais muito densos. Nosso conhecimento da estrutura interna da Terra tem melhorado
desde os tempos de Newton, mas sua estimativa da densidade permanece essencialmente
correta. <br /> <br /> Nossas informa�es atuais baseiam-se em estudos do padr� e
caracter�ticas das ondas de terremoto que viajam atrav� do planeta, bem como de estudos
experimentais de laborat�io em rochas e minerais submetidos a elevadas temperaturas e
press�s. Outros importantes dados sobre o interior da Terra chegam at�n� a partir do estudo
de materiais encontrados entre 50-100 Km de profundidade, trazidos para a superf�ie por
processos vulc�icos e orog�icos, proporcionando uma amostragem do tipo de rochas que
existem na crosta e no manto superior, e permitindo fazer infer�cias em torno das
propriedades qu�icas e f�icas da Terra nesses locais. <br /> <br /> <img height="114"
align="left" width="185" class="caption" alt="Diagrama mostrando a estrutura�o interna Terra:
Fonte U.S. Geological Survey" src="images/stories/Figuras/Tectonica/Terra/camadas.jpg"
/>Estudos do movimento da Terra no Sistema Solar, seu campo magn�ico e gravitacional, e o
fluxo de calor interno do planeta tamb� contribuem para o avan� do conhecimento em torno
da estrutura interna da Terra. As camadas internas da Terra s� classificadas com base tanto
na composi�o qu�ica como nas propriedades f�icas que elas apresentam.</p> <p
style="text-align: justify;">Quando a Terra primitiva fundiu, os materiais menos densos
ascenderam para a superf�ie formando a camada composicional mais externa da Terra,
denominada de crosta (<em>crust</em>). Esta camada cont� os materiais relativamente mais
leves e com baixas temperaturas de fus�. que constituem diversos compostos de s�ica,
alum�io, c�cio, magn�io, ferro, s�io e pot�sio combinados com o oxig�io. A crosta pode ser
subdividida em duas por�es bastante diferentes: a crosta continental e a crosta oce�ica. A
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crosta continental �mais espessa (com m�ia em torno de 75 Km); �composta por rochas
"gran�icas" menos densas (2,7 g/cm3); �fortemente deformada; e, inclui as rochas
mais antigas do planeta (com bilh�s de anos em idade). Por contraste, a crosta oce�ica
�menos espessa (com m�ia ao redor de 8 Km); �composta por rochas vulc�icas densas
chamadas de basalto (3,0 g/cm3); �comparativamente menos deformada; e, geologicamente
mais jovem (200 milh�s de anos ou menos em idade). A base da crosta assinala uma mudan�
na propor�o de v�ios elementos que comp�m as rochas, mas n� uma varia�o nas
propriedades f�icas.</p> <p style="text-align: justify;">A camada situada abaixo da crosta
�chamada de manto (<em>mantle</em>). Ele �constitu�o pelos materiais de densidade
intermedi�ia deixados na por�o mediana da Terra ap� os materiais mais pesados terem
mergulhados para o centro do planeta e os materiais mais leves terem ascendido para a
superf�ie. Esta zona possui em torno de 2.900 Km de espessura e constitui 82% do volume e
68% da massa da Terra. Os primeiros 700 km s� denominados de manto superior, enquanto
que os 2.200 km restantes s� chamados de manto inferior. O manto �composto por rochas
formadas por compostos de oxig�io com ferro, magn�io e s�ica. Devido a press� das rochas
sobrepostas, a densidade das rochas mant�icas aumentam com a profundidade desde 3,2
g/cm3 na sua por�o mais superior at�pr�imo de 5 g/cm3 pr�imo do contato com o
n�cleo.</p> <p style="text-align: justify;">O n�cleo (<em>core</em>) terrestre, composto
basicamente por ferro, �a massa central do planeta com aproximadamente 7.000 Km de
di�etro. A sua densidade aumenta com a profundidade, mas a m�ia fica em torno de 10,8
g/cm3. O n�cleo comp�m somente 16% do volume da Terra, mas, devido a sua elevada
densidade, �respons�el por 32% da massa do planeta.</p> <h3>A estrutura interna da Terra
baseada nas propriedades f�icas</h3> <p style="text-align: justify;">As propriedades f�icas
(ou mec�icas) de um material nos informa como ele responde a aplica�o de uma for�, se
�um material resistente ou fr�il, e se o material �um l�uido ou um s�ido. A camada externa
r�ida, resistente e s�ida da Terra �denominada de litosfera (<em>lithosphere</em>), e inclui
a crosta e a por�o mais externa do manto superior. A litosfera terrestre varia grandemente em
espessura, desde pr�imo aos 10 Km em algumas �eas oce�icas at�mais de 300 Km em
algumas regi�s continentais.</p> <p style="text-align: justify;">Abaixo da litosfera, ainda no
manto superior, existe uma grande zona no qual a temperatura e a press� s� muito elevadas,
assim que parte do material est�parcialmente fundido, ou est�muito pr�imo ao estado de
fus�. Nestas condi�es, as rochas perdem muito da sua resist�cia e tornam-se pl�ticas e
fluem vagarosamente. Esta zona �conhecida como astenosfera (<em>asthenosphere</em>).
O limite entre astenosfera e a litosfera �assim, mecanicamente distinto, isto � compreende o
limite entre materiais s�idos e pl�ticos, mas n� corresponde a mudan�s fundamentais na
composi�o qu�ica. O fato destas duas zonas possu�em diferentes resist�cias determina que
a litosfera tende a comportar-se como uma camada r�ida e fr�il, enquanto que a astenosfera
flui como um s�ido d�ctil, quando ambas s� sujeitas a a�o de for�s.</p> <p
style="text-align: justify;">A regi� entre a astenosfera e o n�cleo, incluindo a�a por�o basal
do manto superior e todo o manto inferior, �conhecida por mesosfera
(<em>mesosphere</em>). As rochas situadas nessa regi� s� mais resistentes e mais r�idas.
Isto deve-se ao fato que nestas profundidades as elevadas press�s compensam as altas
temperaturas, for�ndo as rochas a serem mais resistentes do que na astenosfera
sobreposta.</p> <p style="text-align: justify;">O n�cleo terrestre �subdividido em duas
por�es distintas com base no comportamento mec�ico: um n�cleo externo (<em>outer
core</em>) l�uido e um n�cleo interno (<em>inner core</em>) s�ido. O n�cleo externo tem
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uma espessura aproximada de 2.270 Km comparado com o muito menor n�cleo interno, com
um raio de somente 1.200 Km. O n�cleo �extremamente quente, e a perda de calor e a
rota�o da Terra provavelmente promove a circula�o do n�cleo externo l�uido, gerando o
campo magn�ico terrestre.</p> <p style="text-align: justify;"> </p> <h4><span style="color:
rgb(255, 255, 153);">Refer�cias bibliogr�icas utilizadas na confec�o do texto
acima:</span></h4> <p style="text-align: justify;">Hamblin, W.K. & Christiansen, E.H. 1998.
Earth,s Dynamic Systems (Eighth Edition). Prentice-Hall, Inc. 740 p.</p> <p style="text-align:
justify;">Press, F. & Siever, R. 1998. Understanding Earth (Second Edition). W.H. Freeman and
Company. 682 p.</p> <p style="text-align: justify;"> </p>
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