generalizações de regras gramaticais na aquisição das frases

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GENERALIZAÇÕES DE REGRAS GRAMATICAIS NA
AQUISIÇÃO DAS FRASES INTERROGATIVAS EM INGLÊS
LEILA BERNADETE SCHRÖDER1
ABSTRACT
In the acquisition of a L2 and to reach proficiency in the language objective the
apprentice it travels a called road Interlanguage, being used of several such strategies as
Transfer of linguistic elements and the Generalization of the grammatical rules. To
present research it was accomplished with a group of learners speakers of the
Portuguese as maternal language and English learners like L2 and it demonstrated that
they have difficulties in structures different from his/her L1. In the case of the formation
of interrogative sentences in English them grammatical rules generalize for the
formation of interrogative with the verb To Be for the with action verbs. The reading
and analysis of the obtained data revealed, likewise, that the explicit instruction supplied
the students presents positive effects in the learning of grammatical rules of L2.
PALAVRAS CHAVE
Interlíngua. Transferência. Generalização.
KEY WORDS
Interlanguage. Transfer. Generalization.
O presente trabalho tem por objetivo apresentar um relato do estudo sobre
generalização de regras gramaticais na aquisição de frases interrogativas em inglês ,
bem como, analisar os resultados a que chegamos através da pesquisa bibliográfica e de
campo realizadas entre abril e agosto de 2005.
Na primeira parte, traremos alguns conceitos teóricos importantes para a
compreensão do que os alunos fazem no que diz respeito a aprendizagem de regras
gramaticais sobre a formação de interrogativas.
Na segunda parte, apresentaremos especificamente a formação de frases
interrogativas no presente simples, com o verbo to be e com verbos de ação tanto no
português como no inglês.
Na seqüência, a terceira parte apresenta a metodologia utilizada e uma visão
geral de como a pesquisa foi desenvolvida.
1
Pós Graduada em Metodologia do Ensino da Língua Inglesa da URI – Universidade Regional Integrada
do Alto Uruguai e das Missões – Campus de Santo Ângelo. [email protected]
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A descrição dos resultados de como o sujeito se comportaram no pré- e pósteste encontra-se na quarta parte. Na parte final, a conclusão sobre os resultados
alcançados encerra o presente trabalho.
Quando se fala em gramática e seu uso é comum ouvir falar de regras e
generalizações. Nos estudos da área de aquisição de segunda língua o termo
generalização (overgeneralization), segundo Ellis (1985, p.55) “é um artifício usado
quando os itens não carregam caracteres óbvios para os aprendizes”, envolve o uso de
conhecimento de L2 estendendo-o para as formas novas de interlíngua.O aprendiz cria
uma interlíngua sistemática no intuito de atingir proficiência na L2, freqüentemente
caracterizada pelos mesmos erros que as crianças, falantes nativas da mesma língua
criam, conhecido como transferência.
A generalização de regras gramaticais, é uma das estratégias (caminhos) que o
aprendiz se vale para construir seu aprendizado na L2.
Num esforço para contribuir no entendimento do problema por nós constatado
e enfrentado por nossos alunos, que é a formação de frases interrogativas, esse capítulo
se propõe a explicá-las. Apresentaremos as frases interrogativas no português para em
seguida, também fazê-lo com as interrogativas em inglês.
As frases interrogativas em português, segundo Infante (2001 pág. 413) “são
empregadas quando se deseja obter alguma informação. A interrogação pode ser direta
ou indireta”. As frases interrogativas no português são diferenciadas apenas na
entonação de voz, ou seja, não exigem alteração na sua estrutura independente do tempo
verbal em questão. Por exemplo:
1) Ele é um estudante. (afirmativa)
2) Ele é um estudante? (interrogativa)
As frases interrogativas no inglês se estruturam de maneira diferente do
português.
Uma das diferenças lingüísticas entre o português e o inglês está na forma de
estruturar as frases interrogativas.
Uma das primeiras dificuldades que nossos aprendizes brasileiros enfrentam é
a estruturação de frases interrogativas e negativas em inglês onde temos verbos
auxiliares e modais que são responsáveis pela formação da pergunta. Em frases com
verbo to be ou com qualquer outro verbo auxiliar modal ocorre a inversão de posição
entre sujeito e os referidos verbos, fato que não ocorre no português.
Para quem fala português como língua mãe não está acostumado a estruturar
seu pensamento dentro dessas normas. O próprio aluno normalmente sente que algo está
errado, mas a idéia que ele está tentando colocar está muito ligada a estrutura usada no
português. Assim, ele utiliza diversas estratégias na tentativa de atingir a forma correta
na língua alvo.
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Encontram-se, nessa parte, a descrição dos procedimentos empregados, ou seja,
a metodologia por nós adotada durante a realização da presente pesquisa.
O presente estudo procurou investigar se os aprendizes de inglês como L2
generalizam as instruções recebidas sobre determinadas estruturas gramaticais, no caso
a formação de frases interrogativas, que tipo de generalização eles fazem. O grupo de
informantes recebeu instrução formal explícita, para a formação de interrogativas em
inglês no presente simples.
A pesquisa foi desenvolvida na Escola Estadual Técnica Guaramano em
Guarani das Missões - RS. Das sete turmas de 1º ano do Ensino Médio, optamos em
conduzir o trabalho com a turma 104 com 26 alunos, não por serem os melhores em
conhecimentos em inglês, mas por representarem alunos que têm conhecimentos da
língua tipicamente adquiridos em sala de aula, ou seja, sem freqüentarem cursos livres
de inglês, realidade da grande maioria dos alunos de nossas escolas estaduais e,
principalmente porque tínhamos mais contato com eles, de modo que poderíamos
observá-los melhor, perceber se houve mudança em seus comportamentos.
Decidimos então, que aplicaríamos dois testes de formação de interrogativas,
ambos contendo 18 questões, nove frases com o verbo to be e no nove frases de ação no
presente simples.
Analisando-se os dados obtidos nas 270 frases do pré-teste e 270 frases do pósteste, produzidas pelos alunos e lançados nos dados gerais podemos afirmar que os
resultados indicam que os alunos possuíam conhecimento prévio de formação de frases
interrogativas com o verbo be e que a situação melhorou consideravelmente após a
instrução explícita ou formar ser aplicada.
Em contrapartida, os resultados do pré-teste dos dados gerais nas frases
interrogativas com auxiliar do podem indicar que os alunos tinham pouco conhecimento
da estrutura quando da realização dos testes. Após a explicação essa incoerência
diminuiu significativamente.
A análise dos resultados dos erros em frases com auxiliar do – frase afirmativa
usada como Interrogativa indica que este tipo de erro foi cometido em baixa escala,
portanto não se mostrou mais significativo em outros testes.
Os erros ou frases onde o auxiliar do deveria ser usado como verbo auxiliar e,
ao invés disso, os alunos utilizaram o verbo principal podem indicar que após a
instrução formal os alunos tiveram índice melhor de aproveitamento.
Os resultados quanto ao emprego incorreto do auxiliar be ao invés de do
podemos entender que apesar da instrução recebida os aprendizes continuaram a
cometer esse tipo de erro.
As outras realizações dos alunos sugerem o estágio de interlíngua onde o aluno
tem conhecimento da regra, mas ainda não é proficiente no seu uso.
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Ao concluirmos esse trabalho, podemos dizer que atentar para a generalização
ou o seu tipo e entender o uso de regras gramaticais especificas pode dar suportes
significativos ao professor, e por conseguinte este terá condições de oferece aos seus
estudantes a oportunidade de reconhecer e remediar seus próprios erros, contribuído
assim para o aprimoramento da prática em sala de aula.Porém, isso requer professores
de inglês, mais sensíveis e conscientes das dificuldades dos estudantes no que diz
respeito à gramática.
Concluímos, outrossim, que no que diz respeito aos erros em L2, nesse estágio
inicial de desenvolvimento e aquisição de uma língua, que os mesmos ocorrem
normalmente em estruturas onde a gramática é suficientemente diferente em
complexidade daquela do L1 do aprendiz causando confusão no seu uso e nesse caso, a
instrução explicita possibilita ao aluno reformular seus conceitos e aperfeiçoar seu
conhecimento sobre a estrutura em questão.
Finalmente, podemos dizer que uma das grandes dificuldades dos estudantes
brasileiros aprendizes de inglês, além da ausência do contexto cultural estrangeiro, não é
entender regras específicas da língua, mas assimilá-las e automatizá-las.
REFERÊNCIAS
ELLIS, Rod. Understanding Second Language Acquisition Oxford: Oxford
University Press, 1985.
INFANTE, Ulisses. Curso de Gramática Aplicada aos Textos. 6ª ed. São Paulo:
Scipione 2001.
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