ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL FREDERICO GUILHERME SCHMIDT Escola Técnica Industrial Disciplina de Biologia – Primeiro Ano Técnico em Eletromecânica ÁCIDOS NUCLEICOS E SÍNTESE PROTEICA Prof. Diogo Schott [email protected] Ácidos nucleicos: classificação e constituição Existem dois tipos de ácidos nucleicos: ADN – ácido desoxirribunucleico Em inglês, DNA – deoxyribonucleic acid ARN – ácido ribonucleico Em inglês, RNA – ribonucleic acid Moléculas grandes, constituídas de unidades menores – nucleotídeos Nucleotídeo é constituído por um grupo fosfato e ligado a uma pentose Pentose (açúcar) Ribose Desoxirribose Bases nitrogenadas – duas categorias Púricas – adenina (A) e guanina (G) Pirimídicas – citosina (C), timina (T) e uracila (U) Exemplo: DNA Pentose será sempre desoxirribose Bases: adenina, guanina, citosina e timina Exemplo: RNA Pentose será sempre ribose Bases: adenina, guanina, citosina e uracila Ácido desoxirribonucleico – DNA James Watson e Francis Crick, 1953, propuseram um modelo para molécula de DNA Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina, 1962 Dois filamentos enrolados – hélice dupla Nucleotídeos de mesmo filamento Ligam-se pela pentose de um nucleotídeo e fosfato de outro. As fitas são ligadas entre si por pontes de hidrogênio entre uma base púrica e uma base pirimídica No DNA apenas dois pares podem ser formados: A base púrica adenina (A) se liga com a base pirimídica timina (T) A base púrica guanina (G) se liga com a base pirimídica citosina (C) Watson e Crick Mas apenas Watson e Crick? Ninguém mencionou outra pessoa na história? O livro didático, por exemplo, não! Rosalind Franklin FRANKLIN, Rosalind (1920-58) Iniciou na ciência com apenas 15 anos Concluiu que o DNA tinha forma helicoidal Técnica de difração de raios-X Trabalho foi imprescindível para a descrição da forma do DNA nos moldes que é sabido atualmente A “treta” da ciência moderna Havia competição para identificação da estrutura do DNA Seu chefe, Wilkins, e ela não mantinham boa relação Franklin fotografou a estrutura do DNA Não havia percebido o seu feito Um aluno de Franklin, intrigado com o fato, mostrou a fotografia para Wilkins, que compartilhou com seus colegas em Cambridge Watson e Crick identificaram a fotografia como a dupla hélice de DNA A dupla, em 1953, publicou tal fato na Revista Nature Franklin não foi citada Ela morreu em 1958 sem reconhecimento e sem saber que tal publicação era baseada em seus dados Acreditou que eles haviam chegado a tal conclusão de forma independente Duplicação do DNA Capacidade de autorreplicação ou duplicação Gerar cópias exatas de si Permite que células-filhas recebam cópias idênticas Fases: Rompimento das pontes de hidrogênio que ligam as bases nitrogenadas – separam as duas fitas Encaixe de nucleotídeos livres nos nucleotídeos dos filamentos Formação de duas moléculas novas de DNA Cada molécula nova do DNA contém um filamento original que atuou como molde para formação do “DNA-filho” Modelo semiconservativo Ácido ribonucleico: RNA Polímero de nucleotídeos de fita única Pentose: ribose Bases nitrogenadas: adenina, citosina, guanina e uracila Propriedades: Autoduplicação Capacidade de criar moléculas de RNA DNA ao produzir RNA transmite mensagem química, comandando síntese de determinada proteína na célula Controlam reações bioquímicas necessárias às funções vitais do organismo DNA não age diretamente em todas reações celulares Assim: DNA produz RNA Comanda a fabricação de enzimas e outras proteínas Síntese de RNA: etapas Rompimento das pontes de hidrogênio entre as bases nitrogenadas de DNA Separação das fitas Rompimento total ou parcial da fita Encaixes de nucleotídeos livres com ribose Semelhante ao DNA Ao invés do encaixe de timina, haverá de URACILA Encaixe ocorre apenas em uma das fitas, denominada de fita molde Formação da molécula de RNA Destaca-se da fita molde e migra para o citoplasma Pareamento das duas fitas de DNA que haviam se separado (total ou parcialmente) Reconstituição da molécula de DNA DNA e RNA: diferenças Ácido desoxirribonucleico – DNA Ácido ribonucleico - RNA Pentose Desoxirribose Ribose Bases nitrogenadas Citosina Guanina Adenina Timina Citosina Guanina Adenina Uracila Filamento de nucleotídeos Duplo Simples Timina Uracila Genes e a síntese de proteínas Gene – porção da molécula de DNA capaz de codificar a síntese de uma proteína De acordo com a sequência de bases nitrogenadas que possuem nos nucleotídeos, o gene determina a sequência de aminoácidos A síntese de proteína não é comandada diretamente pelo DNA Participação de moléculas de RNA – mRNA (RNA mensageiro) mRNA recebe a mensagem contida no DNA Serve de molde para orientar a síntese proteica Produção de proteína tem duas grandes fases: Transcrição – transferência das instruções do DNA para o RNA Tradução – orienta síntese proteica, orientando o tipo de aminoácido e sua posição DNA transcrição RNA tradução Proteína Código genético DNA possui quatro bases nitrogenadas: Adenina Citosina Guanina Timina Formação de “código tríplice” para codificação dos aminoácidos A trinca de aminoácidos é chamada de códon Tanto no DNA como no mRNA (transcrição) Tipos de RNA mRNA (RNA mensageiro) Produzido diretamente do DNA (processo de transcrição) Participação de enzima (RNA-polimerase) Destaca-se da fita molde de DNA Migra para o citoplasma Associa-se aos ribossomos Atua como molde que orienta a síntese proteica tRNA (RNA transportador) Pequena cadeia de nucleotídeos Produzido a partir do DNA Migra para o citoplasma Captura aminoácidos Leva-os para o mRNA, que está associado aos ribossomos Existe, pelo menos, um tRNA para cada aminoácido Trata-se de trinca de bases específicas denominadas de anticódon rRNA (RNA ribossômico) RNA de cadeia mais longa Originada do DNA, em regiões especiais do cromossomo, relacionada com o nucléolo Migra até o citoplasma Associa-se com proteínas Forma os ribossomos Função estrutural Formação de cadeia polipeptídica Transcrição – formação do mRNA a partir de DNA Tradução – produção de determinada proteína a partir do RNA Ocorre no ribossomo que “percorre” o mRNA O tRNA irá encaixando com o mRNA de forma espelhada Processamento da síntese proteica G C A U U A Assim, forma-se ligação de códon e anticódon Entre os aminoácidos formados, tem-se a ligação peptídica O tRNA se desliga do mRNA e irá atrás de outro para retomar o procedimento Segue este formato sucessivamente Muitos ribossomos podem deslizar ao longo do mRNA Mutações e o código genético Mutação – alteração no material genético Tipos: Cromossômicas – alteração da estrutura ou do número de cromossomos de uma célula Gênicas – modificações na estrutura do gene, alterando a sequência de bases nitrogenadas Maneira espontânea – sem causa aparente Induzida – ação de agentes mutagênicos (raio-X, ultravioleta, gama) ou substâncias diversas (fenol, formol) Mutações alteram SEMPRE a estrutura da proteína? NÃO! Nem sempre leva a alteração da proteína Ocorrendo mudança da base nitrogenada: Haverá mudança no códon (mRNA) Deverá encaixar em outro anticódon (tRNA) Há possibilidade de formar aminoácido diferente, alterando a estrutura proteica e comprometer o papel biológico da proteína Mas o rearranjo poderá formar o mesmo aminoácido, mesmo com a alteração da base A sequência inicia SEMPRE com o códon AUG (met – metionina) A partir de então, cada trinca determinará o aminoácido, de acordo com a tabela. A região codificadora cessará com UAA, UAG ou UGA. Exemplo: AACGUGAAACGAUUACGGAGCCAAAUAACCAC met- asn- asp- tyr- gly- ala- lys- stop metionina – asparagina – aspartato – tirosina – glicina – alanina – lisina