Dra. Maria Izabel Gallão Dra. Maria Izabel Gallão As proteínas estruturais de parede celular são classificadas em: • proteínas ricas em hidroxiprolina (HRPG) • proteínas ricas em glicina (RGPs) • proteínas ricas em prolina (PRPs) • proteínas arabinogalactanas (AGPs) Dra. Maria Izabel Gallão • HRGP → floema, câmbio, esclereídeos • PRP → xilema, fibras, córtex • GRP → xilema • AGP → encontradas na parede celular ou associadas à membrana plasmática → apresenta padrões específicos de tecidos e células. Dra. Maria Izabel Gallão Enzimas • peroxidases, fosfatases, invertases, αmanosidases, β-manosidases, β-1,4glicanases, poligalacturonases, pectina metilesterases, arabinosidases, αgalactosidases, β-galactosidases, βglicoronosidases, β-xilosidases, proteases. Dra. Maria Izabel Gallão Extensina •As primeiras observações de proteínas com hidroxiprolina na sua constituição foram feitas por Lamport e colaboradores (1960, 1965 e 1969) relacionaram a função de extensibilidade a estas proteínas. •A extensina é um membro de uma família de proteínas ricas em hidroxiprolina (HRGPs). •em dico as extensinas são abundantes e geralmente caracterizadas por: são ricas em hidroxiprolinas e serina e algumas combinações do aminoácido valina, tirosina, lisina e histidina. Dra. Maria Izabel Gallão • em monocotiledôneas são encontradas versões um tanto diferentes. • p.ex. em milho são encontradas glicoproteínas ricas em hidroxiprolina-treonina (THRGP) e glicoproteínas ricas em hidroxirpolina-histidina (HHRGP), as quais também são ricas em alanina. • O acúmulo de extensina nas paredes celulares de epicótilo de ervilha em crescimento coincidiu com o interrompimento do alongamento celular. • O papel exato da extensina no mecanismo de defesa da planta ainda não é claro, mas elas podem atuar como barreira estrutural, fornecendo uma matriz para a deposição de lignina e/ou atuar como aglutininas não específicas de microorganismos patogênicos. Dra. Maria Izabel Gallão Peroxidases • É um grupo de proteínas muito estudado as quais podem catalisar as ligações em macromoléculas tais como lignina, proteínas, hemiceluloses e ácido ferúlico. • Também estão envolvidas na biossíntese de nova parede celular, o que pode ser importante no mecanismo de defesa. • Existem diferentes tipos de isoenzimas de peroxidases cujo padrão de expressão é específico do tipo de tecido, regulado pelo desenvolvimento e controlado pelos estímulos do meio externo. Dra. Maria Izabel Gallão • Exo-O-glicosil hidrolases • Atacam oligossacarídeos e polissacarídeos nas extremidades não redutoras, liberando monossacarídeos e em alguns casos dissacarídeos. • Endo-O-glicosil hidrolases • As endo-glicanases atacam polissacarídeos em qualquer posição exceto nas extremidades ou próximo às extremidades. • podem ter um imediato e grande impacto sobre o peso molecular dos polissacarídeos. • enzimas muito estudadas no amadurecimento de frutos mas são encontradas em outros tecidos. • Ex: as celulases → são encontradas em muitos tecidos, inclusive em tecidos em crescimento, amadurecimento de frutos, e na abscisão de órgãos. • Outros ex: → endo-glucanases → xilanases, pectinases (endopoligalactoronases) mananases. • Endo-(1-3)-β-D-glucanases e quitinases → provavelmente ataquem polissacarídeos de microorganismos invasores. Dra. Maria Izabel Gallão Endotransglicosilases -Afrouxamento da parede; -Interação entre novas xiloglucanas na parede; -Cortar filamentos de xilog. que não estejam firmemente presos na superfície da celulose; - amadurecimentode frutos; - hidrólise de xilogl. XTH – xiloglucana endotransglicosilase/hidrolase Dra. Maria Izabel Gallão Uma enzima bastante estudada é a XET (xiloglucano endotransglicosilase) que pode ser facilmente extraída de tecidos vegetais. Dra. Maria Izabel Gallão • A atividade da XET é alta em caules em crescimento mas é também encontrada em raízes, folhas e em alguns frutos e células vegetais em cultura. • glicoproteína com peso molecular de 33.000. Dra. Maria Izabel Gallão • Outra enzima com atividade da XET foi purificada a partir de sementes de T.majus. • Os cotilédones desta planta armazena xiloglucano como reserva de carbono o qual é mobilizado durante a germinação. • A enzima a partir destas sementes difere da XET de caules em crescimento no qual pode catalizar uma transglicosilação e também hidrolizar xiloglucano, dependendo da concentração do substrato. Dra. Maria Izabel Gallão Expansina • Uma das possibilidades e mais aceita é a atuação da expansina sobre ligações não covalentes. • Esta idéia é muito atraente uma vez que os polímeros da parede celular são mantidos por pontes de hidrogênio, uma ligação não covalente. • Mais especificamente a rede de celulohemicelulose. Dra. Maria Izabel Gallão Dra. Maria Izabel Gallão Dra. Maria Izabel Gallão • Para determinar se a expansina atua sobre as pontes de H entre as microfibrilas de celulose e as hemicelulose os pesquisadores McQueen-Mason e Cosgrove (1994) através medidas com extensometros e relaxamento de extresse, mostraram que as propriedades do papel de filtro Whatman número 3 enfraquecia quando em presença de uma solução de expansina. Dra. Maria Izabel Gallão • Alongamento da Parede Celular Dra. Maria Izabel Gallão • A capacidade da parede celular 1ª em responder ao crescimento celular e morfogênese só é possível devido a grande tendência que esta parede celular possui em alterar sua forma. • Resistência da célula vegetal na ingestão de água em resposta aos gradientes osmóticos, demonstra a força que a parede celular 1ª apresenta. Dra. Maria Izabel Gallão Dra. Maria Izabel Gallão Dra. Maria Izabel Gallão • - a orientação da deposição das microfibrilas muda durante o desenvolvimento. • - inicialmente as microfibrilas são depositadas ao acaso (isotropicamente). • - de tal maneira que a célula pode se expandir em todas as direções. • - como as células amadurecem muitas microfibrilas são depositadas lateralmente, restringindo o crescimento lateral mas permite o crescimento em comprimento. Dra. Maria Izabel Gallão Dra. Maria Izabel Gallão Dra. Maria Izabel Gallão • Os protons são os fatores primário do afrouxamento da parede (hipótese do crescimento ácido). Esta teoria foi proposta pela primeira vez em 1970 por David Rayle e R. Cleland. • Pontos que fortalecem esta teoria: • – Os tampões ácidos estimulam uma resposta rápida e alongamento até 5-15 min em tecidos não vivos (Evans,1974); – A secreção ácida está associada com locais de alongamento celular (see Evans & Mulkey, 1981); Fusicocina, um diterpeno glycoside extraído de fungos, estimula a secreção e prótons (ativa a bomba H+/K+) e estimula o alongamento. Dra. Maria Izabel Gallão • O efeito ácido é induzido pelo ácido 3 indoleacético (IAA, auxina), um dos maiores hormônios vegetais. • A auxina estimula a excreção de prótons e o crescimento/alongamento. ABP – auxin-binding proteins Dra. Maria Izabel Gallão Dra. Maria Izabel Gallão Dra. Maria Izabel Gallão • Expansina – aparece como a proteína primária do afrouxamento da parede. • outras enzimas incluídas são: – pectina metil esterase as quais podem quebrar as ligações de Ca+ entre as pectinas pela esterificação dos grupos carboxil; – hidrolases – as quais podem hidrolizar as ligações cruzadas entre as glucanas (hemiceluloses) – p.ex.: xiloglucanoendotransglicosilase (XET) tem sido observado para clivar as ligações cruzadas das glucanas as quais podem permitir o delizamentos dos componentes da parede. Dra. Maria Izabel Gallão Dra. Maria Izabel Gallão Dra. Maria Izabel Gallão Dra. Maria Izabel Gallão • A parede é fechada após a sua expansão ter se completado – uma vez o alongamento da célula ter cessado é necessário que ela se feche nos pontos. Isto provavelmente é auxiliado pelas ligações temporárias que são quebradas, e devido a um aumento da interação (incluindo enzimática) entre as moléculas da parede. Dra. Maria Izabel Gallão Além da orientação das microfibrilas de cellulose, as paredes maduras aparentemente perdem a sua capacidade e expandir, os componentes da parede tornam-se resistentes às atividades de afrouxamento. Dra. Maria Izabel Gallão • As atividades de afrouxamento estariam comprometidas se aumentassem a ligações cruzadas entre os componentes da parede durante a maturação. • Isto poderia resultar a partir de: • a produção de polissacarídeos na forma que produziriam complexos fortes com a celulose e outros matérias. • O aumento de lignina na parede poderia causar um aumento das ligações cruzadas entre os polímeros. • A desesterificação das pectina ácidas poderia aumentar a ligações com o cálcio. Dra. Maria Izabel Gallão Mecanismo de defesa • As plantas são organismos sedentários e como tais são alvos fáceis para predadores e patógenos. • Durante a evolução muitas barreiras de defesa tem sido selecionadas e assim permitindo umas parcial ou total proteção contra invasores e consequentemente a sobrevivência das plantas. • Estas defesa são representadas por componentes estruturais das células e por toxinas as quais são metabólitos secundários e inibidores de proteínas. Dra. Maria Izabel Gallão • as próprias células constituem barreiras naturais ao ataque das plantas aos patógenos. • Os sistema radicular é protegido por tecido epidérmico rico em celulose, substâncias que, juntamente com os derivados pécticos e hemiceluloses, recobre também espaços intercelulares. • A epiderme dos caules verdes, folhas e frutos contém uma película externa composta por cutina e ceras, denominada cutícula. • Celulose, cutina e substâncias cerosas são materiais de alta estabilidade química e de degradação relativamente difícil. • Os troncos e os galhos de árvores são recobertos por tecido corticoso, dotado principalmente de suberina, capaz de resistir à ação degradativa de um grande número de diferentes microrganismos. Dra. Maria Izabel Gallão • Papilas alteração na parede celular em resposta á penetração ou tentativa de penetração por microrganismos. • Forma-se na face interna da parede celular abaixo do ponto de penetração de fungos e em resposta a algumas bactérias. • Nas papilas, lignina, polifenóis, calose suberina e celulose formam barreiras visco-elásticas contra a força mecânica de penetração exercida pelo patógeno. • Calose polissacarídeo constituído de moléculas de glicose unidas por ligação β-(1-3). • Lignificação e suberificação células com parede lignificada são mecanicamente mais rígidas e mais resistentes à degradação por enzimas secretadas por patógenos. • Reação de hipersensibilidade, ou seja, a morte rápida de células da hospedeira em torno do ponto de penetração do patógeno. Dra. Maria Izabel Gallão Células de Cana cultivadas em suspensão Dra. Maria Izabel Gallão • Peroxidases redução do H2O2, gera radicais livres do álcool coniferil, que, espontaneamente, por ligações cruzadas, forma lignina. • A lignificação pode ser identificada pelo aumento das enzimas PAL, peroxidases e outras enzimas relacionadas com a via dos fenilpropanoídes. • • Suberização também é dependente de peroxidase e da PAL. Alguns patógenos podem inibir enzimas envolvidas na síntese de suberina entre elas a PAL. • Glicoproteínas de parede ricas em hidroxiprolina estas proteínas também fortalecem a parede celular restringindo a invasão do patógeno. O acúmulo estas proteínas, induzido por elicitores fúngicos, ocorre somente em variedades resistentes. • • • A produção compostos fenólicos pode contribuir para a proteção da célula através do aumento da sua concentração a níveis tóxicos. Entre as respostas de defesa pós-infecção, as fitoalexinas são as mais envolvidas da defesa de plantas cultivadas contra microrganismos patogênicos. Dra. Maria Izabel Gallão Células de Citrus cultivadas em suspensão Dra. Maria Izabel Gallão • Fitoalexinas são moléculas lipofílica, possuem pequeno peso molecular. • São produzidas justamente no ponto de infecção, porém, um mensageiro sistêmico predispõe toda a planta a produzir rapidamente a fitoalexina. • Gliceolina – soja • Pisatina – ervilha • Faseolina – feijão Dra. Maria Izabel Gallão • Os elicitores são moléculas responsáveis pela indução de substancia do mecanismo de defesa das células vegetais. • alguns componentes da parede celular podem ter função elicitora e induzir a síntese de lignina monômeros de substâncias pécticas alguns fungos produzem pectinase leva a degradação de pectinas estimula a produção de lignina. • • Podem ser exógenos ou endógenos. Exógenos são compostos derivados do patógeno, tais como proteínas, glicoproteínas, vários oligossacarídeos e ácidos graxos insaturados. • Enzimas pectolíticas produzidas pelos patógenos liberam uma fração péctica da parede celular da hospedeira e estas funcionariam como elicitores endógenos, ou seja, oriundos da própria hospedeira. • As plantas podem produzir quitinases enzimas capazes de degradar a quitina da parede celular dos fungos e com isso liberar elicitores. • O tamanho dos fragmentos e a sua concentração são muito importante para ser efetivo no mecanismo de defesa. Em um cultivar suscetível, o elicitor não é liberado na forma adequada a lignificação não ocorre. • Dra. Maria Izabel Gallão Dra. Maria Izabel Gallão • Oligossacarinas fragmentos biologicamente ativos de 10 a 15 resíduos, resultantes da degradação da parede celular • Podem estar envolvidas em respostas naturais de desenvolvimento e em respostas defensivas. Dra. Maria Izabel Gallão Dra. Maria Izabel Gallão