Patogenia das infecções virais [Modo de Compatibilidade]

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26/04/2012
PATOGENIA DAS
INFECÇÕES VIRAIS
Profª Maria Luzia da Rosa e Silva
Viroses em
humanos
Patogenicidade:
capacidade de infectar o hospedeiro e causar doença
infecção viral
(1)
injúria nos
órgãos
manifestações
clínicas
(2)
(3)
1. replicação nas células com produção de
novos vírus
2. depende da interação vírus-célula
3. efeitos da interação vírus-célula, vírushospedeiro e resposta do hospedeiro
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infecção
→ depende:
- de fatores virais: nº de partículas infecciosas
suficientes para iniciar infecção
- de fatores do hospedeiro: estado imune
(susceptível- mecanismos de defesa devem estar
ausentes ou serem ineficientes); genéticos
(expressão dos receptores na célula – células
acessíveis e permissivas ao vírus ), idade, fatores
nutricionais
infecção
→ pode ser:
abortiva (improdutiva): vírus defectivo, genoma viral
destruído, poucos vírus
produtiva: inaparente ou assintomática
aparente (sintomática: doença
branda ou severa)
⇒ INFECÇÃO é diferente de DOENÇA
⇒ a maioria das infecções virais é assintomática ou
brandamente sintomática: transmissão mais eficiente)
as infecções apresentam períodos:
de incubação: início da infecção ↔ 1ºs sintomas
(maioria das infecções: 2 – 10 dias)
prodrômico: sintomas clínicos inespecíficos (febre, mal
estar, dor de cabeça)
de infecciosidade: excreção do vírus
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a manifestação clínica da doença depende :
•
da virulência da amostra
•
da susceptibilidade do hospedeiro
•
dos efeito de produtos tóxicos e outras reações
resultantes da interação vírus – célula.
a doença é decorrente de :
dano direto aos tecidos do hospedeiro: paralisia,
infecção bacteriana secundária, alteração de funções
celulares, etc...
resposta imune do hospedeiro: imunopatologias
(infiltrações,
inflamações,
febre,
eritemas,
hipersensibilidade, necrose), doenças auto-imunes,
supressão imunológica
as infecções virais podem ser:
agudas: autolimitadas, fases marcadas, vírus
eliminados do organismo e evolução para a cura.
⇒ infecções virais: a maioria é autolimitada
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Persistentes: vírus não eliminado do organismo →
permanece por anos ou por toda a vida
• fonte de infecção constante
• episódios de reativação → quadros agudos da doença
• às vezes associadas ao câncer
• não erradicadas por quimioterapia antiviral
as infecções persistentes podem ser do tipo:
- latentes: período de latência → vírus não detectado, sem
sintomas (ausência de doença)
reativação → vírus detectado (doença aguda)
Ex.: HHS 1 e 2: latência nos gânglios sensoriais
→ reativação nas células epiteliais (permissivas)
- crônicas: produção e excreção contínua do vírus, doença
presente ou não. Ex.: hepatites B e C.
- lentas: aumento gradual do número de vírus após longo
período de latência, doença progressiva e letal. Ex.: HIV,
HTLV.
Tipos de Infecção
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PATOGENIA DAS VIROSES
(etapas do desenvolvimento da doença )
ENTRADA
HOSPEDEIRO
EXCREÇÃO
Novos vírus
produzidos são
excretados,
infectando novos
hospedeiros
susceptíveis
AMPLIFICAÇÃO
Portas de entrada
(Barreiras naturais)
Infecção
(interação vírus-célula,
efeitos no hospedeiro, sinais
ou sintomas da doença)
(produção de novas
partículas virais e
disseminação )
Transmissão:
Horizontal- contato, veículo,
vetores (biológico, mecânico)
Vertical- mãe ⇒ embrião/feto
Portas de entrada: barreiras naturais
1- Portas de entrada do vírus no
hospedeiro:
Mucosas:
•
trato respiratório: protegido por muco,
células epiteliais ciliadas, anticorpos (Acs)
da classe IgA secretora e células
fagocitárias nos alvéolos.
Ex.: adenovírus, rhinovírus, ortomixovírus e
paramixovírus.
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Mucosas:
• trato gastroentestinal: pH ácido, sais
biliares, enzimas proteolíticas, Acs IgA
secretora e outros inibidores.
Ex.: Vírus ácido-bile-resistente como rotavírus,
norovírus,
astrovírus,
adenovírus
hepatite A, poliovírus, etc
entéricos,
Mucosas:
• trato genito-urinário: porta de entrada de
patógenos importantes.
Ex.: HSV, HPV → lesões na genitália e períneo.
HBV, HIV, HTLV → sem infecção local,
sexualmente transmissíveis.
Conjuntiva
protegida pela secreção ocular e movimento
das pálpebras.
Ex.: adenovírus, herpesvírus e enterovírus
(conjuntivites)
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Pele:
superfície: células queratinizadas - barreira rígida
e impermeável - penetração pelo rompimento da
integridade da pele
→ pequenas abrasões: poxvírus e papilomavirus lesões locais
→ picada de vetor artrópode: vírus da dengue e
da febre amarela
→ mordida de animal: vírus da raiva
→ agulhas contaminadas e transfusões
sanguíneas: HBV, HCV, HIV, etc...
Placenta:
infecções congênitas atingem o feto através da
placenta.
Ex.: vírus da rubéola, CMV e HIV
→ interação vírus – célula:
-
a célula não é morfologicamente alterada
-
a célula é morfologicamente alterada (efeito
citopático)
↓
perda da função
-
a célula sofre lise (efeito citopático) → morte
-
transformação celular → tumores: vírus oncogênicos
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Interação vírus-célula
→ alterações celulares decorrentes de :
inibição da síntese de PTN e AN celulares
degradação de AN celulares
alteração na MP: lise mediada por LT citotóxicos
devido à presença de glicoproteínas virais; formação
de sincícios
alterações na forma; picnose nuclear; vacuolização
acúmulo de componentes virais ou de partículas:
corpúsculo de inclusão, lise
Interação vírus – célula
→ Efeitos no hospedeiro
-
inflamação
-
ativação do complemento
-
deposição de complexos solúveis antígeno/ anticorpo
-
hipersensibilidade
-
doenças auto-imunes
-
supressão imunológica
2- Disseminação dos vírus pelo organismo:
⇒ entrada do vírus → infecção localizada
→ infecção generalizada
→ órgão alvo
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pela superfície do epitélio:
• infecção localizada na pele: poxvírus
• mucosas do trato alimentar ou respiratório: pela
superfície do epitélio, com auxilio do movimento
mucociliar local.
pela corrente linfática: → capilares → linfonodos
→ macrófagos → processamento
e início da
resposta imune ou, em alguns casos → replicação
do vírus e disseminação pelo organismo (aumenta a
patogenia da doença – Dengue, Sarampo)
pelos nervos periféricos: transportados dentro do
axônio até o SNC onde vão causar conseqüências
variadas. Ex.: herpesvírus, poliovírus, vírus da raiva.
pelo sangue (viremia): veículo rápido e efetivo. A
partir dele os vírus podem invadir órgãos e tecidos
(pele, SNC, feto)
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DISSEMINAÇÃO
Excreção: último estágio da patogênese
Transmissão hospedeiro a hospedeiro
Infecções localizadas: superfície de entrada =
superfície de saída (infecções respiratórias:resfriado, gripe,
infeccções cutâneas: verrugas, catapora)
Infecções generalizadas:
“
sistêmicas (sarampo, caxumba, rubéola)
→ secreções respiratórias: muco, saliva → tosse,
espirro, fala
→ fezes: infecções do trato entérico → poluição
ambiental (água e alimentos). Ex.: hepatites A e E e
rotavírus.
→ pele: infecções transmitidas por abrasões. Ex.:
papilomavírus
→ trato genito-urinário:
- vírus transmitido via sexual. Ex.: HIV, HSV, HBV
urina → contaminação ambiental
Ex.: CMV, rubéola
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→ leite materno: rota de transmissão de CMV, HBV e
HTLV
→ sangue:
aquisição por artrópodes
(dengue, febre amarela)
transmissão para o feto (HBV,
HIV, CMV )
transfusão
sanguínea e agulhas
contaminadas
(HIV,HCV, HBV)
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