Trunfo astronômico: suporte para educadores e informações gerais Geral: As cartas estão divididas em oito categorias: 1. Planetas; 2. Satélites naturais; 3. Corpos menores do Sistema Solar; 4. Estrelas; 5. Galáxias; 6. Aglomerados de estrelas; 7. Exoplanetas; 8. Outros objetos. A cor de fundo de cada carta é relacionada com a posição do objeto no universo: - Amarela para objetos no Sistema Solar (distância < 1 ano-luz) - Vermelha para objetos na Via-Láctea (distância < 100000 anos-luz) - Azul para objetos extragaláticos. A carta de regras apresenta conversão entre unidades de comprimento utilizadas. Por praticidade, nas cartas, os comprimentos em anos-luz são sempre maiores que os comprimentos em unidades astronômicas. Os comprimentos em unidades astronômicas são sempre maiores que as medidas em quilômetros. Isto, claro, quando comparamos duas cartas numa mesma categoria. No caso de objetos não esféricos, o raio apresentado é equivalente ao eixo com maior dimensão. Exceto em objetos irregulares do Sistema Solar, onde foi considerado o raio médio. A massa dos objetos também pode ser representada em massas solares (2*10^30 kg). Dividindo a massa de uma galáxia pela do Sol e pressupondo que o Sol é uma estrela “média”, os participantes podem estimar a quantidade de estrelas dos aglomerados. Para galáxias o cálculo é mais complicado por levar em consideração a matéria escura. Usando os dados de distância e magnitude aparente, os participantes podem estimar a magnitude absoluta do objeto: m-M=5*log(d)-5, onde m é a magnitude aparente, M a magnitude absoluta e d a distância em parsecs. Os dados de magnitude aparente utilizados são da banda V (espectro visível). 1 parsec = 3,26 anos-luz = 206264,88 UA = 3,09x10^13 km. Com a magnitude absoluta o participante pode ter uma ideia melhor do quão brilhante o objeto realmente é. Ela representa a magnitude aparente que o objeto teria se estivesse a uma distância de 10 parsecs (32,6 anos-luz). É possível relacionar o ano da descoberta com algumas características do objeto, como magnitude aparente e o tipo de objeto. Os mais brilhantes (de magnitude mais baixa) são conhecidos desde a pré-história por serem visíveis a olho nu. Objetos grandes podem ter um valor de magnitude aparente relativamente alto, mas seu brilho está espalhado pela sua área, fazendo com que ele seja mais difuso que um objeto pontual (uma estrela, por exemplo) de mesma magnitude. Valores “N/A” significam que não existe (ou não foi encontrado) um valor. Sistema Solar: A distância para a Lua é o semi-eixo maior de sua órbita. A imagem da Lua foi capturada por astronautas e mostra um “nascer da Terra”. As distâncias da maioria dos corpos do sistema solar são as distâncias de oposição (para planetas superiores) e conjunção inferior (para Mercúrio e Vênus). Ou seja, as menores distâncias entre a Terra e esses corpos. Para cometas e o planeta-anão Sedna, que têm órbitas muito elípticas, as distâncias mínima e máxima foram consideradas. Para Plutão foi considerado o semi-eixo maior menos 1 UA para estimar a distância até a Terra. Os participantes podem identificar qual planeta cada lua orbita através do dado de distância. As imagens de Plutão e Ceres foram obtidas com o Hubble e são as melhores imagens que teremos desses planetas-anões até 2015, quando sondas chegarão nesses locais. As imagens de Urano, Netuno, Miranda e Tritão foram capturadas pela Voyager 2, lançada em 1977 e, por enquanto, a única nave a sobrevoar esses objetos. As fotografia de Encélado e Titã foram capturadas pela nave Cassini. No fundo da foto de Encélado pode-se ver Titã e os anéis de Saturno. A Cassini também produziu a imagem usada na carta de Júpiter – a nave usou a gravidade do gigante gasoso para ganhar velocidade em sua viagem até Saturno. As luas de Júpiter que aparecem nas cartas, chamadas de “luas galileanas” por terem sido descobertas por Galileu em 1610, foram fotografadas pela nave...Galileo. Io tem bastante atividade vulcânica e presume-se que Europa tenha um grande oceano de água líquida abaixo da superfície. Ganimedes é a maior lua do Sistema Solar e Calisto é a única das quatro que tem níveis humanamente aceitáveis de radiação (proveniente de Júpiter) na superfície. Exoplanetas: Exoplanetas são planetas que orbitam outras estrelas (ou até mesmo estrela nenhuma, caso dos “rogue planets”). São descobertas recentes, com os primeiros sendo identificados na década de 1990. No final de 2013, o número de exoplanetas catalogados aproxima-se de 1000. Todas as imagens dos exoplanetas presentes nas cartas são ilustrações, exceto Fomalhaut b. Alpha Cenaturi Bb é o exoplaneta mais próximo, orbitando uma das estrelas do sistema Alpha Centauri. GJ 504 b tem uma incomum coloração rosa. TrEs 2b é mais escuro que carvão. Wasp 12b esá sendo lentamente destruído pela sua estrela, por orbitar próximo demais dela. Kepler 37b é o menor exoplaneta descoberto até 2013, sendo pouco maior que a Lua. Kepler 22b é um dos exoplanetas candidatos a serem habitáveis, por estar numa posição conveniente em seu sistema estelar, análoga à da Terra em relação ao Sol. Gliese 667 Cc habita um sistema estelar triplo. Estrelas: Todas as imagens de estrelas são fotografias. A foto do Sol mostra uma ejeção de massa coronal, uma “erupção” solar várias vezes maior que a Terra. A carta de Fomalhaut apresenta duas imagens da estrela, em comprimentos de onda diferentes. Em Sírius podemos ver as duas estrelas do sistema – Sírius b, uma anã branca, é o ponto no canto inferior esquerdo. Muitas estrelas que enxergamos a olho nu como uma só são, na verdade, sistemas de duas, três ou até mais estrelas. Alpha Crucis (Acrux), um sistema de três estrelas, é o membro mais brilhante da constelação do Cruzeiro do Sul. Alpha Centauri, com três estrelas, é o sistema estelar mais próximo. Esse sistema não deve ser confundido com Beta Centauri, que aparece à direita na foto – as duas principais estrelas de Alpha Centauri (Alpha Centauri A e Alpha Cenatauri B) estão numa distância em que não é possível separar o brilho de cada uma a olho nu, mas isto é possível num telescópio pequeno. A terceira estrela do sistema, Proxima Centauri, uma anã vermelha, não está visível na imagem. Embora seja atualmente a estrela mais próxima do Sol, Proxima Centauri não é visível a olho nu, por ter pouco brilho. Eta Carina é um sistema duplo de proporções gigantescas de difícil estudo, em virtude da quantidade de material em volta. Na imagem de Betelgeuse podese ver a onda de choque entre o material emitido pela estrela (o “vento solar”) e o material do meio interestelar. Com exceção do hidrogênio e de parte do hélio e do lítio presentes no universo, formados no big-bang, todos os elementos da tabela periódica até o ferro são sintetizados dentro das estrelas, através de fusão nuclear. Os átomos que compõem você foram produzidos dentro de estrelas. Galáxias: NGC 4676 é uma colisão entre duas galáxias, algo que vai acontecer com a Via-Láctea e Andrômeda em alguns bilhões de anos. Centauro A e M87 são galáxias que contêm buracos negros ativos, ou seja, que estão sugando matéria. As imagens mostram jatos de plasma expelidos para longe, com milhares de anos-luz de comprimento, que são resultantes do processo. Aglomerados: Os aglomerados de estrelas podem ser agrupados em dois tipos morfológicos: abertos e globulares. Aglomerados abertos são compostos por estrelas jovens – em alguns casos ainda contêm bastante gás que sobrou da formação estelar (exemplo: Plêiades). Os globulares contêm algumas das estrelas mais velhas do universo – sua formação aconteceu há muito tempo. As estrelas dos globulares estão orbitando um centro de massa comum. Nos abertos a tendência é que as estrelas se espalhem com o passar do tempo. Demais objetos: Nebulosas são nuvens de gás e poeira que povoam o meio interestelar. O gás é majoritariamente hidrogênio. Seu brilho é resultado da ionização provocada pela radiação ultravioleta de grandes estrelas próximas. Nebulosas como a de Órion (M42) normalmente são berçários estelares, formadas por nuvens que estão colapsando pela força da gravidade até formarem estrelas. Nebulosas planetárias, a despeito do nome, são de outra natureza. Trata-se de material ejetado por estrelas que estão no fim do seu processo evolutivo e expelem o material de suas camadas exteriores. O núcleo exposto da estrela morta é uma anã branca, ainda muito quente, que esfriará até entrar em equilíbrio térmico com o universo. O Sol vai se tornar uma nebulosa planetária em 5 bilhões de anos. Algumas estrelas, com mais massa, não passam pelo processo de nebulosa planetária. Elas explodem num evento violentíssimo chamado supernova, jogando todo seu material no meio interestelar em velocidades muito grandes. A “sobra” é uma estrela de nêutrons ou um buraco negro. Os elementos com número atômico maior que o do ferro são produzidos nas supernovas. O evento é tão energético que, por alguns dias, a explosão produz mais brilho que o resto da galáxia. SN 1987 foi a supernova mais recente observável a olho nu. M1 é o que sobrou de uma supernova que explodiu na Idade Média. 3C 273 é o objeto mais distante do jogo. Trata-se de um quasar, um tipo de objeto que tem aparência de uma estrela no espectro visível, mas está muito longe. Sua natureza era motivo de muita especulação até tempos recentes. Hoje há um consenso de que os quasares são jatos de buracos negros ativos muito distantes apontados para nós.