sou um católico anónimo - Igreja de São João de Deus

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THIERRY BIZOT
PRODUTOR DE CINEMA
SOU UM CATÓLICO ANÓNIMO
No seu meio profissional, como noutros, não se fala de Deus, da fé e da vida espiritual.
Thierry Bizot, associado com o seu amigo Emmanuel Chain, é produtor de emissões de televisão:
Inventa-as, realiza-as e propõe-nas aos canais.
Foi devido, a um “coming out” que ele se dedicou a escrever «Católico anónimo» (Próximo de 2008), o
relato duma reviravolta espiritual, adaptada este ano ao cinema por Anne Giafferi, sua esposa, em
«Quem deseja ser amado». Encontro com um homem sem máscara, que se revela no humor.
Christophe Chaland: Porque deseja trabalhar para a televisão?
Thierry Bizot: Desde a infância que tenho tido um amor natural para a televisão. Cresci em Milão, em
Itália. Ia ver Rintintin no quarto da porteira, na RAI (canal de televisão nacional), Sylvie Vartan tinha um
espectáculo semanal com paillettes e bailarinos. Ainda criança, na Austrália, onde os meus pais
nasceram, descobri as séries anglo-saxónicas dos anos 1970, bastante antes de chegarem a França. A
televisão é o “media” mais popular.
Este lado popular da televisão conta para si?
Gostei sempre. Regressei a Roma para fazer o serviço militar: falava italiano e enviaram-me à
embaixada de França. Escrevi o meu primeiro romance e voltei a Paris para fazer o Curso Comercial.
Enviei o meu CV a uma vintena de destinatários e este romance a cerca de 20 Editoras. No mesmo dia
recebi uma resposta positiva da L’Oréal e uma resposta positiva duma Editora. Com tal encorajamento,
poderia decidir consagrar-me à escrita, mas estava, imagino, condicionado pela minha educação. Era
preciso ser sério. Entrei para a L’Oréal e não me arrependi. Ocupava-me dos produtos do grande
público. Mais tarde, nomearam-me chefe duma filial na Bélgica. Compreendi que quanto mais longe
fosse, mais “dono” seria e isso não me divertia. O que me agradou, foi criar produtos de grande
consumo.
A Escrita, o gosto do público...Que deseja comunicar?
Escrevo dizendo para mim: «Vivi isto ou aquilo. Se alguém aí se reconhecer, dir-se-á: “Eu não sou o
único.”». É um pouco por isso que escrevi «Católico anónimo».
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É a história da sua conversão...
Vejamos. Há cinco anos, frequentei uma catequese para adultos, para agradar a um professor do meu
filho. Fui para lá com o travão às quatro rodas. Achei tudo nulo, pobre. Tinha a impressão de lhe prestar
um serviço indo lá, porque sou um tipo super: eu tenho uma vida social! ; além disso, sou modesto,
porque não o mostro. Isso durou dois meses, numa média de dois serões por semana. Interessei-me
assim intelectualmente, tocado uma vez ou duas.
Mesmo assim frequentou: duas noites por semana durante dois meses...
Porque me dei conta que tenho a cultura espiritual duma criança de 11 anos. Venho duma família
católica muito crente, mas não vou à missa desde os 18 anos. É bom fazer uma reciclagem. O todo
acaba-se por um retiro de dois dias. À noite um animador pergunta-me: «E tu, Thierry, que fazes na
vida?» - «Bom...sou produtor de televisão.» Habitualmente, quando digo isso, as pessoas têm muitas
questões: «E Dechavanne, como é ele?» ou «Detesto a televisão-realidade!». Ele olha-me com ar
severo: «Eu não vejo televisão. Tudo aquilo de que tenho necessidade está na Rádio Notre-Dame».
Gelou-me o sangue. Pensei: «Põe um sorriso delicado. Em breve está acabado.» No momento de nos
separarmos, no dia seguinte, os animadores perguntam: «Querem constituir um grupo que continuará
a reunir-se?» Eu não tinha nenhuma vontade disso. Mas as sete ou oito pessoas que fizeram o percurso
comigo, que via desde o início como «braços doentes», continuam todos.
E passa-se qualquer coisa. Compreendo que eu também sou um dos «braços doentes». Estes pequenos
serões eram as suas «bóias de salvação»? OK, mas eu não tinha melhor. Ninguém me forçou a vir...
Boia de salvação de quê?
Eu pensava: «Eles vêm a estes serões porque são uns pobres tipos. Não devem ter família. Têm
necessidade disso.» E compreendi que era exactamente como eles. Não só estes que eu conhecia
pouco, mas como cada ser humano: fraco e vulnerável. Estava emocionado até às lágrimas, sozinho no
meu canto. Não demonstrei nada.
A que se deve este sentimento repentino de vulnerabilidade?
Um ano antes do início desta catequese, tive de me encontrar com um professor do meu filho, que
tinha más notas. Rapidamente me tranquilizou sobre o meu filho. Como tinha ar simpático – os alunos
adoravam-no -, pedi-lhe que me aconselhasse: «Estou certo que sou um pai falhado. Que devo fazer?»
Ele olhou-me: «Sr. Bizot, é a primeira vez que o vejo. Vejo um homem cheio de energia, grande, que,
creio, tem uma boa profissão. O que vejo é o que o seu filho vê: um pai inatingível, invulnerável, que
consegue tudo. Se uma vez lhe fizesse ver que também tem dúvidas, como pai, isso aliviá-lo-ia muito.»
Isso emocionou-me às lágrimas e ao lembrar-me disso hoje, ainda me emociona. Portanto, não é a
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primeira vez que sou tocado por uma palavra justa. Fiz dez anos de psicoterapia. Um ano depois desta
conversa, recebi um convite para uma catequese de adultos, próximo da minha casa. Deitei-o fora. Não
tenho nada para fazer com este bando de católicos. E uma pequena palavra sobressai do envelope: «Sr.
Bizot, aconselho-o a ir a esta catequese, em recordação duma boa conversa que tivemos há um ano.»
Lembrei-me do professor do meu filho e da nossa troca de palavras. No fundo ele disse-me: «Admita
diante do seu filho, que é fraco!» Bom, depois comecei a voltar à missa. Não posso ouvir sem emoção
esta frase: «Diz um só palavra e ficarei curado.» As palavras deste professor foram o início da minha
conversão.
Que fez após esta experiência, no fim da catequese?
Chamei um amigo padre. Eloi é do Burkina-Faso. Exerce o seu ministério em França. Perguntei-lhe:
«Crês que deva continuar com eles?» Via-me já como o chefe deste pequeno grupo. Um novo Moisés...
O Empreiteiro, o creativo, recomeçava...
Eloi disse-me: «Eu conheço-te, não é por ti. Volta à tua vida de pai de família na tua empresa. Se tu
acreditas que Deus decidiu dizer-te alguma coisa, Ele fará com que o saibas. Orgulha-te do teu
trabalho.» Até essa altura, quando alguém me cumprimentava, era como se alguém me desse uma
batata quente. Não sabia que fazer.
Thierry Bizot em 8 Datas
1962 – Nasce em Milão – Infância em Itália e na Autrália.
1984 – Diploma de l’Essec.
1985 – Serviço Militar na Marinha em Roma. Escreve o primeiro romance, «Nós
não voltaremos a casa dela» (Seuil, 1987).
1986 – Entra para a L’Oréal. Deixa a empresa em 1995, quando é Director Geral
da L’Oréal Perfumaria, na Bélgica.
1995 – Entra para a M6. Lança «Flash-back», «Graines de stars», «Fan de», «Hit
Machine», «Plus vite que la musique»...
1999 – Lança o canal M6Musique. Criado com Emmanuel Chain «Éléphant & Cie»,
que produz nomeadamente «Capital», «Fais pas ci, fais pas ça», Sept à
Huit».
2008 – Saída do seu romance «Católico anónimo» (Seuil).
2011 – Saída para o cinema de «Quem tem necessidade de ser amado», o filme
que Anne Giafferi, sua esposa, adapta de «Católico Anónimo».
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Dez anos de psicoterapia não tinham desactivado essa propensão?
Estes anos de trabalho sobre mim não a regularizaram. Por isso, a vida retoma o seu curso.
Da mesma forma que fiz um dia um estágio de recuperação de pontos da carta de condução, fiz um
estágio de recuperação de pontos espirituais, e é tudo. Já não pensava nisso. No dia em que num
jantar, se falasse de Deus ou da fé, eu teria uma história para contar. Mas no meu mundo de amigos e
profissional, nunca se fala de Deus ou da fé. Fala-se de Bento XVI e do preservativo, mas não da fé.
Então? Um dia fala?
Um dia, com um amigo, num restaurante, não sei porquê, falamos de Deus e eu conto. As palavras
saem com uma força e uma emoção imprevistas. Ficamos os dois sobressaltados. A partir dessa altura
falo todos os dias, a quem quiser ouvir esse truque.
Que é que conta?
Eu não dizia que tinha fé, que tinha encontrado Deus. Contava apenas o que vos disse. Falava de
qualquer coisa que se tinha apoderado de mim e que não sabia definir. Tinha como que uma arma.
Quando a tirava, as pessoas eram tocadas. Passava-se qualquer coisa incrível. Até ao dia em que
encontrei o meu editor. Ele disse-me: «Sou duma família onde se fala do padre há três gerações. Mas tu
podes escrever a tua história sem tentar convencer ninguém». Escrevi o livro em três meses. O editor
publicou-o rapidamente e encontrei-me a fazer a sua promoção na Marc-Olivier Fogiel. Foi a sua última
emissão na M6, em directo: animadores do canal faziam troça, o vencedor de «Nouvelle star» estava lá.
Naquela altura começava apenas a dar-me conta que era fã de Jesus, como sou de David Bowie. Lia
muito sobre Ele, em vez dos romances habituais. Minha mulher começava a inquietar-se. Mas daí a crer
em Deus...
Não é paradoxal?
Estou sempre em vias de parar. Fogiel diz-me: «É tarde, responda simplesmente: “O que é ter fé?”»
Sinto que vou passar por um iluminado. Penso no primeiro dia de catequese. Um rapaz levantou-se,
com uma cara de psicopata digna dos heróis de «Experts» da TF1 e terá dito qualquer coisa como
«Jesus salvou-me». Fiquei com “pele de galinha”, de vergonha por ele. E era a minha vez de passar por
iluminado. Respondo: «É como ter uma relação extra-conjugal com Jesus.» Passou-se como um Postal
dos Correios. Mais tarde, quando testemunhava num liceu, um aluno colocou-me a mesma questão. Eu,
aos 20 anos, disse aos meus pais: «Vou começar a viver. Quando estiver reformado, estarei mais
motivado para me aproximar da fé.» A fé parecia-me como qualquer coisa dolorosa, exigente. Um
truque de velho. Uma espécie de seguro de vida. Não tinha compreendido nada. A este estudante
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respondi: «A fé é como ficar apaixonado. Quando te apaixonas tu sabe-lo. Não é necessário ir ao
psicólogo. Todo o mundo pode ficar apaixonado. Tenha-se 15 anos ou 115, seja-se belo ou feio,
tenham-se lido livros ou não...»
Que vos fez esse Jesus morto há dois mil anos, cujos discípulos dizem que Ele ressucitou, para que
esteja apaixonado por Ele?
Ele salvou-me.
Salvou-o de quê?
Ele salvou-me e construiu-me. Fazemos todos a experiência dolorosa do limite de amor que
recebemos. Mesmo se nossos pais se amam e nos amam, qualquer que seja a nossa idade, somos
órfãos na terra.
É um sofrimento profundo que nenhum privilégio, económico ou social, faz desaparecer. Quando se
descobre que Jesus nos ama de forma incondicional, já não somos órfãos, estamos salvos.
Como sentiu esse amor?
É como um estado de apaixonado. Meu Norte, meu Sul, meu Este, meu Oeste, é Ele.
Não esteve cara a cara com Ele. Ele esconde-se. Fala de seu Pai, envia-vos aos outros, aos vossos
próximos...
Certo, mas tenho uma relação de amor com Jesus. Começa-se a amar quando já não se está
apaixonado. Quando se decide continuar a amar. Por exemplo, acontece-me estar na rua ou numa
reunião na TF1 e de ter, de repente, um sopro de gratidão por Jesus. Porque ele expulsou as angústias
infantis crónicas que sempre tive. Acabei por agarrá-las aos meus melhores amigos. Elas eram fiéis. Elas
definiam-me. Eu tinha-as domesticado. Tinha medo de me desembaraçar delas! Fazer certas coisas
muito banais podia exigir-me uma coragem inimaginável. Quando dizia isso aos meus amigos, eles
divertiam-se. Jesus expulsou minhas angústias, à medida que eu O seguia.
O que foi para si «seguir Jesus»? Escutar?
Desde a primeira palavra desse professor do meu filho, desde que aceitei esta catequese, é Jesus que
me diz: «Tu aí, vem e segue-me!» Um dia compreendi e parei de arranjar desculpas. O que me
emociona, quando penso nele, é que ele fez de mim um homem. Até então, eu era incapaz de dizer que
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era um homem. Era um tipo. Alguém. Para mim um homem era Lino Ventura. Alguém sereno, forte.
Jesus construiu-me. Fez de mim um homem.
Um homem que não é Lino Ventura?
Quem sou eu. Ele pôs-me no meu lugar. Depois que Jesus é meu Norte, meu Sul, meu Oeste e meu
Este, não sou mais o herói da minha vida. Isso alivia-me. Sou melhor pai dos meus filhos, melhor
marido, melhor patrão. Amo mais as pessoas. Isso renovou a minha capacidade de amar toda a gente.
Tenho mais benevolência. Se me quiserem insultar, sim, defendo-me. Mas vejo seres humanos
naqueles que encontro. A minha vida não mudou, mas isso mudou a minha vida toda. Toda a minha
perspectiva. Tudo, tudo, tudo. Ao princípio inquietava-me: «Porque me escolheu a mim? Não pedi nada
a ninguém. Há pessoas que procuram ter fé. É injusto!» Deixei de me por essa questão. Não tenho
necessidade de saber. E depois: «Que é que Ele espera de mim? Vou fazer uma emissão sobre a fé.»
Trabalhei durante três meses sobre uma emissão que não consegui vender. Não me coloco essa
questão. Não necessito de fazer nada. Estou onde Ele me leva.
Como define isso «onde Ele me leva»?
O mais simples do mundo! Quando posso responder a uma solicitação – um pedido de testemunho, por
exemplo – vou lá. Quando não posso, não vou. À saída de «Católico anónimo», pensei: «Fiz o meu
“coming out” espiritual (declarou-se publicamente católico). Os católicos são um pouco atiçadores, têm
necessidade que lhe tragam o ar do tempo. É o meu trabalho com os canais de televisão. Eles vão
chatear-me...» Não encontrei senão benefícios em responder quando podia às solicitações. Faço
encontros. Tenho conversas bem mais interessantes que antes. Um dia, minha mulher disse-me: « Vou
fazer o meu primeiro filme de cinema (ela é cenógrafa para a televisão), a partir do teu calhamaço.» É
um trabalho de Titan. É preciso encontrar os financiamentos, convencer as pessoas. Isso foi uma
extraordinária aventura de três anos vencida em conjunto, cheia de encontros. No meu meio
profissional, a esquerda e anti-católicos, as pessoas são felizes de aí encontrarem um que se assuma e
que eles acham simpático. Minha conversão teve lugar falando a um amigo. Depois a outros. Tenho a
impressão que Jesus me deixa vê-Lo quando falo dele.
Diria que a fé não é anunciada?
Um dia uma senhora disse-me: «Não ouso dar testemunho da minha fé no meu meio laboral.»
Respondi: «Quem vos pediu para o fazer? Diz-lhes que faz desporto? Se tem fé e ela a torna feliz dê
proveito disso aos seus colaboradores da sua alegria. Se um dia vos perguntarem porque está alegre,
dirá: «Acho que Deus se dirige aos nossos desejos». As pessoas têm medo de acreditar, porque pensam
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que vão ser embriagados ou porque vêem que o prior tem um ar infeliz. Creem que há um preço a
pagar.
Deus fala ao coração?
Deus fez-me dar pequenos passos que me deram prazer. E agora estou onde nunca pensei encontrarme. É como as pessoas que não têm filhos e se questionam se os irão ter. Quando era jovem, queria ter
filhos, mas via os meus amigos que os tinham: Não dormiam de noite, tinham de trocar de carro,
passavam a sua vida no pediatra. Já não podiam ir ao cinema, só nos falavam das crianças que eram
feias e eles achavam formidáveis. Então para quê ter filhos se aí juntarmos a poluição, a violência o
desemprego? E um dia tem filhos e todas as razões são varridas como um tsunami porque tudo o que
foi previsto está lá, mas a sua vida mudou: Seu filho está lá. É um pouco a mesma coisa quando nos
deixamos ir numa relação com Deus. Se, no casal, o seu cônjuge lhe pede que faça alguma coisa com
que não concorda, é preciso dizê-lo. E se tiver vontade de o fazer por amor a ele, é porque tem vontade
de o fazer, de facto.
Não é heroísmo?
A ideia de o fazer «por ti» faz-me feliz.
«Católico»... Como se revê nesta vasta comunidade marcada pela herança da História. Roma, o
aparelho eclesial?
Há duas formas de ver as coisas. Antes ia à missa, via as pessoas aborrecerem-se. Ser católico, para
mim, é aborrecermo-nos todos juntos. Ainda me acontece de me aborrecer na missa. Mas descobri
uma segunda forma de ver as coisas. Sou um grande fã de David Bowie. Tenho todos os seus discos
piratas. Quando vou a um dos seus concertos, chego adiantado. Tenho à direita um pequeno punk de
22 anos, com cabelos laranja e doze piercings e à minha esquerda um rapaz género roteiro com uma
“barriga de cerveja”. Olho-os: Estes dois jovens, não tenho nada a ver com eles. Não tenho nada para
lhes dizer. Mas começa-se a falar de David Bowie: «Estiveste no concerto de 1983? Tenho o disco
pirata...» Eles tornam-se meus irmãos em dois minutos. Trocamos números de telemóveis e endereços
de correio electrónico. Agora vou à missa. Vejo pessoas: São como eu. Fãs de Jesus. São meus irmãos e
minhas irmãs. Instantaneamente. Há dois mil anos que isto dura. Simplesmente ao passar a palavra
dum para o outro. Para mim. A Igreja é um club jovem que tem dois tesouros inoxidáveis: A palavra de
Deus e as pessoas que a compõem.
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A Igreja e as suas velharias também...
Antes, via uma instituição duas vezes milenária, com velhos, suas
alianças, suas rendas ridículas e seus dogmas. Já não vejo isso. A
«As igrejas esvaziam-se? E
então? Fui bem evangelizado
sem ter posto os pés na
missa!»
Igreja é uma força vital. Um lugar de liberdade. As Igrejas esvaziam-se? E então? Fui bem evangelizado
sem ter ido à missa. Isto passou-se numa sala polivalente, no meio de tapetes de judo. A Igreja
perseguiu, ela foi perseguida. Está em marcha. O Papa é um ser humano. Quando faz asneiras, temos o
direito de lho dizer. Quando faz coisas bem-feitas, temos o direito de lho dizer também. A única coisa
que conta é que Cristo é nosso «Senhor». Basta ler os Evangelhos.
Você é a prova que o tesouro pode ser redescoberto sem cessar...
O que é incrível, é que o descubro todos os dias. Estou em marcha. A qualquer hora redescubro coisas
sobre mim mesmo, sobre o amor que tenho pela minha mulher, meus filhos. Jesus colocou-me no meu
lugar de homem e pôs Deus em mim. Sou mais «divino» do que era. Tomava-me por um qualquer que
não era eu.
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Tradução do artigo «Je suis un Catholique anonyme» publicado na revista Panorama de Setembro 2011
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