Relatório de Estabilidade Financeira 2015 4• Relatório de Estabilidade Financeira Publicação do Banco Nacional de Angola (BNA) É permitida a reprodução das matérias, desde que mencionada a fonte: Relatório de Estabilidade Financeira. Eventuais divergências entre dados e totais ou variações percentuais são provenientes de arredondamentos. Não são citadas as fontes das tabelas e dos gráficos de autoria exclusiva do Banco Nacional de Angola. Banco Nacional de Angola Av. 4 de Fevereiro nº 151 - Luanda - Angola Caixa Postal 1243 Tel.: (+244) 222 679200 www.bna.ao Objectivo Do Relatório De Estabilidade Financeira No âmbito das atribuições conferidas ao Banco Nacional de Angola, por intermédio da sua Lei Orgânica, Lei n.º 16/10, de 15 de Julho, para a prossecução da política económica do Executivo, compete-lhe, além da condução, execução, acompanhamento e controlo das políticas monetária, financeira, cambial e de crédito, velar pela estabilidade do sistema financeiro nacional, assegurando, com essa finalidade, a função de financiador de última instância. Assim, em virtude desta prerrogativa, impende sobre o mesmo o dever de elaborar e publicar, com periodicidade regular, Relatórios relativos às suas atribuições, entre os quais o Relatório de Estabilidade Financeira. O presente relatório tem como objectivo principal identificar potenciais riscos para o sistema financeiro angolano e dar a conhecê-los ao mercado. Tendo presente que não é a única instituição financeira com influência na estabilidade do sistema financeiro angolano, o conteúdo deste documento reflecte apenas as análises e opiniões do Banco Nacional de Angola. Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 5 Índice Geral SUMÁRIO EXECUTIVO 10 1 ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO-FINANCEIRO 12 1.1 Apreciação Global 12 1.2 Contextualização Internacional 15 1.2.1 Produto Interno Bruto 15 1.2.2 Mercado de Dívida 17 1.2.3 Mercado das Commodities 18 1.3 Condições Macroeconómicas Internas e Desenvolvimento Financeiro 19 1.4 Perspectivas para o ano de 2016 26 2 SECTOR EXTERNO 28 3 MERCADO MONETÁRIO 30 3.1 Operações de Regulação Monetária 30 3.1.1 Emissão de TBC 30 3.1.2 Operações de Mercado Aberto 30 3.1.3 Outras Operações Monetárias 31 3.2 Evolução das Taxas de Juro do Mercado Monetário 32 3.2.1 Taxas de Juro da Política Monetária 32 3.2.2 Taxas Nominais de Juro de Títulos do Mercado Primário 33 3.2.3 LUIBOR 34 3.3 Operações Cambiais 34 3.3.1 Taxas de Câmbio 35 3.3.2 Base Monetária 35 4 SISTEMA DE PAGAMENTOS 36 4.1 Desempenho do Sistema de Pagamento em Tempo Real (SPTR) 36 4.2 Distribuição das Operações ao Longo do Dia 36 4.3 Desempenho do Serviço de Compensação de Valores 37 4.4 Desempenho do Subsistema Multicaixa (MCX) 37 4.4.1 Terminais de Pagamento Automático 37 4.4.2 Utilização de Cartões Domésticos de Marca Internacional no Estrangeiro 48 6• 4.4.3 Taxa de Operacionalidade da Rede Multicaixa (TOR) 39 4.5 Desempenho do Subsistema de Transferência a crédito (STC) 40 5 SISTEMA FINANCEIRO 41 5.1 Organização do Sistema Financeiro 41 5.1.1 Estrutura e Composição 41 5.1.2 Regulação Prudencial do Sistema Financeiro 42 5.2 Sistema Bancário – Visão Geral 44 5.2.1 Estrutura Patrimonial 44 5.2.2 Adequação de Capital 45 5.2.3 Qualidade Dos Activos 47 5.2.4 Rentabilidade 49 5.2.5 Liquidez e Gestão de Fundos 50 5.2.6 Análise de sensibilidade 51 5.3 Estabilidade do Sistema Financeiro Angolano 52 6 SUPERVISÃO COMPORTAMENTAL 53 6.1 GESTÃO DAS RECLAMAÇÕES 53 6.1.1 Por matéria reclamada 53 6.1.2 Por resultado 54 6.2 Inspecções 54 6.2.1 Inspeções Off-site 55 6.2.2 Inspecções On-site 55 6.2.3 Actividades Sancionatórias 55 6.3 Análise de mercado 55 6.3.1 Âmbito da análise 56 6.3.2 Depósitos: Despesas e comissões 56 6.3.3 Cartões bancários em circulação 57 6.3.4 Cartões de crédito (particulares) 57 6.3.5 Cartões de débito (Multicaixa) 59 6.3.6 Cartões de Débito Multicaixa: Despesas e comissões 60 6.3.7 Cartões de Crédito – Incumprimentos 61 7 EDUCAÇÃO FINANCEIRA 62 7.1 Taxa de Bancarização 66 Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 7 SIGLAS III BALANÇO V DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS VI INDICADORES FINANCEIROS VII Índice de Gráficos Gráfico 1: Cobweb da Estabilidade Macroeconómica em Angola 12 Gráfico 2: Evolução Histórica dos Indicadores que Compõem a Cobweb 13 Gráfico 3: Evolução da Actividade Económica Internacional 15 Gráfico 4: Yields de Obrigações de Dívida Soberana a 10 anos das Economias Internacionais Seleccionadas 17 Gráfico 5: Indicadores de Volatilidade dos Mercados Financeiros (MOVE e VIX) 18 Gráfico 6: Índice de Preços FMI das Commodities (ano base 2005) 18 Gráfico 7: Crescimento Económico do Sector Petrolífero e Não Petrolífero 19 Gráfico 8: Evolução da Estrutura do PIB 20 Gráfico 9: Produção de Petróleo e Preço das Ramas Angolanas 20 Gráfico 10: Reservas Internacionais Líquidas e Variação Mensal da taxa de Câmbio Kz/USD 21 Gráfico 11: Volatilidade da taxa de Câmbio Kz/USD 21 Gráfico 12: Inflação Homóloga e Variação do Agregado Monetário M2 22 Gráfico 13: Crédito Líquido ao Governo Central e BT de 91 dias 23 Gráfico 14: Índices de Herfindahl Hirschman: Índice de Concentração das Quotas de Mercado (lado esquerdo) e Índice de Concentração Sectorial (lado direito) 24 Gráfico 15: Componentes do M2 por níveis de Liquidez 24 Gráfico 16: Multiplicador Monetário 25 Gráfico 17: Grau de Aprofundamento Financeiro 25 Gráfico 18: Indicadores Macroprudenciais de Crescimento de Crédito 26 Gráfico 19: Taxas de Juro da Política Monetária 33 Gráfico 20: Evolução da Luibor 34 Gráfico 21: Evolução da Taxa de Câmbio 35 Gráfico 22: Indisponibilidade SPTR por sessão 36 Gráfico 23: Distribuição dos Pagamentos no SPTR 36 Gráfico 24: Numero dos cheques compensados (dados do SCV) 37 Gráfico 25: Montante dos cheques compensados (dados do SCV) 37 8• Gráfico 26: Número de TPA Activos versus Não Activos 38 Gráfico 27: Total de Operações com Cartões Domésticos de Marca Internacional no Estrangeiro 38 Gráfico 28: Operações no Estrangeiro por Tipo de Cartão 39 Gráfico 29: Ranking dos 5 Maiores Países de Destino dos Cartões 39 Gráfico 30: Taxa de Operacionalidade da Rede Multicaixa 39 Gráfico 31: Down-Time Por Falta de Notas 40 Gráfico 32: Número de Transferências compensadas no STC 40 Gráfico 33: Montante das Transferências compensadas no STC 40 Gráfico 34: Activo 44 Gráfico 35: Composição do Activo 44 Gráfico 36: Composição do Passivo 45 Gráfico 37: Adequação de Capital 46 Gráfico 38: Crédito no SFA sem efeito Cambial 47 Gráfico 39: Crédito no SFA Por Moeda 47 Gráfico 40: Qualidade do Crédito 48 Gráfico 41: Intermediação Financeira 49 Gráfico 42: Evolução da Taxa Media Anual 50 Gráfico 43: Liquidez imediata 50 Gráfico 44: Estrutura de Liquidez 51 Gráfico 45: Índice de Estabilidade Financeira 52 Gráfico 46: Reclamações por Tipo de Bancos 53 Gráfico 47: Evolução das despesas de manutenção associadas a contas de depósitos a particulares em 2015 (Kz) 56 Gráfico 48: Evolução das comissões cobradas a particulares no levantamentos de moeda estrangeira em 2015 (%) 57 Gráfico 49: Evolução do volume de cartões bancários em circulação no SFA em 2014/2015 (unidades) 57 Gráfico 50: Ranking dos bancos com maior volume de custos por tipologia de despesa e comissão (Kz) 57 Gráfico 51: Custos de emissão de cartões de crédito em 2015 (Kz) 58 Gráfico 52: Despesas de anuidade associadas a cartões de crédito de particulares em 2015 58 Gráfico 53: Custos de substituição de cartões de crédito em 2015 (Kz) 58 Gráfico 54: Despesas de substituição associadas a cartões de crédito de não particulares em 2015 (Kz) 58 Gráfico 55: Ranking dos bancos com maior volume de custos por tipologia de despesa e comissão (Kz) 59 Gráfico 56: Custos de substituição de cartões de crédito em 2015 59 Gráfico 57: Custos de substituição de cartões de débito (Multicaixa) em 2015 (Kz) 59 Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 9 Gráfico 58: Custos de emissão de cartões de crédito em 2015 (Kz) 60 Gráfico 59: Custos de anuidade de cartões de crédito em 2015 (Kz) 60 Gráfico 60: Despesas de substituição associadas a cartões de crédito de não particulares em 2015 (Kz) 61 Gráfico 61: Evolução do crédito vencido em cartões bancários no SFA, em 2014/2015 em (milhares de Kz) 61 Gráfico 62: Evolução Homóloga das Contas e Cartões 63 Gráfico 63: Evolução Homóloga das Contas Bankita à Crescer 63 Gráfico 64: Evolução Homóloga das Contas Bankita à Crescer 63 Gráfico 65: Contas por Províncias 2014 64 Gráfico 66: Contas por Provincias 2015 64 Gráfico 67: Movimentos em Contas Bankitas 2014 64 Gráfico 68: Movimentos em Contas Bankitas 2015 64 Gráfico 69: Estrutura Etária 2014 65 Gráfico 70: Estrutura Etária 2015 65 Gráfico 71: Estrutura Etária 2014 65 Gráfico 72: Estrutura Etária 2015 65 Gráfico 73: Taxa de Bancarização 2015 66 Índice de Tabelas Tabela 1 - Crescimento Económico Anual a Nível Mundial 16 Tabela 2 – Indicador do Sector Externo 28 Tabela 3 – Indicador de Solvabilidade Externa 28 Tabela 4 - Indicador de Endividamento Externo 29 Tabela 5 – Operações do Mercado Aberto 30 Tabela 6 – Facilidades Permanentes de Liquidez 31 Tabela 7 – Operações de Redesconto 32 Tabela 8 – Taxas de Juro Política Monetária 33 Tabela 9 – Volume de Vendas de Divisas: 34 Tabela 10 – Listagem de Bancos 41 Tabela 11 – Reclamações por matérias 54 Tabela 12 – Estado das Reclamações (valores absolutos) 54 10 • SUMÁRIO EXECUTIVO Em 2015, o desempenho macroeconómico nacional foi marcado por um período menos favorável, devido a diminuição do preço do petróleo, consequente, deterioração das contas fiscais e externas, em particular, pela menor entrada de recursos provenientes da venda do petróleo e aumento da vulnerabilidade do mercado cambial, decorrente da depreciação da taxa de câmbio associada à maior procura por Dólar Norte-americano, resultando num aumento do endividamento do Estado, deterioração da conta corrente e menor acumulação de reservas internacionais, com efeito a agência de rating Fitch reavaliou a dívida soberana de Angola reduzindo a sua posição classificativa para B+, considerada “especulativa” com perspectiva “estável”, por considerar que a economia angolana apresenta perspectivas de desaceleração de crescimento económico, bem como deterioração fiscal, externa e cambial. Adicionalmente, verificou-se uma acentuada diminuição das exportações em 44,94% e uma diminuição das importações em 29,71% como resultado da elevada procura e escassez de divisas, os bens e serviços importados encareceram, originando uma inversão da tendência decrescente verificada desde 2010 na variação do índice de preços no consumidor, tendo a taxa de variação homóloga subido 6,79 p.p. fixando-se nos 14,27% no final de 2015. Não obstante, o Sistema de Pagamentos funcionar com regularidade, o número de terminais de pagamento automáticos inactivos aumentou e a disponibilidade da rede Multicaixa, esteve abaixo da média, consequência de problemas de energia e telecomunicações. Verificou-se também uma tendência decrescente das operações em número e montante com cartões domésticos de marca internacional no estrangeiro, em virtude da limitação na aquisição de divisas, o que implicou cancelamentos na emissão e reemissão de cartões, bem como, restrições nos carregamentos de cartões pré-pagos por parte das instituições bancárias. Em meados de 2015, entrou em funcionamento o Subsistema de Compensação de Cheques (SCC) que é um dos subsistemas da Câmara de Compensação Automatizada de Angola, extinguindo os processos de compensação baseados em papel, evolução que permitiu a diminuição dos riscos operacional e financeiros. O volume de negócios da banca continuou a apresentar tendência crescente representando 63,97% e 81,47% do PIB a preço de mercado e PIB não petrolífero no final do ano de 2015, respectivamente, porém verificou-se um abrandamento na sua expansão relativamente a períodos anteriores e uma tendência de alteração do perfil de negócios por parte de algumas instituições, que restringiram a concessão de crédito, a favor das aplicações de títulos e valores mobiliários, facto que concorreu para o abrandamento da carteira de crédito, no último ano. A qualidade dos activos deteriorou-se, por via da degradação das condições monetárias e financeiras, em particular destaque a variação significativa da taxa de câmbio face a moeda externa que teve início em Setembro de 2014, que encareceu a amortização das prestações creditícias das famílias e empresas, reflectindo-se num aumento considerável do crédito mal parado nos últimos 2 (dois) anos, e consequente aumento do risco de crédito que entretanto foi atenuado pelo aumento da cobertura de provisões. De igual modo, a liquidez imediata, sobretudo em moeda estrangeira reduziu consideravelmente situando-se em níveis mais baixos dos últimos 5 (cinco) anos, devido a escassez da mesma, sendo que algumas instituições financeiras bancárias passaram a apresentar dificuldades no cumprimento das suas obrigações imediatas em moeda estrangeira com os seus clientes. Todavia, em termos gerais, o sistema bancário revelou-se líquido e com capital suficiente para fazer face as perdas inerentes a sua actividade e resistência a cenários adversos, porém existem alguns bancos com rácio de solvabilidade abaixo do regulamentar. A rentabilidade da banca aumentou consideravelmente derivado dos assentou em proveitos de títulos, operações cambiais e ajustes ao valor justo da carteira de títulos, reflectindo-se no aumento do retorno dos capitais e dos activos. O sistema Bancário apresentou um índice de estabilidade financeira mais baixo dos últimos 5 (cinco) anos, diminuindo consideravelmente de 63% em Agosto de 2014 para 19% em Dezembro de 2015, devido a conjuntura macroeconómica nacional pouco favorável, em virtude da diminuição significativa do preço do petróleo, resultando numa maior vulnerabilidade cambial, reflectindo-se no aumento do crédito vencido e escassez de moeda externa que diminuiu a capacidade dos bancos honrarem os seus compromissos imediatos em moeda estrageira. Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 11 O número de reclamações dos utentes de serviços bancários continua a aumentar significativamente, sinalizando a maior consciencialização dos consumidores de produtos financeiros em relação aos seus direitos, bem como, a maior disponibilidade de meios que permitem exercer esses direitos. Em 2015, o BNA deu continuidade ao Programa de Educação Financeira com a realização de actividades no âmbito da promoção da literacia financeira e da bancarização da população. Nesta conformidade, o BNA formalizou uma parceria com o Ministério da Educação visando a inserção no Sistema do Ensino Nacional de conteúdos curriculares que abordam a temática da Educação Financeira. No tocante a bancarização até 2015 registou-se um total de 361.464 contas Bankita contra 302.435 registadas no período homólogo, apresentando um crescimento de 19,52%. Importa referir que, desde o início do programa migraram 20.995 contas Bankita para contas convencionais, reflectindo que estas contas constituem um veículo de acesso ao sistema financeiro e a todo um conjunto de produtos e serviços financeiros que podem proporcionar bem-estar social aos cidadãos. Com vista a reforçar a solidez financeira das instituições bancárias no âmbito da iniciativa para o reforço da estabilidade financeira, o Banco Nacional de Angola, fez a emissão de novos normativos por forma a alinhar aos princípios internacionalmente aceites, dos quais destacamos os normativos sobre questionário de auto-avaliação e o Guia referente ao Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo nas relações de correspondência bancária, bem como, a norma sobre metodologia para constituição de provisões para crédito, governação do risco, novas exigências de capital para risco de crédito, de mercado, operacional e adopção plena pela primeira vez das IAS/IFRS. 12 • 1 Enquadramento Macroeconómico-Financeiro 1.1 Apreciação Global Em 2015, a Cobweb da estabilidade macroeconómica apresentou um agravamento das principais dimensões de risco, das quais destacam-se a vulnerabilidade externa, cambial e fiscal, devido a queda do preço do petróleo ao longo do ano e consequente desaceleração económica. Esta conjuntura foi de certo modo compensada por uma condução prudente e harmonizada da política monetária levada a cabo pelas autoridades de forma a reduzir o impacto dos choques exógenos. Em termos gerais, os riscos implícitos ao sistema financeiro angolano associados ao seu enquadramento macroeconómico situaram-se em níveis inferiores face aos seus respectivos referenciais históricos (2009), com excepção dos riscos provenientes das relações comerciais com os não residentes, do crescimento económico nacional e da depreciação cambial. De realçar que no ano de 2015, o desempenho dos indicadores macroeconómicos revelou uma preocupante instabilidade, reflectida no aumento de todos os índices de vulnerabilidade, face ao registado em 2014, com excepção das condições monetárias e financeiras. Gráfico 1: Cobweb da Estabilidade Macroeconómica em Angola Vulnerabilidade Actividade Internacional Vulnerabilidade De Condições Monetárias e Financeiras Vulnerabilidade Externa Vulnerabilidade Cambial Vulnerabilidade Fiscal Vulnerabilidade da Estabilidade de Preços 2009 2013 Vulnerabilidade do Sector Real 2014 2015 Fonte: Bloomberg, BNA, FMI, AIA, MINFIN, INE-Angola, Ministério do Planeamento, Ministério dos Petróleos, CESifo, SNL, Thomson Reuters, Banco de Portugal. O desempenho macroeconómico do país, no período em análise, foi marcado por uma desaceleração do crescimento do sector petrolífero, défice dos sectores fiscal e externo, depreciação da taxa de câmbio e aumento da taxa de inflação, cujo impacto negativo é reflectido nas posições mais afastadas do centro da Cobweb dos indicadores subjacentes de vulnerabilidade. Com a reduzida arrecadação da receita petrolífera, a vulnerabilidade fiscal aumentou comparativamente ao período homólogo, resultando num aumento do endividamento do Estado, consequentemente a agência de rating Fitch reavaliou o rating da dívida soberana de Angola reduzindo a sua posição classificativa para B+, considerada “especulativa” com perspectiva “estável”, por considerar que a economia angolana apresenta perspectivas de desaceleração de crescimento económico, bem como deterioração fiscal, externa e cambial. A reduzida arrecadação da receita petrolífera e a consequente deterioração da conta corrente, reflectiu-se numa menor acumulação de reservas internacionais e na depreciação da moeda nacional. Mar/07 Jun/07 Set/07 Dez/07 Mar/08 Jun/08 Set/08 Dez/08 Mar/09 Jun/09 Set/09 Dez/09 Mar/10 Jun/10 Set/10 Dez/10 Mar/11 Jun/11 Set/11 Dez/11 Mar/12 Jun/12 Set/12 Dez/12 Mar/13 Jun/13 Set/13 Dez/13 Mar/14 Jun/14 Set/14 Dez/14 Mar/15 Jun/15 Set/15 Dez/15 Vulnerabilidade Fiscal Vulnerabilidade da Estabelidade de Preços Fev/13 Média Amostral Out/15 Jun/15 Fev/15 Out/14 Jun/14 Fev/14 Out/13 Jun/13 Vulnerabilidade Externa Out/12 Jun/12 Fev/12 Out/11 Jun/11 Fev/11 Out/10 Jun/10 Fev/10 Out/09 Jun/09 Fev/09 Out/08 Jun/08 Fev/08 Out/07 Jun/07 Fev/07 Out/06 Jun/06 Fev/06 Mar/07 Jun/07 Set/07 Dez/07 Mar/08 Jun/08 Set/08 Dez/08 Mar/09 Jun/09 Set/09 Dez/09 Mar/10 Jun/10 Set/10 Dez/10 Mar/11 Jun/11 Set/11 Dez/11 Mar/12 Jun/12 Set/12 Dez/12 Mar/13 Jun/13 Set/13 Dez/13 Mar/14 Jun/14 Set/14 Dez/14 Mar/15 Jun/15 Set/15 Dez/15 Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 13 Gráfico 2: Evolução Histórica dos Indicadores que Compõem a Cobweb 5 Índice de Vulnerabilidade do Sector Externo (VSE) 4,5 4 3,5 3 2,5 2 1,5 Média Amostral 4,8 Índice de Vulnerabilidade da Estabilidade de Preço (VEP) 4,3 3,8 3,3 2,8 2,3 1,8 1,3 0,8 Média Amostral 5 Índice de Vulnerabilidade Fiscal (VF) 4,5 3,5 4 3 2,5 2 1,5 0,5 1 Mar/07 Jun/07 Set/07 Dez/07 Mar/08 Jun/08 Set/08 Dez/08 Mar/09 Jun/09 Set/09 Dez/09 Mar/10 Jun/10 Set/10 Dez/10 Mar/11 Jun/11 Set/11 Dez/11 Mar/12 Jun/12 Set/12 Dez/12 Mar/13 Jun/13 Set/13 Dez/13 Mar/14 Jun/14 Set/14 Dez/14 Mar/15 Jun/15 Set/15 Dez/15 de Portugal. Cálculos efectuados pelo BNA. Vulnerabilidade Fiscal Vulnerabilidade da Estabelidade de Preços Fev/13 Out/15 Jun/15 Fev/15 Out/14 Jun/14 Fev/14 Out/13 Jun/13 Vulnerabilidade Externa Out/12 Jun/12 Fev/12 Out/11 Jun/11 Fev/11 Out/10 Jun/10 Fev/10 Out/09 Jun/09 Fev/09 Out/08 Jun/08 Fev/08 Out/07 Jun/07 Fev/07 Out/06 Jun/06 Fev/06 Mar/07 Jun/07 Set/07 Dez/07 Mar/08 Jun/08 Set/08 Dez/08 Mar/09 Jun/09 Set/09 Dez/09 Mar/10 Jun/10 Set/10 Dez/10 Mar/11 Jun/11 Set/11 Dez/11 Mar/12 Jun/12 Set/12 Dez/12 Mar/13 Jun/13 Set/13 Dez/13 Mar/14 Jun/14 Set/14 Dez/14 Mar/15 Jun/15 Set/15 Dez/15 14 • Índice de Vulnerabilidade do Sector Externo (VSE) 5 4,5 4 3,5 3 2,5 2 1,5 Média Amostral 4,8 Índice de Vulnerabilidade da Estabilidade de Preço (VEP) 4,3 3,8 3,3 2,8 2,3 1,8 1,3 0,8 Média Amostral 5 Índice de Vulnerabilidade Fiscal (VF) 4,5 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 Média Amostral Fonte: Bloomberg, BNA, FMI, AIA, MINFIN, INE-Angola, Ministério do Planeamento, Ministério dos Petróleos, CESifo, SNL, Thomson Reuters, Banco Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 15 Índice de Vulnerabilidade do Sector Real (VSR) ($ '"($ '$ &"($ &$ #"($ #$ !"($ Ago/07 Out/07 Dez/07 Fev/08 Abr/08 Jun/08 Ago/08 Out/08 Dez/08 Fev/09 Abr/09 Jun/09 Ago/09 Out/09 Dez/09 Fev/10 Abr/10 Jun/10 Ago/10 Out/10 Dez/10 Fev/11 Abr/11 Jun/11 Ago/11 Out/11 Dez/11 Fev/12 Abr/12 Jun/12 Ago/12 Out/12 Dez/12 Fev/13 Abr/13 Jun/13 Ago/13 Out/13 Dez/13 Fev/14 Abr/14 Jun/14 Ago/14 Out/14 Dez/14 Fev/15 Abr/15 Jun/15 Ago/15 Out/15 Dez/15 !$ vunerabilidade do Sector Real 1.2 Média Amostral Contextualização Internacional A evolução mais recente do índice de vulnerabilidade financeira de Angola associada à actividade internacional conheceu níveis desfavoráveis, comparativamente ao ano de 2014, motivada sobretudo pela redução do preço do petróleo, principal fonte de receitas da economia. Gráfico 3: Evolução da Actividade Económica Internacional 6 Índice de Vulnerabulidade da Actividade Internacional (IVAI) 5 4 3 2 1 Mar/06 Jun/06 Set/06 Dez/06 Mar/07 Jun/07 Set/07 Dez/07 Mar/08 Jun/08 Set/08 Dez/08 Mar/09 Jun/09 Set/09 Dez/09 Mar/10 Jun/10 Set/10 Dez/10 Mar/11 Jun/11 Set/11 Dez/11 Mar/12 Jun/12 Set/12 Dez/12 Mar/13 Jun/13 Set/13 Dez/13 Mar/14 Jun/14 Set/14 Dez/14 Fev/15 Jun/15 Set/15 Dez/15 0 Vulnerabilidade Actividade Internacional Média Amostral Fonte: Bloomberg, BNA, FMI, AIA, CESifo, SNL, Thomson Reuters. Cálculos efectuados pelo BNA 1.2.1 Produto Interno Bruto Na actualização do World Economic Outlook (WEO), o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o crescimento económico mundial seguiu moderado em 2015 (3,1%), tendo as economias emergentes e em desenvolvimento desacelerado de 4,6% em 2014 para 4,0% em 2015, enquanto que para as economias desenvolvidas estima uma recuperação modesta de 1,8% em 2014 para 1,9% em 2015. Adicionalmente, o FMI reviu em baixa as previsões para o crescimento da economia mundial para 3,4% em 2016, menos 0,2 p.p. comparativamente a previsão anterior. 16 • Tabela 1 - Crescimento Económico Anual a Nível Mundial Evolução da Economia Mundial 2013 2014 Economia Mundial 3,30 3,40 3,10 3,40 3,60 Economias Desenvolvidas 1,30 1,80 1,90 2,10 2,10 EUA 2,20 2,40 2,50 2,60 2,60 Zona Euro -0,50 0,90 1,50 1,70 1,70 Japão 1,60 0,00 0,60 1,00 0,30 Reino Unido 1,70 2,90 2,20 2,20 2,20 Economias Emergentes e em Desenvolvimento 4,70 4,60 4,00 4,30 4,70 Rússia 1,30 0,60 -3,70 -1,00 1,00 China 7,80 7,30 6,90 6,30 6,00 Índia 5,00 7,30 7,30 7,50 7,50 Brasil 2,50 0,10 -3,80 -3,50 0,00 Africa Subsaariana 5,20 5,00 3,50 4,00 4,70 SADC 4,20 3,50 30,00 3,10 - Crescimento do Pib 2015 2016 Estimativas 2017 Previsões Fonte: FMI, World Economic Outlook (Update), Janeiro 2015 Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) para as economias desenvolvidas, este poderá crescer de 1,9% em 2015 para 2,1% em 2016. Nos Estados Unidos da América (EUA) o crescimento económico foi revisto em baixa de 2,5% em 2015 (menos 0,1 p.p. de Outubro de 2015) para 2,6% em 2016 (menos 0,2 p.p. em 2016), devido à valorização do Dólar norte-americano que penaliza as exportações e os baixos preços do petróleo, que podem contribuir para desincentivar a sua exploração futura. Relativamente, a Zona Euro (ZE), estima-se um crescimento de 1,5% em 2015 e prevê-se um crescimento de 1,7% em 2016, assente no consumo privado, que beneficiará do baixo preço do petróleo. Enquanto se espera que o crescimento no Japão seja de apenas 0,6% em 2015 e 1,0% em 2016, suportado pelo baixo preço do petróleo, condições financeiras menos restritivas, aumento do rendimento das famílias japonesas e pela política fiscal por via do aumento do imposto de consumo. Para às economias emergentes e em desenvolvimento, o FMI estima um crescimento do PIB de 4,0% em 2015 e prevê 4,3% para 2016, e espera que a economia chinesa volte a desacelerar, por causa da redução da procura interna e do fraco crescimento do investimento, porém estima que a Índia continue a crescer a um ritmo elevado, esperando uma taxa de crescimento de 7,3% em 2015 e projectando 7,5% para 2016. Adicionalmente, o FMI prevê que o cenário de recessão económica que se regista na Rússia e no Brasil, reflexo da instabilidade económica e da queda dos preços das commodities, termine em 2017. Para os países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que continuarão a ser afectados pelos baixos preços do petróleo e ou pelas tensões geopolíticas e conflitos internos, prevê-se um ritmo de crescimento mais moderado. Por sua vez, as várias economias da região da África Subsariana deverão registar um crescimento económico menor. Para 2015 o crescimento da região estimado foi de 3,5%, pressionado pelos baixos preços das commodities alimentares e energéticas e o aumento dos custos de financiamento, enquanto, para 2016 projecta-se uma aceleração de 4,0% e 4,7% no ano seguinte. Apesar da revisão em baixa das projecções do FMI, o crescimento mundial para 2016 será superior ao registado em 2015, embora num ritmo mais lento do que o esperado. Por outro lado, a divulgação dos índices gestores de compras (PMI) prevê um cenário menos robusto no início de 2016, observando-se um movimento mais moderado da actividade económica nos principais blocos económicos. As principais razões que continuam a limitar o crescimento económico mundial prendem-se sobretudo com o abrandamento económico chinês, a queda dos preços do petróleo e de outras commodities e a expectativa de subida da taxa fed funds da Reserva Federal norte-americana (Fed). Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 17 1.2.2 Mercado de Dívida De modo geral, as taxas de juros de longo prazo nas economias avançadas continuam em níveis historicamente baixos, em linha com a tendência decrescente iniciada em Setembro de 2013, acentuando-se a descida generalizada das taxas de rendibilidade nos mercados obrigacionistas e a redução do spread das yields dos títulos de dívida soberana dos países periféricos da Zona Euro face à Bunds da Alemanha, reflectindo um abrandamento das espectativas do mercado face a normalização gradual das taxas de política, implicando uma reversão parcial dos aumentos observados a partir de 2013 de forma mais estável. Gráfico 4: Yields de Obrigações de Dívida Soberana a 10 anos das Economias Internacionais Seleccionadas 6,000 5,000 4,000 3,000 2,000 1,000 Alemanha EUA Jpão 01/01/16 01/10/15 01/07/15 01/04/15 01/01/15 01/10/14 01/07/14 01/04/14 01/01/14 01/10/13 01/07/13 01/04/13 01/01/13 01/10/12 01/07/12 01/04/12 01/01/12 01/10/11 01/07/11 01/04/11 01/01/11 01/10/10 01/07/10 01/04/10 01/01/10 01/10/09 01/07/09 01/04/09 01/01/09 01/10/08 01/07/08 01/01/08 01/04/08 0,000 Inglaterra 37,00 32,00 Percentagaem 27,00 22,00 17,00 12,00 7,00 Portugal Itália Espanha 01/01/16 01/10/15 01/07/15 01/04/15 01/01/15 01/10/14 01/07/14 01/04/14 01/01/14 01/10/13 01/07/13 01/04/13 01/01/13 01/10/12 01/07/12 01/04/12 01/01/12 01/10/11 01/07/11 01/04/11 01/01/11 01/10/10 01/07/10 01/04/10 01/01/10 01/10/09 01/07/09 01/04/09 01/01/09 01/10/08 01/07/08 01/04/08 -3,00 01/01/08 2,00 Irlanda Fonte: Bloomberg A melhoria das condições monetárias nas economias avançadas atenuou as tensões nos mercados financeiros, observando-se ao longo do ano uma tranquilidade da percepção de risco nos mercados accionistas, medida pelo Chicago Board Options Exchange Volatility Index (VIX), que oscilou em torno do valor médio de 16,63 pontos. De salientar que, as políticas monetárias da Fed e dos restantes bancos centrais das economias avançadas, bem como os receios de um abrandamento da economia Chinesa conjugados com a entrada em recessão de várias economias emergentes, muito dependentes da exploração e exportação de matérias-primas, causaram algumas incertezas nos mercados accionistas mundiais, e, por conseguinte, à subida do VIX para o valor mais alto desde 2009. Por sua vez, a volatilidade dos títulos de rendimento fixo, medida pelo indicador Merrill Option Volatility Estimate (MOVE), continuou a apresentar uma tendência ligeiramente decrescente, observada desde o ano anterior, oscilando para níveis pré-crise. 18 • Gráfico 5: Indicadores de Volatilidade dos Mercados Financeiros (MOVE e VIX) 300 90 80 100 Percentagem 60 50 150 40 100 30 20 Percentagem 300 70 50 10 0 1/1/2008 4/1/2008 7/1/2008 10/1/2008 1/1/2009 4/1/2009 7/1/2009 10/1/2009 1/1/2010 4/1/2010 7/1/2010 10/1/2010 1/1/2011 4/1/2011 7/1/2011 10/1/2011 1/1/2012 4/1/2012 7/1/2012 10/1/2012 1/1/2013 4/1/2013 7/1/2013 10/1/2013 1/1/2014 4/1/2014 7/1/2014 10/1/2014 1/1/2015 4/1/2015 7/1/2015 10/1/2015 1/1/2016 0 VIX MOVE Index (eixo à direita) Fonte: Bloomberg 1.2.3 Mercado das Commodities Ao longo do ano, os preços das commodities continuaram a cair de forma acentuada, registando-se maior queda dos preços das principais matérias-primas dos últimos 5 (cinco) anos, tendo sido atingidos os níveis registados no ano de 2009, sendo que a queda do preço das commodities energéticas, metálicas e alimentares, contribuiu para a redução das margens brutas dos produtores. A redução do preço médio do petróleo no período em análise, desencadeada pelo excesso da oferta mundial de petróleo, foi impulsionada pela expectativa de retoma das exportações do Irão, apreciação do Dólar em relação às suas congéneres, manutenção da posição tomada pela OPEP em não reduzir a oferta, abrandamento do crescimento económico da China, bem como pelo aumento do stock de combustível norte-americano. Gráfico 6: Índice de Preços FMI das Commodities (ano base 2005) 240 200 160 120 80 40 Mar/07 Jun/07 Set/07 Dez/07 Mar/08 Jun/08 Set/08 Dez/08 Mar/09 Jun/09 Set/09 Dez/09 Mar/10 Jun/10 Set/10 Dez/10 Mar/11 Jun/11 Set/11 Dez/11 Mar/12 Jun/12 Set/12 Dez/12 Mar/13 Jun/13 Set/13 Dez/13 Mar/14 Jun/14 Set/14 Dez/14 Mar/15 Jun/15 Set/15 Dez/15 0 Commodities (sem petróleo) Fonte: Indexmundi FMI Preço do Barril (bret) Preço dos Alimentos Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 19 De acordo com os dados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a procura global por petróleo em 2015 foi de 92,9 Mb/d, tendo subido 1,50 Mb/d em relação ao ano de 2014. Por seu turno, a procura por petróleo nos países da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) aumentou apenas em 0,60 Mb/d para os 46,3 Mb/d e nos países fora da OCDE aumentou 0,90 Mb/d, fixando-se nos 46,6 Mb/d. Entretanto, prevê-se para 2016, um aumento da procura global de 1,30 Mb/d para os 94,20 Md/d face ao ano anterior, derivado essencialmente do aumento da procura de petróleo nos países fora da ODCE em 1,20 Mb/d. Relativamente a oferta global, registou-se um aumento de 2,50 Mb/d em relação ao ano anterior, atingindo 94,9 Mb/d no final do ano, devido ao aumento da oferta dos países da OPEP em 1,00 Mb/d e dos países fora da OPEP que aumentaram em 1,30 Mb/d. Contrariamente, para 2016, projecta-se uma diminuição da oferta de petróleo de 0,70 Mb/d para os 56,2 Mb/d para os países fora da OPEP. Por fim, o índice de preços do FMI das commodities, excluindo o petróleo, decresceu em termos médios 18,51%, tendo situando-se em 132,23 pontos, de igual modo o índice de preços dos alimentos e bebidas observou uma redução de 16,30%, no mesmo período. 1.3 Condições Macroeconómicas Internas e Desenvolvimento Financeiro A revisão efectuada pelo MPDT, em Fevereiro de 2016, aponta para 2015 um crescimento real do Produto Interno Bruto agregado de 2,95%, sendo que o sector petrolífero cresceu em 6,30% e o sector não petrolífero em 1,53%. Estas estimativas tiveram como pressupostos a taxa de câmbio média de 120,09 Kz/USD, preço médio do barril do petróleo de USD 53,7 e taxa de inflação de 14,3%. Deste modo, a revisão efectuada distancia-se do previsto no Plano Nacional de Desenvolvimento (PND 2013-2017), o qual estimava um crescimento para a economia angolana em 2015 de 8,8%. Gráfico 7: Crescimento Económico do Sector Petrolífero e Não Petrolífero 12,0 10,0 10,9 8,0 9,7 8,3 7,8 Taxa de Crescimento (%) 6,0 3,9 4,3 5,6 3,5 4,0 8,2 6,8 5,2 )"'$3,0 0,0 #"!$ 3,0 4,8 2,4 2,0 1,1 -0,9 -2,9 -2,0 -4,0 6,3 -5,1 -2,6 -5,6 -6,0 -8,0 2009 2010 2011 2012 2013 2014 (est) 2015 (p) 2016 (p) PIB petrolífero 8-9%$ -5,1 -2,9 -5,6 -0,9 -2,6 6,3 1,1 PIB não petrolífero <9&$ 8,3 7,8 9,7 10,9 8,2 1,5 3,8 PIB pm !9'$ 2,4 3,5 3,9 6,8 4,8 3,0 3,0 Fonte: Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial A desaceleração do PIB face a 2014, deveu-se particularmente ao abrandamento do Sector Não Petrolífero em 6,7 p.p., transversal a todos os sectores com a excepção do sector diamantífero, destacando-se os sectores da Energia, Agricultura e Indústria Transformadora com taxas de 2,47%, 0,75% e - 2,07%, respectivamente, tendo abrandado de -14,86 p.p., -11,15 p.p. e -10,17 p.p., respectivamente. A revisão em baixa do Sector da Energia, teve como base o atraso de alguns projectos de investimento com o objectivo de aumentar o volume de potência. Por sua vez, no Sector da Agricultura, os principais constrangimentos observaramse na produção de raízes e tubérculos (mandioca, batata rena e batata doce) e produção de carne bovina e caprina, devido as restrições de circulação de animais, no sentido de prevenir a propagação do surto de febre aftosa, cuja quantidade produzida ficou aquém do objectivo traçado. Por fim a contracção do sector da Indústria Transformadora, deveu-se sobretudo ao impacto da redução de importação de matérias-primas, materiais de construção e bens de consumo, atrasos dos projectos da indústria têxtil e à não concretização de projectos na indústria alimentar. 20 • Relativamente ao PIB petrolífero, observou-se uma aceleração de 8,9 p.p. face a 2014, com o contributo particular da exploração de novos Blocos, estima-se que no período em análise produziu-se em média 1,78 milhões de barris/dia, sustentando assim parte do crescimento verificado na economia. Gráfico 8: Evolução da Estrutura do PIB 100% 80% 60% 40% 20% 0% 2006 Agricultura 2007 Pescase derviados 2008 2009 Diamantes e outro 2010 Petróleos 2011 2012 Indústria transformadora 2013 Construção Energia 2014 2015 Serviços mercantis outros Fonte: Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial Em 2015, a produção petrolífera total foi de 644,95 milhões de barris, representando um aumento de 5,84% face ao período homólogo. Em paralelo, verificou-se uma queda acentuada no preço das ramas angolanas em 48,19%, tendo passado de uma média de USD 96,49/barril em 2014 para USD 49,99/barril em 2015. Gráfico 9: Produção de Petróleo e Preço das Ramas Angolanas 140 65,00 120 $/Barril 80 55,00 60 50,00 40 45,00 20 Milhões de Barril/dia 60,00 100 40,00 Produção de Petróleo (eixo à direita) Dez/15 Jun/15 Dez/14 Jun/14 Dez/13 Jun/13 Dez/12 Jun/12 Dez/11 Jun/11 Dez/10 Jun/10 Dez/09 Jun/09 Dez/08 Jun/08 Dez/07 0 Preços das Ramas (USD) Fonte: Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial Durante o período em análise verificou-se uma acentuada diminuição das exportações em 44,94% e uma diminuição das importações em 29,71% como resultado de dificuldades de acesso ao mercado cambial cada vez maiores fruto da elevada escassez de divisas; todavia o cenário final da conta de bens é positivo. De igual modo, a conta de bens registou uma quebra de 57,25%, consequentemente, embora positivo, o saldo da conta de bens teve um impacto desfavorável sobre a acumulação de reservas em 2015, resultando numa diminuição das Reservas Internacionais Líquidas (RIL) em 9,99%. 01/01/09 15/02/09 01/04/09 16/05/09 30/06/09 14/08/09 28/09/09 12/11/09 27/12/09 10/02/10 27/03/10 11/05/10 25/06/10 09/08/10 23/09/10 07/11/10 22/12/10 05/02/11 22/03/11 06/05/11 20/06/11 04/08/11 18/09/11 02/11/11 17/12/11 31/01/12 16/03/12 30/04/12 14/06/12 29/07/12 12/09/12 27/10/12 11/12/12 25/01/13 11/03/13 25/04/13 09/06/13 24/07/13 09/07/13 22/10/13 12/06/13 20/01/14 06/03/14 20/04/14 04/06/14 19/07/14 02/09/14 17/10/14 05/12/14 19/01/15 05/03/15 19/04/15 03/06/15 18/07/15 01/09/15 16/10/15 30/11/15 14/01/16 AKZ/USD 165,60 180,00 5,0 160,00 4,5 140,00 4,0 120,00 100,00 80,00 2,5 60,00 40,00 1,0 20,00 0,5 0,00 0,0 Taxa de Câmbio Mercado de Referência Taxa de Câmbio Mercado de Referência de 2013 155,60 Implementação NRCSP Início da Queda do preço do petróleo 145,60 115,60 105,60 95,60 Implementação NRCSP 3 135,60 3,5 125,60 2,5 % RIL 01/01/13 24/01/13 16/02/13 11/03/13 03/04/13 26/04/13 19/05/13 11/06/13 04/07/13 27/07/13 19/08/13 09/11/13 10/04/13 27/10/13 11/19/2013 12/12/13 04/01/14 27/01/14 19/02/14 14/03/14 06/04/14 29/04/14 22/05/14 14/06/14 07/07/14 30/07/14 22/08/14 14/09/14 07/10/14 30/10/14 24/11/14 19/12/14 11/01/15 03/02/15 26/02/15 21/03/15 13/04/15 06/05/15 29/05/15 21/06/15 14/07/15 06/08/15 29/08/15 21/09/15 14/10/15 06/11/15 29/11/15 22/12/15 14/01/16 06/02/16 01/01/13 28/01/13 24/02/13 23/03/13 19/04/13 16/05/13 12/06/13 09/07/13 05/08/13 09/01/13 9/28/2013 10/25/2013 11/21/2013 12/18/2013 14/01/14 10/02/14 09/03/14 05/04/14 02/05/14 29/05/14 25/06/14 22/07/14 18/08/14 14/09/14 11/10/14 09/11/14 08/12/14 04/01/15 31/01/15 27/02/15 26/03/15 22/04/15 19/05/15 15/06/15 12/07/15 08/08/15 04/09/15 01/10/15 28/10/15 24/11/15 21/12/15 17/01/16 Dez/15 Set/15 Jun/15 Mar/15 Dez/14 Set/14 Jun/14 Mar/14 Dez/13 Set/13 Jun/13 Mar/13 Dez/12 Set/12 Jun/12 Mar/12 Dez/11 Set/11 Jun/11 Mar/11 Dez/10 Set/10 Jun/10 Mar/10 Dez/09 Set/09 Jun/09 Mar/09 Dez/08 Set/08 Jun/08 Mar/08 Dez/07 Milhões AKZ Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 21 Gráfico 10: Reservas Internacionais Líquidas e Variação Mensal da taxa de Câmbio Kz/USD 40 000,00 12% 35 000,00 10% 30 000,00 8% 25 000,00 6% 20 000,00 4% 15 000,00 2% 10 000,00 0% 5 000,00 -2% 0,00 -4% Variação Mensal da Taxa de Câmbio Nominal de Referência Em relação à evolução da taxa de câmbio, assistiu-se a uma desvalorização de 31,55% da taxa média de referência, passando de Kz/USD 102,863 em 2014 para Kz/USD 135,315 em 2015 Gráfico 11: Volatilidade da taxa de Câmbio Kz/USD 3,5 3,0 2,0 1,5 Volatilidade da Taxa de Câmbio (eixo à direita) Volatilidade daTaxa de Câmbio (%) 5 Início da Queda do preço do petróleo 4,5 4 1,5 2 0,5 1 0 Em 2015, observou-se uma inversão do comportamento verificado desde 2010 na variação do índice de preços no consumidor em termos homólogos, tendo a taxa de variação homóloga subido 6,79 p.p. fixando-se nos 14,27% face aos 7,48% de 2014, devido sobretudo a depreciação da moeda nacional, em cerca de 32%, ao longo do ano, levando ao encarecimento dos bens e serviços importados. 22 • Gráfico 12: Inflação Homóloga e Variação do Agregado Monetário M2 18,00% 90,00% 80,00% 16,00% 70,00% 14,00% 60,00% 50,00% 12,00% 40,00% 10,00% 30,00% 20,00% 8,00% 10,00% 6,00% 0,00% Inflação Homóloga Variação do Agregado Monetário M2 (eixo à direita) Fonte: BNA e INE Angola O ano de 2015, foi um ano de fortes desafios para a economia Angolana, tendo crescido menos face ao projectado pelo Executivo, influenciado pela diminuição do preço do petróleo que criou entraves à condução da política fiscal, coagindo a revisão do OGE baseada em pressupostos macroeconómicos mais conservadores, assumindo um preço médio de exportação de petróleo de USD 40,0, inferior aos USD 81,0 do OGE inicial, uma mais modesta taxa de crescimento real do PIB de 6,6%, contra 9,7% do OGE inicial,) e, entre outros, uma taxa de inflação superior de 9% contra os 7% do OGE inicial. As prioridades da Política Fiscal, apresentadas para o ano de 2015, impactaram quer na receita, através da potenciação da receita não petrolífera e do reforço do papel regulador do Estado, quer na despesa, por via da melhoria da sua qualidade e da racionalização e optimização da despesa com subsídios à economia e outros apoios financeiros do Estado. Desta forma, o OGE revisto reflectiu uma diminuição das receitas em cerca de 35,7% face ao OGE inicial, das quais as receitas do sector petrolífero diminuíram em 59,3% e do sector não petrolífero aumentaram em 1,4%. Por sua vez a despesa reduziu 33%, com um corte de 26% das despesas correntes e de 53% das despesas de capital. Tendo em conta a distribuição da despesa pelas funções do Estado, salienta-se que todos os sectores viram a sua alocação de fundo reduzida face ao OGE inicial, à excepção das despesas com as Operações da Dívida Pública, numa perspectiva de cumprimento das obrigações do Estado e continuidade da capacidade de financiamento no futuro. Os dados fiscais preliminares do Ministério das Finanças (MINFIN), apontam para uma redução da Receita Total de 30,64%, ao passar de Kz 4.402.640,72 milhões em 2014 para Kz 3.053.809,59 milhões em 2015, fortemente influenciada pela diminuição da Receita Petrolífera em 46,96%. Contrariamente, verificou-se no período um aumento de 2,62% da Receita Não Petrolífera. De referir que, apesar da maior dificuldade de arrecadação de receitas verificada em 2015, quando comparado com 2014, a execução das receitas petrolíferas superou largamente o previsto no OGE revisto, com a taxa de execução das receitas a situar-se em 151,6% e receitas não petrolíferas com um grau de execução de 80,6% devido ao abrandamento da actividade económica no sector. Relativamente às despesas totais, o Tesouro aponta para uma diminuição de 37,62%, passando de Kz 5.222.015,56 milhões em 2014 para Kz 3.309.854,22 milhões em 2015, influenciadas por um lado pelas Despesas Correntes que sofreram uma diminuição de 23,75% em relação ao ano anterior, tendo-se situado nos Kz 2.795.914,41 milhões, justificada principalmente pelo corte de 55,03% no valor das Despesas em Bens e Serviços. Por outro lado, para a redução das Despesas Totais também contribuiu a diminuição significativa das Despesas de Capital, cuja diminuição foi de 66,96% face ao ano anterior, tendo executado apenas Kz 513.939,80 milhões. No geral, as Despesas Totais apresentaram uma execução abaixo do programado (94,59% face ao previsto), devido principalmente à fraca execução das despesas relacionadas com remunerações de empregados, bens e serviços e despesas de capital. Por outro lado, o aumento das taxas de juro dos títulos da dívida ao longo de 2015, levou a que a rubrica referente a juros executasse acima do previsto, tendo aumentado 66,18% face ao ano anterior. Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 23 Assim, a magnitude de redução das despesas compensou, de certa forma, a redução das receitas, criando espaço para uma melhoria do Défice Fiscal, passando de Kz 819.374,85 milhões em 2014 para Kz 256.044,63 milhões na óptica de compromisso, o que corresponde a uma redução de 68,25% face ao ano de 2014. Contudo, registando um superavit de Kz 223.517,79 milhões numa óptica de caixa, devido à existência de atrasados no montante de Kz 479.562,21 milhões. Ao longo do ano, o financiamento da actividade do Tesouro foi assegurado por via da emissão de Títulos Públicos (Obrigações e Bilhetes do Tesouro) e desembolso externos (linhas de crédito e empréstimos financeiros). 500.000,00 32,00% 250.000,00 28,00% 0,00 24,00% -250.000,00 mar/07 jun/07 set/07 dez/07 mar/08 jun/08 set/08 dez/08 mar/09 jun/09 set/09 dez/09 mar/10 jun/10 set/10 dez/10 mar/11 jun/11 set/11 dez/11 mar/12 jun/12 set/12 dez/12 mar/13 jun/13 set/13 dez/13 mar/14 jun/14 set/14 dez/14 mar/15 jun/15 set/15 dez/15 Milhões de Kz Gráfico 13: Crédito Líquido ao Governo Central e BT de 91 dias 20,00% -500.000,00 16,00% -750.000,00 12,00% -1.000.000,00 8,00% -1.250.000,00 4,00% -1.500.000,00 Crédito líquido ao Governo Central Bilhetes do Tesouro 91 dias (eixo à direita) 0,00% Fonte: BNA De referir que, no ano de 2015, a intermediação financeira foi afectada por diversas mudanças e alterações dos instrumentos de gestão de política monetária com impacto espectável sobre a actividade creditícia 1 . Na primeira metade do ano, o Comité de Política Monetária (CPM) aumentou, o coeficiente das Reservas Obrigatórias em moeda nacional, de 15% para 20%, sinalizando maior prudência nas transacções bancárias de modo a assegurar a estabilidade do sistema bancário. No entanto, devido a mudanças de comportamento no mercado, no final do ano, este coeficiente foi alterado novamente, passando para 25%, dos quais 10% podem ser cumpridos em títulos do tesouro em moeda nacional. Neste contexto, a orientação da Política Monetária foi acomodatícia, tendo sido anulada, no primeiro semestre, a taxa de juro de facilidade permanente de absorção de liquidez (FAO) e abolidas as operações de mercado aberto de modo permitir uma maior aderência aos títulos do tesouro financiamento para o Tesouro, cuja necessidade de liquidez viu-se agravada face a queda do preço do petróleo. Em 2015, as taxas de juro aplicadas ao sector empresarial sobre os empréstimos em moeda nacional (MN), aumentaram em todas as maturidades, fixando-se em, 15,23% na maturidade de 181 dias a 1 ano (1,35 p.p.) e 14,84% na maturidade a mais de 1 ano (1,15 p.p), excepto para a maturidade de 180 dias que registou uma redução de 1,98 p.p tendo-se fixado em 15,41%. Por seu turno, as taxas de juro em moeda estrangeira (ME), registaram um aumento na maturidade de 180 dias a 1 ano, fixando-se em 12,97% (2,33 p.p), enquanto nas maturidades até 180 dias e mais de 1 ano diminuíram, passando para 10,00% (-1,41 p.p.) e 9,76% (-0,27 p.p), respectivamente. Em relação às taxas de juro em MN para o crédito a particulares, observou-se um aumento nas maturidades a 180 dias e 181 dias em 16,46%, 14,64%, respectivamente, contrariamente as taxas com maturidade a mais de 1 ano diminuiu em 0,23 p.p. fixando-se em 11,79%. No que diz respeito, às taxas de juro em ME à particulares, de modo geral as taxas apresentaram um comportamento descendente, com excepção para a maturidade de 180 dias cuja taxa sofreu um aumento de 0,59 p.p, situando-se em 12,07%. 1 O Ver Capitulo 5- Sistema Financeiro, ponto 5.2.5 - Liquidez e Gestão de Fundos. 24 • Gráfico 14: Índices de Herfindahl Hirschman: Índice de Concentração das Quotas de Mercado (lado esquerdo) e Índice de Concentração Sectorial (lado direito) 0,4000 0,1800 0,3500 0,1700 0,3000 0,1600 0,2500 0,1500 0,2000 0,1400 0,1500 0,1300 Índice de Herfindall (Índice de Concentração das Quotas de Mercado) Set/15 Jun/15 Dez/15 Set/14 Mar/15 Jun/14 Dez/14 Set/13 Mar/14 Jun/13 Dez/13 Set/12 Mar/13 Jun/12 Dez/12 Set/11 Mar/12 Jun/11 Dez/11 Set/10 Mar/11 Jun/10 Dez/10 Set/09 Mar/10 Jun/09 Dez/09 Set/08 Mar/09 Jun/08 Dez/08 Set/07 Mar/08 Jun/07 Dez/07 0,0000 Mar/07 0,0500 0,1000 dez/06 mar/07 jun/07 set/07 dez/07 mar/08 jun/08 set/08 dez/08 mar/09 jun/09 set/09 dez/09 mar/10 jun/10 set/10 dez/10 mar/11 jun/11 set/11 dez/11 mar/12 jun/12 set/12 dez/12 mar/13 jun/13 set/13 dez/13 mar/14 jun/14 set/14 dez/14 mar/15 jun/15 set/15 dez/15 0,1100 Dez/06 0,1000 0,1200 HH do Crédito por Sector de Actividade Económica O índice de Herfindahl Hirschman 2, que mede o grau de concentração das quotas de mercado no sector bancário, manteve-se relativamente constante face ao período homólogo, sugerindo uma manutenção dos níveis de concorrência no período em análise. Todavia, no que diz respeito a estrutura do crédito por sectores de actividade, o crédito à economia, encontra-se concentrado em seis (6) sectores de actividade (86,90%), com um aumento de 3,80% relativamente ao ano anterior, destacando-se os sectores de Particulares (17,96%), Outras Actividades de Serviços Colectivos Sociais e Pessoais (14,40%), Comércio por Grosso ou a Retalho (20,25%), Actividade Imobiliária, Alugueres e Serviços Prestados às Empresas (13,87%), Construção (11,72%) e Industria Transformadora (8,71%). Este cenário é indicativo de que o processo de diversificação da economia, apesar de registar progressos ainda se encontra numa fase em que exige um envolvimento forte do Executivo sobretudo na criação de infraestruturas de apoio ao crescimento do sector privado. Todavia, esta condição é propensa a agravar o risco de vulnerabilidade do sector bancário perante um hipotético abrandamento na dinâmica desses sectores. Ao longo do período em análise, os indicadores relativos a detenção de moeda, por níveis de liquidez, apresentaram uma maior preferência por liquidez por parte dos agentes económicos, facto que poderá estar associado ao grau de informalidade dos mercados e as expectativas quanto ao aumento da inflação. Particularmente, o grau de preferência por liquidez, quando definido como o “rácio de depósitos à ordem” e “notas e moedas em poder do público” sobre o M2, representa um peso de 59,96%, enquanto o rácio dos depósitos a prazo sobre o M2 representa 40,04%. Gráfico 15: Componentes do M2 por níveis de Liquidez 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% Mar/07 Jun/07 Set/07 Dez/07 Mar/08 Jun/08 Set/08 Dez/08 Mar/09 Jun/09 Set/09 Dez/09 Mar/10 Jun/10 Set/10 Dez/10 Mar/11 Jun/11 Set/11 Dez/11 Mar/12 Jun/12 Set/12 Dez/12 Mar/13 Jun/13 Set/13 Dez/13 Mar/14 Jun/14 Set/14 Dez/14 Mar/15 Jun/15 Set/15 Dez/15 0% M1/M2 2 Quase Moeda/M2 O índice de Herfindahl Hirschman é calculado através da agregação do quadrado das quotas de mercado de cada banco. Na definição de quota de mercado utilizou-se o peso do crédito fornecido por instituição financeira no crédito total disponibilizado pelo Sector Bancário Angolano. Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 25 A oferta de moeda resultante dos principais actores no processo de intermediação financeira, aumentou, passando de 3,23 para 3,41, como resultado do aumento do M3 em 11,64%, numa magnitude superior ao aumento da Base Monetária em 5,99%, reflectindo o aumento da capacidade dos bancos em criar moeda. Gráfico 16: Multiplicador Monetário 7.000.000,0000 6,00 6.000.000,0000 5,00 3,00 3.000.000,0000 mm 4,00 4.000.000,0000 2,00 2000 000,0000 1.000.000,0000 1,00 - Dez/06 Mar/07 Jun/07 Set/07 Dez/07 Mar/08 Jun/08 Set/08 Dez/08 Mar/09 Jun/09 Set/09 Dez/09 Mar/10 Jun/10 Set/10 Dez/10 Mar/11 Jun/11 Set/11 Dez/11 Mar/12 Jun/12 Set/12 Dez/12 Mar/13 Jun/13 Set/13 Dez/13 Mar/14 Jun/14 Set/14 Dez/14 Mar/15 Jun/15 Set/15 Dez/15 Milhões de Kz 5.000.000,0000 M3 Base Monetária Ampla MULTIPLICADOR MONETÁRIO O grau de aprofundamento financeiro 3 situou-se em 60,42%, uma redução de 2,13p.prelativamente ao período homólogo. No entanto, em termos de referência, este nível é ainda reduzido, indiciando baixos níveis de intermediação financeira no sistema financeiro bem como a necessidade de maior sofisticação financeira. Gráfico 17: Grau de Aprofundamento Financeiro 5.500.000,00 80,00% 5.000.000,00 Milhões de Kz 4.000.000,00 60,00% 3.500.000,00 3.000.000,00 50,00% 2.500.000,00 40,00% 2.000.000,00 1.500.000,00 30,00% 500.000,00 Dez/06 Abr/07 Ago/07 Dez/07 Abr/08 Ago/08 Dez/08 Abr/09 Ago/09 Dez/09 Abr/10 Ago/10 Dez/10 Abr/11 Ago/11 Dez/11 Abr/12 Ago/12 Dez/12 Abr/13 Ago/13 Dez/13 Abr/14 Ago/14 Dez/14 Abr/15 Ago/15 Dez/15 1.000.000,00 M2 M2/PIB não Petrolifero 70,00% 4.500.000,00 20,00% Aprofundamento Financeiro (eixo à direita) Ao longo do ano de 2015, a trajectória de crescimento do crédito apresenta um comportamento ascendente, o hiato do rácio do Crédito ao Sector Privado sobre o PIB, situou-se acima do seu potencial, o que permite inferir que o respectivo crédito a níveis direccionados tende a exercer pressões sobre o crédito vencido. 3 Aprofundamento Financeiro = M2/PIB não petrolífero 26 • Gráfico 18: Indicadores Macroprudenciais de Crescimento de Crédito 15% 30% 25% 10% 20% 5% 15% 10% 0% -5% Mar/08 Jun/08 Set/08 Dez/08 Mar/09 Jun/09 Set/09 Dez/09 Mar/10 Jun/10 Set/10 Dez/10 Mar/11 Jun/11 Set/11 Dez/11 Mar/12 Jun/12 Set/12 Dez/12 Mar/13 Jun/13 Set/13 Dez/13 Mar/14 Jun/14 Set/14 Dez/14 Mar/15 Jun/15 Set/15 Dez/15 5% Hiato Rácio CSP_PIB 0% Tendência Fonte: Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial. Cálculos efectuados BNA 1.4 Perspectivas para o ano de 2016 De acordo com as últimas projecções do FMI (Update, World Economic Outlook, Janeiro de 2016), a economia mundial em 2016 continuará condicionada por alguns desafios, salientando-se o abrandamento da economia chinesa, os baixos preços das commodities, a instabilidade nos mercados financeiros e as tensões geopolíticas em alguns dos principais mercados emergentes. Estes factores poderão ter consequências significativas sobre o comércio internacional, os preços das commodities e a confiança dos agentes económicos. A valorização do Dólar norte-americano em linha com o processo de subida das taxas de juro directoras da Reserva Federal norte-americana (Fed) é outro factor que poderá aportar efeitos negativos sobre as demonstrações financeiras das empresas e desafios no acesso ao financiamento bancário. Perante este contexto, o FMI reforça a necessidade de se repensar sobre as políticas de crescimento, para as economias avançadas, os baixos níveis de inflação tornam necessário a prossecução de políticas monetárias flexíveis, acompanhadas de políticas fiscais menos austeras. Relativamente, as economias emergentes e em desenvolvimento, os desafios são ainda maiores, destacando-se a necessidade de redução das despesas públicas, diversificação da economia, implementação de reformas estruturais e reforço institucional. Adicionalmente, a flexibilização da taxa de câmbio será uma forma de absorver os impactos dos choques externos adversos, sobretudo nos países exportadores de commodities, com o devido monitoramento dos potenciais efeitos sobre a economia real. Por último, destaca-se a necessidade de apostar no reforço das infra-estruturas, na melhoria do ambiente económico e capacitação contínua do capital humano. Ao nível das commodities energéticas, o preço médio do barril do petróleo no mercado internacional foi de 53,54 USD/bbl para o Brent (menos 46,16%), 48,78 USD/bbl para o WTI (menos 47,53%) e 49,99 USD/bbl para as Ramas angolanas (menos 48,16%) em 2015, sendo que as previsões do FMI indicam que os mesmos se situarão próximo dos 34 USD/bbl no final do primeiro semestre de 2016 e nos 38 USD/bbl no final do segundo semestre, perfazendo uma média anual de 35 USD/bbl. O Quadro Macroeconómico subjacente ao OGE - revisto para 2016 indica um crescimento do PIB real de 4%, sendo que o sector petrolífero poderá crescer em cerca de 4,5% e o sector não petrolífero em aproximadamente 3,8%. Dessas previsões, antevê-se um aumento da produção petrolífera, que poderá passar de 1.796,39 MBbl/dia para 1.856,4 MBbl/dia, apesar de se prever uma redução do preço do petróleo, que poderá situar-se nos USD 39 por barril, uma taxa de inflação de 15,8% e um défice fiscal global na ordem de 5,5% do PIB. O OGE para 2016, prevê um aumento das receitas face a 2015, situando-se em Kz 3.514.480,15 milhões (24,7% do PIB), influenciada principalmente pelos Impostos de Bens e Serviços. As despesas deverão igualmente aumentar, atingindo cerca de Kz 4.295.712,22 milhões (30,2% do PIB), resultando num défice em torno de Kz 781.232,21 milhões (5,5% do PIB), o que poderá implicar uma maior necessidade de financiamento do Governo a ser constituída maioritariamente por financiamento externo de Kz 1.058,901,76 milhões (7,4% do PIB). Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 27 Projecta-se uma Conta Corrente deficitária em torno de USD 12.130,08 milhões, que poderá resultar essencialmente da redução significativa da Conta de Bens, em cerca de 41%, em relação a 2015, do défice esperado das contas de serviços, rendimentos e transferências correntes. Assim, prevê-se um aumento do défice do saldo global da Balança de Pagamentos relativamente ao ano anterior e, consequentemente uma perda de reservas internacionais brutas em cerca de 4%, que correspondem a uma cobertura de 7,94 meses de importação de bens e serviços no final de 2016. Projecta-se igualmente, um crescimento de 28,7% da Base Monetária em MN, explicado essencialmente, pela expansão dos depósitos dos bancos no BNA, estes sob influência do ciclo expansionista da política fiscal. Quanto à evolução dos agregados monetários, de acordo com a programação monetária do BNA estima-se para 2016, uma expansão anual dos agregados M3 e M2 de 20,89% e 20,85%, respectivamente, influenciada por um lado pelo aumento dos depósitos à ordem em moeda nacional, justificado pelo crescimento do PIB Não-Petrolífero e da projecção expansionista da política fiscal e, por outro lado pelo aumento dos Outros Depósitos em moeda estrangeira resultante da desvalorização da moeda nacional. Em suma, os desafios para a garantia da estabilidade financeira persistem, dado a elevada incerteza da trajectória dos preços do petróleo no futuro, a desaceleração da economia chinesa, assim como as fracas perspectivas de crescimento tanto dos países mais desenvolvidos como dos emergentes dependentes maioritariamente da exportação de commodities. 28 • 2 Sector Externo Em 2015, a conjuntura económica de Angola ficou marcada por vários sinais de alerta, tendo em atenção os resultados verificados nos principais indicadores macroeconómicos de acompanhamento dos diversos sectores da economia angolana, que apontavam para aproximação de uma crise económica estrutural de grande dimensão. No que diz respeito ao sector externo, observou-se a redução das receitas de exportação de petróleo bruto em 44,3%, face ao ano de 2014, devido à queda do preço médio de petróleo bruto nos mercados internacionais desde os meados de 2014, afectando negativamente a solidez da maior parte dos indicadores do sector externo. Tabela 2 – Indicador do Sector Externo U.M: Em Milhões de US$ DESCRIÇÃO 2011 2012 2013 2014 2015 Indicadores de Comécio Externo Grau de Abertura 102,4% 95,2% 95,1% 88,0% 69,8% Taxa de Cobertura Global 155,0% 156,8% 141,4% 113,7% 91,9% Importação de Bens e Serviços 43.898,3 45.836,1 49.190,4 53.514,5 37.976,2 Exportações de Bens e Serviços 68.042,5 71.873,3 69.562,2 60.851,2 34.912,9 109.322,6 123.620,4 124.849,5 130.031,7 104.388,0 Memo: PIB Fonte: BNA/DES O quadro acima mostra que o peso do comércio externo na economia angolana (grau de abertura 4) diminuiu 12,7 pontos percentuais passando de 82,1% em 2014 para 69,4% em 2015, dada a contracção tanto das exportações como das importações de bens e serviços, pois que a actividade económica do País é muito dependente dos fluxos de comércio externo. A taxa de cobertura global 5 no período em análise foi de 90,7%, contra 113,7% em 2014, representando uma redução de 23,0 p.p, influenciada particularmente pela queda das exportações de bens e serviços (43,4%) numa magnitude superior à da redução das importações de bens e serviços (29,1%). A taxa de cobertura global inferior a 100% evidência a insuficiência das receitas de exportação para cobrirem as despesas de importação de bens e serviços, traduzindo-se num deficit da Balança de Pagamentos que tem como consequência a redução das reservas internacionais bem como o aumento do endividamento externo do País. Tabela 3 – Indicador de Solvabilidade Externa U.M: Em Milhões de USD DESCRIÇÃO 2011 2012 2013 2014 2015 Indicadores de Solvabilidade Externa RB/ Importação (Meses) 7,8 8,6 7,9 6,2 7,8 RB/ Stock Dívida 135,3% 146,3% 114,3% 77,4% 68,9% RB/ M2 em MN 153,6% 157,5% 119,0% 83,8% 85,7% Reservas Brutas (stock) 28.393,1 33.034,8 32.212,5 27.794,6 24.703,9 M2 em MN (stock) 18.485,8 20.969,7 27.059,7 33.166,0 28.841,9 Importação de Bens e Serviços 43.898,3 45.836,1 49.190,4 53.514,5 37.976,2 Stock da dívida Externa 20.992,1 22.582,9 28.178,1 35.933,1 35.851,9 Memo: Fonte: BNA/DES 4 O grau de abertura da economia angolana reflecte o peso das trocas comerciais com o exterior sobre a produção, isto é, o peso das importações e exportações de bens e serviços sobre o PIB num determinado período de tempo. 5 A taxa de cobertura global representa a percentagem das importações coberta pelo valor das exportações. Uma taxa de cobertura superior à unidade indica que o país detém uma posição comercial forte (competitividade comercial), ou seja, as receitas de exportação cobrem na totalidade as despesas de importação realizadas pelo país. Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 29 O stock das reservas internacionais brutas no final de 2015 (USD 24.419,5 milhões) correspondeu a uma cobertura de 7,7 meses de importação de bens e serviços, contra 6,2 meses registados em 2014 (USD 27.794,6 milhões), evidenciando uma evolução positiva deste indicador. A melhoria observada é reflexo da queda substancial das importações (USD 15.569,2 milhões) numa dimensão muito superior à da diminuição das reservas internacionais (USD 3.375,1 milhões). O stock da dívida externa passou de USD 35.933,1 milhões no final de 2014 para USD 36.278,7 milhões no final de 2015, reflectindo um crescimento de 1,0% (USD 345,6 milhões) resultante do aumento considerável do défice orçamental. Assim, o rácio de reservas brutas sobre a dívida externa no final de 2015 reduziu em cerca de 10,0 p.p. em relação a 2014, ao passar de 77,4% para 67,3%. O rácio das reservas internacionais brutas sobre os meios de pagamento em moeda nacional (MN) registou uma ligeira melhoria em cerca de 0,9 p.p. passando de 83,8% em 2014 para 84,7% em 2015, ainda assim manteve-se abaixo dos 100% mostrando a insuficiência do nível actual das reservas internacionais brutas para cobrir uma eventual conversão dos activos denominados em moeda nacional (MN) para moeda estrangeira (ME). Tabela 4 - Indicador de Endividamento Externo U.M: Em Milhões de USD DESCRIÇÃO 2011 2012 2013 2014 2015 Stock da dívida externa/ RB 73,9% 68,4% 87,5% 129,3% 145,1% Stock da dívida externa/ PIB 19,2% 18,3% 22,6% 27,6% 34,3% Reservas Brutas (stock) 28.393,1 33.034,8 32.212,5 27.794,6 24.703,9 Stock da dívida Externa 20.992,1 22.582,9 28.178,1 35.933,1 35.851,9 PIB 109.322,6 123.620,4 124.849,5 130.031,7 104.388,0 Indicador de Endividamento Externo Memo: Fonte: BNA/DES Face à diminuição das reservas internacionais brutas e aumento da dívida externa no período em análise, o rácio da dívida externa sobre as reservas brutas aumentou de 129,3% em 2014 para 148,6% em 2015, o que representa uma diminuição da capacidade do País em honrar os seus compromissos externos com recurso às reservas internacionais. A proporção da dívida externa em relação ao PIB ascendeu para 34,8% no ano de 2015 contra 25,8% do período homólogo, uma degradação do rácio justificada fundamentalmente pela desaceleração do PIB em termos nominais e a depreciação da moeda nacional, para além do ligeiro crescimento do stock da dívida externa. 30 • 3 Mercado Monetário Durante o ano de 2015, a condução da política monetária teve como enfoque a regulação dos fluxos excedentários de liquidez, com o objectivo primário da estabilidade de preços e a manutenção do poder de compra da moeda nacional. A operacionalização da política monetária, manteve como suporte os instrumentos do quadro operacional de política monetária, com ênfase para as operações de mercado aberto (OMA), e adicionalmente a disponibilização de facilidades permanentes de liquidez, a monitorização das taxas de juro de referência e alterações dos limites das reservas obrigatórias. 3.1 Operações de Regulação Monetária 3.1.1 Emissão de TBC Em conformidade com os objectivos da gestão coordenada de política monetária e fiscal em 2015, a semelhança de anos anteriores não ocorreram emissões de TBC. 3.1.2 Operações de Mercado Aberto As Operações de Mercado Aberto para absorção de liquidez ascenderam, em termos acumulados, ao montante de Kz 95,251 milhões, com efeito de contracção sobre a liquidez de Kz 190,390 milhões, com um nível de execução no ano de 55,46%, sobre o projectado, observando-se uma redução de 89,50% face a emissão observada em 2014, com um volume de operações de Kz 907,084 milhões. A execução de OMA foi condicionada em parte pela não realização de operações entre os meses de Fevereiro e Agosto, no âmbito da gestão coordenada de políticas monetária e fiscal. Tabela 5 – Operações do Mercado Aberto Valores em Kz OPERAÇÕES DO MERCADO ABERTO 2015 Execução Projecção Grau Execução Execução Projecção Grau Execução 66,2% 907.083.668.739,08 855.368.367.934,64 106,05% 97.224.203.532,08 79.021.846.973,62 123,0% 85.397.783.515,72 85.966.500.650,30 99,3% 86.023.704.566,91 18.754.018.856,16 458,7% 75.850.000.000,00 62.789.801.531,20 120,8% Total 95.251.113.956,00 143.849.832.201,83 Dezembro 19.600.000.000,00 50.000.000,00 Novembro 10.250.700.000,00 Outubro Setembro 1.350.000.000,00 2014 50 000 000,00 16.600.000.000,00 Agosto 18.454.018.856,16 14.270.000.000,00 129,3% Julho 89.189.201.531,20 140.841.839.893,00 63,3% Junho 24.770.000.000,00 41.320.100.000,00 59,9% Maio 130.841.839.893,00 121.716.932.012,67 107,5% Abril 49.660.134.835,75 42.450.100.000,00 117,0% 97.356.524.523,38 99.516.157.484,88 97,8% 54.550.100.000,00 67.649.965.757,62 80,6% 97.766.157.484,88 81.071.104.775,19 120,6% Março Fevereiro Janeiro 71.978.854.376,00 47.450.413.956,00 71.770.977.825,83 66,1% Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 31 3.1.3 Outras Operações Monetárias 3.1.3.1Facilidades Permanentes de Liquidez As operações de Facilidade de Absorção de Liquidez Overnight (FAO) em 2015, totalizaram o montante de Kz 2,667 mil milhões, representando uma diminuição de 47,14% em relação ao período homólogo de 2014, cujo total foi de Kz 5.659 milhões. A tendência decrescente observada na Facilidade de Absorção de Liquidez Overnight em 2015, não espelha a eficiência da execução dos principais factores autónomos condicionantes da liquidez nem da execução fiscal, mas é reflexo da redução da taxa para zero num período longo no ano em análise, de acordo com os objectivos da gestão coordenada de política monetária e fiscal, em harmonia com o momento económico que o país atravessa. Relativamente às operações inversas, de Facilidade de Cedência de Liquidez Overnight (FCO), o volume observado em 2015 foi de Kz 684,8 mil milhões, com maior incidência no terceiro trimestre do ano, comparativamente ao período homólogo observou-se um aumento significativo do recurso à essas operações em cerca de 181,03%, revelando escassez de liquidez por parte de algumas instituições bancárias, facto que influencia negativamente no aumento das taxas de juro do mercado monetário interbancário. Tabela 6 – Facilidades Permanentes de Liquidez Valores em Kz FACILIDADES PERMANENTES DE LIQUIDEZ 2015 2014 FAL 7 DIAS (FAL7) FAO Total líquido 18.980.998.306,90 2.667.437,24 Dezembro 18.980 998 306,90 FCO 684.874,10 FCO 5.658.550,66 378.319,56 578.534,31 85.894,20 Novembro 553.118,00 5.460,43 345.455,10 89.760,25 Outubro 537.300,00 9.796,52 330.508,24 26.294,53 Setembro 523.039,65 FAO 69.800,00 162.759,52 257.635,68 63.403,63 Agosto - 136.270,96 205.967,74 64.048,62 Julho - 147.325,51 367.977,10 48.918,31 Junho - 58.352,73 535.739,02 Maio - 133.597,86 827.391,41 Abril - 981.213,05 Março - 593.949,95 Fevereiro 397.947,00 315.741,51 Janeiro 586.232,59 31.310,56 318.437,55 3.1.3.2Operações de Redesconto Não obstante os níveis de liquidez da economia permanecerem altos no período em análise, algumas instituições financeiras apresentaram dificuldades para cobrirem as suas necessidades temporárias de liquidez no mercado monetário interbancário, devido as condições de debilidade estrutural que as mesmas apresentam, recorrendo assim as operações de financiamento de última instância do Banco Central, redesconto, que aumentaram sobretudo no quarto trimestre, atingindo um total de Kz 1,190 mil milhões no final do ano. 32 • Tabela 7 – Operações de Redesconto Valores em Kz OPERAÇÕES DE REDESCONTO 2015 2014 Média. Diária Média. Diária Média Mensal Total 108.175.299.595,58 23.067.581.801,95 1.189.928.295.551,34 92.270.327.207,81 238.117.077.039,62 36.041.953.108,67 Dezembro Novembro 241.927.540.660,78 15.572.388.002,07 Outubro 483.855.081.321,56 22.897.454.266,95 1.556.049.366,58 17.758.531.830,12 Setembro Agosto Julho 28.331.281.936,84 Junho 47.555.427.496,12 Maio 33.415.299.883,59 Abril 26.903.592.243,40 Março 22.164.282.882,98 Fevereiro 43.939.082.941,58 Janeiro 22.163.579.778,29 3.2 Evolução das Taxas de Juro do Mercado Monetário 3.2.1 Taxas de Juro da Política Monetária As taxas de juro da política monetária tiveram uma tendência crescente, registando ligeiras variações ao longo do período, em harmonia com as decisões do Comité de Política Monetária (CPM). Nesse contexto, por decisão do CPM, a taxa de juro básica do BNA em Dezembro de 2015 situou-se em 11,00% aa., com uma variação de 2,00 p.p. em relação a 2014, tendo sido alterada, em quatro ocasiões, nos meses de Abril, Julho, Agosto e Dezembro, em harmonia com a evolução dos agregados monetários. Relativamente às Facilidades de liquidez, a taxa de juro da FCO manteve a mesma tendência, aumentando de 9,00% aa em 2014 para 13,00% aa. em 2015, sinalizando o aumento dos custos de intermediação financeira com o Banco Central, com objectivo de incentivar maior intermediação entre as instituições financeiras no mercado monetário interbancário e induzir a contracção de crédito à economia face a evolução dos agregados monetários e consequentemente diminuir a taxa de inflação. Concernente a taxa de juro da FAO, esta passou de 1,75% aa. em Dezembro de 2014, para 0,00% aa. em Fevereiro 2015. Entretanto, em Setembro de 2015, voltou-se a observar um aumento da taxa de juro da FAO para 1,75% aa., que mantevese até Dezembro, altura em que registou-se uma nova redução para 0,00% e simultaneamente institui-se a Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez com maturidade de sete dias (FAL7), fixando a taxa de juro em 1,75% aa. As variações observadas nas taxas de juro de Política Monetária tiveram em foco o cumprimento dos objectivos do programa macro executivo, visando a estabilidade de preços, o controlo da inflação e a criação de condições para o desenvolvimento do sistema financeiro angolano. Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 33 Tabel 8 – Taxas de Juro Política Monetária TAXA BNA FCO FAO FAL 7 Decisões sobre as Taxas de Juro da Política Monetária Jan-14 9,25% 10,25% 1,25% Aumentada a taxa de juro da Facilidade de absorção de liquidez para 1,25%. Fev-14 9,25% 10,25% 1,25% Mantida as taxas Mar-14 9,25% 10,25% 1,50% Aumentada a taxa de juro da Facilidade de absorção de liquidez para 1,50%. Abr-14 9,25% 10,00% 1,75% Mai-14 9,25% 9,75% 1,75% Reduzida a taxa de juro da Facilidade de cedência de liquidez para 9,75%. Jun-14 8,75% 9,75% 1,75% Reduzida a Taxa BNA para 8,75%. Jul-14 8,75% 9,75% 1,75% Mantida as taxas Ago-14 8,75% 9,75% 1,75% Mantida as taxas Set-14 9,00% 9,75% 1,75% Aumentada a Taxa BNA para 9,00%. Out-14 9,00% 9,75% 1,75% Mantida as taxas Nov-14 9,00% 9,75% 1,75% Mantida as taxas Dez-14 9,00% 9,75% 1,75% Mantida as taxas Jan-15 9,00% 9,75% 1,75% Mantida as taxas Fev-15 9,00% 9,75% 0,00% Reduzida a FAO para 0% Mar-15 9,00% 9,75% 0,00% Mantida as taxas Abr-15 9,25% 10,00% 0,00% Aumentada a taxa BNA e a taxa da FCO Mai-15 9,25% 10,00% 0,00% Mantida as taxas Jun-15 9,25% 10,00% 0,00% Mantida as taxas Jul-15 10,25% 11,00% 0,00% Aumentada a taxa BNA e a taxa da FCO Ag-15 10,50% 12,00% 0,00% Aumento a taxa BNA e a taxa da FCO Set-15 10,50% 12,50% 1,75% Aumentada a taxa da FCO Out-15 10,50% 12,50% 1,75% Aumentada a taxa de juro da Facilidade de absorção de liquidez para 1.75%. Nov-15 10,50% 12,50% 1,75% Aumentada a taxa de juro da Facilidade de absorção de liquidez para 1,75%. Dez-15 11,00% 13,00% 1,75% Reduzida a taxa da cedência para 10,00% e aumentada a taxa de juro da Facilidade de absorção de liquidez para 1,75%. 1,75% Aumentada a taxa BNA e a taxa da FCO e surgimento da FAL 7 com taxa 1.75% Gráfico 19: Taxas de Juro da Política Monetária Taxas de Juro da Política Monetária 14,00% 12,00% 10,00% 8,00% 6,00% 4,00% Dez-15 Nov-15 Out-15 Set-15 Ago-15 Jul-15 Jun-15 Mai-15 Abr-15 Fev-15 Dez-14 Nov-14 Out-14 Jan-15 FCO Mar-15 TAXA BNA Set-14 Ago-14 Jul-14 Jun-14 Mai-14 Abr-14 Mar-14 Fev-14 0,00% Jan-14 2,00% FAO 3.2.2 Taxas Nominais de Juro de Títulos do Mercado Primário No final de 2015, as taxas de juro médias dos títulos públicos de curto prazo para as maturidades de 91, 182 e 364 dias situaram-se em 13,43% aa, 14,38% aa e 14,45% aa, respectivamente, observando variações positivas de 6,99p.p, 7,27p.p e 6,98 p.p, em relação ao período homólogo, esta medida resultou das decisões das políticas monetária e fiscal, com vista a redução dos níveis excedentários de liquidez no sistema financeiro, bem como o aumento de financiamento ao Tesouro. 34 • 3.2.3LUIBOR A LUIBOR overnight aumentou em 5,92 p.p. em relação a 2014, situando-se em 11,31%, no final do ano,. nas restantes maturidades observou-se igual tendência com variações entre 3,77p.p, 3,66p.p, 3,54p.p, 3,38p.p e 2,89p.p, situando-se no final de 2015 em 11,44%aa, 11,88%aa, 12,21%aa., 12,56%aa e 12,84%aa, para as maturidades, de 1, 3, 6, 9 e 12 meses, respectivamente. A variação observada na LUIBOR neste período, reflecte um aumento do custo do financiamento entre as instituições financeiras, como consequência da deterioração das condições de liquidez, por parte de algumas instituições financeiras, exercendo pressão de aumento da LUIBOR, o que pode ter influenciado o aumento das taxas de juro dos empréstimos no sector bancário. Gráfico 20: Evolução da Luibor EVOLUÇÃO DA LUIBOR 14,00% 9,00% 4,00% 1 Mês 3.3 3 Meses 6 Meses 9 Meses 12 Meses Series7 Dez-15 Nov-15 Out-15 Set-15 Ago-15 Jul-15 Jun-15 Mai-15 Abr-15 Mar-15 Fev-15 Jan-15 -1,00% Overnight Operações Cambiais O volume de venda de divisas ao mercado em 2015, ascendeu a USD 19,654milhões, dos quais USD 17,294milhões, ou seja 87,99%, providas pelo Banco Nacional de Angola, no âmbito da gestão da política cambial e USD 2,360 milhões, ou seja12,01%, originárias de clientes. Importa referir que, comparativamente ao período homólogo, em que o volume total de vendas providas pelo BNA ao mercado foi de USD 19,175 milhões, observou-se uma ligeira diminuição da disponibilidade de divisas de 9,80%. Em resultado da forte quebra das receitas provenientes da exportação de petróleo, influenciando os factores inerentes aos ciclos de importação de bens e serviços da economia. Tabela 9 – Volume de Vendas de Divisas: 2015 BNA Total Clientes 2014 Vendas Totais BNA Clientes Vendas Totais 17.293.545.912,38 2.360.042.112,61 19.653.588.024,99 19.174.508.014,29 15.292.267.557,77 34.466.775.572,06 Dezembro 1.176.033.846,47 154.801.084,07 1.330.834.930,54 1.783.051.947,17 312.434.550,51 2.095.486.497,68 Novembro 1.048.219.911,13 197.702.869,37 1.245.922.780,50 1.520.000.000,00 745.768.932,68 2.265.768.932,68 Outubro 1.550.861.138,24 173.833.714,50 1.724 694 852,74 1.387.972.743,13 1.714.844.565,33 3.102.817.308,46 Setembro 1.590.287.472,82 255.511.742,18 1.845.799.215,00 1.184.510.247,07 1.835.315.775,31 3.019.826.022,38 Agosto 1.115.704.373,50 182.797.746,54 1.298.502.120,04 2.167.873.076,92 1.540.261.502,40 3.708.134.579,32 Julho 1.551.260.167,35 218.635.079,98 1.769.895 247,33 2.000.000.000,00 1.764.695.881,10 3.764.695.881,10 Junho 2.219.645.178,86 208.269.314,62 2.427.914.493,48 2.620.000.000,00 1.240.338.230,50 3.860.338.230,50 Maio 1.299.671.176,01 219.812.500,79 1.519.483.676,80 1.660.000.000,00 1.101.381.848,96 2.761.381.848,96 Abril 1.357.300.000,00 128.147.338,93 1.485.447.338,93 950.000.000,00 1.126.298.980,73 2.076.298.980,73 Março 1.390.100.000,00 182.559.035,15 1.572.659.035,15 1.075.000.000,00 1.443.458.883,74 2.518.458.883,74 Fevereiro 1.645.000.000,00 185.977.496,07 1.830.977.496,07 1.190.000.000,00 1.072.288.829,68 2.262.288.829,68 Janeiro 1.349.462.648,00 251.994.190,41 1.601.456.838,41 1.636.100.000,00 1.395.179.576,83 3.031.279.576,83 Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 35 Quanto à utilização das divisas, o volume de operações executadas com o exterior do país em 2015, foi no montante de USD 18,772 milhões, com uma diminuição de 47,28% comparativamente ao período homólogo de 2014, em que o volume foi de USD 35,606 milhões. 3.3.1 Taxas de Câmbio Ao final de 2015, a taxa de câmbio de referência do mercado primário situou-se em KZ/USD 135,988, com variação acumulada no ano de 32,104%, correspondente a uma depreciação do Kwanza em igual proporção e superior á depreciação observada em 2014, de 5,189%, em que o nível de taxa de câmbio médio situou-se em de KZ/USD 102,940. A depreciação acentuada da taxa de câmbio em 2015, com particular incidência no terceiro e quarto trimestre do ano, deveu-se ao aumento considerável no nível de procura por divisas em relação oferta e consequente pressão sobre a taxa de inflação, uma vez que, estas variáveis apresentam uma correlação positiva, devido as características da economia nacional. No mercado secundário a taxa de câmbio média situou-se em KZ/USD 140,011 superior aos KZ/USD 104,791 observados no período homólogo, superior em 33,610% face a 2014. Gráfico 21: Evolução da Taxa de Câmbio 160 150 140 130 120 110 Tx Ref Tx Sec (Disivas)* Dez/15 Nov/15 Out/15 Set/15 Ago/15 Jul/15 Jun/15 Mai/15 Abr/15 Mar/15 Fev/15 Dez/14 Nov/14 Set/14 Ago/14 Jul/14 Jun/14 Mai/14 Abr/14 Mar/14 Fev/14 90 Jan/14 100 Tx Sec (nota)* 3.3.2 Base Monetária No período em análise, as operações dos mercados monetário e cambial concorreram para a regulação de liquidez e manutenção do stock da Base Monetária em nível compatível com o preconizado na programação monetária, sendo que o seu efeito conjugado resultou em expansão de liquidez de Kz 216,859 milhões, consequentemente, o stock da Base Monetária situou-se em Kz 930,528 milhões contra Kz 1.062.227,25 milhões do stock estimado da programação monetária para o ano de 2015, diminuindo em 12,40%. 36 • 4 Sistema de Pagamentos 4.1 Desempenho do Sistema de Pagamento em Tempo Real (SPTR) A disponibilidade do SPTR, enquanto veículo de circulação da moeda nacional entre as instituições financeiras, é imprescindível para o pleno funcionamento do sistema de pagamentos e para a estabilidade do sector financeiro. Sendo o SPTR o sistema central do Sistema de Pagamentos de Angola (SPA), deve garantir uma disponibilidade superior a 99,90% (ou seja, uma indisponibilidade média claramente inferior a 1 minuto/dia), verifica-se que tal objectivo foi alcançado, tendo a disponibilidade média do SPTR sido de 99,91%. Nos meses de Março, Maio, Junho, Agosto Outubro e Dezembro o SPTR registou taxas de disponibilidade máximas (100,0%), apesar de nos outros meses não ter atingido o objectivo preconizado. Gráfico 22: Indisponibilidade SPTR por sessão 22-Jan 0:34 1-Jul 0:24 31-Dez 0:13 07-Jan 0:03 05-Fev 0:05 Jan Fev 4.2 3-Jul 0:09 Mar Abr Mai Jun Jul 4-Nov 0:07 2-Set 0:04 Ago Set Out Nov Dez Distribuição das Operações ao Longo do Dia A distribuição ao longo do dia dos pagamentos efectuados pelos participantes no SPTR (excluindo o BNA) demonstra que, depois dos picos iniciais relacionados com as operações comunicadas em dias anteriores e com saldos de compensação, o número de pagamentos é claramente crescente ao longo do dia até à hora de fecho da sessão inicial do SPTR às 15h30 e é determinado pelos pagamentos ordenados por clientes bancários que representaram 93% do número total de operações liquidadas. Em termos de montantes, verifica-se que os valores estão concentrados próximo das 9h00, quando se verificam pagamentos na plataforma SIGMA, maioritariamente com facilidades permanentes de depósito e operações com Títulos da Dívida Pública. Gráfico 23: Distribuição dos Pagamentos no SPTR 8h00 15h30 30 50 25 40 20 30 15 20 10 10 5 0 0 7:40 8:40 9:40 10:40 11:40 12:40 13:40 14:40 15:40 16:40 17:40 18:40 19:40 20:40 21:40 22:40 Milhões de Kz Número 60 Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 37 4.3 Desempenho do Serviço de Compensação de Valores O Subsistema de Compensação de Cheques (SCC) é um dos subsistemas da Câmara de Compensação Automatizada de Angola e entrou em funcionamento no dia 1 de Junho de 2015, pondo fim aos processos de compensação baseados em papel (até então assegurados pelo Serviço de Compensação de Valores – SCV). Esta evolução permitiu a diminuição dos riscos operacional e financeiros, a eliminação das praças de compensação em Delegações do Banco Central e a utilização de garantias para assegurar a liquidação dos saldos de compensação. Gráfico 24: Numero dos cheques compensados (dados do SCV) Apres. 50.000 Devol. 5.000 40.000 4.000 30.000 3.000 20.000 2.000 10.000 1.000 0 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Gráfico 25: Montante dos cheques compensados (dados do SCV) Milhões de Kz Apres. Devol. 100.000 20.000 80.000 16.000 60.000 12.000 40.000 8.000 20.000 4.000 0 0 Jan 4.4 Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Desempenho do Subsistema Multicaixa (MCX) O Subsistema de Pagamentos Multicaixa abrange as operações de pagamento baseadas na utilização de cartões bancários válidos na rede Multicaixa de caixas automáticos e de terminais de pagamento automático, em conformidade com os procedimentos e processos estabelecidos para as operações disponibilizadas no Subsistema. 4.4.1 Terminais de Pagamento Automático A média mensal de TPAs matriculados activos no ano de 2015 foi de 56% o que significa que 44% dos terminais matriculados na rede estiveram inactivos nesse período (no ano anterior 58% dos TPA matriculados estiveram activos). Esta situação é extremamente preocupante pelo que significa desperdício de investimento e redução de oferta de serviços aos titulares de cartões Multicaixa. De acordo com a EMIS, as principais causas da inactividade dos TPA, devem-se a problemas na assistência aos comerciantes, no que concerne principalmente à formação e ao serviço de apoio, bem como, a existência de um grande número de TPA matriculados, mas não instalados ou instalados em estado de avaria. 38 • Gráfico 26: Número de TPA Activos versus Não Activos 70.000 TPA Não Activo TPA Activo 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Terminal matriculado na Rede com pelo menos um movimento no mês (de todo o tipo) Fonte: 9º PN EMIS, v.2) 4.4.2 Utilização de Cartões Domésticos de Marca Internacional no Estrangeiro O número de operações com cartões domésticos de marca internacional no estrangeiro, comparativamente com o ano de 2014, registou uma redução de 21,6 %. O montante de operações registou igualmente uma redução, neste caso de 40%. Verifica-se que ao longo do ano de 2015, as operações tiveram uma tendência decrescente em número e montante, em virtude dos condicionalismos existentes na aquisição de divisas, o que implicou cancelamentos de cartões, bem como restrições nos carregamentos de cartões pré-pagos. Gráfico 27: Total de Operações com Cartões Domésticos de Marca Internacional no Estrangeiro 2014 2015 2.000 Milhões de Kz 1.600 1.200 800 400 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul 2014 40.000 Ago Set Out Nov Dez Out Nov 2015 Milhões de Kz 32.000 24.000 16.000 8.000 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Dez Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 39 Relativamente ao tipo de cartão, o pré-pago foi o cartão com maior utilização no estrangeiro relativamente ao número, representando 43% e o cartão de crédito foi o cartão com maior utilização no estrangeiro relativamente ao montante, representando 47% do total no ano de 2015, (o cartão pré-pago foi o cartão com maior utilização no ano de 2014 representando 59% e 54% em número e montante, respectivamente). Gráfico 28: Operações no Estrangeiro por Tipo de Cartão 7.500 2014 150.000 2015 2014 Milhões de Kwanzas Milhões de Kwanzas 2015 125.000 6.000 4.500 3.000 1.500 100.000 75.000 50.000 25.000 0 0 Pré-pago Crédito Pré-pago Débito Crédito Débito Portugal, China e Emirados Árabes Unidos ocupam os três primeiros lugares no ranking (com base no montante de operações) dos países onde foram utilizados os cartões de marca internacional emitidos por bancos angolanos. Gráfico 29: Ranking dos 5 Maiores Países de Destino dos Cartões 80.000 4.200 2014 3.600 2014 2015 Milhões de Kz 3.000 Milhões de Kz 2015 60.000 3.400 1.800 1.200 40.000 20.000 600 0 0 Portugal China E.A.U. Namíbia E.U.A. Portugal Outros China E.A.U. Namíbia E.U.A. Outros 4.4.3 Taxa de Operacionalidade da Rede Multicaixa (TOR) A rede de caixas automáticos constitui o canal mais eficiente de dispensação de numerário aos titulares de cartões Multicaixa, permitindo não apenas libertar as agências bancárias para outro tipo de actividades, como também prestar esse e outros serviços numa base de 24hx7d. Assim, o BNA estabeleceu como objectivo que a taxa de operacionalidade da rede deve ser superior a 95%, o que corresponde, em média, a um máximo de inoperacionalidade de aproximadamente 1h/dia por terminal. Em 2015 a TOR foi de 92,17%, sobretudo devido a problemas de energia e telecomunicação, conforme informação do operador da rede. Gráfico 30: Taxa de Operacionalidade da Rede Multicaixa 95,0% 94,0% 93,0% 94,4% 94,7% 93,8% 93,4% 92,5% 92,0% 94,3% 93,1% 93,0% 02,9% 92,5% 92,2% 91,0% 91,3% 90,0% 89,0% Jan Fev Mar Mai Abr Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 40 • 4.4.3.1Down-Time por Falta de Notas O Down-Time por falta de notas (DTFN) impede a utilização da rede MCX para obtenção de numerário e contribui para maior congestionamento dos balcões. A taxa média de DTFN da rede Multicaixa no ano de 2015 foi de 19,4 %, face a 21,8% em 2014, o que representa uma ligeira melhoria de qualidade de serviço de dispensação de notas para os utilizadores de cartões, mas corresponde ainda a um valor muito significativo. Gráfico 31: Down-Time Por Falta de Notas 30,0% 27,6% 25,0% 20,0% 21,5% 17,7% 15,0% 18,7% 18,0% 17,5% Mai Jun 20,4% 20,8% 20,17% Out Nov 16,4% 13,6% 10,0% 20,1% 5,0% 0,0% Jan 4.5 Fev Mar Abr Jul Ago Set Dez Desempenho do Subsistema de Transferência a crédito (STC) O STC é o subsistema da CCAA 6 direccionado para compensação interbancária de transferências a crédito de retalho (até Kz 5 milhões, exclusive). Durante o ano de 2015, foram processadas 1.312 mil transferências, no montante de Kz 620.778 mil milhões, face a 798.381 transferências, no montante de Kz 461.617,80 mil milhões processadas em 2014. No mês de Fevereiro, o STC passou a ter duas sessões de compensação, possibilitando que instruções de transferência comunicadas ao subsistema antes das 11h00 sejam liquidadas interbancariamente e disponibilizadas ao beneficiário no mesmo, sem necessidade de recurso ao SPTR. Em conjunto com o SCC, o STC beneficia de um regime de garantias que assegura a liquidação dos saldos devedores que os participantes possam ter na compensação. Gráfico 32: Número de Transferências compensadas no STC Apres Dev 200.000 5.000 4.000 150.000 3.000 100.000 2.000 50.000 0 1.000 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 0 Gráfico 33: Montante das Transferências compensadas no STC Apres Dev 80.000 5.000 70.000 4.000 60.000 50.000 3.000 40.000 2.000 30.000 20.000 1.000 10.000 0 6 Jan Fev Mar CCAA: Câmara de Compensação Autorizada de Angola. Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 0 Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 41 5 Sistema Financeiro 5.1 Organização do Sistema Financeiro 5.1.1 Estrutura e Composição No final de 2015, estavam autorizadas a funcionar no sistema financeiro angolano 29 (vinte e nove) instituições financeiras bancárias e 86 (oitenta e seis) instituições financeiras não bancárias, sendo destas 66 (sessenta e seis) Casas de Câmbio, 10 (dez) sociedades de microcrédito, 7 (sete) sociedades de remessas de valores, 2 (duas) sociedade cooperativa de crédito e 1 (uma) sociedade de locação financeira. Assim, das 29 (vinte e nove) instituições financeiras bancárias autorizadas a funcionar em Angola, estavam em funcionamento 28 (vinte e oito) instituições, das quais, 3 (três) Bancos públicos, 17 (dezassete)) Bancos privados nacionais e 8 (oito) filiais de Bancos estrangeiros. Tabela 10 – Listagem de Bancos Nº Sigla Nome Inicio de Actividade Controlo do Capital 1 BCI BANCO DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA, S.A.R.L. 1991 Público 2 BPC BANCO DE POUPANÇA E CRÉDITO, S.A.R.L. 1991 Público 3 BCA BANCO COMERCIAL ANGOLANO, S.A.R.L. 1996 Privado Nacional 4 BAI BANCO ANGOLANO DE INVESTIMENTOS, S.A. 1996 Privado Nacional 5 SOL BANCO SOL 2000 Privado Nacional 6 BE BANCO ECONÓMICO, S.A 2001 Privado Nacional 7 BFA BANCO DE FOMENTO ANGOLA, S.A.R.L. 2002 Privado Estrangeiro 8 BCGA BANCO CAIXA GERAL ANGOLA S.A. 2002 Privado Nacional 9 KEVE BANCO KEVE, S.A.R.L. 2003 Privado Nacional 10 BMF BANCO BAI MICRO FINANÇAS, S.A. 2003 Privado Nacional 11 BIC BANCO BIC, S.A. 2005 Privado Nacional 12 BNI BANCO DE NEGÓCIOS INTERNACIONAL, S.A. 2005 Privado Nacional 13 BDA BANCO DE DESENVOLVIMENTO DE ANGOLA 2006 Público 14 BPA BANCO PRIVADO ATLÂNTICO, S.A. 2006 Privado Nacional 15 BMA BANCO MILLENNIUM ANGOLA, S.A. 2006 Privado Nacional 16 BANC BANCO ANGOLANO DE NEGÓCIOS E COMÉRCIO, S.A. 2006 Privado Nacional 17 VTB BANCO VTB ÁFRICA, S.A. 2006 Privado Estrangeiro 18 FNB FINIBANCO ANGOLA 2007 Privado Estrangeiro 19 BKI BANCO KWANZA INVESTIMENTO S.A 2007 Privado Nacional 20 BCH BANCO COMERCIAL DO HUAMBO, S.A 2009 Privado Nacional 21 SBA STANDARD BANK DE ANGOLA, S.A 2009 Privado Estrangeiro 22 BVB BANCO VALOR, S.A. 2010 Privado Estrangeiro 23 YETU BANCO YETU, S.A. 2013 Privado Nacional 24 BPG BANCO PRESTÍGIO, S.A 2013 Privado Nacional 25 BPAN BANCO PUNGO ANDONGO 2013 Privado Nacional 26 SCBA STANDARD CHARTERED BANK DE ANGOLA 2013 Privado Estrangeiro 27 BIR BANCO DE INVESTIMENTO RURAL 2013 Privado Nacional 28 BCS BANCO DE CRÉDITO DO SUL, SA 2015 Privado Nacional 29 ECOBANK ECOBANK DE ANGOLA* * Banco autorizado a funcionar mas ainda não iniciou a sua actividade Privado Nacional 42 • Ao nível de cobertura geográfica da rede de agências bancárias pelo território nacional, no período homólogo, o sistema bancário angolano detinha um total de 1.435 (mil quatrocentos e trinta e cinco) agências e dependências, tendo aumentado 43 (quarente e três) agências e dependências, com maior concentração na província de Luanda com cerca de 63% do total de agências e dependências das instituições bancárias em funcionamento. Relativamente às instituições financeiras não bancárias, no período em referência estavam em funcionamento 54 (cinquenta e quatro) casas de câmbio. Quanto à rede de agências, as casas de câmbio em funcionamento detinham 123 (cento e vinte e três) agências em todo o território nacional, havendo uma concentração de mais da metade (57,04%) na província de Luanda com 83 (oitenta e três) agências, seguida da província da Huíla com 21 (vinte e uma) agências (14,79%). Estavam igualmente em funcionamento 5 (cinco) instituições de microcrédito, com 16 (dezasseis) agências distribuídas por 9 (nove) províncias, 3 (três) sociedades prestadora de serviços de pagamentos, com 23 (vinte e três) agências distribuídas em 6 (seis) províncias e 1 (uma) sociedade cooperativa de crédito, com 1 (uma) agência em Luanda. 5.1.2 Regulação Prudencial do Sistema Financeiro O Banco Nacional de Angola (BNA), no âmbito do cumprimento da sua missão na qualidade de órgão regulador e de supervisão do Sistema Financeiro Angolano (SFA), particularmente do sector bancário, estabelece normas prudenciais e de conduta para a actuação das instituições financeiras sob a sua jurisdição, nomeadamente, quanto à sua organização contabilística, estruturas de receitas e controlos interno, bem como, as informações e respectiva periodicidade a prestar ao BNA e ao público. A função de regulação resulta da necessidade de dotar o SFA de ferramentas e procedimentos regulamentares que optimizem o correcto funcionamento das instituições financeiras e promovam a estabilidade das mesmas, tornandoas mais eficientes e eficazes, sólidas e transparentes, tendo em linha de conta, a protecção dos interesses dos depositantes, investidores e outros credores e a salvaguarda das condições normais de funcionamento do mercado monetário, financeiro e cambial. Neste contexto, de Janeiro a Dezembro de 2015, foram produzidos e publicados os seguintes normativos: Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 43 Leis • Lei n.º 12/2015, de 17 de Junho – Lei de Bases das Instituições Financeiras Avisos, Instrutivos e Directivas • Aviso n.º 01/2015, de 29 de Janeiro – Importação e Exportação de Moeda Estrangeira e Cheques de Viagem; • Aviso n.º 02/2015, de 26 de Janeiro – Limite de Exposição ao Risco Cambial; • Aviso n.º 03/2015, de 09 de Abril – Publicidade de Produtos e Serviços Financeiros; • Aviso n.º 04/2015, de 20 de Abril – Nova Família do Kwanza; • Aviso n.º 05/2015, de 20 de Abril – Cheque Normalizado; • Aviso n.º 06/2015, de 20 de Abril – Número Bancário Angolano (NBA), Número Internacional de Conta Bancária (IBAN); • Aviso n.º 07/2015, de 20 de Abril – Serviço de Compensação de Valores (SCV), Subsistema de Compensação de Cheques (SCC); • Aviso n.º 08/2015, de 20 de Abril – Transferências por Bruto e em Tempo Real; • Aviso n.º 09/2015, de 20 de Abril – Prazos de Execução e de Disponibilização de Fundos Aplicáveis aos Movimentos de Depósitos à Ordem, Transferências e Remessas de Valores; • Aviso n.º 10/2015, de 16 de Junho – Entrada e Saída de Moeda na Zona Fronteiriça de Santa Clara (Angola) e Oshikango (Namíbia); • Aviso n.º 11/2015, de 24 de Dezembro – Classificação dos Subsistemas; • Aviso n.º 12/2015, de 28 de Dezembro - Acordo de Conversão Monetária entre o Banco Nacional de Angola e o Banco da Namíbia - Entrada e saída de moeda nacional e moeda estrangeira na fronteira terrestre de Santa Clara (Angola) - Regras operacionais a observar pelas instituições financeiras; • Instrutivo n.º 01/2015, de 14 de Janeiro – Classificação de Países, Bancos Multibilaterais de Desenvolvimento e Organizações Internacionais; • Instrutivo n.º 02/2015, de 14 de Janeiro – Metodologias para a Constituição de Provisões; • Instrutivo n.º 03/2015, de 23 de Fevereiro – Reservas Obrigatórias • Instrutivo n.º 04/2015, de 02 de Março - Compra e Venda de Moeda Estrangeira, Regras Operacionais Adicionais; • Instrutivo n.º 05/2015, de 22 de Abril - Especificações Técnicas do Cheque Normalizado; • Instrutivo n.º 06/2015, de 26 de Maio – Câmara de Compensação Automatizada de Angola – Garantias para Liquidação de Saldos; • Instrutivo n.º 07/2015, de 28 de Maio - Casas de Câmbios - Regras Operacionais; • Instrutivo n.º 08/2015, de 04 de Junho – Reservas Obrigatórias; • Instrutivo n.º 09/2015, de 04 de Junho – Metodologias para a Constituição de Provisões; • Instrutivo n.º 10/2015, de 04 de Junho - Política Cambial - Sessões de Compra e Venda de Moeda Estrangeira - Procedimentos Extraordinários de Participação; • Instrutivo n.º 11/2015, de 18 de Junho – Acordo de Conversão Monetária entre o Banco Nacional de Angola e o Banco da Namíbia - Entrada e saída de moeda nacional e moeda estrangeira na fronteira terrestre de Santa Clara (Angola) - Regras operacionais a observar pelas instituições financeiras; • Instrutivo n.º 12/2015, de 24 de Junho – Operações Cambiais – Procedimentos; • Instrutivo n.º 13/2015, de 01 de Julho – Operações de Cedência de Liquidez dos Bancos de Desenvolvimento; • Instrutivo n.º 14/2015, de 07 de Julho – Mercado Cambial – Margem Máxima para Operações de Venda de Divisas; • Instrutivo n.º 15/2015, de 13 de Julho – Margem Máxima para Operações de Venda de Divisas; • Instrutivo n.º 16/2015, de 22 de Julho – Reservas Obrigatórias; • Instrutivo n.º 17/2015, de 20 de Agosto – Procedimentos Operacionais a serem Observados nas Sessões de Leilão de Venda de Moedas Estrangeiras às Casas de Câmbio; • Instrutivo n.º 18/2015, de 21 de Agosto – Cartões de Pagamento – Informação Estatística; • Instrutivo n.º 19/2015, de 02 de Dezembro – Reservas Obrigatórias; • Instrutivo n.º 20/2015, de 09 de Dezembro – Reporte e Monitorização de Transacções Cambiais; • Directiva n.º 01/DRO/DSI/15, de 12 de Dezembro – Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo – Questionário de Auto-Avaliação; • Directiva n.º 02/DRO/DSI/15, de 10 de Dezembro – Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo – Guia; • Directiva n.º 03/DRO/15, de 23 de Dezembro – Taxa de Redesconto; • Directiva n.º 13/DMA/15, de 28 de Dezembro – Operações de Facilidades Permanentes de Absorção de Liquidez (FAL) – Prazo Superior à Overnight. 44 • 5.2 Sistema Bancário – Visão Geral 5.2.1 Estrutura Patrimonial Em Dezembro de 2015, volume de negócios da banca totalizou cerca de Kz 8.387.123 milhões, o que representa 58,01% do PIBm 7 e 73,88% do PIB não petrolífero, tendo aumentado em 17,66% face ao período homólogo. Apesar do volume das aplicações da banca apresentar tendência crescente, o nível de crescimento dos últimos 4 (quatro) anos abrandou, tendo aumentado em 2012, 2013, 2014, 2015 em apenas 10,90%, 11,10%, 7,25% e 17,66%, respectivamente, após o crescimento acentuado de 28,84% em 2011. Importa referir que, o efeito da variação cambial teve um impacto positivo, nas aplicações da banca, porém retirando o efeito da variação cambial destas aplicações, o volume de negócios da banca aumentaria em apenas 5,66% em 2014 e 1,57% em 2015. Gráfico 34: Activo Activo & PIB Milhões de Kz 14.000.000 12.000.000 180,00% Activo Total 10.000.000 150,00% PIB pm 8.000.000 120,00% PIB petrolífero 6.000.000 90,00% PIB não petrolífero 4.000.000 60,00% Activo/PIB não petrolífero 2.000.000 30,00% - 0,00% Dez/10 Dez/11 Dez/12 Dez/13 Dez/14 Dez/15 Activo/PIB pm Activo Milhões de Kz Activo S/Efeito Cambial 9.000.000,00 8.000.000,00 7.000.000,00 6.000.000,00 5.000.000,00 4.000.000,00 3.000.000,00 2.000.000,00 1.000.000,00 - Dez Mar Jun Set Dez 2010 2011 Mar Jun Set Dez 2012 Activo Mar Jun Set Dez 2013 Mar Jun Set Dez 2014 Mar Jun Set Dez 2015 Por seu turno, verifica-se por parte de alguns bancos uma tendência de alteração do perfil de negócios, restringindo a concessão de crédito, em detrimento de aplicações em títulos e valores mobiliários que aumentaram consideravelmente em Kz 317.722 (25,86%) em 2014 e Kz 741.073 milhões (47,92%) em 2015, com efeito o crédito abrandou, tendo crescido nos 2 (dois) últimos anos em apenas Kz 261.888 milhões (8,90%) e Kz 387.789 milhões (12,10%), respectivamente, apresentando taxas de crescimento inferiores aos 30,20%, 22,82% e 14,02% dos anos de 2011, 2012 e 2013, respectivamente. Todavia, o crédito mantém a sua relevância na estrutura de negócios da banca com um peso de 42,84%, seguindo-se os títulos e valores mobiliários com 27,27% e as Disponibilidades com 18,43%. Gráfico 35: Composição do Activo Composição do Activo em Dez/14 Composição do Activo em Dez/15 Invetários comerciais e industriais,e adiantamentos imobilizações, 5,53% a fornecedores, 0,00% Invetários comerciais Imobilizações, 5,45% e industriais,e adiantamentos a fornecedores, 0,00% Disponibilidades, 18,43% Outros Valores, 3,28% Outros Valores, 3,20% Dispobibilidades, 16,01 Aplicações de liquedez, 11,59% Aplicações de liquidez, 6,17% Crédito líquido, 44,97% Crédito líquido, 38,05% Títulos e valores mobiliários, 21,69% Títulos e valores mobiliários, 27,27% Operações cambiais, 0,68% Créditos no sistema de pagamentos, 0,63% 7 Projectado para 2016 Instrumentos financeiros derivados, 0,04% Operações cambiais, 048% Instrumentos financeiros derivados , 0,00% Créditos no sistema de pagamentos, 0,30% Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 45 Relativamente as captações, a semelhança das aplicações, o nível de endividamento da banca abrandou, aumentando em apenas Kz 1.101.491 milhões (17,19%).Os depósitos mantêm-se como a maior fonte de captação de recursos a terceiros das instituições financeiras bancárias, contudo, nos últimos 3 (três) anos o volume das captações de depósitos aumentaram em taxas mais reduzidas, tendo o seu peso no passivo diminuído de 83,52% em 2014 para 81,17% em 2015. Gráfico 36: Composição do Passivo Composição do Passivo em Dez/5 Composição do Passivo em Dez/14 2,24% 0,00% 1,77% 1,91% 0,09% 1,45% 0,01% 0,02% 0,00% 0,51% 0,05% 0,68% 6,17% 0,11% 0,77% 0,10% 1,07% 6,27% Depósito 5,18% Depósito 6,89% Captações para liquidez Captações para liquidez Capatições com títulos e valores mobiliários Capatições com títulos e valores mobiliários Instrumentos financeiros derivados Instrumentos financeiros derivados obrigações no sistema de pagamentos obrigações no sistema de pagamentos Operações cambiais Operações cambiais Outras captações Adiantamentos de clientes 83,52% Outras captações 81,17% Adiantamentos de clientes Outras obrigações Outras obrigações Fornecedores comerciais e industriais Fornecedores comerciais e industriais Provisões para responsabilidades propáveis Provisões para responsabilidades propáveis 5.2.2 Adequação de Capital Com objectivo de inibir os impactos da crise internacional, que revelou a existência de vulnerabilidades na regulação do sistema financeiro a nível global, o Comité de Basileia de Supervisão Bancária recomendou diversas propostas, para os reguladores reforçarem a qualidade dos fundos próprios dos bancos, consequentemente, o Banco Nacional de Angola, considerando as melhores praticas internacionais, o desenvolvimento do sistema bancário angolano, bem como, a necessidade de manter e reforçar a capacidade dos bancos para enfrentar as situações adversas que têm proeminado internacionalmente e que, mais recentemente, têm tido impacto em Angola, com vista a reforçar a solidez financeira das instituições bancarias no âmbito da iniciativa para o reforço da estabilidade financeira, deu inicio a revisão e emissão de nova regulamentação alinhadas a princípios internacionalmente aceites, dos quais destaca-se a revisão do pacote normativo sobre Fundos Próprios Regulamentares, cuja a publicação está prevista para o primeiro Semestre de 2016, que prevê reforçar os níveis mínimos de solvabilidade a observar pelas instituições autorizadas a funcionar no território nacional, adicionando um novo limite para “Core Tier 1 8”. Ao longo dos últimos anos, verifica-se um aumento da tomada de riscos do sistema bancário angolano, verificando-se um aumento considerável dos Activos Ponderados pelo Risco (APR) a 100%, com particular destaque para o crédito concedido ao sector empresarial não financeiro e a particulares. Todavia, o sistema bancário angolano continuou a demonstrar capitalização suficiente para suportar os riscos económicos e financeiros, devido ao aumento dos Fundos Próprios Regulamentares (FPR), por via do incremento da rendibilidade da banca nos últimos anos devido sobretudo aos proveitos de títulos, operações cambiais e ajustes ao valor justo da carteira de títulos, consequentemente, os Fundos Próprios de Base (Core Tier 1)/ (APR + ECR) situaram-se em 13,76% e o rácio de solvabilidade regulamentar mantevese em 19 %, muito acima do limite mínimo regulamentar de 10% estabelecido no Aviso 05/07, de 12 de Setembro. 8 Calculado conforme novas regras, tendo como base apenas nos elementos de capital de melhor qualidade. 46 • Gráfico 37: Adequação de Capital Evolução Activos Ponderados pelo Risco Milhões de Kz 3.500.000,00 APR a 100% 3.000.000,00 APR a 130% 2.500.000,00 2.000.000,00 APR a 20% 1.500.000,00 APR a 30% 1.000.000,00 APR a 50% 500.000,00 APR a 60% 2010 2011 2012 2013 2014 Dez Set Jun Mar Dez Set Jun Dez Mar Set Jun Mar Set Dez Jun Mar Dez Set Jun Dez Mar 0,00 2015 Evolução dos Fundos Próprios e Solvabilidade 1.200.000,00 0,25% Milhões de Kz 0,20% 1.000.000,00 0,15% 800.000,00 600.000,00 0,10% 400.000,00 0,05% 200.000,00 2010 2011 Fundos de Nível I 2012 Fundos de Nível II 2013 Solvabilidade 2014 Dez Set Jun Mar Dez Set Jun Mar Dez Set Jun Mar Dez Set Jun Mar Dez Set Jun Mar Dez 2015 Fundos de Nível I/Activos Ponderados P/Riscos+Exig. Risco Cambial Evolução Solvabilidade & Riscos 6.000.000,00 25,00% 5.000.000,00 20,00% 4.000.000,00 15,00% 3.000.000,00 10,00% 2.000.000,00 5,00% 1.000.000,00 2010 2011 2012 ECRC (Exigência de Capital para Risco Cambial 2013 12 11 24,72% 10 8 18,13% 6 5 9 2 RS < 10% Dezembro de 2014 16,27% 2 15 8 6 2 10% < = RS < = 12% Dezembro de 2015 12% < RS < = 20% RS > 20% Dez Set Jun Mar Dez 40,77% 14 2 Set 2014 2015 Fundos Próprios Regulamentares Activos Ponderados Pelo Riscos Intervalo do Rácio de Solvabilidade por nº de Bancos 16 4 Jun Mar Dez Set Jun Mar Dez Set Jun Mar Dez Set Jun Dez Mar - Solvabilidade 45,00% 40,00% 35,00% 30,00% 25,00% 20,00% 15,00% 10,00% 5,00% 0,00% Peso dos Bncos no Activos SFA em Junho de 2016 Individualmente, de modo geral as instituições bancárias apresentaram fundos próprios suficientes para suportar os seus riscos, porém 5 (cinco) bancos que representam uma quota de mercado de activo de 18,13% apresentaram rácios de solvabilidade abaixo do mínimo regulamentar. Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 47 5.2.3 Qualidade Dos Activos O crédito concedido continuou a apresentar tendência de crescimento, porém a ritmo muito inferior face aos seus referências históricos, devido a diminuição do preço de petróleo ocorrida no segundo semestre de 2014 e consequente degradação das condições monetárias e financeiras, em particular destaque a variação significativa da taxa de câmbio face a moeda externa que teve início em Setembro de 2014, que encareceu a amortização das prestações creditícias das famílias e empresas, reflectindo-se num aumento considerável do crédito mal parado nos últimos 2 (dois) anos, e consequente o risco de crédito que entretanto foi de alguma forma atenuado pelo aumento da cobertura de provisões. Com efeito da degradação das condições monetárias e financeiras, verifica-se por parte de alguns bancos uma tendência de alteração do perfil de negócios, restringindo por conservadorismo a concessão de crédito, a favor das aplicações de títulos e valores mobiliários, aplicações de liquidez e operações cambiais, facto que concorreu para o abrandamento do crédito. Por outro lado, não obstante o número de instituições bancarias terem aumentado consideravelmente nos últimos anos, o sistema bancário continua a apresentar níveis de concentração elevados, com a quota de mercado dos 5 (cinco) maiores bancos a representar 70,85% do total da carteira de crédito e concentrado em 5 (cinco) sectores de actividade económica 9. Em Dezembro de 2015, a carteira de crédito totalizou Kz 3.593.307 milhões, tendo aumentando em Kz 387.789 milhões (12,10%) em relação a 2014, ou seja a taxa muito inferior face ao crescimento verificado nos anos de 2011, 2012 e 2013 em que cresceu em média 22,34%. Importa também referir que, apesar da carteira de crédito ter aumentado no período em análise em 12,10%, se retirar-se o efeito cambial, a carteira de crédito diminuiria em 1,01% face ao período homólogo. Gráfico 38: Crédito no SFA sem efeito Cambial Crédito 2010 2011 Crédito 2012 2013 2014 Dez Set Jun Mar Dez Set Jun Mar Dez Set Jun Mar Dez Set Jun Mar Dez Set Jun Mar Dez Milhões de Kz Crédito S/Efeitos Cambial 4.000.000,00 3.500.000,00 3.000.000,00 2.500.000,00 2.000.000,00 1.500.000,00 1.000.000,00 500.000,00 . 2015 No âmbito dos objectivos de desdolarização da economia, em 2011, foram estabelecidas novas regras para concessão de crédito em moeda estrageira, com efeito ao longo dos últimos anos o crédito em moeda nacional cresceu expressivamente relativamente ao crédito em moeda estrangeira, tendo o seu peso no crédito total aumentado de 36,11% em 2010 para 69,15% em 2015, o que de certa forma atenuou o risco de exposição cambial do sistema financeiro. Gráfico 39: Crédito no SFA Por Moeda Carteira de Crédito por Moeda Crédito MN Crédito ME 4.000.000,00 Milhões de Kz 3.500.000,00 3.000.000,00 2.500.000,00 2.000.000,00 1.500.000,00 1.000.000,00 500.000,00 2010 9 2011 2012 2013 2014 Dez Set Jun Mar Dez Set Jun Mar Dez Set Jun Mar Dez Set Jun Mar Dez Set Jun Mar Dez 2015 “Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis, motociclos e de bens de uso pessoal e doméstico”, “particulares”, “outras actividades de serviços colectivos, sociais e pessoais”, “actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas” e “construção” 48 • No período, o crédito mal parado aumentou consideravelmente de Kz 133.510 milhões (28,67%), ao passar de Kz 465.705 milhões em 2014 para Kz 599.215 milhões em 2015, devido sobretudo a variação significativa da taxa de câmbio face a moeda externa registada desde o segundo semestre de 2014, que encareceu a amortização das prestações creditícias das famílias e empresas, consequentemente, o crédito vencido em moeda estrangeira aumentou significativamente desde aquela data até o final de 2015 em Kz 206.908 milhões (290%) e o rácio de crédito vencido sobre o crédito total aumentou de 14,53% em Dezembro de 2014 para 16,68% em Dezembro de 2015. Entretanto, contrariamente o rácio do crédito vencido mal parado sobre o crédito total diminuiu ligeiramente de 11,65% para 11,62%, devido a amortização das prestações em atraso por parte de alguns clientes, execução de garantias e refinanciamento da carteira de crédito com atraso superior a 90 (noventa) dias. Para mitigar o risco de crédito, o sistema bancário constituiu provisões para crédito vencido no valor de Kz 222.180 milhões, um aumento de Kz144.364 milhões (286%) comparativamente ao período homólogo, devido sobretudo a exigência de reforço de provisões às instituições bancarias, no âmbito do programa de Avaliação da Qualidade do activo efectuado recentemente pelo BNA a banca angolana, que atenuou o risco de crédito 10, tendo o rácio diminuído consideravelmente de 32,78% em 2014 para 19,67% em 2015. Gráfico 40: Qualidade do Crédito Nível de Incumprimento 20,00% 18,00% 16,00% 14,00% 12,00% 10,00% 8,00% 6,00% 4,00% 2,00% 0,00% Crédito Vencido/Crédito Total Bruto Dez Mar 2010 Jun Set 2011 Dez Mar Jun Set 2012 Dez Mar Crédito Vencido Mal Parado/ Activo Total Jun Set 2013 Crédito Crédito S/Efeito Cambial Dez Mar Jun Set 2014 Dez Mar Jun Set 2015 Dez Crédito 4.000.000,00 Milhões de Kz 3.500.000,00 3.000.000,00 2.500.000,00 2.000.000,00 1.500.000,00 1.000.000,00 - Dez Mar Jun Set Dez 2010 2011 Mar Jun Set Dez 2012 Mar Jun Set Dez 2013 Mar Jun Set Dez 2014 Mar Jun Set Dez 2015 Risco de Crédito 50,00% 45,00% 40,00% 35,00% 30,00% 25,00% 20,00% 15,00% 10,00% 5,00% 0,00% 10 (Crédito Vencido Mal Parado - Provisões para crédito vencido Mal Parado) /Fundo Próprios Totais (crédito Vencido - Provisões para crédito vencido)/Fundos Próprios Totais Dez Mar Jun Set 2010 2011 Dez Mar Jun Set 2012 Crédito não aprovisionado sobre os fundos próprios regulamentar Dez Mar Jun Set 2013 Dez Mar Jun Set 2014 Dez Mar Jun Set 2015 Dez 20,00% 15,00% 10,00% 5,00% 0,00% Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 49 Dez Mar Jun Set 2010 2011 Dez Mar Jun Set 2012 Dez Mar Jun Set 2013 Dez Mar Jun Set 2014 Dez Mar Jun Set 2015 Dez Crédito Vencido por Moeda Crédito Vencido MN 700.000,00 Crédito Vencido ME Milhões de Kz 600.000,00 500.000,00 400.000,00 300.000,00 200.000,00 2010 2011 2012 2013 2014 Dez Set Jun Mar Dez Set Jun Mar Dez Set Jun Mar Dez Set Jun Mar Dez Set Jun! Mar - Dez 100.000,00 2015 5.2.4Rentabilidade Não obstante a conjuntura macroeconómica apresentar-se pouco favorável, em 2015, a banca angolana apresentou o maior resultado líquido dos últimos cinco (5) anos, tendo totalizado Kz 139.555 milhões face aos Kz 44.609 milhões do período homólogo, traduzindo-se num aumento do retorno dos capitais (ROE) de 4,88% para 12,84% e activos (ROA) de 0,63% para 1,68%, devido sobretudo ao aumento significativo dos resultados de negociações e ajustes ao valor, proveitos de operações cambiais, proveitos de aplicações de crédito e proveitos de títulos. Entretanto, a maior parte proveitos da banca não provêm da sua actividade tradicional, intermediação financeira, uma vez que, se excluir-se os resultados de negociações e ajustes ao valor e os proveitos de operações cambiais, o agregado do sistema bancário apresentaria um prejuízo de aproximadamente Kz 40.000 milhões. Gráfico 41: Intermediação Financeira Evolução dos proveitos de produtos e serviços financeiros 350.000.000.000,00 Proveitos de Aplicações De Liquidez Milhões de Kz 300.000.000.000,00 250.000.000.000,00 Proveitos de Títulos E Valores Mobiliários 200.000.000.000,00 Proveitos de Créditos 150.000.000.000,00 Resultados de Negociações e Ajustes Ao Valor Justo 100.000.000.000,00 Resultados de Operações Cambiais 50.000.000.000,00 0,00 Resultados de Prestação De Serviços Financeiros Dez/10 Dez/11 Dez/12 Dez/13 Dez/14 Dez/15 Resultados Líquidos do Exercício 160.000.000.000 Milhões de Kz 140.000.000.000 120.000.000.000 100.000.000.000 80.000.000.000 60.000.000.000 40.000.000.000 20.000.000.000 0 Dez/10 Dez/11 Dez/12 Dez/13 Dez/14 Dez/15 50 • Nos últimos anos, era expectável que o spread de operações de crédito diminuísse, devido a redução das taxas de juros e ao abrandamento da carteira de crédito, porém os proveitos de crédito aumentaram em grande escala, motivado pelo aumento das prestações de crédito dos clientes com endividamento em moeda estrangeira, por via da valorização da moeda estrangeira face a moeda nacional. Gráfico 42: Evolução da Taxa Media Anual Evolução da Taxa Media Anual Taxa Média Anual 25,00% Crédito ao Sector Empresarial em MN 20,00% Crédito ao Sector Empresarial em ME 15,00% 10,00% Crédito a Particulares em MN 5,00% Crédito a Partticulares em ME Out/15 Dez/15 Jun(15 Ago/15 Fev/15 Abr/15 Out/14 Dez/14 Jun/14 Ago/14 Fev/14 Abr/14 Out/13 Dez/13 Jun/13 Ago/13 Fev/13 Abr/13 Out/12 Dez/12 Jun/12 Ago/12 Fev/12 Abr/12 Out/11 Dez/11 Jun/11 Ago/11 Fev/11 Abr/11 Dez/10 0,00% 5.2.5 Liquidez e Gestão de Fundos Com a elevada procura de moeda externa e consequente escassez da mesma, algumas instituições financeiras bancárias apresentam dificuldades no cumprimento das suas obrigações imediatas em moeda estrangeira com os seus clientes, com efeito o agregado do Sistema Financeiro Angolano (SFA) apresentou desfasamentos (gaps) significativos entre o financiamento de curto-prazo e uma alocação de recursos de longo-prazo, com um índice de liquidez imediata em ME ( 19.80%,) mais baixo dos últimos 5 (cinco) anos (2010), período em que o SFA ressentiu a crise financeira mundial de 2008, sendo que no ultimo ano, a capacidade dos bancos fazerem face as suas obrigações de curto prazo em moeda estrangeira diminuiu consideravelmente de 29,73% em 2014 para 19,80% em 2015. Gráfico 43: Liquidez imediata Liquidez Imediata 80,00% 70,00% 65,53% 60,00% 50,00% 55,39% 48,40% 40,00% 30,00% 29,73% 24,11% 20,00% 19,80% 10,00% Dez/10 Jan/11 Fev/11 Mar/11 Abr/11 Mai/11 Jun/11 Jul/11 Ago/11 Set/11 Out/11 Nov/11 Dez/11 Jan/12 Fev/12 Mar/12 Abr/12 Mai/12 Jun/12 Jul/12 Ago/12 Set/12 Out/12 Nov/12 Dez/12 Jan/13 Fev/13 Mar/13 Abr/13 Mai/15 Jun/13 Jul/13 Ago/13 Set/13 Out/13 Nov/13 Dez/13 Jan/14 Fev/14 Mar/14 Abr/14 Mai/14 Jun/14 Jul/14 Ago/14 Set/14 Out/14 Nov/14 Dez/14 Jan/15 Fev/15 Mar/15 Abr/15 Mai/15 Jun/15 Jul/15 Ago/15 Set/15 Out/15 Nove/15 Dez/15 0,00% Liquidez Imediata ME Liquidez Imediata MN Relativamente a intermediação financeira, algumas instituições apresentam conservadorismo na concessão de crédito, alterando o seu perfil de negócios para aplicações de títulos e operações cambias, com efeito o rácio de transformação (crédito/depósitos) diminuiu de 59,90% em 2014 para 58,96% em 2015. Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 51 5.2.6 Análise de sensibilidade Com o objectivo de identificar potenciais vulnerabilidades no agregado do sistema bancário e nos seus principais intervenientes, foram efectuados choques individualmente em cada banco e no agregado do sistema, na carteira de crédito 11, taxa de câmbio 12, exposição ao exterior 13 e liquidez 14. Entretanto, os impactos dos choques no sistema, poderão não ser totalmente capturados pelos modelos, uma vez que os resultados deste estudo são baseados em efeitos de primeira ordem e não têm em consideração os impactos secundários no sistema, bem como pelo facto dos balanços serem estáticos e os choques instantâneos no sistema, não permitirem tempo para eventuais mitigantes. 5.2.6.1Carteira de Crédito Com o agravamento da classificação da carteira actual para 2 (dois) nível de risco, a rentabilidade do agregado do SFA diminuiria consideravelmente de Kz 141.288 milhões para Kz -413.737 milhões, ou seja -392,8%, consequentemente o rácio de solvabilidade de 19.83% para 11,70%, situando-se próximo do mínimo regulamentar. Em termos individuais, os rácios de solvabilidade de 5 (cinco) bancos que já se encontravam abaixo do mínimo regulamentar (10%) agravar-seiam. Adicionalmente, mais 10 (dez) bancos passariam a ter rácios abaixo do mínimo regulamentar. 5.2.6.2Liquidez Para esta análise foi estabelecido dois cenários em que ocorresse levantamentos de 30% e 50% dos depósitos de clientes. Os resultados demonstram que num cenário de stress em que ocorresse a retirada de 30% dos depósitos, o SFA conseguiria cobrir 84,53% das necessidades de liquidez de Kz 1.828.294 milhões com apenas os activos líquidos de nível I 15. Em termos individuais, 10 (dez) bancos não conseguiriam cobrir as suas necessidades de liquidez com apenas os activos líquidos de nível I, com excepção de 1 (um) banco que detém uma das maiores quotas de mercado de activos do SFA, que não conseguiria cobrir a sua necessidade de liquidez com os quatro níveis de activos líquidos, registando deste modo um défice de liquidez. E com uma retirada de 50% dos depósitos, o agregado do SFA registaria uma necessidade de liquidez no valor de Kz 3.047.156 milhões e conseguiria cobrir as necessidades de liquidez recorrendo aos activos líquidos de nível II, porém, em termos individuais, 3 (três) bancos não conseguiriam cobrir as suas necessidades de liquidez com os quatro níveis de liquidez, registando assim um défice de liquidez. Gráfico 44: Estrutura de Liquidez Estrutura de Liquidez - SFA 2.000.000 1.800.000 1 828 294 1 545 426 1.400.000 Milhões de Kz 0 282 868 1.600.000 1.200.000 1.000.000 800.000 600.000 400.000 200.000 0 Necessidade liquidez ( depósitos) Activos Nível I 15,47% 0,00% 0,00% 0,00% Activos Nível II Activos Nível III Activos Nível IV Défice Liquidez Estrutura de Liquidez - SFA 3.500.000 Milhões de Kz 3.000.000 3 047 156 0 2.500.000 1 501 730 2.000.000 1.500.000 1 545 426 1.000.000 500.000 0 11 Necessidade liquidez ( depósitos) Activos Nível I 49,28% 0,00% 0,00% 0,00% Activos Nível II Activos Nível III Activos Nível IV Défice Liquidez Análise do impacto da deterioração dos níveis de risco da carteira de crédito Análise do impacto de uma apreciação/depreciação do Kwanza face ao dólar americano Análise do impacto de perda de activos no exterior 14 Analise o impacto de uma fuga de depósitos 15 Disponibilidades 12 13 52 • 5.2.6.3 Taxa de Câmbio Para a presente análise foi considerado um choque na taxa de câmbio do Kwanza face ao Dólar tendo em conta a variação significativas da taxa de câmbio registada no ultimo ano, assim estabeleceu-se para cenário mais critico uma depreciação de 100% do Kwanza face ao dólar, aumentando a taxa de câmbio passaria de 135,315 16 para 270,606 com efeito o rácio de solvabilidade do agregado do sistema bancário diminuiria de 19,83% para 16,47%. A nível individual, mais 4 (quarto) bancos no sistema passariam a apresentar rácios de solvabilidade abaixo do limite mínimo estabelecido (10%), para além dos 5 (cinco) bancos que já apresentam rácios desenquadrados. 5.2.6.4Exposição ao Exterior Considerando que a exposição dos bancos ao exterior é maioritariamente em relação a Portugal, foi realizada uma análise de sensibilidade através da definição de uma perda de 35% dos activos de Bancos angolanos no referido país, que resultaria numa diminuição do rácio de solvabilidade do SFA de apenas 19,83% para 18,88%. Em termos individuais, de um modo geral, os bancos que detêm aplicações em Portugal teriam impactos negativos nos seus rácios de solvabilidade. 5.3 Estabilidade do Sistema Bancário Angolano Em 2015 o Sistema Financeiro Angolano apresentou o índice de estabilidade mais baixo dos últimos 5 (cinco) anos, diminuindo consideravelmente de 63% em Agosto de 2014 para 19% em Dezembro de 2015, devido a diminuição do preço do petróleo ocorrida no segundo semestre de 2014 e consequente degradação das condições monetárias e financeiras, sobretudo a variação cambial, aumento do crédito mal parado e escassez de moeda externa que diminuiu a capacidade dos bancos honrarem os seus compromissos imediatos em moeda estrageira. Gráfico 45: Índice de Estabilidade Financeira Índice de Estabilidade Financeira 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 16 Dez/10 Mar/11 Jun/11 Set/11 Dez/11 Mar/12 Jun/12 Set/12 Dez/12 Mar/13 Jun/13 Set/13 Dez/13 Mar/14 Jun/14 Set/14 Dez/14 Mar/15 Jun/15 Set/15 Dez/15 Taxa média do mercado primário de Dezembro de 2015 Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 53 6 Supervisão Comportamental 6.1 Gestão das Reclamações A análise das reclamações remetidas ao Banco Nacional de Angola nos anos de 2014 e 2015, que compreendem as reclamações apresentadas directamente às instituições financeiras bancárias e reportadas ao BNA, revelaram os seguintes aspectos: O número de reclamações ao longo do período em análise apresentou uma trajectória de crescimento, subindo de uma média mensal de 584 reclamações, no ano de 2014, para 1.078, no ano de 2015, registando-se assim um aumento de 84,59%. Todavia, registou-se um elevado número de violações contratuais nas matérias respeitantes (i) cartões de pagamentos, (ii) atendimento, (iii) internet banking e (iv) transferência. Outrossim, conclui-se que o elevado número de reclamações respeitantes aos serviços acima identificados resultam essencialmente da situação cambial registada no sistema financeiro nacional, que provocou a redução dos limites de carregamento dos cartões de pagamento da rede internacional, bem como dificuldade na realização de operações de pagamento de mercadorias e invisíveis correntes. Considerando o acima exposto, concluímos que no ano transacto, todas as entidades bancárias remeteram os relatórios das reclamações recepcioadas nas suas instituições, dentro do prazo regulamentar definido pela Directiva n.º 01/DSC/2013, de 08 de Julho. Durante o ano de 2015, foram recebidas por reporte no Banco Nacional de Angola 12.931 reclamações 17, das quais 1009 apresentaram recurso junto do BNA, contra 6.576 no período homólogo, registando-se um aumento de 96,64%, devido a maior consciencialização dos consumidores de produtos e serviços financeiros em relação aos seus direitos e por força da situação financeira e cambial que o país atravessou ao longo do ano de 2015. Importa destacar que, os bancos privados nacionais foram os mais reclamados seguido pelos estrangeiros. Gráfico 46: Reclamações por Tipo de Bancos 8000 6204 5654 6000 4000 2978 2943 2000 0 655 B. Priv. Nacionais B.Priv. Estrangeiros Ano 2014 1073 Bancos Públicos Ano 2015 6.1.1 Por matéria reclamada Nas matérias reclamadas, destacam-se as relacionadas com cartões de pagamento, atendimento, internet banking, transferências, contas de depósito, concessão de crédito, operações com numerário e erros nos pagamentos por ATM, sendo as duas primeiras as mais reclamadas com, 36,93% do total das reclamações. 17 Referem-se às reclamações efectuadas nas instituições financeiras bancárias e no Banco Nacional de Angola 54 • Tabela 11 – Reclamações por matérias Matérias Ano 2014 Ano 2015 Variação %. 2014 %. 2015 Cartões 1495 2716 81,67% 22,73% 21,00% Atendimento 1605 2059 28,29% 24,41% 15,92% Internet Banking 644 1769 174,69% 9,79% 13,68% Transferências 343 1679 389,50% 5,22% 12,98% Contas de Deposito 435 932 114,25% 6,61% 7,21% Créditos 512 851 66,21% 7,79% 6,58% Operações com numerários 286 744 160,14% 4,35% 5,75% ATM/TPA 356 677 90,17% 5,41% 5,24% Mov. Irregular de conta 258 466 80,62% 3,92% 3,60% 61 114 86,89% 0,93% 0,88% 581 924 59,04% 8,84% 7,15% 6576 12931 96,64% 100,00% 100,00% Cheques Restantes matérias Total Fonte: BNA e Instituições Financeiras Bancárias Nota: • A classificação por matéria reclamada é feita de acordo com o número de reclamações reportadas pelos bancos. • Foi inserido na categoria “restantes matérias” todas as reclamações que representaram um volume inferior a 3,23%. 6.1.2 Por resultado Relativamente aos resultados das reclamações apresentadas nas instituições financeiras e no Banco Nacional de Angola, foram concluídas 68,88%, tendo aumentado 4.108 reclamações em relação ao período homólogo, ou seja 85,60%. No entanto, estão em análise 31,07% do total de reclamações e 0,05% encontram-se pendentes. Tabela 12 – Estado das Reclamações (valores absolutos) Tipos de Bancos Números de reclamações recebidas pelas IFB Ano 2014 Ano 2015 Variação %. 2014 %. 2015 Concluído 4799 8907 85,60% 72,98% 68,88% Análise 1759 4018 128,43% 26,75% 31,07% 18 6 -66,67% 0,27% 0,05% 6576 12931 96,64% 100,00% 100,00% Improcedente Total Fonte: BNA e Instituições Financeiras Bancárias Nota: • A classificação por resultado é feita de acordo com o número de reclamações concluídas e em análise nas instituições financeiras bancárias, bem como no Banco Nacional de Angola. 6.2Inspecções No exercício das suas funções de supervisão comportamental, o Banco Nacional de Angola efectuou em 2015, acções de inspecções off site e on site às instituições bancárias, com o objectivo de avaliar o cumprimento das regras de conduta, deveres gerais de informação e dos normativos legais e regulamentares em vigor. Desta feita, as acções de inspecção envolveram a deslocação dos técnicos às instituições financeiras (on-site), e abrange ainda a análise da informação reportada por via correio electrónico corporativo e aplicativo informático de supervisão SSIF ao órgão regulador (off-site) e a divulgada nas páginas de Web, embora esta última possa envolver contactos com as referidas instituições para esclarecimento das matérias objecto de análise. Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 55 6.2.1 Inspeções Off-site Na tipologia de inspecções off site no período em análise, foram realizadas um total de 308 (trezentos e oito) acções de inspecções á 27 (vinte e sete) bancos comerciais, constituindo um incremento considerável na ordem de 202% face ao período homólogo, tendo as mesmas incidido sobre preçários de produtos e serviços financeiros, minutas referentes aos cartões de pagamento, existência na página web da instituição financeira de uma área de atendimento de reclamações, e carregamento de informação referente aos cartões de pagamento bancário no aplicativo informático SSIF. As acções de inspecção realizadas permitiram averiguar irregularidades relativas a inexistência de publicação de informação sobre a existência de uma área de reclamação nas páginas Web, ausência de reporte mensal das tabelas de taxas de juro, e inconformidades nos reportes obrigatórios à17 (dezassete) bancos privados nacionais, 10 (dez) bancos privados estrangeiros e 3 (três) bancos públicos), das quais resultaram na emissão de 102 (cento e duas) cartas de recomendação para a sanação das inconformidades constatadas. 6.2.2 Inspecções On-site No âmbito das inspecções on site, no período em referência, foram realizadas um total de 140 (cento e quarenta) acções de inspecção, das quais 05 (cinco), BIR, BPAN, BPR, YETO e BCS, com objectivo de aferir “in loco” as condições para inicio de actividade dos bancos, o cumprimento dos normativos emanados pelo Banco Nacional de Angola, nomeadamente, o Aviso nº 05/2012, de 29 de Março - Protecção ao Consumidor de Produtos e Serviços Financeiros, Aviso nº03/2015, de 20 de Abril - Publicidade de Produtos e Serviços Financeiros e Aviso nº02/2014, de 28 de Março Deveres Gerais de Informação na Prestação de Serviços e Produtos Financeiros, 6.2.2.1Inspecções Cliente Mistério. No concernente a esta tipologia de inspecção, foram efectuadas 03 (três) acções de fiscalização a 03 (três) instituições financeiras bancárias, e teve como propósito aferir os deveres de informação e de conduta de 2 (dois) bancos privados nacionais e 1 (um) banco privado estrangeiro, na comercialização de produtos e serviços bancários, designadamente, o procedimento para o carregamento do cartão de pagamento pré-pago de rede internacional, bem como a indisponibilidade de levantamentos de valores nas contas em moeda estrangeira. 6.2.3 Actividades Sancionatórias No período em análise, foram emitidas 27 (vinte e sete) recomendações para sanar as irregularidades, incidindo particularmente sobre a temática de protecção do consumidor, condições contratuais e preçários. Neste âmbito, foram instaurados 17 (dezassete) processos por incumprimentos de preceitos imperativos que regem a actuação das instituições financeiras, menos 15 (quinze) comparativamente ao período homologo, resultante da ausência de respostas as solicitações emanadas pelo BNA, de acordo com estabelecido no artigo 15.º do Aviso n.º 05/2012, de 29 de Março, que originou a instauração de 6 (seis) processos de contravenção a 6 (seis) instituições financeiras bancárias tendo culminado na aplicação de multas a 2 (duas) instituições financeiras, das quais uma instituição pública e outra privada nacional. 56 • 6.3 Análise de mercado 6.3.1 Âmbito da análise A análise recaiu sobre uma amostra de 18 representativas de 22 Instituições Financeiras Bancárias, e teve como requisito o número de clientes registados no período em análise. As matérias alvo incidiram sobre os elementos constituintes dos preçários, designadamente, as despesas e comissões que vigoraram em 2015. Para os cartões bancários, os valores das comissões e despesas representam as médias ponderadas para cada uma das instituições financeiras. Os reportes efectuados ao BNA no âmbito do estabelecido no Instrutivo n.º 04/2014, de 15 de Maio, Directiva n.º 04/DSI/2010, de 28 de Dezembro, constituíram as principais fontes de recolha de informação. 6.3.2 Depósitos: Despesas e comissões 6.3.2.1Despesas de manutenção Em 2015, 6 (seis) bancos da amostra considerada não cobram esta tipologia de despesa nomeadamente, BCI, FNB, BKI, BPR, BPAN e BIR. Entretanto, BPA, BVB e BSOL, destacam-se como os bancos que cobram o valor mais elevado de despesas de manutenção de conta. Gráfico 47: Evolução das despesas de manutenção associadas a contas de depósitos a particulares em 2015 (Kz) 3.500 3.000 3.000 2.500 2.000 1.500 1.500 1.200 1.000 1.000 900 1.000 500 500 500 500 125 360 375 500 500 300 600 450 500 0 2015 Média 2015 Fonte: Preçários 6.3.2.2Comissões cobradas no levantamento de moeda estrangeira Relativamente, a esta modalidade de cobrança, os bancos BMF e BCA destacam-se como os que cobram comissões mais elevada e os bancos BIC, BMA, BAI, BNI, BK, FNB, VTB como os que cobram comissões acima da média da amostra. 18 Requisito o número de clientes registados no período em análise Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 57 Gráfico 48: Evolução das comissões cobradas a particulares no levantamentos de moeda estrangeira em 2015 (%) 5,0% 5% 4,0% 4,0% 4% 3,5% 3,0% 3,0% 3% 3,0% 2,5%2,5% 2,0%2,0% 2% 1% 5,0% 2,0% 1,5% 1,5% 1,5% 0% BPC 1,5% 1,0% 1,0% BFA BIC BSOL BMA BAI BCI BNI 2014 BPA KEVE BE BMF BCGA SBA 2015 1,5%1,5% 1,5%1,5% 1,0%1,0% 1,0%1,0% 1,0% BCA FNB BANC BCH Média 2014 VTB BVB BKI BPR BPAN BIR Média 2015 Fonte: Preçários 6.3.3 Cartões bancários em circulação O volume de cartões em circulação em 2015, registou um crescimento de 2,71% face ao período homólogo, motivado pelo crescimento da taxa de bancarização do sistema financeiro angolano (SFA). Gráfico 49: Evolução do volume de cartões bancários em circulação no SFA em 2014/2015 (unidades) 19 2014 3.899.702,00 4.005.308,00 2015 Fonte: SSIF 6.3.4 Cartões de crédito (particulares) Na referida tipologia de cartões, o BPC destaca-se como o banco com custos de emissão com cartões de crédito para particulares mais elevado, Kz 4.736,02, no entanto, os bancos FNB e BE destacam-se com custos de anuidade e de substituição de Kz 30.000,00 e com Kz 8.118,23, respectivamente. No tocante a substituição de cartões de crédito, o BE destacou-se pelo elevado montante que praticou nesta tipologia de cartão. Gráfico 50: Ranking dos bancos com maior volume de custos por tipologia de despesa e comissão (Kz) Emissão BPC Tipologia de despesas e comissões nos cartões de créditos (particulares) Anuidade Substituição 14.048 BE BPC SBA 19 41.333 18.527 15.000 Volume corresponde ao número acumulado de cartões em circulação no sistema financeiro angolano BE BPC BPA Renovação 15.066 3.054 2.250 58 • Gráfico 51: Custos de emissão de cartões de crédito em 2015 (Kz) 20 16.000 14.048,08 12.000 8.000 4.000 0 BPC BFA BIC BMA BAI BNI BPA 1º semestre de 2015 BRK BE BCGTA SBA Média 1º semestre 2015 Gráfico 52: Despesas de anuidade associadas a cartões de crédito de particulares em 2015 2.000 1.526,97 1.500 1.000 800,00 500 0 BPC BFA BIC BMA BAI BNI BPA BRK BE BCGA 1º semestre 2015 SBA BCA FNB BANC BCH VTB BVB SCBA Média 1º semestre 2015 Gráfico 53: Custos de substituição de cartões de crédito em 2015 (Kz) 21 20.000 15.066,06 15.000 10.000 5.000 3.053,93 0 BPC BFA BIC BMA BAI BNI BPA 1º semestre 2015 BRK BE BCGTA SBA Média 1º semestre 2015 À excepção do BIC e BNI, os bancos da amostra considerada cobraram custos de substituição em cartões de crédito para “outros clientes” (não particulares), destacando-se o BE com o custo mais elevado. Gráfico 54: Despesas de substituição associadas a cartões de crédito de não particulares em 2015 (Kz) 22 12.500 7.329,44 4.275,50 0 BPC BFA BIC 1º semestre 2015 BMA BAI Média 1º semestre 2015 Fonte: SSIF 20 21 22 BNI A não indicação de valores do período homólogo para os bancos no gráfico em análise deve-se à ausência de histórico de informação. A não indicação de valores do período homólogo para os bancos no gráfico em análise deve-se à ausência de histórico de informação A não indicação de valores do período homólogo para os bancos no gráfico em análise deve-se à ausência de histórico de informação. BE Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 59 6.3.5 Cartões de débito (Multicaixa) Com objectivo de regulamentar a aplicabilidade de taxa de emissão, anuidade ou taxa de serviço pela utilização do cartão na realização de levantamentos de numerário ou de pagamentos, foi publicado o Aviso n.º 10/2012, de 02 de Abril, que veda a cobrança ao titular, de qualquer anuidade ou taxa de serviço, quando a conta associada ao cartão for utilizada para crédito do respectivo salário. Relativamente aos custos de emissão de cartões de débito Multicaixa de contas não associadas à contas salário, destaca-se o SBA com o maior custo, de Kz 3.382,87, seguido do BPC com Kz 800. Relativamente aos custos de anuidade e substituição, o BPA destaca-se como sendo o banco com os custos mais elevados do mercado, Kz 2.500 e Kz 3.000, respectivamente. Gráfico 55: Ranking dos bancos com maior volume de custos por tipologia de despesa e comissão (Kz) Tipologia de despesas e comissões nos cartões de débito (multicaixa) Anuidade Substituição Emissão SBA 1.527 BPC BPA 2.500 FNB 800 BPA 2.000 BRK 3.000 BRK 1.833 Renovação 2.000 FNB 2.000 No tocante a substituição de cartões de crédito, o BE destaca-se pelo elevado montante que pratica nesta tipologia de cartão. Gráfico 56: Custos de substituição de cartões de crédito em 2015 20.000 15.000 10.000 8.778,23 5.000 3.382,87 1.500,00 0 BPC 0,00 BFA BIC BMA BAI 3.000,00 2.000,00 2.000,00 1.500,00 1.600,00 BNI BPA 2015 BKEVE BE BCGA SBA BCA FNB Média 2015 Gráfico 57: Custos de substituição de cartões de débito (Multicaixa) em 2015 (Kz) 4.000 3.000 3.000 3.000 2.030 2.000 1.500 1.000 0 600 500 500 BPC BFA 1.200 2.000 2.000 1.000 1.000 677 200 0 BIC BSOL BMA BAI 0 BCI BNI BPA BKEVE BE 2015 0 0 0 BMF BCGA SBA BCA FNB BANC BCH VTB BVB BKI BPR BPAN BIR Média 2015 Os bancos BPA e BPAN, destacaram-se como sendo os bancos que mais cobram na substituição no cartão de debito (Multicaixa) com um custo de Kz 3.000 para cada banco, seguido do SBA com kz 2.030 , o FNB e BVB com Kz 2.000 cada, conforme espelha o gráfico acima. 60 • 6.3.6 Cartões de Débito Multicaixa: Despesas e comissões No que concerne aos custos de renovação de cartões de débito, 4 (quatro) bancos, nomeadamente, BSOL, BK, FNB e BPAN, efectuaram cobranças, sendo que os bancos BSOL e BK praticam o preço de Kz 500 , o FNB e BPAN, cobram Kz 2000 e Kz 1000 respectivamente. De igual modo, o BE, destaca-se como o banco com custo de cobrança na emissão e anuidade no cartão de crédito para não particulares mais elevado, com Kz 7.513 e Kz 15.000, respectivamente. Em relação aos custos de substituição, evidenciam-se o BE com Kz 7.329 e o BPC Kz 4.276, sendo o valor médio de 2.482 kz praticado no Sistema Financeiro Angolano. De notar que o BPC, BE e BAI marcam presença no ranking dos três bancos que cobram custos mais elevados para a maioria das tipologias de despesas e comissões cobradas em cartões para não particulares. No período em referência, apenas o BPC e o BFA cobraram custos de emissão de cartões de crédito, destacando-se o BPC pelo seu valor mais elevado de Kz 4.736,02. Gráfico 58: Custos de emissão de cartões de crédito em 2015 (Kz) 23 8.000 6.000 4.736,02 4.000 1.200,00 2.000 0 BPC BFA BIC FNB BMA BAI 2015 SBA BNI BPA BKEVE BE BCGA Média 2015 Fonte: SSIF À excepção do BIC, todos os bancos da amostra considerada cobraram custos de anuidade em cartões de crédito para “outros clientes”, não particulares, o BPC destaca-se pela anuidade mais elevada, que ascende a 41.271,01 Kz. Gráfico 59: Custos de anuidade de cartões de crédito em 2015 (Kz) 24 45.000 40.000 35.000 30.000 25.000 20.000 15.000 10.000 5.000 0 41.271,00 22.500,00 9.300,00 8.000,00 4.500,00 4.500,00 BPC BIC BMA 2015 SBA BPA BE Média 2015 Fonte: SSIF À excepção do BIC e BNI, os bancos da amostra considerada cobraram custos de substituição em cartões de crédito para “outros clientes” (não particulares), destacando-se o BE com o custo mais elevado. 23 24 A não indicação de valores do período homólogo para os bancos no gráfico em análise deve-se à ausência de histórico de informação. A não indicação de valores do período homólogo para os bancos no gráfico em análise deve-se à ausência de histórico de informação Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 61 Gráfico 60: Despesas de substituição associadas a cartões de crédito de não particulares em 2015 (Kz) 25 12.500 8.118,23 3.382,87 1.500,00 1.500 1.600 BMA BAI 0 BPC BFA BIC 2015 BNI BE Média 2015 6.3.7 Cartões de Crédito – Incumprimentos O crédito vencido em cartões de crédito, é liderado pelos Bancos Privados Nacionais, tendo sofrido um aumento de 7,12 % no quarto trimestre de 2015, face ao período homólogo. Gráfico 61: Evolução do crédito vencido em cartões bancários no SFA, em 2014/2015 em (milhares de Kz) 800.000.000,00 698.363.539,68 700.000.000,00 676.604.219,81 652.000.725,12 600.000.000,00 500.000.000,00 400.000.000,00 261.706.556,03 300.000.000,00 200.000.000,00 139.218.838,91 100.000.000,00 -00 8.240.867,19 B.P. Estransgeiros B.Priva. Nacional 2014 25 2015 A não indicação de valores do período homólogo para os bancos no gráfico em análise deve-se à ausência de histórico de informação B. Públicos 62 • 7 Educação Financeira É ponto assente que o Programa de Educação Financeira conduzido pelo Banco Nacional de Angola, contribui significativamente para a estabilidade do sistema financeiro, na medida em proporciona a tomada de decisões com base em informação credível, elevando o nível de compreensão dos cidadãos na escolha dos produtos e serviços financeiros adequados às suas necessidades, despertando-os assim para o conceito de risco financeiro e permitindo desta forma, a gestão consciente do património financeiro pessoal, bem como a sua aplicação em poupança e em outros factores geradores de bem-estar. Nesse sentido, o BNA desenvolve diferentes projectos para a realização de iniciativas anuais tendentes a promover a inclusão financeira e a bancarização da população angolana. Essas iniciativas compreendem a realização de actividades para a elevação dos níveis de literacia financeira da população e o desenvolvimento das premissas para permitir o acesso da população de baixa renda ao sistema financeiro, consubstanciadas na remoção dos obstáculos que impediam o acesso da população aos bancos, por via da simplificação dos requisitos mínimos para a abertura de contas, tanto no que se refere a documentação exigida, como no que se refere ao montante mínimo pré estabelecido, pelo que o BNA em parceria com 12 bancos comerciais assinaram um Acordo de Adesão para a comercialização do produto Bankita à população, nas agências e dependências bancárias espalhadas por todo o território nacional. No âmbito das iniciativas para elevação do nível de literacia financeira da população, o BNA formalizou uma parceria com o Ministério da Educação visando a inserção no Sistema do Ensino Nacional de conteúdos curriculares que abordam a temática da Educação Financeira. Nesse Protocolo foram estabelecidos os principais objectivos do Projecto, a saber: • estabelecer as premissas para a inserção da educação financeira nos currículos dos diversos subsistemas do ensino secundário; • desenvolver as capacidades essenciais de crianças e jovens para a gestão consciente dos recursos financeiros no presente e no futuro; • fomentar a compreensão das funcionalidades e benefícios do Sistema Financeiro; • promover uma formação de qualidade para os professores, estruturada de forma a atender às necessidades e orientações específicas de cada Subsistema de Ensino, no âmbito da educação financeira; • rentabilizar recursos no sentido de ampliar a oferta formativa, através da criação de uma Bolsa de Formadores a nível nacional, no âmbito da educação financeira. No período em análise, teve início a implementação do referido projecto, com a realização do projecto-piloto em 4 províncias, nomeadamente Luanda, Zaire, Lunda-Sul e Namibe e a sua expansão nacional pelas dezoito (18) províncias do país, nas disciplinas de Matemática, História, Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Língua Francesa, nos diferentes subsistemas do ensino geral, técnico profissional de adultos, das 7.ª e 10.ª Classes. No âmbito da bancarização, até finais de 2015 registou-se um total de 361.464 contas Bankita abertas no sistema contra 302.435 registadas no período homólogo, apresentando um crescimento de 19,52%. Importa ressaltar que deste total de contas abertas desde o início do programa de bancarização migraram para contas convencionais um total de 20.995 contas Bankita, reflectindo que estas contas constituem de facto um veículo para o acesso ao sistema financeiro e a todo um conjunto de produtos e serviços financeiros que podem proporcionar bem-estar social aos cidadãos. Face ao exposto, foram atribuídos um total de 181.151 cartões de débito multicaixa comparativamente aos 165.013 cartões registados no período homólogo, representando um crescimento na ordem dos 9,78%. Pese embora o crescimento registado, constatamos que o número de cartões totais emitidos é consideravelmente inferior ao número total de contas abertas, o que constitui factor inibidor à dinamização do produto Bankita , porquanto um dos objectivos da criação da conta de “Depósito Bankita” foi de promover o aumento da bancarização da população, proteger os seus recursos financeiros e incentivar a redução das transacções cash, através da utilização preferencial do sistema multicaixa. Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 63 Gráfico 62: Evolução Homóloga das Contas e Cartões 370.000 361.464 360.000 347.508 350.000 340.000 185.000 175.000 330.000 300.000 302.435 163.498 160.000 155.000 280.000 150.000 IVº TRIM 165.013 165.000 290.000 270.000 168.438 170.000 316.676 320.000 310.000 181.151 180.000 332.908 145.000 1º TRIM 15 IIº TRIM 15 IIIº TRIM 15 IVº TRIM 15 Nº Acumulado de Contas B. Ordem 158.099 IVº TRIM 14 1º TRIM 15 IIº TRIM 15 IIIº TRIM 15 IVº TRIM 15 Nº Acumulado de Cartões Relativamente as contas Poupança Bankita à Crescer até 2015, foram constituídas um total de 7.121 contra 7.084 do período homólogo, reflectindo um aumento de 0,52%. Gráfico 63: Evolução Homóloga das Contas Bankita à Crescer 7.150 7.100 7.050 7.000 7.121 7.056 7.084 6.950 6.987 6.984 6.900 IVº TRIM-14 IIº TRIM-15 Iº TRIM-15 IIIº TRIM-15 IVº TRIM-15 Nº Acumulado de Contas Bankita a Crescer No leque de instituições que operam no segmento de contas Bankita à Ordem, os bancos privados destacaram-se enquanto instituições financeiras que mais captaram depósitos desta natureza, com um total de 293.664 contas face as 241.749 contas registadas até 2014, representando um crescimento na ordem dos 21,47%, enquanto, os bancos públicos captaram um total de 67.800 contas contra 60.686 contas registadas no período homólogo, representando um crescimento na ordem dos 11,72%. Gráfico 64: Evolução Homóloga das Contas Bankita à Crescer 293.664 300.000 241.749 250.000 200.000 67.800 150.000 100.000 60.686 50.000 0 Bancos Privados Bancos Públicos Nº Acumulado de Contas B. Ordem IVº Trim. 2014 Nº Acumulado de Contas B. Ordem IVº Trim. 2015 64 • Relativamente ao total de contas abertas no território nacional, Luanda, foi a província que mais se destacou representando 34,28% do total do número de contas Bankita abertas, seguido das províncias de Benguela e Huambo com 15,73% e 8,79%, respectivamente. Gráfico 65: Contas por Províncias 2014 MOXICO 0,25% L.SUL 1,10% MALANJE L.NORTE 2,71% 0,71% ZAIRE BENGO 1,55% 2,24% UÍGE 0,77% MOXICO 0,72% MALANJE 3,43% L.SUL, 0,54% L.NORTE 4,86% NAMIBE 6,38% BENGUELA 16,95% UÍGE 0,89% IBE NAM 3,25% BENGO, 1,68% ZAIRE 2,80% BENGUELA 15,73% BIÉ, 1,97% BIÉ 2,49% CABINDA 1,84% LUANDA 26,54% HUAMBO 7,38% K.SUL 16,32% Gráfico 66: Contas por Provincias 2015 CABINDA 2,14% CUNENE 2,84% CUNENE 2,01% HUAMBO 8,79% LUANDA 34,28% HUÍLA 6,76% K.NORTE 2,77% HUÍLA 4,18% K.SUL 8,32% K.KUBANGO 1,23% K.KUBANGO 1,53% K.NORTE 2,03% Em termos de abrangência das contas Bankita por município, no período em análise constatou-se que 60,00% detêm esta tipologia de conta, permitindo o incremento da inclusão da população ao sistema financeiro, observando-se um maior volume de contas abertas nos Municípios de Luanda, Lobito e Benguela com 3.413, 1.449 e 920 contas respectivamente, contra 1.659, 785 e 695 registadas no período homólogo . No processo de adesão para a abertura das contas verificou-se o predomínio da utilização do Bilhete de Identidade em relação a outros documentos permitidos no protocolo de adesão às contas Bankita. No que concerne à movimentação de contas Bankita pelo sistema electrónico, destacam-se os levantamentos nas caixas electrónicas com 42,16%, contra 45,33% registados em 2014, representando um decréscimo de 3,17p.p. É notório o maior movimento de contas de depósito Bankita por intermédio das Caixas Electrónicas, revelando que os titulares de contas Bankita paulatinamente vão-se familiarizando com o uso dos meios de pagamento electrónicos. Gráfico 67: Movimentos em Contas Bankitas 2014 Gráfico 68: Movimentos em Contas Bankitas 2015 Dépositos 26,29% Levantamento Caixa electrónica 45,33% Dépositos 27,68% Levantamento Caixa electrónica 42,16% Levantamentos ao balcão 11,51% Levantamentos ao balcão 14,48% TPA 11,38% Transferências Caixa Electrónica 5,49% TPA 13,60% Transferências Caixa Electrónica 2,07% Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 65 O género masculino continua a apresentar o maior número de contas abertas com 68,94%, em relação ao género feminino com 33,06%, o que revela a necessidade de se enfatizar a relevância dos serviços bancários para este segmento. Em relação às contas Poupança Bankita à Crescer, 62,69% pertencem ao género masculino, de igual modo é detentor de 69,27% dos cartões emitidos. No tocante a estrutura etária dos titulares das contas Bankita, registou-se maior aderência nos indivíduos da faixa etária dos 18 aos 34 anos de idade, representando 82,67%, o que corresponde a um crescimento de 4,22p.p em relação ao período homólogo, seguido dos indivíduos da faixa etária dos 35 aos 44 anos de idade com 9,82%, representando um decréscimo de 2,45p.p, relativamente ao ano de 2014. Gráfico 69: Estrutura Etária 2014 Gráfico 70: Estrutura Etária 2015 65> 0,71% 55-64 2,31% 55-64 1,74% 65> 0,48% 45-54 5,29% 45-54 6,26% 35-44 9,82% 35-44 12,27% 18-34 78,45% 18-34 82,67% Em termos de actividade profissional dos aderentes das contas Bankita, em 2015 a predominância dos titulares das contas Bankita recaiu sobre as actividades que integram a categoria “Estudantes” compreendendo 41,55% das contas abertas, enquanto no período homólogo esta classe representou 32,44%. Gráfico 71: Estrutura por Actividade Profissional 2014 Gráfico 72: Estrutura por Actividade Profissional 2015 Doméstica 3,43% Doméstica 3,82% Outros 30,78% Funcionários de Pequena e Micro Empresa 19,42% Outros 27,53% Estudante 32,44% Estudantes 41,55% Funcionários de Pequena e Micro Empresa 16,91% Mercado informal 9,10% Funcionário Público 4,44% Mercado informal Funcionário Público 2,85% 7,73% 66 • 7.1 Taxa de Bancarização Em função dos dados definitivos do censo populacional, registou-se um crescimento populacional de 19,81 milhões para 25,79 milhões projectados até finais de 2014, tendo-se verificado um incremento percentual na ordem dos 30,19%. Deste modo, derivado da não publicação de dados sobre a população adulta (população com idade superior a 15 anos), e segundo projecções feitas pelo BNA a população adulta situou-se em cerca de 14 milhões em 2015. Gráfico 73: Taxa de Bancarização 2015 60,00% 50,00% 41,67% 42,02% 44,94% 47,24% 48,29% 48,32% Dez/12 Mar/13 49,98% 53,98% 56,20% 45,93% 47,39% 48,72% 50,98% 51,56% 52,80% 52,89% 52,98% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% Dez/11 Mar/12 Jun/12 Set/12 Nº de Contas B. Ordem no Mês Nº Acumulado de Contas B. Ordem Nº de Contas B. Ordem no Mês Jun/13 Set/13 Dez/13 Mar/14 Nº Acumulado de Contas B. Ordem Nº de Contas B. Ordem no Mês Nº Acumulado de Contas B. Ordem Jun/14 Set/14 Dez/14 Mar/15 Jun/15 Set/15 Dez/15 Nº de Contas B. Ordem no Mês Nº Acumulado de Contas B. Ordem Taxa estimada de Bancarização - Grupo etário + 15 Anos A taxa de bancarização do período em análise ficou estimada em 52,79%, o que corresponde a 7.390.861 contas abertas no sistema financeiro bancário considerando a população adulta ( + 15 anos), e as contas Bankita somaram 361.464 contas abertas, representando assim 4,89% do total das contas abertas no sistema. Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 67 68 • SIGLAS III APR Activo Ponderado pelo Risco ATM’S Automated Teller Machines BCE Banco Central Europeu BIS Bank for International Settlements BNA Banco Nacional de Angola BOC Banco da República Popular da China BRICS Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul BT Bilhetes do Tesouro CPM Comité de Política Monetária ECRC Exigência de Capital para Risco Cambial EMIS Empresa Interbancária de Serviços EUA Estados Unidos da América FAO Facilidade de Absorção de Liquidez Overnight FCO Facilidade de Cedência de Liquidez Overnight Fed Federal Reserve FMI Fundo Monetário Internacional FPR Fundos Próprios Regulamentares GBP Libra Esterlina IPC Índice de Preço ao Consumidor KZ Kwanza mbd milhões de barris diários mdb milhões de barris OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico OGE Orçamento Geral do Estado OMA Operações de Mercado Aberto OMTs Outright Monetary Transactions pp Pontos Percentuais PIB Produto Interno Bruto RIL Reservas Internacionais Líquidas ROA Rendibilidade dos Activos ROE Rendibilidade dos Capitais SADC South African Development Community SCV Serviço de Compensação de Valores SFA 72Sistema Financeiro Angolano SPA Sistema de Pagamento de Angola SPTR Sistema de Pagamento em Tempo Real STC Subsistema de Transferências a Crédito TBC Títulos do Banco Central TPA Terminais de Pagamento Automático USD Dólar Americano ME Moeda Estrangeira MINFIN Ministério das Finanças MN Moeda Nacional Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 69 BALANÇO V valores em milhões Kz Dez/14 Dez/15 V.v V.h Diferença ACTIVO 7 128 512,76 8 386 468,2 100,00% 17,65% DISPONIBILIDADES 1 141 434,16 1 545 453,8 18,43% 35,40% 404 019,64 APLICAÇÕES DE LIQUIDEZ 826 278,63 517 138,2 6,17% -37,41% -309 140,41 Operações no Mercado Monetário Interfinanceiro 612 385,89 497 477,5 5,93% -18,76% -114 908,41 Operações de Compra de Títulos de Terceiros com Acordo de Revenda 213 841,20 19 609,2 0,23% -90,83% -194 231,99 0,00 0,0 0,00% 0,00% 0,00 51,53 51,5 0,00% -0,03% -0,02 Operações de Venda de Títulos de Terceiros com Acordo de Revenda Aplicações em Ouro e Outros Metais Preciosos TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS 1 257 955,44 1 546 337,69 2 287 411,4 27,28% 47,92% 741 073,71 Mantidos para Negociação 184 297,14 285 680,2 3,41% 55,01% 101 383,07 Disponíveis para Venda 227 105,79 339 076,9 4,04% 49,30% 111 971,13 1 134 934,75 1 662 654,3 19,83% 46,50% 527 719,51 142,73 3 131,6 0,04% 2094,00% 2 988,84 21 428,59 52 851,8 0,63% 146,64% 31 423,19 Mantidos até o Vencimento INSTRUMENTOS FINANCEIROS DERIVADOS CRÉDITOS NO SISTEMA DE PAGAMENTOS 33 989,43 57 158,5 0,68% 68,17% 23 169,05 CRÉDITOS 2 936 821,81 3 191 007,3 38,05% 8,66% 254 185,52 Créditos 3 205 508,63 3 593 271,8 42,85% 12,10% 387 763,13 -268 686,82 -402 264,5 -4,80% 49,72% -133 577,71 0,00 0,0 0,00% 0,00% 0,00 227 883,30 275 021,2 3,28% 20,69% 47 137,92 202,06 301,5 0,00% 49,21% 99,43 393 994,36 456 992,9 5,45% 15,99% 62 998,58 OPERAÇÕES CAMBIAIS (-) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa CLIENTES COMERCIAIS E INDUSTRIAIS OUTROS VALORES INVENTÁRIOS COMERCIAIS E INDUSTRIAIS E ADIANTAMENTOS A FORNECEDORES IMOBILIZAÇÕES Imobilizações financeiras 39 486,16 40 644,5 0,48% 2,93% 1 158,36 Imobilizações corpóreas 331 809,80 379 014,1 4,52% 14,23% 47 204,34 Imobilizações incorpóreas 22 698,39 37 334,2 0,45% 64,48% 14 635,84 PASSIVO -6 406 595,18 -7 508 285,6 100,00% 17,20% -1 101 690,41 DEPÓSITOS -5 350 991,35 -6 094 302,2 81,17% 13,89% -743 310,89 Depósitos à Ordem -2 953 091,51 -3 408 619,9 45,40% 15,43% -455 528,34 Depósitos a Prazo -2 384 138,88 -2 614 593,4 34,82% 9,67% -230 454,51 -13 760,95 -71 088,9 0,95% 416,60% -57 327,98 CAPTAÇÕES PARA LIQUIDEZ -331 886,61 -517 228,0 6,89% 55,84% -185 341,42 Operações no Mercado Monetário Interfinanceiro -298 853,39 -467 496,3 6,23% 56,43% -168 642,89 -33 033,22 -49 731,8 0,66% 50,55% -16 698,55 0,00 0,0 0,00% 0,00% 0,00 -6 546,25 -8 074,9 0,11% 23,35% -1 528,64 -390,04 -3 859,8 0,05% 889,60% -3 469,78 -92 905,61 -133 144,3 1,77% 43,31% -40 238,72 Outros depósitos Operações de Venda de Títulos Próprios com Acordo de Recompra Operações de Venda de Títulos de Terceiros com Acordo de Recompra CAPTAÇÕES COM TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS INSTRUMENTOS FINANCEIROS DERIVADOS OBRIGAÇÕES NO SISTEMA DE PAGAMENTOS OPERAÇÕES CAMBIAIS -49 553,97 -80 266,8 1,07% 61,98% -30 712,80 OUTRAS CAPTAÇÕES -401 870,42 -463 263,3 6,17% 15,28% -61 392,89 Dívidas subordinadas -64 964,21 -84 035,5 1,12% 29,36% -19 071,26 -249 710,18 -256 951,6 3,42% 2,90% -7 241,44 -87 196,03 -122 276,2 1,63% 40,23% -35 080,20 -5 836,62 -1 502,4 0,02% -74,26% 4 334,18 -122 672,10 -168 396,2 2,24% 37,27% -45 724,06 -78,29 -37,6 0,00% -51,96% 40,68 -43 863,93 -38 209,2 0,51% -12,89% 5 654,69 Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida Outras captações contratadas ADIANTAMENTOS DE CLIENTES OUTRAS OBRIGAÇÕES FORNECEDORES COMERCIAIS E INDUSTRIAIS PROVISÕES PARA RESPONSABILIDADES PROVÁVEIS PROVISÕES TÉCNICAS 0,00 0,0 0,00% 0,00% 0,00 FUNDOS PRÓPRIOS -677 308,45 -739 480,6 100,00% 9,18% -62 172,17 CAPITAL SOCIAL -279 710,38 -357 412,0 48,33% 27,78% -77 701,62 -7 337,09 -7 337,1 0,99% 0,00% 0,00 -374 163,35 -426 696,9 57,70% 14,04% -52 533,52 RESULTADOS POTENCIAIS -9 885,76 -17 808,9 2,41% 80,15% -7 923,16 RESULTADOS TRANSITADOS -7 438,96 69 575,7 -9,41% -1035,29% 77 014,70 0,00 RESERVA DE ACTUALIZAÇÃO MONETÁRIA DO CAPITAL SOCIAL RESERVAS E FUNDOS (-) DIVIDENDOS ANTECIPADOS RESULTADO DA ALTERAÇÃO DE CRITÉRIOS CONTABILÍSTICOS (-) ACÇÕES OU QUOTAS PRÓPRIAS EM TESOURARIA RESULTADO DO EXERCÍCIO PASSIVO E SITUAÇÃO LIQUIDA 0,00 0,0 0,00% 0,00% -188,49 -188,5 0,03% 0,00% 0,00 1 415,58 387,0 -0,05% -72,66% -1 028,61 -44 609,13 -138 702,0 100,00% 210,93% -94 092,89 -7 128 512,8 -8 386 468,20 100,00% 17,65% -1 257 955,40 70 • DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS VI Valores em milhões Kz Dez/14 Dez/15 V.H Diferença I Margem financeira (II+III) 214 626,84 297 719,71 II Proveitos de instrumentos financeiros activos (1+2+3+4) 370 452,69 1 Proveitos de Aplicações de Liquidez 26 179,42 2 Proveitos de Títulos e Valores Mobiliários 90 532,73 3 Proveitos de Instrumentos Financeiros Derivados 4 Proveitos de Créditos III (-) Custos de instrumentos financeiros passivos (5+6+7+8+9) 5 Custos de Depósitos 6 Custos de Captações para Liquidez 7 Custos de Captações com Títulos e Valores Mobiliários 8 Custos de Instrumentos Financeiros Derivados 9 Custos de Outras Captações IV Resultados de negociações e ajustes ao valor justo V Resultados de operações cambiais VI Resultados de prestação de serviços financeiros 78 975,08 81 918,67 3,73% 2 943,59 -93 169,73 -148 110,24 58,97% -54 940,51 -265,24 0,00 -100,00% 265,24 287 566,64 412 804,35 43,55% 125 237,71 60,69 61,69 1,66% 1,00 -223 796,36 -266 000,29 18,86% -42 203,93 -104 012,81 -121 908,82 17,21% -17 896,01 -92 368,66 -111 968,65 21,22% -19 599,99 -5 839,43 -8 219,95 40,77% -2 380,52 -813,63 -204,76 -74,83% 608,86 -12,85 0,00 -100,00% 12,85 0,00 0,00 0,00% 0,00 -1 076,61 -2 035,25 89,04% -958,64 0,00 0,00 0,00% 0,00 -22 006,13 -23 339,38 6,06% -1 333,25 2 333,75 1 676,53 -28,16% -657,22 -18 168,96 -5 161,38 -71,59% 13 007,58 VII (-) Provisões para créditos de liquidação duvidosa e prestação de garantias VIII Resultados de planos de seguros, capitalização e saúde complementar IX RESULTADO DE INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA (I+IV+V+VI+VII+VIII) X RESULTADOS COM MERCADORIAS, PRODUTOS E OUTROS SERVIÇOS XI (-) Custos administrativos e de comercialização 38,72% 83 092,87 478 146,16 29,07% 107 693,47 20 208,30 -22,81% -5 971,12 161 260,84 78,12% 70 728,11 427,79 1 407,25 228,96% 979,46 253 312,76 295 269,78 16,56% 41 957,03 -155 825,85 -180 426,48 15,79% -24 600,63 -118 161,03 -134 365,41 13,71% -16 204,38 -35 315,96 -38 257,06 8,33% -2 941,10 -1,86 -1,89 1,70% -0,03 -436,32 -1 143,95 162,18% -707,64 -1 910,68 -6 658,16 248,47% -4 747,48 7 938,96 61 767,84 678,03% 53 828,88 79 460,72 119 508,40 50,40% 40 047,68 (10+11+12+13+14+15+16+17+19) 10 Pessoal 11 Fornecimentos de terceiros 12 Impostos e taxas não incidentes sobre o resultado 13 Penalidades aplicadas por autoridades reguladoras 14 Custos com pesquisa e desenvolvimento 15 Provisões específicas para perdas com clientes comerciais e industriais 16 Outros custos administrativos e de comercialização 17 Provisões específicas para perdas com inventários comerciais e industriais 18 Depreciações e amortizações 19 Recuperação de custos administrativos e de comercialização XII (-) Provisões sobre outros valores e responsabilidades prováveis XIII Resultados de imobilizações -1 852,59 -930,36 -49,78% 922,23 XIV Outros custos e proveitos operacionais 8 944,41 9 573,39 7,03% 628,97 XV OUTROS CUSTOS E PROVEITOS OPERACIONAIS (XI+XII+XIII+XIV) -234 873,49 -262 518,64 11,77% -27 645,15 XVI RESULTADO DA ACTUALIZAÇÃO MONETÁRIA XVII RESULTADO OPERACIONAL (IX+X+XV+XVI) 0,00 0,00 0,00% 0,00 52 753,84 150 347,41 185,00% 97 593,57 XVIII RESULTADO NÃO OPERACIONAL 3 459,89 2 298,10 -33,58% -1 161,79 XIX XX RESULTADO ANTES DOS IMPOSTOS E OUTROS ENCARGOS(XVII+XVIII) 56 213,73 152 645,51 171,54% 96 431,77 (-) ENCARGOS SOBRE O RESULTADO CORRENTE -11 604,60 -13 943,50 20,15% -2 338,90 44 609,13 138 702,01 210,93% 94 092,88 0,00 0,00 0,00% 0,00 44 609,13 138 702,01 210,93% 94 092,88 XXI RESULTADO CORRENTE LÍQUIDO (XIX+XX) XXII (-) INTERESSES MINORITÁRIOS XXIII RESULTADOSDO EXERCÍCIO (XXI+XXII) Relatório de Estabilidade Financeira Anual de 2015 • 71 INDICADORES FINANCEIROS VII Indicadores Financeiros Dez/14 Dez/15 (Crédito Vencido- Provisão para Crédito Vencido) / Crédito Total Bruto 12,10% 10,49% (Crédito Vencido – Provisões para crédito vencido) / Fundos Próprios Totais 42,10% 33,53% (Crédito Vencido Mal Parado- Provisão para Crédito Vencido Mal Parado) / Crédito Total Bruto 9,42% 6,16% (Crédito Vencido Mal Parado – Provisões para crédito vencido Mal Parado) / Fundos Próprios Totais 32,78% 19,67% (Crédito Vencido Mal Parado – Provisões para crédito vencido Mal Parado) / Fundos Próprios de Base 46,95% 28,19% Activo Imobilizado Sob Fundos Próprios Regulamentares 38,48% 37,02% Activo Remunerado / Activo Total 81,26% 78,94% Activo Remunerado / Passivo Remunerado 93,58% 91,67% Activos Liquidos / Activo Total 33,89% 39,69% Cost-to-income=Custo Administrativo e de comercialização/ Produto Bancário 58,78% 47,42% Crédito Total / Activo Total 44,97% 42,85% Crédito Total / Fundos Próprios Totais 347,93% 319,54% Crédito Total / Depósitos Totais 59,90% 58,96% Crédito Vencido / Activo Total 6,54% 7,41% Crédito Vencido / Crédito Total Bruto 14,53% 16,68% Crédito Vencido Mal Parado / Activo Total 5,24% 4,98% Crédito Vencido Mal Parado/ Crédito Total Bruto 11,65% 11,62% Crédito em ME / Depósito em ME 199,07% 172,52% Crédito em MN / Depósito em MN 64,61% 59,42% Crédito(ME) / Crédito Total 27,44% 30,82% Crédito(MN) / Crédito Total 72,56% 69,18% DepósitosTotais / Activo Total 75,06% 72,67% DepósitosTotais / Crédito Total 166,93% 169,60% Exposição.Cambial aberta liquida / fundos próprios totais 23,73% 34,49% Liquidez Geral 103,45% 105,43% Liquidez Geral ME 95,02% 96,52% Liquidez Geral MN 107,49% 109,60% Liquidez Imediata ME 29,73% 19,81% Liquidez Imediata MN 50,09% 65,53% Liquidez Imediata MN e ME 43,29% 50,62% Margem Financeira / Resultado Liquido do Exercicio 481,13% 214,65% Margem Financeiras / Produto Bancario 56,37% 53,08% Passivo Remunerado / Passivo Total 96,63% 96,18% Provisões para Crédito Vencido / Tot.Crédito Vencido 16,71% 37,08% Provisões para Crédito Vencido Mal Parado / Tot.Crédito Vencido 15,34% 32,77% Provisões para Crédito Vincendo / Tot.Crédito Vincendo 6,97% 6,01% Rendibilidade do Capital (ROE) = Lucro Líquido / Fundos Próprios Totais médio 4,88% 12,76% Rendibilidade dos Activos (ROA) = Lucro Líquidos / Activo Total médio 0,63% 1,67% Solvabilidade= FPR / (APR +ECRC/0.10) 19,83% 19,79% Av. 4 de Fevereiro nº 151 - Luanda - Angola Caixa Postal 1243 Tel: (+244) 222 679200 - Fax: (+244) 222 339 125 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