Parecer do Grupo Técnico de Auditoria em Saúde 0 9 /0 6 Tema: Bomba elastométrica para infusão de medicamentos quimioterápicos em ambiente domiciliar I – Data: 14/03/2006 II – Grupo de Estudo: Dra. Célia Maria da Silva Dra. Silvana Márcia Bruschi Kelles Dr. Lucas Barbosa da Silva Dra. Lélia Maria de Almeida Carvalho Bibliotecária: Mariza Cristina Torres Talim III – Tema: Bomba elastométrica para infusão de quimioterápico intravenoso para uso domiciliar IV – Especialidade(s) envolvida(s): Oncologia V – Questão Clínica / Mérito: A Utilização de equipamento para infusão de medicamento quimioterápico em ambiente domiciliar é segura? É custo efetiva? VI – Enfoque: Tratamento VII – Introdução: No último século, os cuidados de saúde foram centralizados em hospitais, embora o desvio para a comunidade seja freqüentemente enfatizado. O deslocamento de cuidados invasivos e complexos para fora do hospital permanece marginal e muitas vezes inviável. A despeito disto, tentativas de desospitalização em muitos serviços de saúde podem reduzir os custos e contemplar os pacientes com ganho na qualidade de vida1,2. A quimioterapia é um tratamento que demanda cuidados de suporte de profissionais de saúde especializados, de maneira que se garanta a segurança na administração dos medicamentos e que seja alcançada adequada eficácia. Pode ser realizada em regime intra-hospitalar ou regime ambulatorial. Uma opção de quimioterapia ambulatorial permite que o paciente visite a clínica de pacientes externos, onde é conectado à uma bomba portátil descartável liberadora de drogas citotóxicas, acoplada a cateter venoso central, com administração da medicação em períodos de 2 a 7 dias. Outra opção é o paciente visitar a clínica diariamente e receber a quimioterapia no próprio ambulatório. A quimioterapia administrada em nível domiciliar supõe a habilitação da equipe multiprofissional, paciente e cuidadores, garantindo a segurança e eficácia do procedimento. Para isto é necessário o desenvolvimento de protocolos que permitam que a equipe adquira conhecimento, tanto no manejo dos processos e dos possíveis eventos adversos, como na educação dos pacientes e cuidadores, além da seleção criteriosa dos pacientes. Devem ser levadas em conta a adesão do paciente, sua satisfação e melhora da sua qualidade de vida, além da avaliação de custo-benefício 1,2. Embora a quimioterapia domiciliar seja viável, em casos e esquemas selecionados, existem poucos trabalhos na literatura sobre o tema. Borras e colaboradores (2001), em estudo randomizado controlado com pacientes em tratamento para câncer colo-retal, alocados aleatoriamente para tratamento quimioterápico em regime ambulatorial e quimioterapia domiciliar, mostraram que: • O tratamento domiciliar não levou a maior procura de serviços de saúde (emergência ou cuidados primários) que o tratamento em regime ambulatorial; • A quimioterapia domiciliar não aumentou a qualidade de vida, mas melhorou a adesão e a satisfação quanto ao tratamento dispensado; • A quimioterapia domiciliar parece uma alternativa segura para pacientes egressos3. A quimioterapia domiciliar não pode substituir totalmente o tratamento hospitalar e ambulatorial, mas pode ser uma opção segura e viável para pacientes selecionados, particularmente aqueles que estejam recebendo terapia de infusão contínua, de acordo com o esquema quimioterápico prescrito. Para administração de medicamentos de forma contínua, em velocidade controlada, utilizam-se dispositivos chamados infusores. Podem ser usados tanto em ambiente hospitalar como domiciliar. Infusor é um dispositivo descartável de baixo peso que possui um reservatório elastométrico para a perfusão de medicação. Entre as indicações para o seu uso citam-se: • Quimioterápicos para tratamento de tumores sólidos em esquemas com utilização do 5-fluorouracil em infusão contínua (câncer colo-retal avançado, câncer do canal anal, esôfago e nasofaringe); • Pacientes com mieloma múltiplo em uso do esquema quimioterápico VAD (vincristina e adriamicina - em infusão contínua prolongada - e dexametasona); • Pacientes politransfundidos ou em regime de hipertransfusão terapêutica, em uso de deferroxamina para quelação do ferro em hemoglobinopatias ou síndromes mielodisplásicas; • Uso de analgésicos em infusão contínua para pacientes com dor crônica, entre outros. VIII – Registro ANVISA: Empresa: BAXTER HOSPITALAR LTDA CNPJ: 49.351.786/0001-80 Autorização: 8014524 Produto: INFUSORES BAXTER Registro: 10068390348 Processo: 25351.202606/2002-07 Origem do Produto: BAXTER HEALTHCARE CORPORATION – EUA Vencimento do Registro: 28/03/2008 Nome da Empresa:TECHNES MEDICAL IMPORTADORA E EXPORTADORA LTDA CNPJ: 02.736.166/0001-04 Autorização: 1040800 Produto: SISTEMA AMBULATORIO DE INFUSAO COM BALAO NIPRO SUREFUSER A Registro:10408000003 Processo:25351.011688/00-22 Origem do Produto: NIPRO CORPORATION - JAPÃO Vencimento do Registro: 04/08/2010 IX – Metodologia 1. Bases de dados pesquisadas: Bireme, Cochrane Library, Pub Med, Medline, MD Consult, Lilacs. 2. Palavras-chave utilizadas: Bombas de Infusão/Infusion Pumps, 5- fluororacil/5-FU, Fluoracila/Fluorouracil, colorectal cancer 3. Desenhos de estudos procurados: revisão sistemática de ensaios clínicos controlados e randomizados, meta-análises, estudos prospectivos, artigos de revisão, guidelines. 4. A pesquisa bibliográfica foi realizada no período de 1995 a 2005. 5. Resultados encontrados: 1 meta-análise, 4 estudos controlados randomizados, 1 estudo prospectivo, 1 editorial, 1 carta, 2 série de casos, 1 guideline; 6. População incluída: pacientes com câncer colo-retal em tratamento adjuvante, curativo ou paliativo e pacientes com câncer de mama, pacientes com mieloma múltiplo. X – Revisão Bibliográfica: O infusor é uma bomba destinada à administração de medicamentos tais como drogas oncológicas, analgésicas e outras, por meio de infusão contínua. Trabalha com uma pressão positiva sustentada e velocidade programada, não necessitando de baterias ou de sistemas eletrônicos. Figura 1- Infusor por balão elastométrico (www.baxter.com.br) A Baxter dispõe de infusores com capacidade volumétrica de 65ml, 95 ml, 105 ml e 275 ml, com período de infusão de 12 horas até 7dias. Figura 2 – Infusor por balão elastométrico (www.nipro.co.jp) A Nipro dispõe de infusores com capacidade volumétrica de 50ml, 100ml e 250ml com período de infusão de 1 a 7 dias. O infusor é uma bomba elastométrica de sistema fechado, unidirecional com seus componentes soldados, o que evita contaminação e refluxo. Os principais componentes do infusor são: o balão elastométrico, o restritor de fluxo, o tubo, a tampa protetora, o conector de rosca e a tampa final. Conta ainda com uma linha indicadora de volume e com uma escala de infusão. Pode ser usado para administração de medicamentos via intravenosa, epidural ou subdural. Pode infundir continuamente os medicamentos de 12 horas até sete dias, em fluxo contínuo de velocidade com volumes até de 275 ml de solução. O equipamento é de fácil manuseio, é portátil, descartável e pode ser usado de forma oculta, sob a roupa.12,13 Fig. 3 – Descrição do infusor (www.baxter.com.br) A literatura mostra poucos estudos com relação ao uso de medicamentos quimioterápicos em ambiente domiciliar. Em 2003, Lombardi e colaboradores aplicaram um questionário em uma série de 71 pacientes com câncer avançado de mama para avaliar a aceitação de dispositivos portáteis para infusão de quimioterápico domiciliar. Estas pacientes receberam 5-Fluorouracil em infusão contínua através de bomba elastométrica. A maioria delas não relatou dificuldades com o uso do sistema, exceto pequenas dificuldades relacionadas às atividades que envolviam contato com água como banho, toaletes e duchas. Algumas mulheres sexualmente ativas relataram pouco ou nenhum problema e a maioria se declarou disposta a usar o sistema no futuro, se necessário11. Borras e colaboradores (2001) relataram estudo clínico randomizado com 88 pacientes com câncer colo-retal avançado, alocados para receber quimioterapia ambulatorial (42 pacientes) e quimioterapia domiciliar (45 pacientes). O esquema quimioterápico adjuvante usado foi 5 fluorouracil (5 FU) 450 mg/5 dias consecutivos em bolus no primeiro ciclo e a seguir uma vez/semana, seguido de 3 dias de levamisole, a cada 15 dias, até completar 12 meses de tratamento. Para pacientes com câncer retal a quimioterapia adjuvante consistiu de esquema de 5 FU em bolus (500mg/m2)/5 dias/semana (ou três dias consecutivos em caso de quimioterapia combinada) no total de seis ciclos. Para tratamento paliativo usou-se 5 FU em bolus (425mg/m2) com ácido folínico (20mg/m2) durante cinco dias consecutivos/semana a cada 4 semanas, até completar 6 a 8 ciclos (caso a doença se estabilizasse ou se observasse progressão). O objetivo do estudo foi comparar a quimioterapia domiciliar com a quimioterapia ambulatorial, avaliando a segurança, qualidade de vida e satisfação com o tratamento. Observou-se toxicidade similar nos dois grupos. Não houve diferença entre os dois grupos quanto à procura de serviços de saúde de emergência ou cuidados primários para tratamento de reações adversas. O nível de satisfação foi maior no grupo com quimioterapia domiciliar, especialmente com relação à informação recebida ou cuidados de enfermagem. O 5 fluorouracil é a droga de referência para tratamento do câncer colo-retal avançado. Nos últimos anos, várias pesquisas foram realizadas para otimizar a eficácia do 5 FU, seja através dos vários esquemas de administração, seja através da sua combinação com outras drogas aprovadas para o câncer coloretal avançado como o irinotecano e a oxaliplatina. Em meta-análise realizada em 1998, foi analisada a eficácia da infusão contínua do 5 FU comparada com sua administração em bolus: a infusão contínua do 5 FU alcançou maiores taxas de resposta com sobrevida similar, mas com decréscimo das reações tóxicas, à exceção da síndrome mão-pé, em relação à administração em bolus4. A combinação do 5 FU com irinotecano ou oxaliplatina mostrou-se superior ao uso do 5 FU isoladamente. A taxa de resposta em terapia de primeira linha é de aproximadamente 50% para ambos esquemas (5 FU/irinotecano ou 5 FU/oxaliplatina).5,6 Cals e colaboradores (2005) estudaram a dose máxima tolerada, segurança e a eficácia do uso do 5 FU em infusão contínua semanal combinado, alternativamente, com oxaliplatina e irinotecano e concluíram que a combinação das três drogas é viável e bem tolerada sem aumento da toxicidade. Segundo esses autores a combinação dos três agentes quimioterápicos poderá reduzir a resistência tumoral cruzada, permitindo o aumento da resposta e maior redução tumoral, o que possibilitaria a intervenção cirúrgica secundária para ressecção de metástases, porém este esquema terapêutico ainda encontra-se sob investigação7. O tratamento domiciliar pode elevar a qualidade de vida, reduzir a necessidade de analgésicos e diminuir a morbidade psico-social quando comparado com o tratamento intra-hospitalar, para os pacientes com câncer colo-retal avançado. O uso das bombas ambulatoriais para facilitar a infusão de quimioterápicos ainda apresenta custo elevado. Além disso, o uso de cateter venoso central pode levar à trombose venosa profunda em 28% dos pacientes que recebem quimioterapia via cateter venoso central. O uso da capecitabina, fluoropirimidina oral, em alternativa ao 5 FU vem mostrando-se eficiente, com agregação de vantagens da administração oral. Twelves e colaboradores (2005), em estudo randomizado cruzado, em pacientes com câncer colo-retal avançado ou metastático, mostraram preferência dos pacientes pelo uso da capecitabina oral em relação ao tratamento intravenoso com o 5 FU. O objetivo do trabalho foi avaliar a preferência do doente e não a eficácia e consistiu da administração de dois ciclos quimioterápicos, usando 5 FU intravenoso em primeiro ciclo, seguido de capecitabina oral, e vice-versa. O esquema para continuação do tratamento atendeu a preferência do paciente8. O esquema terapêutico VAD para mieloma múltiplo foi introduzido há mais de 25 anos e induz elevada resposta global (até dois terços) em pacientes recémdiagnosticados e nos refratários ou em recaída. O esquema consta de vincristina (0,4 mg) e doxorrubicina (9mg/m2) em infusão venosa contínua por 4 dias e dexametasona oral em altas doses (40mg/dia nos 4 dias iniciais e nos dias 9-12 e 17-20 de cada ciclo) de 28/28 dias. O esquema apresenta vários problemas logísticos, pois necessita de inserção de cateter profundo e uso de bombas para infusão contínua das drogas, aumentando riscos de infecção e de trombose. Em estudo prospectivo multicêntrico, com inclusão de 139 pacientes, Seregen e colaboradores (1999) utilizaram o esquema VAD com vincristina e doxorrubicina em infusão rápida e verificaram resposta em 67% dos pacientes, resultado semelhante ao esquema com infusão contínua. Por outro lado, a neurotoxidade e as infecções associadas ao esquema foram significativamente menores9. Em 2003, Dimopoulos e colaboradores, em estudo prospectivo randomizado, com 127 pacientes, compararam o uso do esquema VAD em infusão rápida com o VAD doxil. A taxa de resposta global foi semelhante para ambos os esquemas: 61,4% e 61,3%, respectivamente. A toxicidade hematológica e nãohematológica foi leve ou moderada nos dois esquemas. Em recente correspondência ao editor da revista Blood (2005), os autores discutem o papel do esquema VAD para o tratamento inicial do mieloma múltiplo. Advogam que o esquema não deve ainda ser suprimido já que a comparação com o esquema talidomida e dexametosona não evidenciou superioridade na resposta à sobrevida geral dos pacientes. O editor responde concordando parcialmente, acrescentando que o esquema VAD não apresenta superioridade para a dexametasona, quando usada isoladamente na indução do mieloma recém-diagnosticado. E que o paciente não deveria ser submetido à neurotoxidade da vincristina em esquema inicial, reservando-se o VAD para situações de doença em recidiva14,15. Vantagens do uso de infusores de drogas em quimioterapia domiciliar: 1. Permite que o paciente possa receber quimioterapia em infusão contínua domiciliar. 2. Reduz a necessidade de internação com potencial redução do custo do tratamento por diminuição das diárias hospitalares, honorários médicos, cuidados de enfermagem. 3. Diminui os riscos associados à internação hospitalar como infecções e fenômenos trombo-embólicos. 4. Melhora a qualidade de vida do paciente, permitindo seu tratamento ao lado da família, no próprio domicílio. Contra-indicações ao uso de infusores: 1. Pacientes com incapacidade física ou mental para assumir os devidos cuidados com o infusor. 2. Para administração intravenosa rápida de medicamentos. XI- Análise de Custo: Se considerarmos um paciente com superfície corporal de 1,72 m2, para o uso do 5-fluorouracil, em infusão endovenosa contínua, nos diversos esquemas quimioterápicos atuais, temos as opções seguintes: 1. Infusão contínua intra-hospitalar (com alguns itens) para cada ciclo: diárias hospitalares = R$ 488,00 (5 diárias) 5-fluorouracil = 425 mg/m2 = 8 frascos 500mg = R$ 259,20 Total = R$ 747,00. 2. Infusão contínua com bomba elastométrica domiciliar: Bomba infusora elastométrica = R$ 250,00 (Nipro) ou R$ 536,35 (Baxter) 5-fluorouracil = R$ 259,20 Total = R$ 509,20 ou 795,55 Se a pirimidina oral capecitabina for utilizada, alternativamente ao 5fluorouracil, o custo será de R$1.787,00 por ciclo. XII- Considerações finais: Considerando as alternativas quimioterápicas atuais, o uso do 5-fluorouracil em infusão contínua hospitalar apresenta custo equivalente ao uso de infusores para administração domiciliar. O uso dos infusores, entretanto, agregará vantagens à qualidade de vida dos pacientes nesta modalidade quimioterápica. XIII- Parecer do GTAS: Após avaliação da bibliografia disponível o GTAS é favorável à incorporação de infusores com sistema de perfusão elastométrica, portáteis, descartáveis, para administração intravenosa contínua de quimioterápicos em ambiente domiciliar, para os seguintes casos: 1. No tratamento adjuvante ou paliativo para pacientes com câncer coloretal avançado, em esquema quimioterápico utilizando infusão contínua de 5-fluorouracill; 2. No tratamento de outros tumores sólidos como câncer do canal anal, câncer de esôfago e câncer da nasofaringe que utilizem o 5-fluorouracil em infusão contínua em seus esquemas quimioterápicos. No momento, o GTAS não é favorável ao uso da bomba elastométrica para infusão contínua de vincristina e doxorrubicina para o esquema VAD no tratamento de mieloma múltiplo, já que o esquema com infusão rápida das drogas apresenta resultados equivalentes. Os pacientes e cuidadores deverão apresentar condições físicas e psicológicas que permitam o manuseio adequado do equipamento. Para esta habilitação deverão receber orientações e treinamento da equipe multiprofissional da clínica onde o paciente recebe o tratamento oncológico. XIV – Referências Bibliográficas: 1. Agence d’évaluation des technologies et des modes d’intervention en santé (AETMIS). Home-Bases Chemotherapy for Cancer. Issues for patients, Caregivers, and the Health Care System. Report prepared by Lucy Boothroy and Pascale Lehoux. (AETMIS 04-02). Montréal: ATMIS, 2004, xvi-77 p. 2.Young AM, Kerr DJ. Home delivery: chemoterapy and pizza? BMJ 2001; 322: 809-810. 3. Borras JM, Sanchez-Hernandez A, Navarro M, Martinez M, Mendez E, Ponton JLL, Espinas JA, Germa JR. Compliance, satisfaction, and quality of life of patients with colorectal cancer receiving home chemoterapy or outpatient treatment: a randomazid controlled trial. BMJ 2001; 332: 1-5. 4. Meta-analysis Group in Cancer. Efficacy of intravenous continuous infusion of fluorouracil compared with bolus administration in advanced colorectal cancer. J Clin Oncol 1998; 16(1): 301-8. 5.Tournigand C, André T, Achille E, Lledo G, Flesh M, Mery-Mignard D, Quinaux E, Couteau C, Buyse M, Ganem G, Landi B, Coin P, Louvet C, and Gramont A. FOLFIRI Followed by FOLFOX6 or Reverse Sequence in Advanced Colorectal Cancer: A Randomized GERCOR Study. J Clin Oncol 2004; 22: 229-237. 6. Gramont A, Figer A, Seymour M, Homerin M, Hmissi A, Cassidy J, Boni C, Cortes-Funes H, Cervantes A, Freyer G, Papamichael D, Ke Bail N, Louvet C, Hendler D, de Braud F, Wilson C, Morvan F, and Bonetti A. Leucovorin and Fluorouracil With or Without Oxaliplatin as First-Line Treatment in Advanced Colorectal Cancer. J Clin Oncol 2000; 18: 2934-2947. 7. Cals L, Rixe O, François E, Favre R, Mewrad L, Deplanque G, Laadem A, Juin P, Bereder JM, Bernardini D & Herait P. Dose finding study of weekly 24-h continuous infusion of 5-fluorouracil associated with alternating oxaliplatin or irinotecan in advanced colorectal cancer patients. Ann Oncol 2004; 15: 10181024. 8. Twelves C, Gollins S, Grieve R & Samuel L. A randomized cross-over trial comparing patient preference for oral capecitabine and 5-fluorouracil/leucovorin regimens in patients with advanced colorectal cancer. Ann Oncol 2005; 17: 239-245. 9. Segeren CM, Sonneveldd P, vander Holt B,Baars JW, Biesma DH, Cornellissen JJ, Croockewit AJ, Dekker AW, Fibbe WE, Lowenberg B, van Marwijk Kooy M, van Oers MHJ, Richel DJ, Schouten HC, Vellenga E, Verhoef GEG, Wijermans PW, Wittebol S, Lokhorst HM. Vincristine, doxorubicin and dexamethasone (VAD) administered as rapid intravenous infusion for first-line treatment in untreated multiple myeloma. Br J Haematol1999; 105(1):127-30. 10. Dimopoulos MA, Pouli A, Zervas K, Grigoraki V, Symeonidis A, Repoussis P, Mitsouli C, Ppanastasiou C, Margaritis D, Tokmaktsis A, Katodritou I, Kokkini G, Terpos E, Vyniou N, Tzilianos M, Chatzvassili A, Kyrtsonis MC, Pnayiotidis P & Maniatis A. On behalf of the Greek Myeloma Study Group, Athens, Greece. Prospective randomized dexamethasone and VAD with multiple (VAD) comparison of vincristine, doxorubicin and administered as intravenous bolus injection liposomal doxorubicin as myeloma. first-line treatment Ann Oncol 2003;14(7):1039-44. 11. Lombardi D, Di Lauro V, Piani B, Scuderi C, Spazzapan S, Magi MD, Crivellari D, Annunziata MA, De Cicco M, and Veronesi A. Acceptance of in external infusion pumps in patients with advanced breast cancer receiving continuous infusion fluorouracil. Tumori 2003; 89:488-91. 12. http://www.baxter.com.br 13. http://www.nipro.co.jp 14. Lane SW, Gill D, and Mollee PN. Role of VAD in the initial treatment of multiple myeloma. Blood 2005; 3674. 15. Rajkumar SV. VAD an initial therapy for multiple myeloma. Blood 2005; 3674-3675.