Estudo brasileiro indica que composto do gengibre

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B•4 •EDUCAÇÃO E SAÚDE
Macapá (AP), Sábado, 07 de Maio de 2016
NA RAIZ
Estudo brasileiro indica que composto
do gengibre age contra câncer de mama
As pesquisas com o gengibre foram estimuladas a partir de estudos populacionais que mostraram risco menor de câncer
em habitantes de países asiáticos, onde há uma dieta rica em gengibre, soja, cebola, tomate, pimentas e chá verde
REUTERS
DA REPORTAGEM LOCAL
Cientistas da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) afirmam que substâncias isoladas do
gengibre conseguem inibir o crescimento de tumor primário de
mama, e também evitar metástases para ossos, pulmão e cérebro. As pesquisas foram feitas
com animais.
"Até o momento, sabemos
que a molécula que estudamos
age induzindo a morte celular
programada, uma ação que se
espera das moléculas antitumorais", explica Marcia Regina Cominetti, pesquisadora do Laboratório de Biologia do Envelhecimento da universidade.
Como o câncer é um conjunto
com mais de cem doenças, desenvolver tratamentos específicos é
difícil. As três opções mais usadas hoje são a cirurgia para a remoção do tumor, a quimioterapia e a radioterapia, muitas vezes realizadas de forma combinada, explica Cominetti. Contudo, há tumores que não podem
ser alvo de quimioterapia específica –como os chamados tumores de mama triplo negativos.
"Para esses tipos, que acometem por volta de 15% das mulheres no mundo, o tratamento é
muito mais difícil, com recaídas
mais frequentes. Nossos estudos
têm sido realizados justamente
com esse tipo de câncer de
mama", conta a pesquisadora.
Além disso, a quimioterapia,
embora seja o tratamento mais
utilizado, mata ou inibe célula
cancerosas e também células saudáveis do organismo. Mais um
motivo para a busca de novos
compostos, mais eficazes e com
menos efeitos colaterais.
"Células que se dividem rapidamente, como as do bulbo capilar, onde os cabelos nascem, da
mucosa bucal e do intestino, por
exemplo, também acabam morrendo, o que leva o paciente a
apresentar sérios efeitos colaterais, como náusea e queda de cabelo", salienta Cominetti.
Dieta asiática deu pista para
estudos sobre gengibre
As pesquisas com o gengibre
foram estimuladas a partir de estudos populacionais que mostraram risco menor de câncer em
habitantes de países asiáticos,
onde há uma dieta rica em gengibre, soja, cebola, tomate, pimentas e chá verde, em comparação
com países ocidentais, lembra
Paulo Cezar Vieira, professor de
Química da UFSCar e colaborador do estudo.
Há muitos exemplos de subs-
O gengibre consegue inibir o crescimento de tumor primário de mama, e também evitar
metástases para ossos, pulmão e cérebro
tâncias naturais que atuam como
remédio contra o câncer. A vimblastina, por exemplo, é usada há
mais de 50 anos no tratamento
da leucemia e foi extraída de uma
planta da ilha de Madagascar,
muito comum, conhecida no Brasil como maria-sem-vergonha.
Embora os gingeróis sejam conhecidos como produtos encontrados no gengibre, alguns deles
podem ser isolados apenas em
quantidades muito pequenas. No
entanto, pesquisadores do depar-
tamento de Química da UFSCar
desenvolveram um método
mais eficiente de purificar o composto.
Ainda são necessários testes
com humanos
Os testes pré-clínicos foram
iniciados em 2010, primeiro
por meio de cultura de células
retiradas de tumores de pacientes para testes com compostos e, em seguida, com testes
em camundongos.
Segundo a pesquisadora, os
estudos constataram que o gingerol apresentou atividade antitumoral capaz de reduzir o tamanho de tumores primários in
vivo, nos camundongos, além
de reduzir a formação de metástases nos pulmões, ossos e cérebro. "Verificamos que no grupo de controle, isto é, que não
foi tratado com gingerol, sete
em quinze animais apresentaram metástases cerebrais", relata a pesquisadora.
Emissões do Brasil caíram 50% de 2005 a 2010, aponta governo
O documento revela
também que o
tamanho da
contribuição nacional
para o aquecimento
global há uma década
foi maior do que o
esperado
anteriormente
ESTADÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
O novo inventário de gases de efeito estufa do Brasil,
referente às emissões de
2010, mostra que o total de
gás carbônico (CO2) lançado
pelo país caiu mais de 50%
entre 2005 (ano do inventário anterior) e 2010, passando de 2,73 bilhões de toneladas de CO2 para 1,27 bilhão
de toneladas.
O documento revela também que o tamanho da contribuição nacional para o
aquecimento global há uma
década foi maior do que o esperado anteriormente.
O novo inventário, obtido
com exclusividade pela reportagem, foi feito pelo Ministério da Ciência, Tecnolo-
gia e Inovação com base em
uma metodologia científica
aprimorada, que reviu as
emissões passadas.
Pelo cálculo, em 2005,
quando o desmatamento no
Brasil estava no auge - nossa
principal fonte de CO2 -, as
emissões foram 33,8% maior.
Em vez das 2,1 bilhões de
toneladas que eram contabilizadas no segundo inventário, foram emitidas 2,73 bilhões de toneladas de CO2
naquele ano.
Aquele foi o ano-base usado pelo governo para propor
as metas de redução das emissões de gases de efeito estufa apresentadas para o Acordo de Paris.
Ajuste
O governo prometeu reduzir as emissões em 37% até
2025 e 43% até 2030, com
base nos valores de 2005
apresentados no inventário
anterior. Se a porcentagem
for mantida sobre o novo valor, as emissões em 2030 serão até maiores que as atuais.
Para Carlos Rittl, secretário
executivo do Observatório
do Clima, a meta brasileira
tem de ser ajustada.
Em 2005, quando o desmatamento no Brasil estava no auge as emissões foram 33,8% maior
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