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VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (HIV)
O vírus da imunodeficiência humana (HIV) é um retrovírus, ou seja, é um vírus
com genoma de ácido ribonucléico (RNA), que infecta as células e, por meio da sua
enzima transcriptase reversa, produz uma cópia do seu genoma em ácido
desoxiribonucléico (DNA) e incorpora o seu próprio genoma no genoma humano,
localizado no núcleo da célula infectada. A infecção pelo HIV causa a Síndrome da
Imunodeficiência adquirida – AIDS ou SIDA - é uma doença do sistema imunológico
humano causada pelo HIV1-3.
A transmissão desse vírus se dá por meio do contato direto de uma membrana
mucosa ou na corrente sanguínea com um fluido corporal infectado com o vírus
(sangue, sêmen, secreção vaginal, fluido preseminal e leite materno)1-3. Essa transmissão
pode acontecer durante o sexo anal, vaginal ou oral, transfusão de sangue, agulhas
hipodérmicas contaminadas, o intercâmbio entre a mãe e o bebê durante a gravidez transmissão vertical, parto, amamentação ou outra exposição a um dos fluidos
corporais4,5.
A Aids é considerada uma pandemia e reduz progressivamente a eficácia do
sistema imunológico da pessoa infectada, tornando-as suscetíveis a infecções
oportunistas e tumores6. Em dezembro de 2000, 21.8 milhão de pessoas no mundo
inteiro morreram com essa doença. Em 2007, estimava-se que 33,2 milhões de pessoas
viviam com a doença em todo o mundo, e que cerca de 2,1 milhões faleceram, sendo
que 330.000 eram crianças7. Mais de três quartos dessas mortes ocorreram na África
Susaariana8.
As principais vias de transmissão do HIV são por meio do contato sexual,
exposição a fluidos ou tecidos corporais infectados e a transmissão da mãe para o feto
ou criança - transmissão vertical, durante o período perinatal. A transmissão desse vírus
pode acontecer durante o sexo anal, vaginal ou oral, transfusão de sangue, agulhas
hipodérmicas contaminadas, o intercâmbio entre a mãe e o bebê durante a gravidez,
parto, amamentação ou outra exposição a um dos fluidos corporais. É possível encontrar
o HIV na saliva humana, lágrimas e urina dos indivíduos infectados, mas não há casos
registados de infecção por essas secreções e o risco de infecção é insignificante1.
1
O espaço de tempo entre a infecção e a detecção de anticorpos anti-HIV, por
meio de testes sorológicos (positivação da sorologia), é chamado de janela imunológica.
Por isso, é preciso estar atento a esse período em casos de risco de infecção recente e
resultado negativo de sorologia anti-HIV. A janela imunológica pode variar, uma vez
que pode levar de três a seis meses para soroconversão e obtenção de resultado de teste
como positivo.
A
terapêutica
com
antirretroviral
em
pacientes
infectados
reduz
significativamente sua capacidade de transmitir o HIV para outras pessoas, pois reduz a
quantidade de vírus em seus fluidos corporais para níveis indetectáveis 9. Um dos fatores
que favorece o aumento da transmissão do HIV é que muitas pessoas desconhecem que
estão infectadas10 e, apesar do número dessas pessoas que vivem com AIDS esteja
aumentando, as terapias de novas drogas eficazes têm mantido o período de vida das
pessoas infectadas mais longo e com melhor qualidade, além de reduzir dramaticamente
a taxa de mortalidade4. Os tratamentos para a AIDS e HIV retardam o curso da doença,
entretanto, não há até o momento nenhum procedimento que proporcione a cura ou uma
vacina. No entanto, o tratamento com antirretrovirais diminui, consideravelmente, a
mortalidade e a morbidade da infecção pelo HIV, mas estes medicamentos são caros e o
acesso a esses medicamentos não está disponível em todos os países11. Tendo em vista a
dificuldade em tratar a infecção pelo HIV, a prevenção da infecção é um objetivo-chave
para controlar a pandemia da AIDS, com organizações de promoção da saúde do sexo
seguro e programas de troca de seringas na tentativa de retardar a propagação do vírus4.
2.1 - DIAGNÓSTICO DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (HIV)
O diagnóstico da AIDS em uma pessoa infectada com o vírus HIV é baseado na
presença de certos sinais e sintomas. Desde 1981 muitas definições têm sido
desenvolvidas para a vigilância epidemiológica desse vírus; nos países em
desenvolvimento é usado o sistema de estadiamento da Organização Mundial da Saúde
(OMS) para infecção pelo HIV e para a doença, por meio de dados clínicos e de
laboratório. Nos países desenvolvidos é considerado o sistema de classificação do
Centers for Disease Control and Prevention (CDC).
A exatidão e a confiabilidade nas análises laboratoriais são essenciais para as
políticas públicas que objetivam a diminuição da incidência de patologias que carregam
2
uma característica de transmissibilidade que pode ser minimizada a partir do
conhecimento e do diagnóstico12.
Os testes para detecção do vírus HIV são, geralmente, realizados a partir de
amostra do sangue venoso; entretanto, muitos laboratórios utilizam testes de triagem
que detectam anticorpos anti-HIV (IgG e IgM) e do antígeno p24 do HIV. A detecção
de anticorpos anti-HIV ou antígeno em um paciente previamente conhecido como
negativo, é evidência de infecção pelo vírus. Indivíduos cuja primeira amostra indica
evidências de infecção pelo HIV terão uma repetição do teste em uma segunda amostra
de sangue para confirmar os resultados13.
A estratégia de implantar TR nos serviços do Serviço Único de Saúde tem um
papel fundamental que contribui com o controle por meio do diagnóstico precoce, tendo
em vista que são produtos que podem ser utilizados para além das bancadas de
laboratórios, apresentam sensibilidade e especificidade satisfatórias para o diagnóstico
confiável, e pode ser executado em condições mínimas de estrutura física14.
O diagnóstico da infecção pelo vírus HIV, geralmente, é realizado em
laboratórios por meio de testes sorológicos. No Brasil o diagnóstico desse vírus é
regulamentado por meio da Portaria nº 151, de 14 de outubro de 200915; sendo que para
o diagnóstico deve-se considerar também a fase da doença, dada sua grande capacidade
de manifestar-se de diferentes formas em cada pessoa. Na fase aguda, apresentam-se as
patologias virais. Na fase inicial da Aids propriamente dita, deve ser analisado o quadro
clínico do paciente e o órgão atingido, por exemplo, meningites bacterianas para
afecções do Sistema Nervoso Central ou pneumonias para doenças do trato
respiratório16.
O tempo necessário para que o teste para Aids detecte a presença do vírus HIV
no sangue é geralmente de quatro a doze semanas, depois da infecção, com período
médio de aproximadamente dois meses. A detecção do vírus durante o período de janela
imunológica é possível por meio da metodologia da Reação em Cadeia da Polimerase
(PCR) e as evidências sugerem que essa infecção pode ser detectada mais cedo do que
quando se utiliza outras metodologias. Os resultados positivos obtidos por PCR são
confirmados por testes convencionais com anticorpos. Testes de HIV utilizados
rotineiramente para a infecção em recém-nascidos e lactentes (pacientes com menos de
2 anos de idade), nascidos de mães HIV-positivas, não têm valor por causa da presença
de anticorpos maternos para o HIV no sangue da criança11.
3
2.1.1 – METODOLOGIAS
Teste Rápido para o diagnóstico do HIV
Teste para detectar anticorpos para os vírus da imunodeficiência humana, tipos 1
e 2 (HIV-1 e HIV-2), em amostras de sangue total venoso, após punção digital, em soro
ou plasma humano. O teste se baseia na tecnologia de imunocromatografia e utiliza
plataforma de duplo percurso. O seu uso é adequado em algoritmos de múltiplos testes
para suporte ao diagnóstico da infecção pelo HIV. Resultados reagentes são evidências
de exposição ao HIV-1 ou HIV- 2 e podem ser usados como suporte ao diagnóstico
clínico17.
O TR é indicado também para realização de diagnóstico do HIV, por
profissionais de saúde, de acordo com as disposições da Portaria nº 151, de 14 de
Outubro de 200921 que normatiza o algoritmo para o diagnóstico da infecção pelo HIV,
por meio da utilização exclusiva de TR16.
Os diagnóstico do HIV, por meio dos TR, está disponibilizado para segmentos
populacionais prioritários, como: gestantes, parturientes, pacientes com sintomas da
Aids, populações vulneráveis, populações flutuantes, moradores de rua, dentre outros16.
Foto do dispositivo dos testes com as reações/resultados:
Obs: não há necessidade de confirmação laboratorial caso o T1 e T2 tenham apresentado
resultado reagente, como dito a cima, os testes rápidos para HIV definem diagnóstico 22.
Referências
4
1 - World Health Organization (WHO). UNAIDS.
[Disponível
em
AIDS epidemic update. 2007.
http://data.unaids.org/pub/EPISlides/2007/2007_epiupdate_en.pdf);
[acessado em 7/2/2012].
2 - Kent A. Sepkowitz, M.D (2001). "Aids – The first 20 years". N. Engl. J. Med. 2001;
344 (23): 1764–72.
3 - Weiss RA.. How does HIV cause AIDS? Science; 1993; 260 (5112): 1273–9.
4 - Cecil, Russell. Textbook of Medicine. Filadélfia: [s.n.], 1988: 1523-1799 p.
5 – Estados Unidos da América. Center for Disease Control and Prevention (CDC).
Divisions of HIV/AIDS Prevention. HIV and Its Transmission. [Disponível em
http://www.cdc.gov/hiv/aboutDHAP.htm]; [Acessado em 3/2/2012, 15h52].
6 - San Francisco AIDS Foudation. How HIV is spread. 2006. (falta buscar a referência
completa)
8 - Kallings LO. "The first postmodern pandemic: 25 years of HIV/AIDS". J Intern Med.
2008; 263 (3): 218–43.
9 - Leynaert, B., Downs, A. M. and de Vincenzi, I. (1998). "Heterosexual transmission
of human immunodeficiency virus: variability of infectivity throughout the course of
infection. European Study Group on Heterosexual Transmission of HIV". Am. J.
Epidemiology; 148 (1): 88-96.
10 - Center for Disease Control and Prevention (CDC). Facts about AIDS & HIV.
[Disponível em http://www.cdc.gov/hiv/resources/factsheets/]; [acessado em 4/2/2012;
15h23].
11 - Center for Disease Control & Prevention (CDC). Revised Classification System for
HIV Infection and Expanded Surveillance Case. Definition for AIDS Among
Adolescents
and
Adults.
1993.
[Disponível
em
5
http://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/00018871.htm);
[acessado
em
7/9/2006].
12 - Weber B. (2006). "Screening of HIV infection: role of molecular and
immunological assays". Expert Rev. Molecular Diagnostic; 6 (3): 399–411.
13 - Baleta A. (2003). "S Africa's AIDS activists accuse government of murder".
Lancet; 361 (9363).
14
- Wikipedia. Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.
[Disponível em
http://pt.wikipedia.org/wiki/AIDS#Hist.C3.B3ria_e_origem]; [acessado em 3/2/2012,
13h10].
15 – Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 151, de 14 de Outubro de 2009.
[Disponível
em
http://www.aids.gov.br/sites/default/files/portaria151_2009.pdf];
[Acessado em 2/5/2012, as 10h54].
16 – Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Doenças Sexualmente
Transmissíveis. Capacitação na metodologia DTS (Dried Tube Specimens) para
Avaliação Externa da Qualidade - AEQ dos testes rápidos para HIV e sífilis.
[Disponível em http://www.aids.gov.br/pagina/cursos-de-capacitacao]; [Acessado em
30/4/2012, as 15h37].
17 – Brasil. Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz. Instituto de Tecnologia em
Imunobiológicos
-
Biomanguinhos.
TR
DPP®HIV
1/2.
[Disponível
em
http://www.bio.fiocruz.br/]; [Acessado em 2/5/2012, as 16h39]
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