Descobrindo o Sistema Solar

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Descobrindo o Sistema Solar
Denis E. Peixoto – NASE, Brasil
Introdução
Comumente, quando estudamos o Sistema Solar, nos deparamos com
questões interessantes, tais como: “quais os limites do nosso sistema
planetário?”, “quais são seus principais constituintes?”, “por que não viajamos
para outro corpo celeste senão a Lua?”, dentre outras. Alguns desses
questionamentos podem ser trabalhados de maneira relativamente simples
utilizando-se uma simples escala de distâncias onde transformamos um
número muito grande em algo mensurável aqui na Terra.
Quando trabalhamos com Astronomia devemos ter em mente que as distâncias
entre os corpos celestes são gigantescas e nem sempre podemos percorrê-las
num pequeno intervalo de tempo o que dificulta, por exemplo, nossa viagem
rotineira (com pessoas) para determinados locais no meio interplanetário, por
isso a preferência por máquinas (sondas, satélites, etc.) que não necessitam de
comida, bebida, etc. para sua manutenção.
Outro ponto importante é que ainda hoje somos levados a crer que o Sistema
Solar é composto por vários corpos celestes tais como o Sol, os planetas,
buracos negros, estrelas, poeira cósmica, dentre outros. Mas, será mesmo isso
uma verdade? Você já se perguntou o que compõe o Sistema Solar?
Muitas dessas concepções são apoiadas por imagens de alguns livros
didáticos mais antigos, assim como por imagens encontradas na internet e
também em alguns documentários televisivos que expõem concepções
artísticas como se fossem imagens reais (buracos negros, por exemplo).
A Figura 01 é um exemplo disso, podemos notar diversas estrelas no Sistema
Solar e anéis apenas em Saturno (o que não é verdade, pois todos os planetas
gasosos os possuem). Essas estrelas podem não necessariamente estarem aí
desenhadas demonstrando que o nosso sistema planetário possui diversas
outras estrelas além do Sol, porém um aluno pode facilmente ser levado a
pensar exatamente isso. Note também que não há nenhum asteroide
desenhado, sendo que entre as órbitas dos planetas Marte e Júpiter há um
grande cinturão de asteroides, onde encontramos o planeta anão Ceres. Além
da órbita de Netuno deveríamos observar outro cinturão, denominado cinturão
de Kuiper, juntamente à órbita do planeta anão Plutão e esse é um detalhe
extremamente importante, pois foi por esse motivo que Plutão foi reclassificado
em 2006 como planeta anão, por ter sua órbita ao redor do Sol juntamente ao
cinturão de Kuiper. Muito mais adiante deveria existir uma nuvem de
fragmentos chamada nuvem de Oort, de onde provém a maioria dos cometas
do Sistema Solar.
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Figura 1 – Representação do Sistema Solar com inúmeras estrelas.
Fonte: http://www.teckler.com
Para trabalharmos com essas concepções sugerimos a atividade 01. Essa
atividade sugere o envio de uma simples carta para um suposto ser
extraterreste que deseja nos visitar. A ideia é que com isso consigamos dar
uma boa noção da nossa vizinhança cósmica para nossos alunos.
Atividade 01 – Conhecendo nossa vizinhança cósmica
Comece pedindo para que eles escrevam o endereço da escola no envelope
do convite, porém lembre-os que apenas a cidade, a rua e número do edifício
não adiantam, afinal de contas nosso “amigo” poderá vir de outra galáxia e
ficaria extremamente difícil distinguir a Via Láctea das outras mais de 120
bilhões de galáxias já observadas.
Após a confecção do envelope faça o seguinte questionamento:
“Quais são os constituintes do Sistema Solar?”
Anote todas, ou boa parte, das respostas dadas e tente explicar cada um dos
corpos celestes sugeridos. É bem provável que respostas como Buracos
negros, galáxias, estrelas e até mesmo buracos brancos apareçam. Ao final
demonstre o seguinte “significado” de Sistema Solar para os alunos:
Conjunto formado pelo Sol e seus planetas, satélites, asteroides, cometas e
poeira cósmica. (MOURÃO, 1995)
Agora, estamos preparados para trabalhar um pouco mais com as distâncias
entre os principais corpos celestes do Sistema Solar.
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Atividade 02 – Mensurando o Sistema Solar
Do que precisaremos?



1 trena de 50 metros;
8 alunos ou 8 placas (fichas) para representar os planetas;
2 alunos para fazer as medições.
Procedimentos
Entregue a seguinte tabela para os alunos, ou peça para que eles façam a
conversão das distâncias reais dos planetas ao Sol (um bom momento para o
trabalho em conjunto com um professor de matemática). Lembre-se que nessa
escala uma unidade astronômica (UA), ou seja, 150 milhões de quilômetros
(aproximadamente) aqui equivalem a 1 metro.
Tabela 1 - Distâncias dos planetas ao Sol e escala a ser utilizada.
MERCÚRIO
VÊNUS
TERRA
MARTE
JÚPITER
SATURNO
URANO
NETUNO
DISTÂNCIA DO SOL
(UA)
DISTÂNCIA DO SOL
(KM)
ESCALA (M)
0,39
0,72
1
1,52
5,2
9,54
19,2
30
58500000
108000000
150000000
228000000
780000000
1431000000
2880000000
4500000000
0,39
0,33
1
0,52
3,68
4,34
9,66
10,8
TOTAL
40,22
Dessa etapa em diante serão os alunos que deverão realizar as medidas e
disponibilizar corretamente os “planetas” em seus devidos locais (Figura 01).
Figura 01 – Alunos realizando as medições.
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É muito importante notar que na Tabela 1 a medida (ESCALA) é feita de um
corpo celeste a outro, por exemplo:
A primeira medição deve ser feita fixando-se o Sol e posicionando o planeta
Mercúrio a 40 cm, aproximadamente, da nossa estrela. A segunda medição é
feita a partir de Mercúrio até o planeta Vênus (fixando-se Vênus a 33 cm de
Mercúrio), e assim por diante. De início você perceberá que os planetas
rochosos ficarão bem próximos uns aos outros (Figura 03), porém os planetas
gasosos estarão bem mais distantes nas medições (Figura 04).
Sol
Mercúrio
Vênus
Terra
Marte
Figura 03 – Disposição dos planetas rochosos e o Sol.
Nessa escala nosso planeta possui apenas 0,08 mm de diâmetro e a maior
distância percorrida por nós, seres humanos, é de apenas 2,56 mm o que
equivale a 400 mil quilômetros, que é distância aproximada da Terra à Lua.
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Netuno
Júpiter
Saturno
Urano
Figura 04 – Disposição dos planetas gasosos.
Ao final, comente sobre algumas características e curiosidades de cada
planeta, tais como a quantidade de luas (satélites naturais) de cada um,
composição da atmosfera e possibilidade do abrigo e manutenção da vida, etc.
Demostre através de vídeos a posição de nosso sistema planetário em nossa
galáxia para que os alunos tenham em mente que nosso universo é algo muito
vasto e dinâmico e que somos apenas uma pequena fração dele.
Peça para que eles olhem novamente a carta que confeccionaram na Atividade
01 e tentem reescrever o endereço cósmico para nosso suposto amigo
visitante.
Sugestão
de
vídeo:
IMAX
Cosmic
http://www.youtube.com/watch?v=k-xcc2vGE7s
Voyage,
disponível
Onde encontrar informações sobre os planetas:
http://solarsystem.nasa.gov/planets/
BIBLIOGRAFIA
 LEVY, D. H. The Nature Company Guides Skywatching. Time-Life
Books, 1994.
 MOURÃO, R. R. F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e
Astronáutica. 2ª ed. Rio de Janeiro, 1995.
 http://www.teckler.com
acessado em 01 de janeiro de 2014.
em
NETWORK FOR ASTRONOMY SCHOOL EDUCATION
 www.nasa.gov acessado em 04 de janeiro de 2014.
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