XIV Encontro Brasileiro de Patologistas de Organismos Aquáticos (XIV ENBRAPOA) - 2016 - Florianópolis/SC PO074 - MORFOMETRIA DO ESTÔMAGO E INTESTINO DE Pygocentrus nattereri (CHARACIFORMES: CHARACIDAE) PROVENIENTES DO RIO MIRANDA, MATO GROSSO DO SUL Karine N. N. Farias1; Carlos E. S. Fernandes²; Robson A. Rodrigues³; André L. N. Silva4 & Vivian A. Nakamura5 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS, Campo Grande, MS. [email protected]; [email protected]; 3 [email protected]; [email protected]; 5 [email protected] 1,2,3,4,5 1 A piranha (Pygocentrus nattereri (Kner, 1858) - Characiformes: Characidae) é um peixe de hábito alimentar carnívoro, porém possuem uma ampla flexibilidade no seu hábito alimentar comumente encontrada em várias regiões do Brasil. Embora seja uma espécie de ampla distribuição com estrutura trófica bem definida nas regiões onde habita, há poucos estudos sobre a histologia funcional do aparelho digestivo, especialmente sobre a densidade de células importantes relacionadas à função endócrina e de defesa. Este ensaio teve como objetivo avaliar e comparar características morfométricas do estômago e intestino anterior de piranhas proveniente do Pantanal. Espécimes (n=5) foram capturas na Base de Estudos do Pantanal (BEP da UFMS, lat.19º34'37"S; long. 57º00'42"W), no Rio Miranda, MS. Após eutanásia, os peixes foram pesados, medidos, sendo que o estomago e o intestino anterior foram medidos e fixados para análise histológica. Secções histológicas coradas em H&E e Tricrômico de Masson, foram capturadas digitalmente (n=5) para estimativa da altura das vilosidades (V), espessura das camadas mucosa (M), lâmina própria (LP), submucosa (SM), muscular (Mu) e serosa (S). Adicionalmente, estimou-se a densidade das células mucoides (CMu), epiteliais (Ep), granulócitos (Gn) e agranulócitos (AGr) por mm 2. O sexo não foi considerado nas análises. O peso variou de 183,3 a 736,5 g e o comprimento total de 18,5 a 30,0 cm. O peso do estômago variou de 2,9 a 8,1g e o intestino de 2,4 a 8,7 g. O comprimento do aparelho digestivo variou de 27,5 a 42,0 cm. No estômago, V, M, LP, SM, Mu e S mediram, 1.421,0 ±347,0 µm, 4,7 ±1,8 µm, 264,0 ±115,0 µm, 628,1 ±320,5 µm, 422,0 ±241,0 µm e 215,3 ±178,0 µm, respectivamente. A densidade média dos enterócitos foi de 48.021,0 ±21.357,0 mm², das células mucoides de 4.040,0 ±3.500,0 mm², dos granulócitos de 11.389,0 ±9.137,0 mm² e dos agranulócitos de 34.798,0 ±16.236,0 mm². No intestino, obteve-se os seguintes valores médios: V (134,6 ±58,16 µm), M (4,22 ±2,27 µm), LP (4,28 ±2,17 µm), SM (19,69 ±8,68 µm), Mu (18,78 ±6,80 µm) e S (17,86 ±9,10 µm). Enterócitos, células mucoides, granulócitos e agranulócitos apresentaram 85.527,0 ±40.051,0 mm², 4.021,0 ±2.631,0 mm², 9.622,0 ±4.918,0 mm² e 81.204,0 ±36.323 mm² de média, respectivamente. Embora este ensaio tenha considerado um pequeno número de espécimes, os resultados obtidos são promissores para futuros estudos considerando o habitat e as diversas condições de higidez da população de piranhas no rio Miranda. Os métodos utilizados podem ser úteis para novas abordagens sobre a fauna parasitária e o habito alimentar dessa espécie. Área: Patologia 083