história e teoria da arquitetura e do urbanismo i - SOL

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TEORIA, HISTÓRIA E CRÍTICA
DA ARQUITETURA E DO
URBANISMO II – TH 2
Profª. Ana Paula Zimmermann
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Escola de Artes e Arquitetura
Curso de Arquitetura e Urbanismo
FORMAÇÃO DO
IMPÉRIO ISLÂMICO
ANTECEDENTES HISTÓRICOS – POVO ÁRABE

Os beduínos eram nômades e levavam uma vida
difícil no deserto, utilizando como meio de
sobrevivência o camelo, animal do qual retiravam
seu alimento (leite e carne) e vestimentas (feitas
com o pêlo). Com suas caravanas, praticavam o
comércio de vários produtos pelas cidades da
região.
Assim desenvolviam um ativo comércio feito através
de caravanas que seguiam em direções variadas.
 Os árabes de origem semita viviam em tribos
independentes, governados pelo xeque (líder político) e
pelo emir (chefe militar).


A religião primitiva
era politeísta. Na
cidade de Meca,
havia a Caaba onde
os ídolos eram
reverenciados
juntamente com a
“pedra negra”.
Ilustração – 1890
Os paises do mundo

Pedra Negra –
pedra sagrada,
dada aos
homens pelos
anjos. Abraão a
teria recebido do
Arcanjo Gabriel,
branca e pura, e
os pecados
humanos a
deixaram preta.
Está incrustada
numa das
laterais da
Caaba.

Caaba é a Casa Sagrada,
construção cubica localizada no
centro da principal mesquita de
Meca. Originalmente uma
construção pagã, foi poupada
por Alá quando Maomé
repudiou os deuses pagãos.
ANTECEDENTES HISTÓRICOS
CIVILIZAÇÃO ISLÂMICA
• Surge a partir da religião
islâmica, criada e pregada pelo
profeta Maomé.
• O islamismo acredita em um
Deus único, chamado de Alá.
• Essa religião foi fundamental
para a unificação dos povos
árabes, abrindo assim espaço
para a formação de um
império.

Mapa da expansão Árabe, com os limites políticos
atuais.

Maomé – 632 / Califado ortodoxo – 661 / Califado
Omiada - 750
CONCEITOS IMPORTANTES
• ÁRABE: pessoa que nasce ou vive
na península arábica.
• MULÇUMANO: seguidor ou fiel da
religião islâmica.
*Portanto árabe e mulçumano
não são sinônimos.
Um fiel marroquino em oração
• ISLÃ: significa “submeter-se à
vontade de Deus”. Para o islã, o
homem deve entregar-se a Deus e
submeter-se à Sua vontade em
todas as áreas da vida.
SOBRE O ISLAMISMO
Religião monoteísta que prega a submissão total do
homem à vontade de Alá;
 O livro sagrado dessa religião e que contém as
revelações a Maomé é o Alcorão;
 Além de orientações puramente religiosas, o alcorão
também tem instruções que contribuem para a
ordem social e o interesse dos grandes
comerciantes.


O Corão ou Alcorão é o livro sagrado do Islã. Escrito
pelos seguidores de Maomé e sob a supervisão do
profeta, a obra trata de preceitos religiosos, políticos
e morais.
BASES DO ISLAMISMO
BASES DO ISLAMISMO
Esmola
A prática da esmola
é chamada de
“Zacat”, palavra que
significa purificar.
 A esmola purifica e
demonstra a
responsabilidade
social do crente, sua
vontade de contribuir
para a manutenção
da comunidade.

BASES DO ISLAMISMO
Jejum
O muçulmano deve guardar o
nono mês lunar, o Ramadã, como
um período de jejum, no qual se
abstem de comer, beber, fumar e
manter relações sexuais durante
as horas de luz diurna.
 O jejum tem a intenção de
submeter o corpo ao espírito e
fortificar a vontade através da
disciplina. O jejum leva o homem
a chegar mais perto de Deus.

BASES DO ISLAMISMO
Peregrinação
A peregrinação a Meca é um dos deveres do fiel.
 Todos os muçulmanos devem ir, pelo menos uma vez na
vida, para essa cidade.
 Antes de entrar em Meca, o peregrino abandona seus
trajes habituais e cobre-se com panos brancos.
 Os peregrinos dão
sete voltas ao redor do
santuário da grande
mesquita de Meca,
além de cumprir
outros rituais.

Em 570, Maomé nasce em Meca, na Arábia (Hoje
Arábia Saudita). Guia de caravanas, depois mercador
em Meca, tornou seu objetivo restaurar a religião de
Abraão e a crença em um Deus e na vida futura.
 Em 610, ouve pela primeira vez o anjo Gabriel, que
lhe indica recitar o nome de Alah (Corão é recitação).

Gravura Otomana
retratando o momento
da revelação pelo anjo
Gabriel do Alcorão para
o profeta Maomé.

Inicialmente, liderava um pequeno grupo, mas à
medida que aumentava sua influência, começou a ser
perseguido (os ricos o tratavam com escárnio, pois
recitava a Torá e o Novo Testamento) e foi obrigado a
fugir para Medina (cidade do profeta). Esta fuga, em
622, é conhecida como Hégira e marca o início do
islamismo.
Tapete persa,
século XVII
Victoria and Albert
Museum, Londres.

Em seu retorno a Meca (628), houve
desconfiança dos judeus, por
diferenças entre o Corão e a Torá, e
cristãos, pois se considerava o
enviado de Alah, e Jesus um
precursor, mas não o filho de Deus;

Destrói símbolos romanos e
judaicos, mas preserva a Caaba, que
evoca a Abraão e Ismael, seu filho,
pais dos povos árabes e judeus;

Em 632, com sua morte, o poder foi
transferido
para
os
califas
(sucessores).
O QUE É O RAMADÃ

Corresponde ao período em que, no ano de 622,
Maomé recebeu a revelação de Alá, por meio das
mensagens do anjo Gabriel. Como logo em seguida
passou a pregar o monoteísmo e a condenar a
idolatria, precisou fugir de Meca, por causa da
perseguição dos coraixitas (tribo que controlava o
comércio e lucrava com o
politeísmo). Esse fato, que
ficou conhecido como hégira
foi o marco de fundação do
islamismo e do calendário
islâmico.
O islamismo une um povo nômade que reúne
mercadores do deserto e dos mares da península
arábica e do Mediterrâneo;
 Um povo em constante conflito com os impérios que
por lá passaram ou permaneceram (persas, gregos,
romanos, bizantinos).
 Em seu entorno, duas grandes
religiões monoteístas, demonstram
a força da unidade para enfrentar
os grandes inimigos, que provocam
a miséria e a escravidão.
 A mensagem do Corão, de
submissão (Islã) a Alah os une
e fortalece

IMPÉRIO ISLÂMICO

Sob ao recursos de Maomé, os árabes mulçumanos
expandiram sua civilização e comércio por toda
península arábica, norte da África e mais tarde após a
morte de Maomé chega até a Península Ibérica na
Europa.

No ano de 622, o profeta Maomé se exilou (hégira) na
cidade de Yatrib que, desde então, se conhece como
Medina (Madinat al-Nabi, cidade do profeta). De lá, sob
a orientação dos califas, sucessores do profeta,
começou a rápida expansão do Islã . De origem
nômade, os muçulmanos demoraram certo tempo para
estabelecer-se definitivamente e assentar as bases de
uma estética própria com a qual se identificassem.



Em 632, com sua morte, o poder foi transferido para os
califas (sucessores). Os primeiros califas eram nomeados e
eleitos em Medina. Mas logo iniciou-se uma luta entre duas
facções: os Shiitas (partido de Ali, genro de Maomé), que
achavam que Ali e seus descendentes eram os únicos
Califas de Direito; e os Sunitas (de Sunna, senda, prática
tradicional de Maomé), que achavam que todo membro da
tribo poderia ser nomeado califa. A família Ommayyah vence
essa disputa e forma a primeira dinastia omíada (661-750).
Os omíadas mudam a capital de Medina para Damasco
(Síria), onde têm contato com a cultura clássica tardia das
províncias romanas.
Em pouco mais de um século, os árabes constroem um
império que vai do norte da África e a Espanha, até a Índia,
aproveitando-se do enfraquecimento das antigas colônias
romanas.
Império Islâmico na época de Maomé
PRIMEIRAS CONQUISTAS ÁRABES
Expansão
Omídia
Dinastia Omíada – com a morte de Ali, subiu ao poder o
governador da Síria, Moaviá Omíada. Conquistaram o norte
da África e o reino visigótico, na Espanha, iniciando a
conquista de toda a península Ibérica.
Expansão Abácida: Oriente Médio, Europa e África do Norte
Os Abássidas – a capital foi transferida para Bagdá, na Mesopotâmia. O Império
Árabe chega ao esplendor máximo com o califa Harum-Al-Raschid. As conquistas
árabes atingiram praticamente toda a bacia do Mediterrâneo. O império se dividiu
em 3 califados independentes: Bagdá (Mesopotâmia), Cairo (Egito) e Córdoba
(Espanha)
EXPANSÃO DO IMPÉRIO ISLÂMICO
A Conquista Muçulmana
da Península Ibérica
ocorreu com a vitória sobre
o rei visigodo Rodrigo, a
qual determinou o fim do
Reino Visigótico de Toledo.
Os muçulmanos se
estabeleceram então na
península e,
progressivamente, foram
ampliando suas conquistas
territoriais. Em
consequência do domínio
territorial e militar, veio
também a influência
cultural.
EXPANSÃO DO IMPÉRIO ISLÂMICO
Al-Andalus: foi o nome
dado à península Ibérica pelos
seus conquistadores islâmicos
do século VIII, tendo o nome sido utilizado para
se referir à península independente do território
politicamente controlado pelas forças islâmicas.
EXPANSÃO DO IMPÉRIO ISLÂMICO
De início integrado na província norte-africana do
império omíada, o al-Andalus seria um emirado (756–
929) e posteriormente um califado (929–1031). Com
a dissolução do califado (1031), o território pulverizouse em vários reinos Taifa.
 O Reino das Astúrias foi a primeira região
da Península Ibérica que se libertou do domínio
dos Mouros quando da invasão por estes da
Península Ibérica.

As principais influências da cultura islâmica são a
influência árabe, persa, turca e o estilo paleocristão
bizantino.
 Os árabes eram povos nômades do deserto, de vida
muito simples, cujos abrigos eram tendas. Por isto
mesmo, não havia uma arquitetura árabe, as principais
peças de arte eram utilitárias e de fácil transporte:
vasos, jarras, tapetes, etc.

O islamismo seguia a tradição
judaica que não permitia a
representação da imagem de
Deus. Os temas da pintura e
da tapeçaria eram
normalmente naturalistas ou
geométricos.
 A experiência religiosa do
infinito e da inutilidade da vida
terrena participa de toda a
arte muçulmana.
 A continuação infinta de um
tema abstrato, semi-abstrato
ou parcialmente figurativo é a
expressão profunda da crença
na eternidade e o desprezo
pela existência terrena.

A EXPANSÃO DA CULTURA ÁRABE

A caligrafia teve um papel
dominante na arte islâmica e
se integrou a toda sorte de
projetos decorativos. São dois
os principais caracteres da
caligrafia: O cúfico, angular; e
o nashki, cursivo.

Cúficosimples (790 d.C.);
Cúficofolheado (952 d.C.);
Cúficofloreado (848 d.C.);
Nashki(1285 d.C); .
Thuluth(1348 d.C.);
Nastalik(1543 d.C).

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
A EXPANSÃO DA CULTURA ÁRABE
Esta pequena mesquita urbana
tem um pórtico de três arcos em
ferradura. Acima dos arcos há
inscrições cúficas encimadas por
uma cornija com mísulas.
Tunísia: Kairouan (Mesquita das Três
Portas -866 d.C)
O URBANISMO ISLÂMICO
O modelo de cidade implantado pelos muçulmanos na
Península Ibérica representa o traçado característico
desenvolvido por esse povo ao longo do tempo, baseado
principalmente em sua orientação religiosa, associada a
conhecimentos adquiridos no contato com civilizações de
organização cultural estabelecida e que foram dominados e
incorporados ao Império Islâmico.
Pelo fato de não possuírem uma cultura própria e por não
haverem ainda desenvolvido uma tradição urbana, não
tinham como apresentar alternativas concretas, fazendo
assim do processo construtivo das cidades uma forma de
assimilação cultural, que vai ser a grande marca da
produção islâmica durante o seu desenvolvimento e
expansão.
O URBANISMO ISLÂMICO
A simplicidade do modo
de vida prescrito no
Alcorão
produz
uma
redução nas relações
sociais. Por isso, as
cidades
helenísticas
conquistadas
perdem
complexidade: não há
foros, basílicas, teatros,
anfiteatros
estádios,
ginásio; apenas casas e
dois tipos de edifícios
públicos:
banhos
e
mesquitas.
Argélia: Gardaia(1035 d.C)
O URBANISMO ISLÂMICO
As cidades desenvolvidas pelos árabes ao longo do tempo
apresentam-se de forma bem mais simplificada do que
aquelas edificadas sob influência das culturas helenística e
romana no mesmo período.
Ao incorporarem uma nova região ao seu império, os
muçulmanos utilizavam uma política de tolerância,
respeitando os usos, os costumes, a cultura, as línguas
regionais, os métodos administrativos e até mesmo a
estrutura religiosa, de onde tiravam o conhecimento
necessário à sua própria organização. Somente em um
segundo momento preocupavam-se em transmitir seus
conhecimentos, tanto de idioma como religiosos, que
passaram a ser a grande característica unificadora do
império.
O URBANISMO ISLÂMICO
O URBANISMO ISLÂMICO
A cidade islâmica subdivide-se em vários modelos,
dependendo da região de influência onde se estabelece.
Os principais modelos seriam o árabe-aramaico, no qual
prevalecem as influências originárias da Arábia, do Egito e
da Ásia Menor,
o pérsico-índico, desenvolvido a partir das influências
originárias da Pérsia e da Índia muçulmana,
o modelo turco-mongol com influências da Turquia, do
Turquestão e da Ásia Central,
e finalmente o modelo hamita, que é o tipo de cidade
encontrado no norte da África e na Península Ibérica.
ARQUITETURA ISLÂMICA
A arquitetura islâmica absorveu traços estilísticos dos povos
conquistados, que no entanto souberam adaptar muito bem
ao seu modo de pensar e sentir, transformando-os em seus
próprios sinais de identidade. Foi assim que as cúpulas
bizantinas coroaram suas mesquitas, e os esplêndidos
tapetes persas, combinados com os coloridos mosaicos, as
decoraram. Aparentemente sensual, a arte islâmica foi na
realidade, desde seu início, conceitual e religiosa, sendo
sua beleza quase mágica.
A casa de Maomé em Medina: constituía uma planta
quadrangular, com um pátio voltado para o sul e duas
galerias com teto de palha e colunas de tronco de palmeira.
Era local de reuniões para oração, centro político, hospital e
refúgio para os mais pobres. Essas funções foram herdadas
por mesquitas e alguns edifícios públicos.
ARQUITETURA ISLÂMICA
ARQUITETURA ISLÂMICA
As residências dos emires constituíram uma arquitetura
de segunda classe em relação às mesquitas.
Pátio interno
de uma
mansão
- Cairo, Egito
Vista do Alhambra, Granada
ARQUITETURA ISLÂMICA
Outra das construções mais originais e representativas do
Islã foi o minarete, uma espécie de torre cilíndrica ou
octogonal situada no exterior da mesquita a uma altura
significativa,
para
que
a
voz
do almuadem ou muezim pudesse chegar até todos os fiéis,
convidando-os à oração.
A Giralda
Sevilha
Miranete da Grande
Mesquita
de Samara - Iraque
Marinete
Kurubiyya
Marrekech
Marinete de Kalian
Buyara, Rússia
ARQUITETURA ISLÂMICA
Outras construções representativas foram os mausoléus ou
monumentos funerários, semelhantes às mesquitas na
forma e destinados a santos e mártires.
Mausoléu de Barquq - Arte
muçulmana
Cairo, Egito
Mausoléu de Timur ou Gur-i Mir
Samarcanda, Rússia
ARQUITETURA ISLÂMICA
A arquitetura da casa é bem especial. A porta de entrada
de cada casa dá da rua, para um pátio, do qual no centro
geralmente se encontra um grande tanque de água corrente.
LEGADOS DA CULTURA ISLÂMICA
• Primeiros a utilizar recursos como cheques, e letras de
câmbio.
• Desenvolveram as ciências e o brilho dasartes (arabescos,
pinturas etc.);
• Aperfeiçoaram o algarismo arábico que nós usamos (1,2,3...)
• Criaram contos famosos como “As mil e uma noites”.
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