Aula 05 - Roma Antiga

Propaganda
PRÉ VESTIBULAR SOCIAL
PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA GLÓRIA
Professor: Leandro B. dos Santos
Disciplina: História Geral
Aula 04: História Antiga Ocidental – Roma Antiga
1 - As origens de Roma
Originalmente, a península Itálica era ocupada por povos autóctones. Por volta do
segundo milênio a. C., povos indo-europeus vindos da Ásia central instalaram-se em diversos
pontos da península. Conhecidos nessa região como italiotas, eles se dividiam em sete tribos:
sabinos, úmbrios, équos, oscos, volscos, samnitas e latinos. A partir de do primeiro milênio a.
C., os etruscos se fixaram na margem direita do rio Tibre.
Por essa época os latinos fundaram uma aldeia no monte Palatino, uma das sete colinas
da região do Lácio. Por volta do século VII a. C. existiam várias vilas latinas independentes uma
das outras na região do Lácio; elas abrigavam cerca de 80 mil pessoas, entre agricultores,
escravos, comerciantes e artesãos. Provavelmente nessa época os etruscos invadiram o Lácio e,
impondo seus costumes, unificaram todos os vilarejos em torno de uma única grande cidade:
Roma.
2 – A sociedade Romana
Com a chegada dos etruscos, Roma deixou de ser um povoado de pastores, agricultores
e comerciantes e se transformou em uma cidade fortificada com sólidas relações comerciais
com outras regiões. Vários aspectos da religião etrusca foram incorporados. Houve também uma
gradual adaptação dos alfabetos etrusco e grego, originando o alfabeto latino.
Por essa época a sociedade romana era composta majoritariamente por indivíduos livres
– divididos entre patrícios, plebeus e clientes – e uma parcela menor de escravos. Os patrícios
compunham o grupo detentor de maior poder. Era formado por grandes proprietários de terras
que acreditavam descender de Rômulo, fundador mitológico de Roma.
Os plebeus eram um grupo composto por comerciantes, artesãos e pequenos
proprietários. Não podiam se casar com patrícios, nem ocupar cargos públicos ou religiosos. Em
contrapartida, tinham deveres públicos como o de integrar as fileiras do exército.
Os clientes, por sua vez, eram em geral ex-escravos ou filhos de escravos nascidos
livres. Mantinham com os patrícios uma relação de completa dependência: recebiam deles
proteção e terras para cultivar; em troca, deviam-lhes respeito e devotamento pessoal – como ir
cumprimentá-los pelas manhãs – e eram obrigados a substituí-los nas guerras.
Já os escravos eram pessoas capturadas em guerras ou plebeus que não tinham como
quitar suas dívidas. Usados nos trabalhos mais pesados, seus donos tinham poder de vida e
morte sobre eles.
3 – A monarquia romana
Após ter sido unificada, Roma passou a ser governada por um rex – rei – pertencente ao
grupo dos patrícios. Seus poderes eram quase absolutos: governava a cidade, comandava o
exército, exercia funções de juiz e conduzia as cerimônias religiosas. Para auxiliá-lo, havia um
Conselho de Anciãos, também chamado Senado, composto apenas por patrícios.
Havia também a Comitia Curiata, assembléia formada por representantes de todas as
famílias livres de Roma. Como a monarquia não era hereditária, quando um rei morria cabia aos
senadores escolher um substituto. A Comitia Curiata aprovava ou rejeitava a indicação.
Em 509 a. C., durante o governo do rei etrusco Tarquínio II, os patrícios se sublevaram
e, com o apoio da plebe, expulsaram os etruscos do Lácio. Ao mesmo tempo, a monarquia foi
extinta e substituída por um sistema de governo conhecida como República – res publica em
latim, que significa coisa pública –, que se caracteriza pela escolha dos governantes para um
mandato de tempo limitado.
4 – A república e sua estrutura
A República criada pelos romanos apoiava-se em uma complexa estrutura políticoadministrativa formada por três grandes áreas: a Magistratura; o Senado; e as Assembléias.
Os magistrados exerciam o poder executivo. Os mais importantes entre eles eram os
cônsules, eleitos anualmente em número de dois para cuidar das principais questões
administrativas e do comando do exército. Em casos de emergência, podiam indicar um ditador,
que governava por seis meses, com poderes irrestritos. Havia ainda o censor, encarregado de
realizar o censo, e os edis, que cuidavam da segurança.
O Senado concentrava a maior parte do poder do Estado. Seus membros eram vitalícios,
faziam as leis e tomavam as decisões políticas mais importantes.
Havia diferentes assembléias sendo as mais importantes a Tribal, que elegia alguns
magistrados, e a Centurial, que elegia os cônsules e decidia sobre a guerra e a paz.
Essa estrutura política levou Roma a um lento e contínuo processo de expansão
amparado por uma poderosa força militar. Assim, por sucessivas guerras, a república romana
dominou todo o território dos etruscos, ao norte, e a Magna Grécia, ao sul. Conquistada a
península, Roma deu início à sua expansão externa.
5 – A ascensão da plebe
A expansão territorial romana significou para os patrícios o aumento de suas riquezas e
privilégios, em contrapartida, os plebeus ficaram sujeitos ao aumento das desigualdades sociais.
Esse processo desencadeou em uma série de revoltas que levaram a plebe a ascender o seu
poder.
Insatisfeitos, plebeus se recusaram a participar de campanhas militares e passaram a
exigir em assembléias diversas alterações na política e na sociedade romana, como a criação de
cargos de magistrados encarregados de defender seus interesses. Sob pressão dos
acontecimentos, os patrícios concordaram em criar o Tribunato da Plebe (493 a. C.). Também
conquistaram o fim da escravidão por dívidas, o direito ao casamento com patrícios e a
elaboração de um código de leis. No século IV a. C. obtiveram acesso às magistraturas, o
ingresso de representantes no Senado e nos colégios sacerdotais e a transformação em lei dos
plebiscitos aprovados em suas assembléias.
6 – A helenização de Roma
Com a expansão territorial de Roma, os romanos entraram em contato com outras
culturas e não só deixaram sua influência sobre eles como também receberam muito de suas
culturas. Um dos principais povos de quem os gregos absorveram importantes aspectos culturais
foram os gregos.
Artes, esculturas, pinturas, costumes, literatura, filosofia e outros traços culturais gregos
aos poucos foram sendo introduzidos no cotidiano romano. A religião romana foi enriquecida
com práticas e deuses oriundos da Grécia, enquanto o latim incorporou palavras gregas.
7 – As Guerras Púnicas
As Guerras Púnicas foram uma séria de três conflitos entre Roma e Cartago (cidade
africana fundada pelos Fenícios) pela disputa da hegemonia marítimo-comercial da região.
A Primeira Guerra Púnica (264 – 241 a. C.) se deu pela disputa Sicília. Derrotados, os
cartagineses tiveram que ceder a Roma o controle da Sicília, ao sul da península Itálica. A partir
desse momento, Roma inicia uma nova fase de expansão territorial anexando em 238 a. C. as
ilhas de Sardenha e de Córsega.
A Segunda Guerra Púnica (218 – 202 a. C.) aconteceu devido aos ressentimentos da
derrota de Cartago na Primeira Guerra Púnica. Sob o comando do general Aníbal, os
cartagineses invadiram o norte da península itálica em 218 a. C. Depois de alguns anos os
combatentes romanos conseguiram expulsar os inimigos da península Itálica e Ibérica e
desembarcaram no norte da África, onde o general Cipião obteve vitória sobre Aníbal.
A terceira Guerra Púnica (149 – 146 a. C) serviu para Roma consolidar de vez seu
domínio sobre a região. Temendo uma nova ascensão de Cartago, o senado romano autorizou o
envio de tropas para o norte da África, dando início a guerra. Cartago passou dois anos sitiada
até que, em 146 a. C., foi completamente dominada e transformada em província romana.
8 – Crise da República
A crise da República romana ocorreu entre os séculos II e I a. C. Suas principais causas
foram a expansão territorial romana e o enriquecimento dos plebeus. Com a expansão territorial,
Roma se transforma em uma cidade rica marcada por intensas atividades comerciais. Essas
atividades levaram ao enriquecimento dos plebeus que conseguiram fazer com que membros de
suas famílias ocupassem cargos nas magistraturas antes ocupados apenas por patrícios. Com o
passar dos tempos os plebeus começam a constituir um novo grupo social denominado de
nobreza. Esta era composta pelos plebeus ricos que conseguiram poder e passaram a exercer
forte influência sobre a sociedade. Em contra partida os patrícios perdem poder por serem
numerosamente menores e possuírem um grupo mais fechado. Para conseguir votos das
camadas mais baixas da sociedade esses nobres distribuíam esmolas e organizavam festas e
espetáculos que atraíssem um grande número de pobres. Nesse momento nasce a famosa
política do Pão e Circo e aparece a figura dos gladiadores lutando até a morte no coliseu como
forma de entretenimento para o público.
Outro grupo surgido durante a República foi o dos cavaleiros (ou classe eqüestre). Era
composto por indivíduos ricos que se dedicavam ao grande comércio e a atividades públicas
rentáveis, como a cobrança de impostos e a coordenação de grandes obras governamentais.
As desigualdades sociais se acentuaram nesse período e enquanto surgiam nobres e
cavaleiros cada vez mais ricos a maior parte da população permanecia na pobreza. Os
camponeses ao voltarem das guerras também não se adaptavam mais a vida no campo e
migravam para as cidades. Esses camponeses se juntam aos trabalhadores urbanos que haviam
perdido seus empregos para uma mão de obra mais barata composta por escravos e estrangeiros.
Problemas como a falta de moradia, desemprego, saneamento básico e alimentação, típicos
desse cenário de desigualdades começam a aparecer. Tamanha desigualdade começou a gerar
descontentamentos que abalaram a república e segundo alguns defensores somente mudanças na
sociedade poderiam acabar com a crise. Os dois maiores defensores dessa ideia foram os irmãos
Tibério e Caio Graco.
Tibério Graco, eleito Tribuno da Plebe em 133 a. C., lutava por uma reforma agrária que
pusesse fim ao êxodo rural e estabelecesse limites à propriedade da terra. Foi assassinado pelos
senadores – donos do maior latifúndio romano – que se revoltaram com a ideia. Seu irmão Caio
Graco, eleito Tribuno da Plebe em 124 a. C., retomou suas ideias e baseando-se na democracia
grega propôs que as principais decisões da República fossem transferidas do Senado para uma
assembléia popular. Em 121 a. C., senadores mobilizam suas forças contra Caio Graco e o
cercam juntamente com seus partidários fora de Roma. Sem saída Caio pede para que um
escravo o mate e 3 mil partidários que o apoiavam são mortos. Essa disputa acabou gerando
uma guerra civil que se estendeu por 10 anos.
Como tentativa de amenizar os fatos ocorridos o senado promove campanhas militares
no exterior. Graças às vitórias o prestígio dos militares cresce. Em 82 a. C. o General Lucio
Cornélio Sila assumiu o governo e foi nomeado pelos senadores ditador perpétuo. Um fato
inédito para a República romana, pois segundo suas leis o Senado só poderia convocar um
ditador em casos de perigo para a sociedade e por um prazo de seis meses.
Com a ascensão de generais ao poder outros militares se sentiram atiçados pelo desejo
de governar trazendo um período marcado pelo governo de Generais: Sila, Pompeu, Júlio César
e Marco Licínio Crasso.
Em 70 a. C. Crasso e Pompeu se elegeram cônsules. Mais tarde Júlio César também
conquistou o cargo. Em 60 a. C os três assumiram o controle de Roma com apoio do exército. A
aliança ficou conhecida como Primeiro Triunvirato (governo de três varões).
Em 46 a. C. Júlio César é recebe o título de ditador vitalício. Nessa condição inicia uma
nova fase da política romana: a da personificação do poder. Assumiu para si vários cargos e
funções sem ter nenhum comprometimento com outras classes e instituições. Distribuiu terras,
diminuiu o desemprego e estendeu a cidadania romana. Porém sua forma de governo levou a
seus inimigos a comprovarem que suas atitudes pretendiam acabar com a República e voltar
para a Monarquia. Em 15 de março de 44 a. C. em uma sessão do Senado um grupo de
senadores o cercou e o assassinou a punhaladas.
A morte de César não garantiu a volta do poder para o Senado. Três seguidores de César
– o cônsul Marco Antônio; o sobrinho e filho adotivo do ditador, Caio Otávio; e o general
Lépido, chefe da cavalaria – com apoio popular e de tropas deram inicio ao segundo Triunvirato
em 43 a. C. Os conflitos entre essas três figuras não tardou e já em 37 a. C., Otávio destituiu
Lépido de seu posto administrativo e militar na África. Em 34 a. C., as legiões de Otávio
invadem o Egito onde Marco Antônio passara a viver com Cleópatra. As tropas de Otávio
ocupam Alexandria e com a derrota Marco Antônio e Cleópatra se suicidam. Otávio era senhor
absoluto do maior império que o mundo já vira.
9 – O Império Romano
Otávio em seu governo recebe o título de Imperator e é aclamado Sumo Pontífice e
Augusto, título reservado para os deuses. Este último era tão importante que ele passou a se
chamar simplesmente de Augusto.
Com a morte de Augusto em 14 d. C., sucederam-no no poder Tibério, seu genro, (14 37); Calígula (37 - 41); Cláudio ( 41 – 54) e Nero (54 – 68). Toda essa linha de sucessão fazia
parte da família Júlia (de Augusto) e Cláudia (de Tibério).
Com a morte de Nero sobreveio um ano de guerras civis, após o qual assumiu
Vespasiano, general da gens dos Flávios. Teve início, então, o período de maior esplendor do
Império Romano, que se estendeu pelas dinastias dos Flávios (69 – 96) e dos Antonino (96 –
192).
Em 284 o imperador Diocleciano assume o poder de Roma e divide o império em duas
partes: uma oriental, sob seus cuidados, e outra ocidental, entregue ao general Maximiano. Mais
tarde Diocleciano dividiu o império entre quatro governantes formando a chama tetrarquia. Essa
fragmentação enfraqueceu o Senado, pois Roma deixou de ser a sede do Império.
Em 305, Diocleciano renuncia e mais uma vez o Império passa por disputas internas.
Em 324 o Imperador Constantino (313 – 337) conseguiu restaurar o poder central.
Em 395, sob o governo de Teodósio, o Império foi dividido mais uma vez em duas
partes. Surgiu o Império Romano do Oriente, com sede em Constantinopla, e o Império Romano
do Ocidente, com a capital em Milão.
O fim do Império Romano do Ocidente acontece com as constantes invasões
germânicas na região, sendo em 476, sob o governo do ultimo imperador romano do Ocidente,
Rômulo Augústulo, a invasão dos hérulos comandados por seu rei Odoacro e a dominação do
império romano ocidental.
Fonte: AZEVEDO, Gislane Campos. História: volume único / Gislane Campos Azevedo
Seriacopi, Reinaldo Seriacopi. – 1. ed. – São Paulo: Ática, 2005.
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