1 A CAMPANHA DO HPV NAS ESCOLAS E SUA REPERCUSSÃO Prof.a M.a Djiane Strelciunas Docente no Curso de Licenciatura em Pedagogia - Faculdade de São Paulo - FASP – Centro Novo Andreia da Silva Andrade Cristiane Ferreira Amaral Daniela Giella Suzi Oliveira Nascimento Graduandos do Curso de Pedagogia – Faculdade de São Paulo - FASP - Centro Novo Resumo: Este artigo apresenta os resultados da pesquisa de campo realizada com professores em exercício na escola pública e privada. O objetivo é identificar se o tema HPV é abordado na escola fundamental I em relação às suas causas, consequências e comportamento dos alunos diante da campanha governamental. O estudo evidenciou que algumas escolas não estão preparadas para a divulgação e a abordagem do tema HPV. Palavras-chave: HPV. Escola. Prevenção. Aluno. INTRODUÇÃO O objetivo é identificar se o tema HPV é abordado na escola de Ensino fundamental I em relação às suas causas, consequências e comportamento dos alunos diante da campanha governamental. De acordo com o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia das Doenças Associadas ao Papilomavírus (INCT) o HPV (Papilomavírus Humano) é um vírus que se instala na pele ou em mucosas e afeta tanto homens quanto mulheres. Atualmente, a infecção por HPV é considerada uma doença sexualmente transmissível (DST), e há mais de 100 tipos diferentes de HPV existentes, 30 a 40 dos quais podem afetar as áreas genitais de ambos os sexos, provocando diversas doenças, como as verrugas genitais, o câncer de colo do útero, vagina, vulva, ânus e pênis. Além disso, provocam tumores na parte interna da boca e na garganta (orofaringe), tanto benignos (como a papilomatose respiratória recorrente) quanto malignos, como o câncer de orofaringe. Existe Quatro tipos de HPV são mais frequentes e causam a grande maioria das doenças relacionadas à infecção. Os HPV tipos 16 e 18 causam a maioria dos casos de câncer de colo do útero em todo o mundo (cerca de 70%). Eles são responsáveis também por até 90% dos casos de câncer de ânus, até 60% dos cânceres de vagina e até 50% dos casos de câncer vulvar. Já os tipos 6 e 11 causam aproximadamente 90% das verrugas genitais, um dos problemas de saúde mais comuns e com taxas crescentes em todo o planeta, e cerca de 10% das lesões de baixo grau do colo do útero. Segundo o Guia do HPV (2013), o 2 contagio ocorre por contato direto com a pele infectada. O HPV é altamente contagioso, é possível contaminar-se por meio de exposição, podendo propagar por contato com as mãos, objetos, toalhas, roupas intimas, e até pelo vaso sanitário embora que dessa forma seja mais raro, muitas pessoas não sabem que são portadoras do vírus HPV, porque não apresenta sintomas ou sinais, porém pode transmiti-lo. Segundo MOREIRA (2013), a camisinha tem um papel relevante na contenção de DSTs, mas não evita totalmente o contágio pelo HPV, que pode ocorrer mesmo sem penetração, porque o vírus também está na pele da região genital. Calcula-se que o uso da camisinha consiga barrar apenas entre 70% e 80% das transmissões do HPV. “Dessa forma, é muito importante que as pessoas tenham acesso a informações sobre o vírus, fatores de risco e formas de prevenção, tais como a realização dos exames periódicos de Papanicolau e vacinas”, explica. Segundo os dados epidemiológicos do HPV é doença sexualmente transmissível (DST) mais comum do planeta, há em torno de 600 milhões de pessoas infectadas. Dados da Organização Mundial da Saúde, as DST estão entre as dez causas de procura por serviços de saúde no mundo, e provocam significativo impacto do ponto de vista individual da saúde pública. O Diagnóstico da doença pode trazer um grande impacto social e psicológico para ambos o sexo, o vírus pode causar stress, baixa autoestima e ansiedade, assim como abalar a vida pessoal do indivíduo. “A infecção por HPV pode ser detectada por meio de vários exames. Eles são importantes porque muitas pessoas não apresentam sinal ou sintoma quando infectadas e podem transmitir o vírus sem saber, pois, ele pode ficar na pele humana em estado latente (sem manifestações) por anos. Por isso são necessários exames de rotina, feitos por ginecologistas, urologistas e proctologistas, e muita atenção ao surgimento de anormalidades, como verrugas, e coceira nos órgãos genitais e ânus.” (Guia do HPV, p.19, Julho, 2013). O HPV deve ser prevenido por meio de exames regulares como por exemplo o Papanicolau, e também por meio de vacinas, as adolescentes devem receber um esquema completo (três doses) de vacina contra o HPV o mais precocemente possível antes de ter uma vida sexual ativa. A vacina é a mais eficaz para garotas e mulheres antes do primeiro contato sexual, pois se beneficiarão da vacinação, pois elas serão protegidas contras outros tipos de HPV, a vacina oferece imunidade duradoura protegendo as mulheres da descontaminação. “A introdução da vacina quadrivalente contra o HPV, que protege contra o câncer do colo de útero, da vagina, da vulva, e verrugas genitais, começou há 70 anos atrás, com o surgimento do teste de Papanicolau. Ao longo desses anos a incidência e mortalidade por câncer do colo de útero vem se diminuindo por meio de avanços técnicos, prevenção e tratamento da doença” (Guia do HPV, p.23, 2013). 3 A principal prevenção é uso da camisinha e a vacina contra o HPV, de acordo com o site do Ministério da Saúde, a vacina foi incluída no Calendário Nacional de Vacinação do SUS em março de 2014, tendo como população-alvo as meninas de 11 a 13 anos de idade. No corrente ano, a oferta da vacina foi ampliada para as meninas na faixa etária de 9 a 13 anos de idade. O Ministério da Saúde adota o esquema vacinal estendido, composto por três doses (0, 6 e 60 meses), e a estratégia de vacinação mista, ou seja, a vacinação poderá ocorrer nas Unidades de Saúde do SUS e em parceria com as secretarias de saúde e educação. O tema HPV no ambiente escolar se faz importante o trabalho da educação em saúde e orientação sexual com jovens e docentes que é imprescindível para prevenção do DST. Bretãs et al. (2009), afirmam que o ambiente escolar é um meio apropriado para o desenvolvimento de programas dinâmicos, interativos e de socialização entre educandos e educadores no trabalho dessa temática. O Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) tem como temas transversais a Orientação sexual que se faz importante entre os alunos, para que seja um assunto não só tratado pela mídia e família, mas pela escola que tem o papel esclarecedor sobre o tema não sendo superficial na qual só aborda o sistema reprodutivo se limitando nas aulas de biologia, levando a reflexão de como está sendo difundido as informações sobre sexualidade que é muito mais ampla e envolve diversos fatores como as DST, tendo em vista que nem todos os profissionais da educação atuantes e envolvidos no ambiente escolar segue os parâmetros. “Propõe-se que a Orientação Sexual oferecida pela escola aborde com as crianças e os jovens as repercussões das mensagens transmitidas pela mídia, pela família e pelas demais instituições da sociedade. Trata-se de preencher lacunas nas informações que a criança e o adolescente já possuem e, principalmente, criar a possibilidade de formar opinião a respeito do que lhes é ou foi apresentado. A escola, ao propiciar informações atualizadas do ponto de vista científico e ao explicitar e debater os diversos valores associados à sexualidade e aos comportamentos sexuais existentes na sociedade, possibilita ao aluno desenvolver atitudes coerentes com os valores que ele próprio eleger como seus.” (PCNs 1997, p.300) Segundo a Câmara dos Deputados foi aprovado um projeto de lei no Senado Federal, em 10 de fevereiro de dois mil e dez, que altera a lei de nº 6.259, de 30 de outubro de 1975, para garantir o oferecimento de vacinação antipapilomavírus humano (HPV) à população. 4 De acordo com a Constituição Federal Brasileira, no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/1990) e no Sistema Único de Saúde (Lei 8080/1990) é importante esclarecer que o acesso aos serviços de saúde dos adolescentes mesmo sem autorização ou desacompanhados dos pais ou responsáveis, inclusive à vacinação, é um Direito previsto nas leis. METODOLOGIA Foram aplicados questionários com cinco perguntas abertas, em dois professores sendo um de escola pública e outro em escola particular, sendo ambos de Ensino fundamental I, parâmetro de analise qualitativo. RESULTADO Identificaremos como S1(sujeito 1) escola pública, escola particular S2 (sujeito 2) com termos de consentimento assinado por ambos, com perguntas abertas. Em relação a pergunta número 1 o S1 respondeu que conhece o vírus e suas causas, porém o S2 se limitou só em responder que conhece o vírus, sendo assim os dois sabem sobre o vírus o que é HPV, o S1 foi mais especifico em retratar a causa. A pergunta número 2 o S1 respondeu que a escola comunicou aos alunos sobre a campanha por meio de orientação das enfermeiras do posto de saúde, já o S2 só respondeu que sim, sendo assim a escolha pública teve parceria com o posto de saúde para a divulgação da campanha, já S2 não especificou de que forma isso ocorreu. A pergunta 3 segundo o S1 houve palestra apenas para os alunos, e os pais receberam autorização da vacina, o S2 respondeu que não, só o comunicado, de acordo com as respostas a escola pública teve uma previa sobre o assunto para os alunos entenderem o porquê da vacinação, já no ensino particular os pais receberam só um comunicado com termo de autorização. A pergunta 4 sobre a abordagem do tema DST na escola o S1 respondeu que sim, nas aulas de ciências, o S2 respondeu apenas que sim, não especificando de como é feita essa abordagem aos alunos. A pergunta 5 o S1 afirmou que a maioria dos pais autorizaram a vacinação, porém se referindo a dois pais que não autorizaram que suas filhas recebessem aplicação da vacina, eles responderam da seguinte forma: “minha filha não precisa dessa vacina” (S1), o S2 respondeu 5 ter orientado os alunos e em sala de aula pelas professoras e no auditório com os alunos, em forma de palestra, a resposta da S2 não teve coerência pois a mesma entrou em contradição com relação a terceira pergunta. CONCLUSÃO Em análise às entrevistas tornou-se claro que ambos os entrevistados tem conhecimento do assunto abordado o qual é o tema da campanha, porém percebesse maior interesse e coerência das respostas do S1 sendo confrontada da S2, e leva a reflexão sobre a abordagem nas DST nas escolas que se limitam as aulas de ciência fugindo do que orienta o PCNS sendo a sexualidade um tema transversal na qual os profissionais tem que se preparar para a didática envolvendo os alunos e a família, os pais não teve uma previa sobre o assunto levando alguns a não autorizar a vacina, a escola pública teve maior ênfase na divulgação da campanha tendo em vista que houve orientação em forma de palestra dos profissionais da saúde em contrapartida a escola particular não teve a mesma divulgação dos profissionais da saúde para seus alunos, já o S2 apenas com resposta afirmativas e informações insuficientes deixando duvidas da sua capacitação profissional em relação ao conhecimento do assunto e na repercussão positivas ou negativas sobre o tema, isso baseado nas resposta dos questionário. “Propõe-se que a Orientação Sexual oferecida pela escola aborde com as crianças e os jovens as repercussões das mensagens transmitidas pela mídia, pela família e pelas demais instituições da sociedade. Trata-se de preencher lacunas nas informações que a criança e o adolescente já possuem e, principalmente, criar a possibilidade de formar opinião a respeito do que lhes é ou foi apresentado. A escola, ao propiciar informações atualizadas do ponto de vista científico e ao explicitar e debater os diversos valores associados à sexualidade e aos comportamentos sexuais existentes na sociedade, possibilita ao aluno desenvolver atitudes coerentes com os valores que ele próprio eleger como seus.” (PCNs 1997, p.300) De acordo com o tema e a resposta do questionário, concluímos que as escolas aborda os assuntos sobre DST só em aulas de ciência, não levando a importância que a escola é um agente de saúde e tem responsabilidade social, e com a campanha nacional de vacinação contra o HPV que foi implantada em 2014 houve uma parceria do Ministério da Saúde com Ministério da Educação afirmando que o ambiente escolar é apropriado para o desenvolvimento do programa, com objetivo de atingir meninas entre 9 e 13 anos, para que diminua o índice das doenças relacionadas ao HPV, notamos com as respostas do questionário 6 que algumas escolas não estão preparada para divulgação e abordagem do assunto deixando os alunos com falta de informação e conhecimento sobre o tema nesse artigo. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA INSTITUTO NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DAS DOENÇAS ASSOCIADAS AO PAPILOMAVÍRUS. Disponível em: <http://www.incthpv.org.br/SobreHpv/Faq.aspx >. Acessado em: 03 de set. De 2015. GUIA DO HPV, jul. 2013. Disponível em: <http://www.incthpv.org.br/SobreHpv/Faq.aspx>. Acessado em: 16 de set. De 2015. PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS. PCN, Secretaria da Educação Média e Tecnológico. Brasília: MEC/SEMTEC, 1997. BRÊTAS, J. R. S.; OHARA, C. V. S.; JARDIM, D. P. MUROYA, R. L. Conhecimentos de adolescentes sobre doenças sexualmente transmissíveis: subsídios para a prevenção. Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo, v. 22, n. 6, p.786-92, 2009. SECRETARIA DO ESTADO DE SAUDE COORDENADORIA DE CONTROLE DE DOENÇAS CENTRO DE VIGILANCIA EPIDEMIOLOGICA DIVISÃO DE IMUNIZAÇÃO: Disponível em: <htttp://www.cve.saude.sp.gov.br>. Acessado em 13 de set. De 2015. CÂMARA DOS DEPUTADOS. Disponível http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/ fichadetramitacao?idProposicao=466342&ord=1>. Acessado em 24 de set. De 2015. em:<