1 sistema solar

Propaganda
A.A. de Almeida
Sistema Solar
1
SISTEMA SOLAR
O Sol
No interior do Sol reinam pressões e temperaturas extremas, devido à sua enorme
concentração de matéria. Este ambiente propicia a fusão de átomos, liberando enormes
quantidades de energia, através do processo de conversão de hidrogênio em hélio. Estimase que este processo já esteja ocorrendo há quase 5 bilhões de anos e que continue por
mais igual período. Assim, o Sol seria uma estrela comum de meia idade. Basicamente, o
transporte de energia do seu núcleo para as regiões mais externas se dá através do
processo de radiação e daí para as camadas mais externas, através do processo de
convecção, já que constituem um fluido mais frio e denso. Além da luminosidade, o efeito
desta energia quando ela aflora a "superfície" ou fotosfera do Sol, pode ser constatado
através das explosões solares e das chamadas manchas solares, que são indicadores do
ciclo de 11 anos da atividade solar.
O Sol é uma das 100 bilhões de estrelas que existem na nossa galáxia, a Via Láctea. É a
estrela central que domina todo o nosso Sistema Solar. No início do século XVI, tendo
imaginado que a Terra dá uma volta por dia em torno de si, o astrônomo polonês Nicolau
Copérnico (1473-1543), verificou que as trajetórias dos planetas poderiam ser círculos ao
redor do Sol, ao contrário do que se imaginava até então, onde a Terra era considerada
como centro do sistema planetário. Desta forma, a Terra não estaria nem no centro do
Universo nem em repouso, mas seria um planeta como os outro, girando em torno do Sol.
Coroa magneticamente
estruturada
Onda de
choque
Radiação visível
Camada limite
Zona convectiva
Zona radiativa
Partículas
energéticas
Vento
solar
Fotosfera
Emissão
rádio
Neutrinos
Núcleo (reações nucleares)
Campos magnéticos
Transiente
coronal
Proeminências
Alças de
regiões
ativas
Alças
coronais
Buraco
coronal
Grupos de manchas
solares (regiões
ativas)
Coroa interna (em raio X)
Figura 1: Esboço mostrando alguns dos principais fenômenos solares e heliosféricos.
A.A. de Almeida
Sistema Solar
2
Os Planetas
O homem primitivo conhecia sete corpos celestes que, vistos desde a superfície da Terra,
parecem se moverem entre as "estrelas fixas". São eles o Sol e a Lua, Mercúrio, Vênus,
Marte, Júpiter e Saturno. Eram chamados "planétes", termo grego que significa "errante".
Hoje o termo designa astros sem luz própria que giram em torno de estrelas como o Sol.
Mercúrio - Mercúrio é o planeta mais próximo do Sol. Foi visitado por uma única sonda
espacial, a Mariner 10. Ela passou pelo planeta três vezes, em 1973 e 1974. Apenas 45%
de sua superfície foi mapeada. Não possui satélites em órbita. Visto de perto, Mercúrio
assemelha-se à Lua, em tamanho e aspecto. Sua superfície é coberta de crateras. As
variações de temperatura em Mercúrio são as mais extremas do Sistema Solar, situando-se
entre -180 oC e 400 oC. Mercúrio pode, às vezes ser observado através de binóculo ou
mesmo a olho nu, mas está sempre muito próximo do Sol e por ser muito pequeno e pouco
brilhante, dificilmente é notado à luz do crepúsculo.
Lento período de rotação:
58,65 dias terrestres
Bacia
Caloris
Crosta
Fina
Núcleo
Grande
Curva de
Choque
Crateras
Crateras
raiadas
Calor
fervente
Sol
Calor
Intenso
Campo
magnético
Cauda
Magnética
Planaltos
Frio
Congelante
Penhascos ou
falésias
Massa: 3,30 x 1026 g =0,055MTerra
Raio: 2439 km = 0,382 RTerra
Densidade média: 5,43 g/cm3
Período de Rotação: 58,6462 dias terrestres
Período Orbital: 87,969 dias terrestres
Distância média ao Sol: 0,387 U.A.
Número de satélites: 0
Campo magnético: 0,0035 gauss
Figura 2: Sumário gráfico de Mercúrio.
Vênus - Segundo planeta em ordem de afastamento do Sol, situando-se entre Mercúrio e a
Terra. A órbita de Vênus, dentre as de todos os demais planetas, é a mais circular. A
primeira sonda a visitar Vênus foi a Mariner 2, em 1962. Ele foi posteriormente visitado por
muitas outras (mais de 20 até o presente), incluindo a Pioneer Venus e a sonda soviética
Venera 7, a primeira sonda a descer em outro planeta, e Venera 9, que transmitiu as
A.A. de Almeida
Sistema Solar
3
primeiras fotos da superfície. Mais recentemente (1992), a sonda americana Magalhães fez
mapas detalhados da superfície de Vênus usando radar. É o planeta que mais se aproxima
da Terra em distância, e é também o mais brilhante objeto do céu depois do Sol e da Lua.
Vênus é facilmente visível a olho nu em certas épocas do ano e não possui satélites. Às
vezes (impropriamente) é chamado de "estrela matutina", "estrela d'alva", ou ainda "estrela
vespertina". Sua atmosfera, composta basicamente de gás carbônico (95% de CO2), é tão
espessa que se torna impossível observar a sua superfície diretamente ao telescópio. A
pressão da atmosfera de Vênus, na superfície, é de 90 vezes superior a da Terra
(aproximadamente a mesma que existe a uma profundidade de 1 km nos oceanos
terrestres). Essa densa atmosfera produz um forte efeito estufa que aumenta a temperatura
de Vênus, tornando a sua superfície mais quente (calor suficiente para derreter o chumbo)
que a de Mercúrio, a despeito de estar quase duas vezes mais distante do Sol. Uma vez que
Vênus é um planeta inferior, ele apresenta fases quando visto da Terra com um telescópio.
A observação desse fenômeno por Galileu Galilei foi um importante elemento a favor da
teoria heliocêntrica de Copérnico.
Nuvens
estratificadas
Superfície
tórrida
Rotação retrógrada com
período lento de 243 dias
terrestres
Termosfera
fria
Temperatura
superficial
730°C
Pressão
superficial
90 bars
Atmosfera de
dióxido de carbono
Efeito Estufa
Sempre
coberto
por nuvens
Rajadas de ventos
de 100 m/s na atmosfera
superior
6052 km
ou 0,95 RT
Massa = 0,815 MT
Nenhum campo
magnético forte
Nuvens de
ácido sulfúrico
Massa: 4,87 x 1027 g = 0,815 MTerra
Raio médio: 6052 km = 0,949 RTerra
Densidade média: 5,25 g/cm3
Período de Rotação: 243 dias 36 minutos (retrógrado)
Período Orbital: 224,701 dias terrestres
Distância média ao Sol: 0,723 U.A.
Número de satélites: 0
Campo magnético: não detectável
Figura 3: Sumário gráfico de Vênus.
Terra - Terceiro planeta do Sistema Solar pela ordem de afastamento do Sol, do qual dista
cerca de 150 milhões de quilômetros. É o único planeta do Sistema Solar cuja atmosfera
contém uma grande quantidade de oxigênio. É também provavelmente o único planeta que
contém água em abundância: quase 2/3 da superfície da Terra é coberto de água em estado
líquido formando os oceanos. Tanto a água quanto o oxigênio são elementos essenciais
A.A. de Almeida
Sistema Solar
4
para a evolução da vida como a conhecemos. Os mais antigos fósseis de organismos vivos
têm cerca de 3,7 bilhões de anos. Não há registro do período crítico em que a vida se
iniciou. Ao que se sabe, é o único planeta habitado e com uma civilização inteligente.
Tentativas de contato com outras eventuais civilizações alienígenas extraterrestres, até hoje
fracassaram. Possui um único satélite natural, a Lua. A Terra, naturalmente, pode ser
estudada com o auxílio de sondas espaciais e satélites artificiais, e as imagens tiradas do
espaço são de considerável importância; por exemplo, elas ajudam na elaboração de
mapas, na previsão do tempo e na navegação.
Aurora Oval
Litosfera
Fina camada
Atmosférica
estratificada
Campo
magnético
Camada de
Ozônio
Astenosfera
Núcleo
líquido
Pressão
Superficial
1 bar
Efeito
estufa
Movimento
continental
Núcleo
sólido
Manto
Ciclos
vitais
Temperatura
Superficial
288 K
Eras
glaciais
Tempestades
27
Massa: 5,975 x 10 g
Raio: 6378 km
Densidade média: 5,52 g/cm3
Período de rotação: 23 h 56 m 4 s
Período orbital: 1 ano = 365,26 dias
Distância média ao Sol: 1 U.A. = 149,6 x 109 km
Número de satélites: 1 (Lua)
Campo magnético: 0,35 gauss
Expansão
oceânica
Partículas
capturadas
Figura 4: Sumário gráfico da Terra.
A Lua - É o satélite natural da Terra. Seu movimento de revolução em torno do planeta
dura cerca de 27 dias e 8 horas, tempo igualmente que leva para ela girar em torno de seu
próprio eixo. Por essa razão o lado lunar voltado para nós é sempre o mesmo.
A Lua naturalmente, é conhecida desde os tempos pré-históricos. É o segundo astro mais
brilhante no céu depois do Sol. A interação gravitacional entre a Lua e a Terra é a causa do
efeito das marés.
Sua origem é objeto de estudo pelo astrônomos. Não se sabe com certeza se ela foi
formada junto com a Terra ou depois. O mais provável, contudo, é que a Lua pode ser o
resultado de uma colisão entre a Terra e um outro corpo. A Lua não tem atmosfera.
A.A. de Almeida
Sistema Solar
5
Sua superfície é seca e bastante acidentada, apresentando um relevo com montanhas,
planícies e crateras. Em 21 de julho de 1969, Neil A. Armstrong e Edwin Aldrin
desceram na superfície lunar através da nave Apollo e trouxeram de lá alguns quilos de
amostras de seu solo. A última alunissagem aconteceu em dezembro de 1972.
Recentemente descobriu-se fortes evidencias, através das sondas Clementine (1994) e
Lunar Prospector (1997) que a Lua têm armazenado consideráveis quantidades de água
misturada com o seu solo, concentradas nas regiões polares.
A Lua se afasta
da Terra
Litosfera
espessa
Rotação síncrona
27 dias
O lado oculto da
Lua tem poucos
mares e uma crosta
espessa
Mares de lava fluíram
até 3 a 4 bilhões de
anos atrás
Crosta
fina
Mascons
Tremores
profundos
Regolito pulverizado
(solo)
Astenosfera
Núcleo ?
Nenhuma
Atmosfera
Nenhuma água
Planaltos com crateras
de impacto criadas a
4 bilhões de anos atrás
Campo magnético
remanescente
Cratera raiada jovem
Sem campo
magnético dipolar
Massa: 7,353 x 1025 g = 0,0123 MTerra
Raio: 1738 km = 0,2725 RTerra
Densidade média: 3,344 g/cm3
Período de rotação: 27,322 dias terrestres
Período orbital: 27,322 dias terrestres
Distância média da Terra: 3,844 x 105 km
Figura 5: Sumário gráfico da Lua.
Marte - Quarto planeta em distância ao Sol, Marte é as vezes chamado de planeta vermelho
devido a sua coloração avermelhada pelo óxido de ferro. Marte é quase metade do tamanho
da Terra. A primeira sonda a visitar Marte foi a Mariner 4, em 1965. Várias outras se
seguiram, inclusive duas Viking, em 1976. A partir de 1997, voltou a ter a sua superfície
estudada principalmente de várias sondas espaciais, como Pathfinder e Mars Global
Surveyour. Sem dúvida, Marte se assemelha muito com a Terra. Seu estudo poderá
fornecer muitos indícios de como a Terra eventualmente poderá ser no futuro. Marte tem
dois satélites, que presume-se que sejam asteróides capturados do cinturão de asteróides
que se estende entre as órbitas de Marte e Júpiter: Fobos (Medo) e Deimos (Terror). Marte
A.A. de Almeida
Sistema Solar
6
com a sua semelhança e proximidade com a Terra, é o planeta mais provável no Sistema
Solar para uma futura colonização de seres humanos. Isso por causa da provável existência
de água em seu subsolo. A atmosfera de Marte é fina, composta essencialmente de dióxido
de carbono (95,3%) além de nitrogênio (2,7%), argônio (1,6%) e traços de oxigênio (0,15%)
e água (0,03%). A pressão média na superfície de Marte é de apenas 1/100 pressão da
Terra. Marte é permanentemente encoberto por calotas de gelo em ambos os pólos,
compostas em sua maior parte de dióxido de carbono sólido ("gelo seco"). Seu eixo de
rotação é inclinado com relação ao Sol e por isso apresenta as quatro estações climáticas
como na Terra: Inverno, Primavera, Verão e Outono.
No Verão, calota polar de
gelo de água
Vulcões
Fortes
ventos
Chryse Planitia,
pouso da Viking.
Vida?
Antigos rios
Fina camada de
ar frio
Solo congelado
3390 km
ou 0,53 RT
Terreno
intensamente
craterizado
No inverno, calota polar de
gelo de água e dióxido de
carbono congelado
No futuro, Phobos deverá
colidir com o planeta
Vastos desfiladeiros
Massa: 6,4 x 1026 g = 0,107 MTerra
Raio: 3397 km = 0,532 RTerra
Densidade Média: 3,93 g/cm3
Rotação: 24h 37m 22s
Período Orbital: 1,88 anos terrestres
Distância Média ao Sol: 1,52 U.A.
Número de Satélites: 2 (Fobos e Deimos)
Campo magnético: extremamente fraco
Figura 6: Sumário gráfico de Marte.
Os Asteróides
O Cinturão de Asteróides está localizado entre as órbitas de Marte e Júpiter, como se fosse
uma barreira ou campo minado e indicando, como previsto pela lei de Titius-Bode (1772),
que ali a uma distância média de 2,8 UA do Sol, deveria existir ou ter se formado um
planeta. Foi assim que Ceres foi descoberto por Giuzeppe Piazzi, no primeiro dia do ano de
1801.
A.A. de Almeida
Sistema Solar
7
Atualmente são conhecidos e catalogados cerca de 20000 asteróides. Várias centenas mais
são descobertos a cada ano. Existem contudo, centenas de milhares de outros desses
corpos que são muito pequenos para serem observados da Terra, apesar do refinamento
das técnicas observacionais.
O inventário dos grandes asteróides está bastante completo; conhecemos hoje
provavelmente 99% dos asteróides com diâmetros acima de 100 km. Conhecemos 26
asteróides com diâmetro superior a 200 km. Daqueles, na faixa entre 10 e 100 km, cerca de
metade está catalogada. Porém, conhecemos muito poucos asteróides menores, talvez
existam perto de 1 milhão de asteróides com diâmetro de cerca de 1 km.
Figura 7: O cinturão principal de asteróides.
As órbitas de alguns asteróides selecionados e os asteróides Troianos.
A.A. de Almeida
Sistema Solar
8
Figura 8: Desenho em escala mostrando os tamanhos relativos de alguns dos maiores asteróides, comparados
com aquele do planeta Marte. Os números ao lado dos nomes indicam os períodos de rotação em horas.
A escala horizontal dá a distância média ao Sol, em UA.
Ceres - O maior asteróide
Massa: 1,2 x 1024 g = 0,0002 MTerra
Raio: 512 km = 0,08 RTerra
Densidade média: 2,3 g/cm3
Período de rotação: 9h 4m 41s
Período Orbital: 4,61 anos terrestres
Distância média ao Sol: 2,77 U.A.
Número de satélites: 0
Figura 9: Sumário gráfico dos asteróides.
A.A. de Almeida
Sistema Solar
9
Júpiter - O maior dos planetas do Sistema Solar, com um diâmetro de 143 mil km
(relativamente, cerca de 11 vezes o da Terra) e massa 318 vezes maior que a Terra. Júpiter
é o quarto objeto mais brilhante no céu (depois do Sol, Lua e Vênus). A descoberta de
Galileu, em 1610, das quatro luas de Júpiter, Io, Europa, Ganimedes e Calisto (hoje
conhecidas como luas Galileanas), foi a primeira constatação de um centro de movimento
que, claramente, não estava centrado na Terra. Esse foi um ponto significativo a favor da
teoria heliocêntrica de Copérnico. Por defender abertamente a teoria de Copérnico, Galileu
foi aprisionado a mando da Inquisição, forçado a renunciar suas crenças e condenado ao
cárcere. Júpiter foi visitado pela primeira vez pela sonda Pioneer 10 em 1973 e, mais tarde,
pelas sondas Pioneer 11, Voyager 1, Voyager 2, Ulysses e mais recentemente, a Galileu.
Ele é composto de cerca de 86% de hidrogênio e 14% de hélio, com traços de metano, água
e amônia. Como Saturno, Júpiter tem anéis, mas apenas quatro, fracos e escuros, formados
principalmente de pequenas partículas de poeira.
Em julho de 1994, os 21 fragmentos do Cometa Shoemaker-Levy 9 colidiram com Júpiter.
Os resultados foram espetaculares e durante vários meses as marcas dessas colisões ainda
eram visíveis na sua atmosfera. Quando observado à noite, Júpiter parece às vezes como a
"estrela" mais brilhante do céu (perdendo apenas para Vênus, que nunca é visível a altas
horas da noite). As quatro luas Galileanas são facilmente visíveis com binóculo; algumas
faixas e a Grande Mancha Vermelha podem ser vistas com um pequeno telescópio
astronômico. Júpiter tem 63 satélites conhecidos: as quatro grandes luas Galileanas Io,
Europa, Ganymede e Callisto são os principais.
Massa: 1,90x1030 g =317,89 MTerra
Raio: 71 492 km = 11,2 RTerra
Densidade média: 1,314 g/cm3
Período de Rotação: 9h 55m 29,7s
Período Orbital: 11,86 anos terrestres
Distância média ao Sol: 5,203 U.A.
Número de satélites: 63
Campo magnético: 4,3 gauss
Figura 10: Sumário gráfico de Júpiter.
A.A. de Almeida
Sistema Solar
10
Saturno - O sexto planeta a partir do Sol. Galileu foi o primeiro a observá-lo com um
telescópio, em 1610. Os anéis de Saturno, compostos basicamente de cristais de várias
substâncias químicas congeladas (mas partículas rochosas cobertas por gelo podem
também existir), permaneceram como um fenômeno único no Sistema Solar até 1977,
quando foi descoberto os escuros anéis ao redor de Urano e, pouco depois, em torno de
Júpiter e Netuno. Saturno foi visitado pela primeira vez pela Pionner 11 em 1979 e, mais
tarde, pelas sondas Voyager 1 e Voyager 2. Saturno é o menos denso dos planetas; sua
densidade específica (0,7) é inferior a da água (1,0) (se você pudesse colocar Saturno
dentro d'água, ele flutuaria!).
Como Júpiter, Saturno é composto de cerca de 75% de hidrogênio e 25% de hélio, com
traços de água, metano e amônia. Pode-se ver Saturno no céu noturno, a olho nu. Embora
não seja tão brilhante quanto Júpiter, é facilmente identificável porque ele não "pisca" como
as estrelas e tem coloração amarelada. Os anéis são visíveis através de um pequeno
telescópio astronômico. Saturno tem pelo menos 49 satélites conhecidos. É bem possível
que existam vários outros pequenos satélites ainda não descobertos.
Massa: 5,68x1029 g =95,18 MTerra
Raio: 60 330 km = 9,46 RTerra
Densidade média: 0,71 g/cm3
Período de Rotação: 10h 39m 22s
Período Orbital: 29,46 anos terrestres
Distância média ao Sol: 9,54 U.A.
Número de satélites: 49
Campo magnético: 0,2 gauss
Figura 11: Sumário gráfico de Saturno.
A.A. de Almeida
Sistema Solar
11
Urano - É o sétimo planeta em ordem de afastamento do Sol. Era desconhecido dos povos
antigos. Foi descoberto acidentalmente, em 13 de março de 1781, pelo astrônomo inglês
William Herschel (1738-1822). A constituição física de Urano é semelhante à de Júpiter,
Saturno e Netuno, com um pequeno núcleo de hidrogênio metálico líquido, espessa e
extensa atmosfera, composta principalmente de 89% de hidrogênio, 11% de hélio, com
traços de metano, amônia e água. A cor azulada de Urano é o resultado da absorção da luz
vermelha pelo metano na alta atmosfera. Como outros planetas gasosos, Urano tem anéis.
Urano é, às vezes, dificilmente visível à olho nu, mesmo em uma noite bem escura.
Pode ser visto através de um bom binóculo ou um pequeno telescópio astronômico. Urano
possui um sistema de anéis escuros e foi visitado somente por uma espaçonave, a Voyager
2, em 24 de janeiro de 1986. Urano tem 27 satélites ou luas conhecidas.
Massa: 8,72x1028 g =14,54 MTerra
Raio: 26 150 km = 4,10 RTerra
Densidade média: 1,21 g/cm3
Período de Rotação: 17,24 horas
Período Orbital: 84 anos terrestres
Distância média ao Sol: 19,2 U.A.
Número de satélites: 27
Campo magnético: 0,1-1,1 gauss
Figura 12: Sumário gráfico de Urano.
A.A. de Almeida
Sistema Solar
12
Netuno - O oitavo planeta em ordem de afastamento do Sol, e o segundo descoberto por
telescópio. A descoberta de Netuno constitui um marco da astronomia teórica, pois foi a
primeira vez que o homem através de cálculos matemáticos descobriu um novo planeta do
Sistema Solar. Foi observado pela primeira vez pelo astrônomo alemão G. Gale (18121910), na noite de 23 de setembro de 1846. O seu nome foi sugerido pelo astrônomo
francês Urban Leverrier (1811-1877), tendo em vista que o planeta possuía uma coloração
esverdeada, o que lembrava Netuno, o deus romano do mar verde, equivalente ao deus
grego Poseidon. Netuno é composto de cerca de 89% de hidrogênio e 11% de hélio, com
traços de metano, amônia e água. Netuno tem 13 satélites conhecidos.
A Grande Mancha Escura visível na superfície de Netuno é resultado da dinâmica
atmosférica, que gera ventos de até 2.100 km/h. A mancha é o topo de uma corrente de
gases que sobem com violência do interior para a superfície planetária no hemisfério Sul.
Massa: 1,02x1029 g =17,135 MTerra
Raio: 24 764 km = 3,883 RTerra
Densidade média: 1,64 g/cm3
Período de Rotação: 16,11 horas
Período Orbital: 164,793 anos terrestres
Distância média ao Sol: 30,069 U.A.
Número de satélites: 13
Campo magnético: 0,142 gauss
Figura 13: Sumário gráfico de Netuno.
A.A. de Almeida
Sistema Solar
13
Plutão - O planeta mais distante do Sistema Solar. Sua existência foi anunciada em 13 de
março de 1930 pelo astrônomo americano Clyde W. Tombaugh (1906-1997) depois de uma
longa busca. É o menor planeta do Sistema Solar e recentemente surgiram especulações se
não se trataria de um grande asteróide em vez de um planeta. Porém, Plutão continua com
o status de menor planeta do Sistema Solar. Tem um satélite descoberto em 1978 pelo
astrônomo norte-americano J.W.Christy, chamado Caronte. Caronte percorre uma órbita
circular de seis dias ao redor de Plutão, a uma distância média de 20 mil km. Ambos
também mantém a mesma face voltada uma para a outra, como a Lua e a Terra. Plutão é o
único planeta que ainda não foi visitado por uma sonda espacial. Plutão gira na direção
oposta e tem a órbita mais inclinada que a da maioria dos outros planetas. Plutão pode ser
visto com um telescópio de porte médio, mas é muito difícil de ser distinguido entre as
estrelas. Daí o grande mérito do trabalho de seu descobridor.
Massa: 1,25x1022 kg
Raio: 1137 – 1195 km
Densidade média: 1,75 – 2,05 g/cm3
Período de Rotação: 153,293 horas
Período Orbital: 248,54 anos terrestres
Distância média ao Sol: 39,53 U.A.
Número de satélites: 1 (Caronte)
Campo magnético: desconhecido
Figura 14: Órbita de Plutão em relação com as dos planetas gigantes.
Quaoar – Desde a descoberta de Plutão em 1930 (e sua lua Caronte em 1978), o objeto
mais espetacular do Cinturão de Kuiper foi descoberto em 04 de junho de 2002 e recebeu o
nome de Quaoar. Trata-se do maior objeto do Cinturão de Kuiper conhecido atualmente e
está localizado a 42 UA da Terra. O Cinturão de Kuiper é semelhante ao Cinturão de
Asteróides, mas está localizado além de Netuno e contém provavelmente, 100 vezes mais
material. Atualmente, existem cerca de 600 objetos do Cinturão de Kuiper conhecidos, a
maioria dos quais têm cerca de 100 km de diâmetro e todos foram descobertos a partir de
1992. Quaoar tem cerca de 1250 km de diâmetro, quase o tamanho de Caronte (1500 km)
ou metade (1120 km) do diâmetro de Plutão (2240 km). Apesar disso, Quaoar não é
considerado um planeta e espera-se descobrir ainda mais uns 20 objetos deste tamanho,
A.A. de Almeida
Sistema Solar
14
incluindo talvez alguns maiores que o próprio Plutão ou “super-Plutões”. Acredita-se que
estes corpos sejam compostos de uma mistura de gelos (água, metano, dióxido de carbono,
etc) e rocha.
Figura 15: Quadro comparativo de Quaoar com outros corpos do Sistema Solar.
Sedna – Em 15 de março de 2004 foi anunciada a descoberta de Sedna, um dos mais frios
e distantes objetos conhecidos no Sistema Solar. Ele foi encontrado a uma distância de 90
U.A. – cerca de 3 vezes além de Netuno e Plutão – nunca se aproxima a mais de 75 U.A. do
Sol e leva 10500 anos para completar uma volta em torno do Sol. Seu tamanho está entre
aquele de Quaoar e de Plutão, cerca de 1800 km de diâmetro.
Figura 16: Quadro comparativo de Sedna com outros corpos do Sistema Solar.
A.A. de Almeida
Sistema Solar
15
Cometas – Os cometas são considerados os corpos mais primitivos e numerosos existentes
no Sistema Solar. Acredita-se que eles sejam compostos congelados da mesma matéria, na
forma de gás e poeira cósmica, que há cerca de 4,6 bilhões de anos deu origem ao Sol e
aos planetas. Portanto, quando um cometa se aproxima do Sol, temos uma oportunidade
rara de regredir no tempo, obtendo informações sobre as condições físicas e composição
química da nuvem primordial que originou o Sistema Solar; e no espaço, já que estes corpos
são provenientes de distâncias ainda não alcançadas por sondas espaciais.
O Núcleo Cometário
Massa: 1011 a 1021 g = 10-17 - 10-7 MTerra
Raio: 0,1 a 100 km = 10-5 - 10-2 RTerra
Densidade média: < 1 - 2 g/cm3
Período de rotação: 4 - 200 horas
Período orbital: 3,3 anos a > 1 milhão de anos
Distância média ao Sol: 2 - 30000 U.A.
Figura 17: Sumário gráfico da anatomia de um cometa.
Download