A.A. de Almeida Sistema Solar 1 SISTEMA SOLAR O Sol No interior do Sol reinam pressões e temperaturas extremas, devido à sua enorme concentração de matéria. Este ambiente propicia a fusão de átomos, liberando enormes quantidades de energia, através do processo de conversão de hidrogênio em hélio. Estimase que este processo já esteja ocorrendo há quase 5 bilhões de anos e que continue por mais igual período. Assim, o Sol seria uma estrela comum de meia idade. Basicamente, o transporte de energia do seu núcleo para as regiões mais externas se dá através do processo de radiação e daí para as camadas mais externas, através do processo de convecção, já que constituem um fluido mais frio e denso. Além da luminosidade, o efeito desta energia quando ela aflora a "superfície" ou fotosfera do Sol, pode ser constatado através das explosões solares e das chamadas manchas solares, que são indicadores do ciclo de 11 anos da atividade solar. O Sol é uma das 100 bilhões de estrelas que existem na nossa galáxia, a Via Láctea. É a estrela central que domina todo o nosso Sistema Solar. No início do século XVI, tendo imaginado que a Terra dá uma volta por dia em torno de si, o astrônomo polonês Nicolau Copérnico (1473-1543), verificou que as trajetórias dos planetas poderiam ser círculos ao redor do Sol, ao contrário do que se imaginava até então, onde a Terra era considerada como centro do sistema planetário. Desta forma, a Terra não estaria nem no centro do Universo nem em repouso, mas seria um planeta como os outro, girando em torno do Sol. Coroa magneticamente estruturada Onda de choque Radiação visível Camada limite Zona convectiva Zona radiativa Partículas energéticas Vento solar Fotosfera Emissão rádio Neutrinos Núcleo (reações nucleares) Campos magnéticos Transiente coronal Proeminências Alças de regiões ativas Alças coronais Buraco coronal Grupos de manchas solares (regiões ativas) Coroa interna (em raio X) Figura 1: Esboço mostrando alguns dos principais fenômenos solares e heliosféricos. A.A. de Almeida Sistema Solar 2 Os Planetas O homem primitivo conhecia sete corpos celestes que, vistos desde a superfície da Terra, parecem se moverem entre as "estrelas fixas". São eles o Sol e a Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Eram chamados "planétes", termo grego que significa "errante". Hoje o termo designa astros sem luz própria que giram em torno de estrelas como o Sol. Mercúrio - Mercúrio é o planeta mais próximo do Sol. Foi visitado por uma única sonda espacial, a Mariner 10. Ela passou pelo planeta três vezes, em 1973 e 1974. Apenas 45% de sua superfície foi mapeada. Não possui satélites em órbita. Visto de perto, Mercúrio assemelha-se à Lua, em tamanho e aspecto. Sua superfície é coberta de crateras. As variações de temperatura em Mercúrio são as mais extremas do Sistema Solar, situando-se entre -180 oC e 400 oC. Mercúrio pode, às vezes ser observado através de binóculo ou mesmo a olho nu, mas está sempre muito próximo do Sol e por ser muito pequeno e pouco brilhante, dificilmente é notado à luz do crepúsculo. Lento período de rotação: 58,65 dias terrestres Bacia Caloris Crosta Fina Núcleo Grande Curva de Choque Crateras Crateras raiadas Calor fervente Sol Calor Intenso Campo magnético Cauda Magnética Planaltos Frio Congelante Penhascos ou falésias Massa: 3,30 x 1026 g =0,055MTerra Raio: 2439 km = 0,382 RTerra Densidade média: 5,43 g/cm3 Período de Rotação: 58,6462 dias terrestres Período Orbital: 87,969 dias terrestres Distância média ao Sol: 0,387 U.A. Número de satélites: 0 Campo magnético: 0,0035 gauss Figura 2: Sumário gráfico de Mercúrio. Vênus - Segundo planeta em ordem de afastamento do Sol, situando-se entre Mercúrio e a Terra. A órbita de Vênus, dentre as de todos os demais planetas, é a mais circular. A primeira sonda a visitar Vênus foi a Mariner 2, em 1962. Ele foi posteriormente visitado por muitas outras (mais de 20 até o presente), incluindo a Pioneer Venus e a sonda soviética Venera 7, a primeira sonda a descer em outro planeta, e Venera 9, que transmitiu as A.A. de Almeida Sistema Solar 3 primeiras fotos da superfície. Mais recentemente (1992), a sonda americana Magalhães fez mapas detalhados da superfície de Vênus usando radar. É o planeta que mais se aproxima da Terra em distância, e é também o mais brilhante objeto do céu depois do Sol e da Lua. Vênus é facilmente visível a olho nu em certas épocas do ano e não possui satélites. Às vezes (impropriamente) é chamado de "estrela matutina", "estrela d'alva", ou ainda "estrela vespertina". Sua atmosfera, composta basicamente de gás carbônico (95% de CO2), é tão espessa que se torna impossível observar a sua superfície diretamente ao telescópio. A pressão da atmosfera de Vênus, na superfície, é de 90 vezes superior a da Terra (aproximadamente a mesma que existe a uma profundidade de 1 km nos oceanos terrestres). Essa densa atmosfera produz um forte efeito estufa que aumenta a temperatura de Vênus, tornando a sua superfície mais quente (calor suficiente para derreter o chumbo) que a de Mercúrio, a despeito de estar quase duas vezes mais distante do Sol. Uma vez que Vênus é um planeta inferior, ele apresenta fases quando visto da Terra com um telescópio. A observação desse fenômeno por Galileu Galilei foi um importante elemento a favor da teoria heliocêntrica de Copérnico. Nuvens estratificadas Superfície tórrida Rotação retrógrada com período lento de 243 dias terrestres Termosfera fria Temperatura superficial 730°C Pressão superficial 90 bars Atmosfera de dióxido de carbono Efeito Estufa Sempre coberto por nuvens Rajadas de ventos de 100 m/s na atmosfera superior 6052 km ou 0,95 RT Massa = 0,815 MT Nenhum campo magnético forte Nuvens de ácido sulfúrico Massa: 4,87 x 1027 g = 0,815 MTerra Raio médio: 6052 km = 0,949 RTerra Densidade média: 5,25 g/cm3 Período de Rotação: 243 dias 36 minutos (retrógrado) Período Orbital: 224,701 dias terrestres Distância média ao Sol: 0,723 U.A. Número de satélites: 0 Campo magnético: não detectável Figura 3: Sumário gráfico de Vênus. Terra - Terceiro planeta do Sistema Solar pela ordem de afastamento do Sol, do qual dista cerca de 150 milhões de quilômetros. É o único planeta do Sistema Solar cuja atmosfera contém uma grande quantidade de oxigênio. É também provavelmente o único planeta que contém água em abundância: quase 2/3 da superfície da Terra é coberto de água em estado líquido formando os oceanos. Tanto a água quanto o oxigênio são elementos essenciais A.A. de Almeida Sistema Solar 4 para a evolução da vida como a conhecemos. Os mais antigos fósseis de organismos vivos têm cerca de 3,7 bilhões de anos. Não há registro do período crítico em que a vida se iniciou. Ao que se sabe, é o único planeta habitado e com uma civilização inteligente. Tentativas de contato com outras eventuais civilizações alienígenas extraterrestres, até hoje fracassaram. Possui um único satélite natural, a Lua. A Terra, naturalmente, pode ser estudada com o auxílio de sondas espaciais e satélites artificiais, e as imagens tiradas do espaço são de considerável importância; por exemplo, elas ajudam na elaboração de mapas, na previsão do tempo e na navegação. Aurora Oval Litosfera Fina camada Atmosférica estratificada Campo magnético Camada de Ozônio Astenosfera Núcleo líquido Pressão Superficial 1 bar Efeito estufa Movimento continental Núcleo sólido Manto Ciclos vitais Temperatura Superficial 288 K Eras glaciais Tempestades 27 Massa: 5,975 x 10 g Raio: 6378 km Densidade média: 5,52 g/cm3 Período de rotação: 23 h 56 m 4 s Período orbital: 1 ano = 365,26 dias Distância média ao Sol: 1 U.A. = 149,6 x 109 km Número de satélites: 1 (Lua) Campo magnético: 0,35 gauss Expansão oceânica Partículas capturadas Figura 4: Sumário gráfico da Terra. A Lua - É o satélite natural da Terra. Seu movimento de revolução em torno do planeta dura cerca de 27 dias e 8 horas, tempo igualmente que leva para ela girar em torno de seu próprio eixo. Por essa razão o lado lunar voltado para nós é sempre o mesmo. A Lua naturalmente, é conhecida desde os tempos pré-históricos. É o segundo astro mais brilhante no céu depois do Sol. A interação gravitacional entre a Lua e a Terra é a causa do efeito das marés. Sua origem é objeto de estudo pelo astrônomos. Não se sabe com certeza se ela foi formada junto com a Terra ou depois. O mais provável, contudo, é que a Lua pode ser o resultado de uma colisão entre a Terra e um outro corpo. A Lua não tem atmosfera. A.A. de Almeida Sistema Solar 5 Sua superfície é seca e bastante acidentada, apresentando um relevo com montanhas, planícies e crateras. Em 21 de julho de 1969, Neil A. Armstrong e Edwin Aldrin desceram na superfície lunar através da nave Apollo e trouxeram de lá alguns quilos de amostras de seu solo. A última alunissagem aconteceu em dezembro de 1972. Recentemente descobriu-se fortes evidencias, através das sondas Clementine (1994) e Lunar Prospector (1997) que a Lua têm armazenado consideráveis quantidades de água misturada com o seu solo, concentradas nas regiões polares. A Lua se afasta da Terra Litosfera espessa Rotação síncrona 27 dias O lado oculto da Lua tem poucos mares e uma crosta espessa Mares de lava fluíram até 3 a 4 bilhões de anos atrás Crosta fina Mascons Tremores profundos Regolito pulverizado (solo) Astenosfera Núcleo ? Nenhuma Atmosfera Nenhuma água Planaltos com crateras de impacto criadas a 4 bilhões de anos atrás Campo magnético remanescente Cratera raiada jovem Sem campo magnético dipolar Massa: 7,353 x 1025 g = 0,0123 MTerra Raio: 1738 km = 0,2725 RTerra Densidade média: 3,344 g/cm3 Período de rotação: 27,322 dias terrestres Período orbital: 27,322 dias terrestres Distância média da Terra: 3,844 x 105 km Figura 5: Sumário gráfico da Lua. Marte - Quarto planeta em distância ao Sol, Marte é as vezes chamado de planeta vermelho devido a sua coloração avermelhada pelo óxido de ferro. Marte é quase metade do tamanho da Terra. A primeira sonda a visitar Marte foi a Mariner 4, em 1965. Várias outras se seguiram, inclusive duas Viking, em 1976. A partir de 1997, voltou a ter a sua superfície estudada principalmente de várias sondas espaciais, como Pathfinder e Mars Global Surveyour. Sem dúvida, Marte se assemelha muito com a Terra. Seu estudo poderá fornecer muitos indícios de como a Terra eventualmente poderá ser no futuro. Marte tem dois satélites, que presume-se que sejam asteróides capturados do cinturão de asteróides que se estende entre as órbitas de Marte e Júpiter: Fobos (Medo) e Deimos (Terror). Marte A.A. de Almeida Sistema Solar 6 com a sua semelhança e proximidade com a Terra, é o planeta mais provável no Sistema Solar para uma futura colonização de seres humanos. Isso por causa da provável existência de água em seu subsolo. A atmosfera de Marte é fina, composta essencialmente de dióxido de carbono (95,3%) além de nitrogênio (2,7%), argônio (1,6%) e traços de oxigênio (0,15%) e água (0,03%). A pressão média na superfície de Marte é de apenas 1/100 pressão da Terra. Marte é permanentemente encoberto por calotas de gelo em ambos os pólos, compostas em sua maior parte de dióxido de carbono sólido ("gelo seco"). Seu eixo de rotação é inclinado com relação ao Sol e por isso apresenta as quatro estações climáticas como na Terra: Inverno, Primavera, Verão e Outono. No Verão, calota polar de gelo de água Vulcões Fortes ventos Chryse Planitia, pouso da Viking. Vida? Antigos rios Fina camada de ar frio Solo congelado 3390 km ou 0,53 RT Terreno intensamente craterizado No inverno, calota polar de gelo de água e dióxido de carbono congelado No futuro, Phobos deverá colidir com o planeta Vastos desfiladeiros Massa: 6,4 x 1026 g = 0,107 MTerra Raio: 3397 km = 0,532 RTerra Densidade Média: 3,93 g/cm3 Rotação: 24h 37m 22s Período Orbital: 1,88 anos terrestres Distância Média ao Sol: 1,52 U.A. Número de Satélites: 2 (Fobos e Deimos) Campo magnético: extremamente fraco Figura 6: Sumário gráfico de Marte. Os Asteróides O Cinturão de Asteróides está localizado entre as órbitas de Marte e Júpiter, como se fosse uma barreira ou campo minado e indicando, como previsto pela lei de Titius-Bode (1772), que ali a uma distância média de 2,8 UA do Sol, deveria existir ou ter se formado um planeta. Foi assim que Ceres foi descoberto por Giuzeppe Piazzi, no primeiro dia do ano de 1801. A.A. de Almeida Sistema Solar 7 Atualmente são conhecidos e catalogados cerca de 20000 asteróides. Várias centenas mais são descobertos a cada ano. Existem contudo, centenas de milhares de outros desses corpos que são muito pequenos para serem observados da Terra, apesar do refinamento das técnicas observacionais. O inventário dos grandes asteróides está bastante completo; conhecemos hoje provavelmente 99% dos asteróides com diâmetros acima de 100 km. Conhecemos 26 asteróides com diâmetro superior a 200 km. Daqueles, na faixa entre 10 e 100 km, cerca de metade está catalogada. Porém, conhecemos muito poucos asteróides menores, talvez existam perto de 1 milhão de asteróides com diâmetro de cerca de 1 km. Figura 7: O cinturão principal de asteróides. As órbitas de alguns asteróides selecionados e os asteróides Troianos. A.A. de Almeida Sistema Solar 8 Figura 8: Desenho em escala mostrando os tamanhos relativos de alguns dos maiores asteróides, comparados com aquele do planeta Marte. Os números ao lado dos nomes indicam os períodos de rotação em horas. A escala horizontal dá a distância média ao Sol, em UA. Ceres - O maior asteróide Massa: 1,2 x 1024 g = 0,0002 MTerra Raio: 512 km = 0,08 RTerra Densidade média: 2,3 g/cm3 Período de rotação: 9h 4m 41s Período Orbital: 4,61 anos terrestres Distância média ao Sol: 2,77 U.A. Número de satélites: 0 Figura 9: Sumário gráfico dos asteróides. A.A. de Almeida Sistema Solar 9 Júpiter - O maior dos planetas do Sistema Solar, com um diâmetro de 143 mil km (relativamente, cerca de 11 vezes o da Terra) e massa 318 vezes maior que a Terra. Júpiter é o quarto objeto mais brilhante no céu (depois do Sol, Lua e Vênus). A descoberta de Galileu, em 1610, das quatro luas de Júpiter, Io, Europa, Ganimedes e Calisto (hoje conhecidas como luas Galileanas), foi a primeira constatação de um centro de movimento que, claramente, não estava centrado na Terra. Esse foi um ponto significativo a favor da teoria heliocêntrica de Copérnico. Por defender abertamente a teoria de Copérnico, Galileu foi aprisionado a mando da Inquisição, forçado a renunciar suas crenças e condenado ao cárcere. Júpiter foi visitado pela primeira vez pela sonda Pioneer 10 em 1973 e, mais tarde, pelas sondas Pioneer 11, Voyager 1, Voyager 2, Ulysses e mais recentemente, a Galileu. Ele é composto de cerca de 86% de hidrogênio e 14% de hélio, com traços de metano, água e amônia. Como Saturno, Júpiter tem anéis, mas apenas quatro, fracos e escuros, formados principalmente de pequenas partículas de poeira. Em julho de 1994, os 21 fragmentos do Cometa Shoemaker-Levy 9 colidiram com Júpiter. Os resultados foram espetaculares e durante vários meses as marcas dessas colisões ainda eram visíveis na sua atmosfera. Quando observado à noite, Júpiter parece às vezes como a "estrela" mais brilhante do céu (perdendo apenas para Vênus, que nunca é visível a altas horas da noite). As quatro luas Galileanas são facilmente visíveis com binóculo; algumas faixas e a Grande Mancha Vermelha podem ser vistas com um pequeno telescópio astronômico. Júpiter tem 63 satélites conhecidos: as quatro grandes luas Galileanas Io, Europa, Ganymede e Callisto são os principais. Massa: 1,90x1030 g =317,89 MTerra Raio: 71 492 km = 11,2 RTerra Densidade média: 1,314 g/cm3 Período de Rotação: 9h 55m 29,7s Período Orbital: 11,86 anos terrestres Distância média ao Sol: 5,203 U.A. Número de satélites: 63 Campo magnético: 4,3 gauss Figura 10: Sumário gráfico de Júpiter. A.A. de Almeida Sistema Solar 10 Saturno - O sexto planeta a partir do Sol. Galileu foi o primeiro a observá-lo com um telescópio, em 1610. Os anéis de Saturno, compostos basicamente de cristais de várias substâncias químicas congeladas (mas partículas rochosas cobertas por gelo podem também existir), permaneceram como um fenômeno único no Sistema Solar até 1977, quando foi descoberto os escuros anéis ao redor de Urano e, pouco depois, em torno de Júpiter e Netuno. Saturno foi visitado pela primeira vez pela Pionner 11 em 1979 e, mais tarde, pelas sondas Voyager 1 e Voyager 2. Saturno é o menos denso dos planetas; sua densidade específica (0,7) é inferior a da água (1,0) (se você pudesse colocar Saturno dentro d'água, ele flutuaria!). Como Júpiter, Saturno é composto de cerca de 75% de hidrogênio e 25% de hélio, com traços de água, metano e amônia. Pode-se ver Saturno no céu noturno, a olho nu. Embora não seja tão brilhante quanto Júpiter, é facilmente identificável porque ele não "pisca" como as estrelas e tem coloração amarelada. Os anéis são visíveis através de um pequeno telescópio astronômico. Saturno tem pelo menos 49 satélites conhecidos. É bem possível que existam vários outros pequenos satélites ainda não descobertos. Massa: 5,68x1029 g =95,18 MTerra Raio: 60 330 km = 9,46 RTerra Densidade média: 0,71 g/cm3 Período de Rotação: 10h 39m 22s Período Orbital: 29,46 anos terrestres Distância média ao Sol: 9,54 U.A. Número de satélites: 49 Campo magnético: 0,2 gauss Figura 11: Sumário gráfico de Saturno. A.A. de Almeida Sistema Solar 11 Urano - É o sétimo planeta em ordem de afastamento do Sol. Era desconhecido dos povos antigos. Foi descoberto acidentalmente, em 13 de março de 1781, pelo astrônomo inglês William Herschel (1738-1822). A constituição física de Urano é semelhante à de Júpiter, Saturno e Netuno, com um pequeno núcleo de hidrogênio metálico líquido, espessa e extensa atmosfera, composta principalmente de 89% de hidrogênio, 11% de hélio, com traços de metano, amônia e água. A cor azulada de Urano é o resultado da absorção da luz vermelha pelo metano na alta atmosfera. Como outros planetas gasosos, Urano tem anéis. Urano é, às vezes, dificilmente visível à olho nu, mesmo em uma noite bem escura. Pode ser visto através de um bom binóculo ou um pequeno telescópio astronômico. Urano possui um sistema de anéis escuros e foi visitado somente por uma espaçonave, a Voyager 2, em 24 de janeiro de 1986. Urano tem 27 satélites ou luas conhecidas. Massa: 8,72x1028 g =14,54 MTerra Raio: 26 150 km = 4,10 RTerra Densidade média: 1,21 g/cm3 Período de Rotação: 17,24 horas Período Orbital: 84 anos terrestres Distância média ao Sol: 19,2 U.A. Número de satélites: 27 Campo magnético: 0,1-1,1 gauss Figura 12: Sumário gráfico de Urano. A.A. de Almeida Sistema Solar 12 Netuno - O oitavo planeta em ordem de afastamento do Sol, e o segundo descoberto por telescópio. A descoberta de Netuno constitui um marco da astronomia teórica, pois foi a primeira vez que o homem através de cálculos matemáticos descobriu um novo planeta do Sistema Solar. Foi observado pela primeira vez pelo astrônomo alemão G. Gale (18121910), na noite de 23 de setembro de 1846. O seu nome foi sugerido pelo astrônomo francês Urban Leverrier (1811-1877), tendo em vista que o planeta possuía uma coloração esverdeada, o que lembrava Netuno, o deus romano do mar verde, equivalente ao deus grego Poseidon. Netuno é composto de cerca de 89% de hidrogênio e 11% de hélio, com traços de metano, amônia e água. Netuno tem 13 satélites conhecidos. A Grande Mancha Escura visível na superfície de Netuno é resultado da dinâmica atmosférica, que gera ventos de até 2.100 km/h. A mancha é o topo de uma corrente de gases que sobem com violência do interior para a superfície planetária no hemisfério Sul. Massa: 1,02x1029 g =17,135 MTerra Raio: 24 764 km = 3,883 RTerra Densidade média: 1,64 g/cm3 Período de Rotação: 16,11 horas Período Orbital: 164,793 anos terrestres Distância média ao Sol: 30,069 U.A. Número de satélites: 13 Campo magnético: 0,142 gauss Figura 13: Sumário gráfico de Netuno. A.A. de Almeida Sistema Solar 13 Plutão - O planeta mais distante do Sistema Solar. Sua existência foi anunciada em 13 de março de 1930 pelo astrônomo americano Clyde W. Tombaugh (1906-1997) depois de uma longa busca. É o menor planeta do Sistema Solar e recentemente surgiram especulações se não se trataria de um grande asteróide em vez de um planeta. Porém, Plutão continua com o status de menor planeta do Sistema Solar. Tem um satélite descoberto em 1978 pelo astrônomo norte-americano J.W.Christy, chamado Caronte. Caronte percorre uma órbita circular de seis dias ao redor de Plutão, a uma distância média de 20 mil km. Ambos também mantém a mesma face voltada uma para a outra, como a Lua e a Terra. Plutão é o único planeta que ainda não foi visitado por uma sonda espacial. Plutão gira na direção oposta e tem a órbita mais inclinada que a da maioria dos outros planetas. Plutão pode ser visto com um telescópio de porte médio, mas é muito difícil de ser distinguido entre as estrelas. Daí o grande mérito do trabalho de seu descobridor. Massa: 1,25x1022 kg Raio: 1137 – 1195 km Densidade média: 1,75 – 2,05 g/cm3 Período de Rotação: 153,293 horas Período Orbital: 248,54 anos terrestres Distância média ao Sol: 39,53 U.A. Número de satélites: 1 (Caronte) Campo magnético: desconhecido Figura 14: Órbita de Plutão em relação com as dos planetas gigantes. Quaoar – Desde a descoberta de Plutão em 1930 (e sua lua Caronte em 1978), o objeto mais espetacular do Cinturão de Kuiper foi descoberto em 04 de junho de 2002 e recebeu o nome de Quaoar. Trata-se do maior objeto do Cinturão de Kuiper conhecido atualmente e está localizado a 42 UA da Terra. O Cinturão de Kuiper é semelhante ao Cinturão de Asteróides, mas está localizado além de Netuno e contém provavelmente, 100 vezes mais material. Atualmente, existem cerca de 600 objetos do Cinturão de Kuiper conhecidos, a maioria dos quais têm cerca de 100 km de diâmetro e todos foram descobertos a partir de 1992. Quaoar tem cerca de 1250 km de diâmetro, quase o tamanho de Caronte (1500 km) ou metade (1120 km) do diâmetro de Plutão (2240 km). Apesar disso, Quaoar não é considerado um planeta e espera-se descobrir ainda mais uns 20 objetos deste tamanho, A.A. de Almeida Sistema Solar 14 incluindo talvez alguns maiores que o próprio Plutão ou “super-Plutões”. Acredita-se que estes corpos sejam compostos de uma mistura de gelos (água, metano, dióxido de carbono, etc) e rocha. Figura 15: Quadro comparativo de Quaoar com outros corpos do Sistema Solar. Sedna – Em 15 de março de 2004 foi anunciada a descoberta de Sedna, um dos mais frios e distantes objetos conhecidos no Sistema Solar. Ele foi encontrado a uma distância de 90 U.A. – cerca de 3 vezes além de Netuno e Plutão – nunca se aproxima a mais de 75 U.A. do Sol e leva 10500 anos para completar uma volta em torno do Sol. Seu tamanho está entre aquele de Quaoar e de Plutão, cerca de 1800 km de diâmetro. Figura 16: Quadro comparativo de Sedna com outros corpos do Sistema Solar. A.A. de Almeida Sistema Solar 15 Cometas – Os cometas são considerados os corpos mais primitivos e numerosos existentes no Sistema Solar. Acredita-se que eles sejam compostos congelados da mesma matéria, na forma de gás e poeira cósmica, que há cerca de 4,6 bilhões de anos deu origem ao Sol e aos planetas. Portanto, quando um cometa se aproxima do Sol, temos uma oportunidade rara de regredir no tempo, obtendo informações sobre as condições físicas e composição química da nuvem primordial que originou o Sistema Solar; e no espaço, já que estes corpos são provenientes de distâncias ainda não alcançadas por sondas espaciais. O Núcleo Cometário Massa: 1011 a 1021 g = 10-17 - 10-7 MTerra Raio: 0,1 a 100 km = 10-5 - 10-2 RTerra Densidade média: < 1 - 2 g/cm3 Período de rotação: 4 - 200 horas Período orbital: 3,3 anos a > 1 milhão de anos Distância média ao Sol: 2 - 30000 U.A. Figura 17: Sumário gráfico da anatomia de um cometa.