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DIÁRIO DO VALE
Domingo, 6 de março de 2016
CADERNO ESPECIAL DA DENGUE, DOMINGO, 6 DE MARÇO DE 2016
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O PERIGO AUMENTOU
AEDES AEGYPTI
Além da dengue, mosquito transmite a febre chikungunya e o zika vírus,
que pode trazer outras complicações como a microcefalia
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Domingo, 6 de março de 2016
Cuidados com transfusões são
reforçados em hemocentros
Hemocentros instruem doadores a comunicarem os
sintomas da Zika para prevenir a transmissão do vírus
Todos os dias pesquisadores descobrem novidades sobre o vírus da
Zika. Apesar da picada
do mosquito, Aedes aegypti, ser a forma mais
comum de transmissão,
o Ministério da Saúde recomendou a adoção de
medidas de prevenção a
todos os serviços de hemoterapia do Brasil para
evitar a transmissão do
vírus por transfusão de
sangue.
Em entrevista ao pro-
grama Falando Francamente, a responsável técnica
pelo Hemorrede do Tocantins, Bárbara Calassa, falou
sobre a recomendação dos
hemocentros para que doadores de sangue comuniquem os sintomas da Zika
após o início dos sintomas
para prevenir a transmissão
do vírus por meio da transfusão sanguínea.
- A principal forma de
evitar a transmissão do vírus durante a transfusão, é
através da triagem dos doa-
dores que já é feita rotineiramente, entretanto
como essa época é mais
alarmante, temos feito
uma triagem mais intensiva, para pacientes
que possam ter tido
contato com a Zika,
Dengue ou Chikungunya - explica.
Segundo a responsável técnica, os doadores recebem a instrução
para que comuniquem
ao hemocentro, sobre o
aparecimento de sinto-
mas infecciosos, como febre, conjuntivite, mal estar, vômito, diarreia, dores
musculares e nas juntas ou
manchas pelo corpo, até 7
dias após a doação, devido
à latência da doença, e assim poderão acompanhar
possíveis receptores desse
sangue doado, ou recuperar os hemocomponentes
doados, para desprezálos, evitando assim, a contaminação de outra pessoa.
Além disso, os candi-
datos à doação que já tiverem sido diagnosticados pelo Zika ou os que tiveram diagnóstico negativo, porém apresentam
os sintomas da doença,
são considerados inaptos
para doação por 30 dias,
após o desaparecimento
total dos sintomas.
A responsável técnica lembra que apesar da
instrução para os doadores comuniquem os sintomas do vírus, todo
sangue doado é testado,
antes de ser transfundido: “Os hemocentros fazem uma triagem rigorosa, com todo o sangue
e todas as bolsas coletadas, processadas e transfundidas. O controle de
qualidade é rigoroso e
obrigatório pela vigilância sanitária e pelo Ministério da Saúde, e
existem normas rigorosas, seguidas na sua totalidade, para que se
ofereça um sangue seguro”, reafirma.
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Sintomas
aparecem em
até 15 dias
após picada
A dengue é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes
aegypti ou Aedes albopictus (ambos da família dos pernilongos) infectados com o vírus
transmissor da doença.
O transmissor mais comum é o Aedes aegypti,
conforme inúmeros casos já diagnosticados no
Brasil nos últimos anos.
A transmissão nos
mosquitos ocorre quando ele suga o sangue de
uma pessoa já infectada
com o vírus da dengue.
Após um período de incubação, que inicia logo
depois do contato do
pernilongo com o vírus
e dura entre 8 e 12 dias,
o mosquito está apto a
transmitir a doença.
Nos seres humanos, o
vírus permanece em in-
cubação durante um período que pode durar de
3 a 15 dias. Só após esta
etapa, é que os sintomas
da dengue podem ser
percebidos. É importante destacar que não há
transmissão através do
contato direto de um doente ou de suas secreções
com uma pessoa sadia. O
vírus também não é
transmitido através da
água ou alimento. Quem
estiver com dengue deve
se prevenir de picadas do
mosquito Aedes aegypti
para evitar a transmissão
da doença para o mosquito. Assim, é possível
cortar mais uma cadeia
de transmissão do vírus.
Portanto, quem estiver
com dengue deve usar
repelentes, mosquiteiros
e/ou outras formas de
evitar picadas.
Automedicação pode
piorar quadro de saúde
O tratamento da dengue requer bastante repouso e a ingestão de
muito líquido, como
água, sucos naturais ou
chá. No tratamento, também são usados medicamentos anti-térmicos
que devem recomendados por um médico.
É importante destacar
que a pessoa com dengue
NÃO pode tomar remédios à base de ácido acetil salicílico, como AAS,
Melhoral, Doril, Sonrisal, Alka-Seltzer, Engov,
Cibalena, Doloxene e
Buferin. Como eles têm
um efeito anticoagulante, podem promover sangramentos.
O doente começa a
sentir a melhorar cerca
de quatro dias após o início dos sintomas da dengue, que podem permanecer por 10 dias.
É preciso ficar alerta
para os quadros mais
graves da doença. Se
aparecerem sintomas,
como dores abdominais
fortes e contínuas, vômitos persistentes, tonturas ao levantar, alterações na pressão arterial,
fígado e baço dolorosos,
vômitos hemorrágicos
ou presença de sangue
nas fezes, extremidades
das mãos e dos pés frias
e azuladas, pulso rápido
e fino, diminuição súbita da temperatura do
corpo, agitação, fraqueza e desconforto respiratório, o doente deve
ser levado imediatamente ao médico.
Em caso de suspeita
de dengue, procure a ajuda de médico. Este profissional irá orientá-lo a
tomar as providências
necessárias do seu caso.
Dengue é doença
infecciosa aguda
Existem quatro tipos de dengue e os mais
comuns são a dengue clássica e a hemorrágica
Em todo o mundo,
existem quatro ti-pos
de dengue, já que o
vírus causador da doença possui quatro
sorotipos: DEN-1,
DEN-2, DEN-3 e
DEN-4. No Brasil, já
foram encontrados da
dengue tipo 1, 2, 3 e
4. A dengue tipo 4
apresenta risco a pessoas já contaminadas
com os vírus 1, 2 ou
3, que são vulneráveis à manifestação
alternativa da doença.
Complicações podem
levar pessoas infectadas ao desenvolvimento de dengue hemorrágica. A dengue
pode se apresentar –
clinicamente – de
quatro formas diferentes formas: Infecção Inaparente, Dengue Clássica, Febre
Hemorrágica da Dengue e Síndrome de
Choque da Dengue.
Dentre eles, destacam-se a Dengue
Clássica e a Febre
Hemorrágica da Dengue.
INFECÇÃO
INAPARENTE - A
pessoa está infectada
pelo vírus, mas não
apresenta nenhum
sintoma da dengue.
A grande maioria
das infecções da
dengue não apresenta sintomas. Acredita-se que de cada
dez pessoas infectadas apenas uma ou
duas ficam doentes.
D E N G U E
CLÁSSICA - A
Dengue Clássica é
uma forma mais leve
da doença e semelhante à gripe. Geralmente, inicia de uma
hora para outra e
dura entre 5 a 7 dias.
A pessoa infectada
tem febre alta (39° a
40°C), dores de cabeça, cansaço, dor
muscular e nas articulações, indisposição, enjôos, vômitos,
manchas vermelhas
na pele, dor abdominal (principalmente
em crianças), entre
outros sintomas. Eles
duram até uma semana. Após este período, a pessoa pode
continuar sentindo
cansaço e indisposição.
DENGUE HEMORRÁGICA - É
uma doença grave e
se caracteriza por
alterações da coagulação sanguínea
da pessoa infectada.
Inicialmente se assemelha a Dengue
Clássica, mas, após
o terceiro ou quarto
dia de evolução da
doença, surgem hemorragias em virtude do sangramento
de pequenos vasos
na pelo e nos órgãos internos.
SÍNDROME DE
CHOQUE
DA
DENGUE - Esta é
a mais séria apresentação da dengue
e se caracteriza por
uma grande queda
ou ausência de pressão arterial. Entre as
principais manifestações neurológicas,
destacam-se: delírio,
sonolência, depressão, coma, irritabilidade extrema, psicose, demência, amnésia, paralisias e sinais de meningite.
Se a doença não for
tratada com rapidez,
pode levar à morte.
SINTOMAS
Dengue Clássica
Febre alta com início súbito.
Forte dor de cabeça.
Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento dos mesmos.
Perda do paladar e apetite.
Manchas e erupções na pele semelhantes ao
sarampo, principalmente no tórax e membros
superiores.
Náuseas e vômitos·
Tonturas.
Extremo cansaço.
Moleza e dor no corpo.
Muitas dores nos ossos e articulações.
Dengue hemorrágica
Os sintomas da dengue hemorrágica são os
mesmos da dengue comum. A diferença ocorre
quando acaba a febre e começam a surgir os
sinais de alerta:
Dores abdominais fortes e contínuas.
Vômitos persistentes.
Pele pálida, fria e úmida.
Sangramento pelo nariz, boca e gengivas.
Manchas vermelhas na pele.
Sonolência, agitação e confusão mental.
Sede excessiva e boca seca.
Pulso rápido e fraco.
Dificuldade respiratória.
Perda de consciência.
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Chikungunya causa
dores mais intensas
Febre também é transmitida pelo Aedes e
sintomas são parecidos com os da Dengue
A febre Chikungunya é muito parecida com a Dengue. Ela
é causada pelo vírus
CHIKV, da família Togaviridae. Ela é transmitida pela picada do
mosquito Aedes aegypti infectado e, menos
frequente, pelo mosquito Aedes albopictus.
Para o vírus ser transmitido é necessário que
a fêmea esteja contaminada depois de picar
uma pessoa infectada.
Os sintomas da doença são febre acima de
39 graus, de início repentino, e dores intensas nas articulações de
pés e mãos – dedos, tornozelos e pulsos. Pode
ocorrer, também, dor
de cabeça, dores nos
músculos e manchas
vermelhas na pele. Cerca de 30% dos casos
não chegam a desenvolver sintomas.
O Ministério da Saúde definiu que devem
ser consideradas como
casos suspeitos todas as
pessoas que apresentarem febre de início súbito maior de 38,5ºC e
artralgia (dor articular)
ou artrite intensa com
início agudo e que tenham histórico recente
de viagem às áreas nas
quais o vírus circula de
forma contínua.
Após a picada do
mosquito, os sintomas
aparecem de dois a dez
dias, podendo chegar a
12 dias. Esse é o chamado período de incubação. Na comparação
com a Dengue, a intensidade das dores nas articulações é bem maior. Em se tratando de
Chikungunya, a dor articular, presente em
70% a 100% dos casos,
é intensa e afeta principalmente pés e mãos
(geralmente tornozelos
e pulsos). Há casos em
que as dores, apesar de
a pessoa ter se curados,
permanecem por meses
e até anos.
O vírus pode afetar
pessoas de qualquer
idade ou sexo, mas os
sinais e sintomas tendem a ser mais intensos
em crianças e idosos.
Além disso, pessoas
com doenças crônicas
têm mais chance de desenvolver formas graves da doença. Até o
momento não existe um
tratamento específico
para Chikungunya,
como no caso da dengue. Os sintomas são
tratados com medicação para a febre (paracetamol) e as dores articulares (antiinflamatórios). Não é recomendado usar o ácido acetil salicílico (AAS) devido
ao risco de hemorragia.
Recomenda-se repouso
absoluto ao paciente,
que deve beber líquidos
em abundância.
Como a doença é
transmitida por mosquitos, a única medida
de prevenção é a eliminação dos criadouros
do inseto, especialmente vasilhas que acumulam água.
SAIBA MAIS
O período de incubação da febre
chikungunya varia de dois a 12 dias. Muitas
pessoas infectadas com CHIKV não apresentarão sintomas. O quadro clínico é muito
semelhante ao da dengue, e os sintomas de
febre chikungunya são:
Febre
Dor nas articulações
Dor nas costas
Dor de cabeça
Outros sintomas incluem:
Quantas pessoas o
Aedes pode infectar?
Os mosquitos fêmea sugam sangue para
produzir ovos. Se o mosquito Aedes Aegypti estiver infectado, poderá transmitir o vírus da Dengue, Chikungunya ou o Zika neste processo. Em geral, mosquitos sugam uma
só pessoa a cada lote de ovos que produzem.
O mosquito tem uma peculiaridade que se
chama “discordância gonotrófica”, que significa que é capaz de picar mais de uma pessoa para um mesmo lote de ovos que produz. Há relato de que um só mosquito infectivo transmitiu vírus para cinco pessoas de
uma mesma família, no mesmo dia.
Erupções cutâneas
Fadiga
Náuseas
Vômitos
Mialgias
Os sintomas comuns de chikungunya são
graves e muitas vezes debilitantes, sendo as
mãos e pés mais afetados. No entanto, pernas e costas inferiores frequentemente podem estar envolvidas.
Diagnóstico
O diagnóstico deverá ser feito por meio de
análise clínica e exame de sangue. A partir
da amostra de sangue, os médicos buscam
a presença de anticorpos específicos para
combater o CHIKV no sangue. Isso indicará
que o vírus está circulando pelo corpo e que
o organismo está tentando combatê-lo.
Por que somente a
fêmea pica as pessoas?
A fêmea precisa de sangue para a produção de
ovos. Tanto o macho quanto a fêmea se alimentam de substâncias que contêm açúcar (néctar,
seiva, entre outros), mas como o macho não produz ovos, não necessita de sangue. Embora possam ocasionalmente se alimentar com sangue
antes da cópula, as fêmeas intensificam a voracidade pela hematofagia após a fecundação, quando precisam ingerir sangue para realizar o desenvolvimento completo dos ovos e maturação nos
ovários. Normalmente, três dias após a ingestão
de sangue as fêmeas já estão aptas para a postura,
passando então a procurar local para desovar.
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Produção de machos estéreis
deve começar em setembro
Em meio ao cenário de
epidemia do vírus Zika na
América Latina e no Caribe, a Agência Internacional de Energia Atômica
(Aiea) anunciou esta semana que vai transferir ao
Brasil a tecnologia necessária para esterilizar machos do mosquito Aedes
aegypti em uma tentativa
de controle populacional
do vetor na região.
O equipamento será
enviado para a biofábrica
Moscamed Brasil, localizada na cidade de Juazeiro,
região norte da Bahia. A
instituição foi escolhida
pela própria agência de
energia nuclear das Nações Unidas e é a primeira
biofábrica do mundo a utilizar a tecnologia de raiosx para esterilização de insetos e controle biológico
de pragas.
Em entrevista à Agência Brasil, o doutor em radioentomologia pelo Centro de Energia Nuclear
Aplicada à Agricultura da
Universidade de São Paulo
(USP) e diretor-presidente
da Moscamed, Jair Virgínio, explicou que a chegada de um irradiador gama
de cobalto-60 vai permitir
à biofábrica a produção de
até 12 milhões de machos
estéreis do Aedes aegypti
por semana.
Uma vez superados os
procedimentos de desembaraço para a entrada
do aparelho no país, sobretudo no que diz respeito às normas técnicas
para equipamentos nucleares, a expectativa é
que a produção em larga
escala de machos estéreis
seja iniciada até setembro. Já a liberação dos
mosquitos está prevista
para começar até o final
do ano – inicialmente, em
municípios com até 30
mil habitantes.
Segundo ele, a técnica
a ser usada se assemelha a
uma espécie de controle de
natalidade do mosquito.
"É sempre bom lembrar que o macho não pica
as pessoas. Ele se alimenta
de substâncias açucaradas,
como néctar e seiva. É a fêmea quem precisa de sangue para maturar os ovos e
colocá-los. E a fêmea do
Aedes copula uma única
vez na vida", explica Jair
Virgínio.
Leia abaixo os principais trechos da entrevista
com o especialista:
Agência Brasil: O
Brasil tem o conhecimento necessário para utilizar esse tipo de tecnologia?
Jair Virgínio: Na biofábrica de Juazeiro, já temos
um aparelho irradiador de
raios-x que também foi doação da Agência Internacional de Energia Atômica.
O processo com o irradiador gama de cobalto-60 é o
mesmo. O que muda é a escala de produção, já que o
irradiador de raio-x é um
equipamento menor, sem
capacidade para a produção necessária no combate
à população de Aedes aegypti. Desde 2005, utilizamos a técnica de esterilização de insetos para controle de praga, sobretudo em
moscas-das-frutas.
Agência
Brasil:
Como será feita a liberação dos machos estéreis
do Aedes?
Jair Virgínio: O processo de soltura desses mosquitos ainda está sendo
discutido. Há a possibilidade de fazermos a liberação em ambiente de forma
terrestre e também de forma aérea. A primeira consiste na simples abertura
de recipientes que contenham os insetos. Imagine
da seguinte forma: dentro
de um carro, o responsável
vai abrindo uma espécie de
Tupperware e liberando o
mosquito, já adulto e estéril. A segunda estratégia
consiste na utilização de
helicópteros e drones para
auxiliar na soltura.
Agência Brasil: Uma
vez soltos, como esses
machos estéreis interferem no ambiente?
Jair Virgínio: A liberação desses mosquitos é semanal, sendo que, a cada
sete dias, liberamos exatamente a mesma quantidade. Vamos usar como
exemplo a proporção de
dez machos estéreis para
cada macho selvagem. Estamos promovendo uma
concorrência desleal, fazendo com que a probabilidade de cruzamento com
um macho estéril seja dez
vezes maior que com um
macho selvagem. Na semana seguinte, a mesma
quantidade de insetos é liberada. A concorrência,
agora, será de 20 para um.
Desta forma, a possibilidade de acasalamento entre
um macho selvagem e uma
fêmea selvagem vai diminuindo em escala exponencial. Em cinco gerações, não havendo novas
infestações, atingiríamos
zero população selvagem
naquela localidade.
Agência Brasil: O
macho, mesmo estéril,
não representa perigo à
população?
Jair Virgínio: É sempre
bom lembrar que o macho
não pica as pessoas. Ele se
alimenta de substâncias
açucaradas, como néctar e
seiva. É a fêmea quem precisa de sangue para maturar
os ovos e colocá-los. E a fêmea do Aedes copula uma
única vez na vida. A técnica
que vamos utilizar se assemelha a uma espécie de
controle de natalidade do
mosquito. Funciona assim:
vamos produzir, em laboratório, machos estéreis. Em
seguida, vamos liberar es-
ses insetos, que vão procurar fêmeas selvagens para
acasalar. Os ovos que resultam dessa cópula, entretanto, não conseguem eclodir e
se tornam inviáveis. Eles
não chegam sequer a virar
larvas.
Agência
Brasil:
Como será feita a seleção
de municípios que vão
receber esses machos estéreis?
Jair Virgínio: Esse processo ainda está em discussão. O Ministério da Saúde
deve definir prioridades, levando em consideração características como população, relevo e disponibilidade de recursos. Bahia e Pernambuco, por exemplo, já
fizeram um levantamento
de cidades com surto de
dengue, Zika e febre chikungunya. A ideia é trabalhar com municípios de até
30 mil habitantes para que a
gente tenha maior controle
e monitoramento. O processo é mais complexo em
grandes áreas. À medida
que conseguirmos sucesso,
vamos avançando para cidades maiores.
Vamos exterminar os mosquitos
nocivos da água parada
Depende de você, depende de mim,
depende de todos nós
Vereador Luiz Furlani
Junto com o povo contra o Aedes Aegypti
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Aedes aegypti
Ele transmite
mais doenças
Por que o nome
Aedes aegypti?
O vetor foi descrito cientificamente pela primeira vez em 1762,
quando foi denominado Culex aegypti. Culex significa “mosquito”
e aegypti, egípcio, portanto: mosquito egípcio. O gênero Aedes só
foi descrito em 1818. Logo verificou- se que a espécie aegypti,
descrita anos antes, apresenta características morfológicas e
biológicas semelhantes às de espécies do gênero Aedes – e não às
do já conhecido gênero Culex. Então, foi estabelecido o nome
Aedes aegypti.
DENGUE - CHIKUNGUNYA - ZICA VÍRUS - MICROCEFALIA - SÍNDROME DE DE GUILLAIN-BARRÉ
A proliferação do mosquito Aedes aegypti por
di-versas regiões do Brasil se transformou em um
grave problema de saúde
a partir do momento em
que o mosquito passou a
ser apontando como transmissor da febre chikungunya e do zika vírus. Este
último está sendo relacionado aos casos de microcefalia - bebês nascem
como cérebro menor do
que o normal - e também
com a síndrome de Guillain-Barré, doença em
que o sistema imunológico passa a atacar por engano o sistema nervoso
gerando uma inflamação
dos nervos.
A principal preocupação do Ministério da Saúde passou a ser o grande
número de casos de microcefalia. Já são mais de
mil, número muito acima
do considerado normal
pelas autoridades da área
de saúde e sem compara-
ções com dados estatísticos
encontrados em outros países. A explosão no número
de casos levou o Governo
Federal a lançar um programa especial contra o zika vírus e a microcefalia, onde a
principal ação é o combate
ao mosquito Aedes aegypti.
A população deve reforçar as medidas de prevenção. Qualquer recipiente que
acumule água parada pode
ser um criadouro do mosquito transmissor. Estar sempre
alerta para eliminar possíveis focos dos mosquitos
que transmitem a dengue, a
febre chikungunya e o zika
vírus é a única forma de conter o avanço das doenças.
Assim como na dengue,
os principais sinais e sintomas da chikungunya é a febre alta (39°C) acompanhada de dor nas articulações.
O quadro inclui ainda dor
muscular, dor de cabeça, fadiga, náuseas e manchas
vermelhas na pele. Já o zika
vírus apresenta um quadro
com sintomas mais leves e em
apenas 20% dos infectados. Os
80% restantes não manifestam
sintomas, o que torna a doença
mais grave para gestantes, podendo provocar a microcefalia.
Ao sinal de qualquer sintoma,
a pessoa deve procurar ajuda médica, a fim de realizar exames laboratoriais que detectam o vírus.
O foco do tratamento para as doenças é no alívio dos sintomas
com os remédios ideais. O vírus
pode afetar qualquer pessoa, independentemente da idade e do
sexo, mas os sinais e sintomas
são mais intensos em crianças e
idosos. Não há vacina para nenhum dos vírus.
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Aedes aegypti
Não há comprovação de que
repelentes alternativos funcionam
São muitas as receitas caseiras que chegam por aplicativos de
mensagens prometendo combater
o mosquito Aedes aegypti, vetor
dos vírus da dengue, da febre chikungunya e da Zika, mas que não
têm o aval dos cientistas. O infectologista Dalcy Albuquerque,
da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, reforça que a
aprovação de produtos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é uma garantia oficial da segurança e eficácia do
produto.
“A gente vive uma era de produtos orgânicos, os pacientes têm
duvidas e perguntam com frequência sobre os repelentes caseiros. Não posso dizer que funcionam e correr o risco do meu paciente pegar uma dessas doenças,
você precisa de alguma garantia”,
disse Albuquerque.
Depois do surto de Zika e da
associação desta doença com o
nascimento de bebês com microcefalia, a busca por formas de evitar a picada de mosquito virou
uma grande preocupação em
todo o país. Os boatos pelas redes sociais já falaram da eficácia da vitamina B12, de própolis, citronela, de cravo da índia,
entre outras ferramentas que teoricamente afastam o mosquito.
A recomendação da Organização Mundial da Saúde e do
Ministério da Saúde é que a população, principalmente mulheres grávidas, usem calças compridas, sapatos fechados, mangas compridas e coloquem telas nas janelas, especialmente
em locais com maior incidência do mosquito.
O uso de repelentes aprovados pela Anvisa é outra recomendação das duas entidades,
mas todas as recomendações
dos rótulos devem ser seguidas.
Segundo a Anvisa, estudos indicam que o uso tópico de repelentes, ou seja, direto na pele,
à base de n,n-Dietil-meta-toluamida (DEET) por gestantes é
seguro.
Estamos combatendo o Aedes
Aegypti com o mesmo empenho que
defendemos os Aposentados e
Pensionistas.
Ubirajara Vaz
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Aedes e
pernilongo:
conheça as
diferenças
Em tempos de preocupação com o vírus
Zika, dengue e chikungunya, que podem ser
transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti,
muitas pessoas se assustam ao encontrarem
os pernilongos normais. O mais conhecido é um inseto do gênero Culex e é diferente dos do gênero Aedes
em cor, comportamento, tamanho, entre outros aspectos.
Apesar de falarmos
em milimetros de tamanho, é possível diferenciar os dois e ter uma
noite mais tranquila. O
pesquisas do Instituto
Oswaldo Cruz (Fiocruz), José Bento Ribeiro, em curso para o instituto, destacou algumas
dessas diferenças.
De acordo com Pereira, o mosquito Aedes
aegypiti tem hábitos
diurnos, mas é oportunista e a fêmea pode pi-
car à noite caso tenha
alguma chance. Já o
pernilongo, além de
voar alto e fazer um zunido, sai para se alimentar à noite. Além
disso, o mosquito Aedes aegypiti costuma
voar abaixo de 1,2 metros e, por isso, pica
mais pés, perna e joelhos, e tem uma picada
indolor.
Abaixo, organizamos algumas dessas diferenças:
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Zika pode causar
2 doenças graves
Zika pode estar relacionado a casos de
microcefalia e também a síndrome Guillan-Barré
Gestantes devem
redobrar cuidados
As mulheres grávidas
devem redobrar a atenção
para evitar o contato com
o mosquito Aedes aegypti. Especialistas pouco sabem até o momento sobre como a infecção chega ao feto durante a gestação. A Fundação
Oswaldo Cruz, instituição de pesquisa do governo federal, isolou o vírus
Zika no líquido do útero
de algumas mulheres grávidas cujas crianças estão
com a malformação, o
que leva a crer que esse
vírus é o que está causando a doença.
O cuidado maior
deve ser entre 3 e 4 meses de gestação, período
durante o qual o cérebro
está em fase final de desenvolvimento. É necessário eliminar locais que
podem favorecer o desenvolvimento de mosquitos, usar roupas longas, repelentes, mosquiteiros e telas em janelas
para evitar o mosquito.
Os bebês afetados
pela microcefalia nascem com perímetro cefá-
lico menor que o normal,
que habitualmente é superior a 33cm, medida
usada inicialmente pelo
Ministério da Saúde para
investigar casos. Agora
ela foi reduzida para 32
cm, medida usada em países desenvolvidos.
O cérebro menor é
normalmente detectada
pelo médico logo após
o nascimento. Os pais
são orientados a realizar terapias para melhorar as habilidades da
criança, que podem ser
prejudicadas – como fisioterapia, fonoaudiologia ou terapia ocupacional. São observados
problemas como retardo mental, atraso nas
funções motoras e de
fala, distorções faciais,
nanismo ou baixa estatura, hiperatividade,
epilepsia, dificuldades
de coordenação e equilíbrio e alterações neurológicas, mas algumas
crianças com microcefalia podem, inclusive,
ter desenvolvimento e
inteligência normais.
A febre por vírus Zika
é descrita como uma
doen-ça febril aguda que
provoca ainda dor nas articulações e músculos,
além de conjuntivite e
manchas vermelhas na
pele. Além destes sintomas, também pode-se
observar, com menos
frequência, problemas
digestivos, como dor no
abdômen, náuseas, vômitos, diarreia ou prisão
de ventre, aftas e coceira pelo corpo. A doença
tem duração de 3 a 7
dias, geralmente sem
complicações graves e
não há registro de mortes. A taxa de hospitalização é potencialmente
baixa. Segundo a literatura, mais de 80% das
pessoas infectadas não
desenvolvem manifestações clínicas.
Apesar de normalmente o Zika vírus ser
mais brando que a dengue, em algumas pessoas podem surgir complicações como microcefalia nos bebês de mulheres infectadas durante a
gravidez e síndrome de
Guillain-Barré, por
exemplo. Já foi observada uma possível correlação entre a infecção ZIKAV e a ocorrência de
síndrome de GuillainBarré (SGB) em locais
com circulação simultânea do vírus da dengue.
No Brasil, o Ministério
da Saúde divulgou que
um bebê com microcefalia no Ceará estava contaminado com o vírus.
Segundo especialistas do Ministério da Saúde, uma grande dificuldade para saber se o
grande número de casos
de microcefalia detectado nos últimos meses é
em decorrência do vírus
Zika é que o vírus só circula no sangue por no
máximo 7 dias. As pesquisas apontam que
quem teve Zika fica imune ao vírus, porém, não
há exames que detectem
quem está imune. Pesquisadores estão investigando se houve uma mutação no vírus, já que
efeitos como a microcefalia nunca haviam sido
relatados em quase 70
anos de pesquisas.
O tratamento dos casos sintomáticos recomendado é baseado no
uso de acetaminofeno (paracetamol) ou dipirona
para o controle da febre e
manejo da dor. No caso de
erupções pruriginosas, os
anti-histamínicos podem
ser considerados. No entanto, é desaconselhável o
uso ou indicação de ácido
acetilsalicílico e outros
drogas anti-inflamatórias
em função do devido ao
risco aumentado de complicações hemorrágicas
descritas nas infecções por
síndrome hemorrágica
como ocorre com outros
flavivírus.
SINTOMAS
Febre baixa.
Olhos vermelhos.
Manchas vermelhas com coceira.
Dores no corpo.
Somente 20% das pessoas iénfectadas desenvolvem sintomas da doença. O fato de 80%
dos portadores do vírus desconhecerem que
estão infectados representa alto risco para
gestantes, pois elas podem ser contaminhadas
e isto acarretar a malformação do cérebro de
bebês, impedindo seu desenvolvimento
normal.
O Ministério da Saúde confirmou em 28/11/
2015 que existe relação entre o vírus Zika e os
casos de microcefalia na Região Nordeste do
país. Segundo nota divulgada, exames feitos
em um bebê nascido no Ceará com microcefalia e outras malformações congênitas revelaram a presença do vírus em amostras de
sangue e tecidos.
Síndrome de Guillain-Barré
Além de causar microcefalia, já está registrado
na literatura médica que o Zika também pode
desencadear a síndrome de Guillain-Barré,
que é uma reação autoimune do organismo,
geralmente relacionada a infecção por alguns
vírus ou bactéria. O sistema imunológico do
corpo passa a atacar parte do próprio sistema
nervoso por engano. Isso leva à inflamação
dos nervos, que provoca fraqueza muscular.
DIÁRIO DO VALE
Domingo, 6 de março de 2016
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Animais de estimação
podem pegar as doenças
transmitidas pelo Aedes?
Animais também podem ser atingidos pelo
Aedes aegypti. A informação é do gerente de
Vigilância Ambiental de
Vetores e Animais Peço-
nhentos e Ações de
Campo, Petrônio Lopes.
No entanto, apesar de estarem vulneráveis a serem picados, o gerente
explica que os animais
de estimação não desenvolvem as doenças
transmitidas pelo mosquito como a dengue,
Chikungunya e Zica vírus.
A recomendação é
que a população faça
uma inspeção em casa
pelo menos uma vez por
semana para evitar a proliferação do mosquito.
Distribuímos água limpa, saudável
e fresca para que você tenha mais
saúde e disposição para combater
aquele mosquito perigoso que se
cria na água parada
Unidos na luta contra a
dengue, zika e
chikungunya
“América Tereza se une à luta
contra o mosquito da Zika e da
dengue com o PMDB Mulher”.
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DIÁRIO DO VALE
Domingo, 6 de março de 2016
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