I. Estudo de circuitos série RC e RL em função da frequencia II. Grupo Davi dos Santos Zocchio - 083414 Francisco Azevedo Alves - 081432 Guilherme de Morais Bueno - 076047 III. Resumo O experimento destina-se a obter o valor previsto na literatura para o campo magnético terrestre (entre 0,3 a 0,6G) e também do momento de dipolo magnético do imã permanente através da coleta de dados e medidas efetuadas no laboratório. Tais medidas serão realizadas com base num circuito elétrico simples (fig. 1) consistindo de um miliamperímetro, uma fonte elétrica, um reostato e, a peça fundamental do experimento, uma bobina de Helmholtz. Mede-se a frequência de oscilação de um imã permanente conectado à bobina em função da corrente elétrica que a atravessa. Com os dados obtidos uma análise matemática simples conduz à elaboração de um gráfico (f² x I), do qual obtemos o valor do campo magnético da Terra, 0,67x10-5 T e um momento de dipolo magnético 3,74Am². Os resultados obtidos estão muito próximos do previsto. Ressaltamos que as discrepâncias observadas devem-se não somente aos erros sistemáticos, mas também à configuração da bobina que não permitiu obter dados consistentes a baixos valores de corrente, ocasião em que a deflexão do imã foi muito acentuada. IV. Introdução A proposta do experimento é obter a frequencia de corte dos circuitos montados e verificar o significado dos termos filtro passa-alto e filtro passa baixo. Filtros elétricos são utilizados para os mais diversos fins. São equipamentos que tem como função selecionar faixas de freqüência que se consideram ótimas para o perfeito funcionamento do equipamento. Assim, filtros passa-baixo são aqueles que têm por função eliminar freqüências acima da freqüência de corte e permite que as abaixo desta passem inalteradas. Sendo válido o contrário para os filtros passa-alto. Exemplos de usos são no controle de subwoofers bloqueando os picos mais agudos, nos transmissores de rádios, nos sintetizadores analógicos e outros. V. Teoria Para concluir nosso objetivo, utilizamos o fato de que uma distribuição de corrente elétrica gera um campo magnético que pode ser determinado utilizando a lei de Biot-Savart: dB ( o / 4 ) Idl r / r . Dada a simetria do problema, o campo magnético das espiras estará contido no eixo destas e sua intensidade será dada por: B ( o / 2) IR 2 /( x 2 R 2 ) 3 / 2 , para uma espira. Assim ao suspendermos um imã permanente cilíndrico no eixo das espiras, a meia distância destas, ele sofrerá um torque ( ) devido à força magnética que o campo gerado bobina (BH) exerce sobre o cilindro, fazendo-o se alinhar com o campo. Este alinhamento, entretanto, configura-se como uma oscilação em torno da direção de B. 3 O módulo desse campo é dado por B H 8 o NI /(5 3 / 2 R) , onde se combinou o campo gerado por cada uma das espiras. Nessa formula, N é o número de espiras de uma bobina, I a corrente que as atravessa, R o raio da bobina e o 4 10 7 T a permeabilidade do vácuo. Aplicando-se a 2ª Lei de Newton sobre a forma angular ao cilindro obtemos a relação f 2 ( / 4 2 mI ) B , onde f é a freqüência de oscilação, µ o momento de dipolo magnético e mI o momento de inércia do cilindro. B é a intensidade do campo magnético resultante que atua no cilindro, nesse caso, a soma do campo magnético terrestre (BT) com o campo magnético gerado pela bobina (BH). Essa intensidade é dada por B BH BT onde o sinal + corresponde ao caso em que os dois campos são paralelos e – quando o são antiparalelos. Neste experimento orientamos o campo gerado pela bobina dessa forma para que possamos reduzir a soma vetorial da intensidade do campo a uma soma escalar (já que ambos os campos possuem a mesma direção). O momento de inércia do imã (um cilindro de densidade uniforme) é dado por mI m(r 2 / 4 L2 /12) onde m é a massa do imã, r o seu raio e L o comprimento. Combinando-se os resultados: f 2 ( / 4 2 mI )[(8 o N / 53 / 2 R) BT ] , i.e., a equação de uma reta. Podemos obter os valores de µ e de BT a partir do gráfico ƒ2 X I realizando a regressão linear dos dados coletados. Será obtida uma reta da forma 2 mI 53 / 2 Ra f ² aI b . Comparando as duas expressões concluímos que: e 2 o N BT 4 2 mI b Nota: no desenvolvimento dessa formulação fazemos a aproximação sen , que é válida somente se as oscilações forem pequenas. VI. Metodologia experimental Para realizar o experimento montamos, em primeiro lugar, o circuito elétrico esquematizado ao lado na figura 1. Tal circuito consiste de uma fonte de corrente alternada (gerador de sinal), um osciloscópio digital de dois canais um resistor de 100 e um capacitor de 1F. Entre os terminais do canal 1 ligamos o gerador e, no canal 2, o capacitor. Feito isso coletamos os dados: a voltagem (de pico a pico, medidos na tela do osciloscópio) entre os terminais do gerador e a do capacitor e a freqüência do circuito. Em seguida construímos o circuito da figura 2 e procedemos analogamente como descrito acima. Os valores nominais são os mesmos embora a posição do capacitor seja alterada com a do resistor. Em posse dos dados, construímos tabelas e esboçamos o gráfico da situação. A partir do gráfico, determinamos a freqüência de corte do circuito, o comportamento do capacitor com a variação da frequência, as correntes em cada caso e se o circuito funciona como filtro passa-alta ou passa-baixa. VII. Resultados e análise dos dados Tabela 1: Imã M(kg) L(m) r(m) 0,00488±0,00001 0,02550±0,00005 0,00590±0,00005 m = massa do imã r = raio do imã L = comprimento do imã Cálculo do momento de inércia do imã: mI m(r 2 / 4 L2 /12) = 3,069x10-7 kg.m² Tabela 2: Bobina R(m) N 0,0970±0,0005 135 R = raio da bobina N = número de espiras da bobina Calculo dos erros da tabela 3. Coletamos t e n=10, i.e., 10 oscilações num intervalo de tempo. Então T t /10 e t 0,01s . Por propagação de erros temos: T t2 T 0,001s t Nota: para I=0,000A , n=20 T 0,0005s 2 2 T ( f 2 ) 2 t 3 T (Propagação de erros). Como f 1/ T f 2 (1/ T ) 2 f 2 T T Tabela 3: Campos magnéticos paralelos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 I(A) T(s) f²(Hz) 0,000±0,005 1,3915±0,0005 0,5165±0,0004 0,020±0,005 1,074±0,001 0,867±0,002 0,040±0,005 0,830±0,001 1,452±0,003 0,060±0,005 0,729±0,001 1,882±0,005 0,080±0,005 0,649±0,001 2,374±0,007 0,100±0,005 0,600±0,001 2,778±0,009 0,120±0,005 0,549±0,001 3,32±0,01 0,140±0,005 0,515±0,001 3,77±0,01 0,160±0,005 0,475±0,001 4,43±0,02 0,180±0,005 0,466±0,001 4,60±0,02 0,200±0,005 0,444±0,001 5,07±0,02 0,220±0,005 0,391±0,001 6,54±0,03 0,240±0,005 0,359±0,001 7,76±0,04 0,260±0,005 0,316±0,001 10,01±0,06 I = corrente que percorre o circuito T = período das oscilações f² = quadrado da freqüência das oscilações Os cálculos dos erros da tabela 4 são análogos aos da tabela 3. Tabela 4: Campos magnéticos antiparalelos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 I(A) T(s) F²(Hz) 0,000±0,005 1,4120±0,0005 0,5016±0,0004 0,020±0,005 2,083±0,001 0,2305±0,0002 0,040±0,005 1,262±0,001 0,628±0,001 0,060±0,005 0,964±0,001 1,076±0,002 0,080±0,005 0,809±0,001 1,528±0,004 0,100±0,005 0,701±0,001 2,035±0,006 0,120±0,005 0,633±0,001 2,50±0,01 0,140±0,005 0,581±0,001 2,96±0,01 0,160±0,005 0,546±0,001 3,35±0,01 0,180±0,005 0,508±0,001 3,88±0,02 0,200±0,005 0,493±0,001 4,11±0,02 0,220±0,005 0,469±0,001 4,55±0,02 0,240±0,005 0,437±0,001 5,24±0,02 0,260±0,005 0,423±0,001 5,59±0,03 I = corrente que percorre o circuito T = período das oscilações f² = quadrado da freqüência das oscilações Para realizar as regressões lineares desses dados vamos desprezar os primeiros pontos porque para a leitura desses dados a deflexão do imã permanente se mostrou muito acentuada e conseqüentemente a aproximação que utilizamos na teoria, sen , não funcionará. ƒ² x I 12,0000 10,0000 ƒ²(Hz²) 8,0000 6,0000 4,0000 2,0000 0,0000 -0,05 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 I(A) Realizando a regressão obtemos a seguinte equação para o caso em que os campos são paralelos: f ² (42,1 0,4) I (2,71 0,08) Para o caso onde os campos são antiparalelos: f ² (21,8 0,2) I (1,41 0,04) 0,3 O valor médio dos coeficientes linear e angular é portanto: a (42,1 21,8) / 2 31,95 e b (2,71 1,41)) / 2 2,06 Para calcular o momento de dipolo magnético e o campo magnético terrestre usamos a fórmula encontrada na teoria. Obtemos assim: 3,74 A m² e BT 0,67 10 5 T VIII. Discussão e conclusão Os resultados encontrados para este experimento se mostraram muito satisfatórios. O valor encontrado para o campo magnético terrestre, 0,67x10-5 T, está próximo do previsto na literatura, que varia de 0,4 a 0,6x10-5 T na região da América do Sul. Também o valor obtido para o momento de dipolo magnético do imã permanente, 3,74Am², parece ser um valor adequado. Não podemos esquecer que estes dados estão sobre influência de fatores de inexatidão tais como os erros instrumentais das medidas, a presença de instrumentos eletrônicos que afetam as leituras dos instrumentos e do próprio campo magnético gerado pela bobina de Helmholtz. Além disso, destaca-se aqui que a disposição do imã utilizado pelo grupo atrapalhou a obtenção de dados mais confiáveis. IX. Bibliografia Livros: o H. M. Nussenzveig, Curso de Física Básica, vol 3. o Halliday, Resnick e Walker, Fundamentos da Física, vol 3. Apostila: o Apostila de F429 do curso.