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Projeto da UFF oferece atendimento humanizado a
pacientes com câncer
seg, 29/05/2017 - 16:27
De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 12,7 milhões de novos casos de
câncer são diagnosticados por ano em todo o mundo. Em 2016, estima-se a ocorrência de mais de 596 mil
casos no Brasil. Pensando em como tornar menos doloroso o tratamento e elevar a autoestima e esperança
dos pacientes, um grupo de profissionais da Universidade Federal Fluminense, conhecido como “Equipe
das Amarelinhas”, decidiu colorir e alegrar os corredores, enfermarias e salas de espera do Hospital
Universitário Antônio Pedro (Huap).
O programa Terapia Expressiva como veículo de Cuidado Integral no Hospital
Universitário Antônio Pedro (Teci-Huap) é um conjunto de ações voltadas à integralização e humanização
do cuidado em saúde. O “Cuidar de si com arte”, que existe desde 2010 e está em sua sétima edição, é um
curso de extensão da Pró-reitoria de Extensão (Proex), conta atualmente com 42 alunos e oferece sessões de
terapia expressiva a aproximadamente 50 pacientes oncológicos por semana. A atividade é realizada de
março a dezembro, durante os dois semestres letivos.
Os estudantes e voluntários do programa promovem atividades artísticas, exposições, eventos, vídeos,
dança circular no saguão do hospital, apresentam um coral terapêutico e também organizaram um livro, o
“Terapia expressiva - a arte do afeto colorindo um hospital”, publicado pela Editora da UFF (Eduff). O
projeto é composto por três equipes, com aproximadamente 15 voluntários multiprofissionais, que
participam do trabalho de campo e auxiliam nas atividades do projeto.
O “Cuidar de si com arte” é a principal ação do Teci-Huap, cujo objetivo é que o profissional de saúde e
universitários de diversas áreas tenham um espaço para cuidar de si, revisitar sua subjetividade e entrar em
contato com sua profissão. A “Infusão de Vida” é uma atividade que dá assistência aos pacientes do Huap
na sala de quimioterapia para casos graves. Neste trabalho, os alunos e voluntários do projeto vão ao
Núcleo de Atenção Oncológica (NAO), onde os doentes recebem o tratamento de quimioterapia intravenosa
para câncer, e à sala de espera do NAO, onde estão também parentes e acompanhantes. Dentre as ações
oferecidas pelo programa, destaca-se a “Hora da Visita”, que acontece na enfermaria de hematologia para
os casos mais graves, simbolizando saúde e esperança.
Quíron e a humanização do cuidado
O Quíron, do grego Kheíron (mão), é o ícone escolhido para representar o Teci-Huap. Quíron, um centauro
da mitologia grega, parte homem, parte animal, nos remete à dupla natureza dos seres humanos e era mestre
de diversos heróis gregos, a quem ensinou todas as artes, a filosofia e as ciências da cura. Paradoxalmente,
Quíron foi ferido na perna por uma flecha lançada sem querer por seu discípulo Héracles, embebida no
veneno da Hidra de Lerna, que provocava feridas incuráveis. Como era imortal, padeceria de dores terríveis
de forma perene. Ele era agora o curandeiro que não podia curar a sua própria ferida.
Por isso, Quíron representa a filosofia do programa de terapia expressiva, no qual profissionais de saúde
podem perceber que, embora tratem e curem tantas pessoas, também têm suas próprias mazelas e precisam
de um espaço para cuidarem de si mesmos. “O que queremos trazer para as pessoas que fazem o curso e
nossos voluntários é que não devemos nos esquecer de nós mesmos, para que possamos atender com mais
humanidade. Fazemos questão de entrar em contato permanentemente com a nossa dor, com a nossa
humanidade, para fazer as coisas com o coração”, afirma a médica terapeuta, professora e supervisora do
curso, Denise Vianna.
Para a médica, é um paradoxo falar em humanização em um trabalho cujo pressuposto é exatamente
humanizar. Segundo Denise, os estudantes de medicina e ciências da saúde em geral são estimulados a não
se expressarem. No curso “Cuidar de si com arte”, existe essa permissão para transformar a dor em algo
produtivo. “Numa área em que você tem que se responsabilizar pelo outro, não há momento para
demonstrar fraqueza. O treinamento é para você se desumanizar, ficar duro, enrijecer. É preciso ter
compaixão e sentir junto. Isso é o Quíron, é a humanização”, explica.
Cuidando de si
Para a voluntária Edwiges Barros, a terapia expressiva age em todos os que estão envolvidos em oferecer
esse tratamento. As tarefas não são impostas, as ideias surgem e são construídas em conjunto. As atividades
são intensas e mobilizam toda a equipe. “Planejamos o que os participantes farão e entregamos o material.
Ali, eles vão se expressando, dando vida ao material de acordo com o que estão pensando, e isso também
começa a mexer conosco. Às vezes, pensamos em um trabalho totalmente abstrato, mas não acontece nada
de abstração, vem um trabalho de muita interiorização, que mexe com eles e nosso íntimo”, ilustra.
Segundo Edwiges, a forma como enfrentamos as adversidades nos fortalece para a vida. Portanto, ver a
força com que alguém enfrenta uma doença tão agressiva como o câncer nos faz refletir sobre a dimensão
dos nossos problemas. “É uma via de mão dupla. Não estamos aqui fazendo o trabalho porque somos
bonzinhos ou apenas porque gostamos. Nós os tratamos e também recebemos tratamento”, reforça.
Já
para
a
voluntária
Nilma
Araújo,
são
muitas
no programa. Algumas vezes, as pessoas chegam tristes e, após as atividades, suas expressões mudam. Para
Nilma, o trabalho manual feito é a expressão daquilo que mudou dentro de cada paciente e isso demonstra
uma transformação nos sentimentos. “Certa vez, pedimos para uma participante colar um coração vermelho
em um papel, mas ela quis pintar de preto o espaço em seria colocado o coração, pois era como ela se sentia
naquele momento, e depois afirmou que um dia ela colaria o coração vermelho naquele espaço. Ou seja,
cada um tem o seu tempo e ela abriu a possibilidade de um dia aquele coração preto, cheio de mágoa e dor
se transformar em algo melhor. Esse é o grande benefício”, descreve.
Diversos materiais são utilizados durante as sessões de terapia expressiva, como papéis, tintas coloridas,
pedras, lã, cola, material plástico, tecidos, colagem de materiais de diversas texturas, música, contação de
histórias e até meditação. Denise Vianna afirma que não gosta de usar o nome “arteterapia”, pois pressupõe
que a pessoa tem que ser artista. “É terapia pela expressão, pois expressão pode ser qualquer coisa, rasgar,
pintar, fazer o que quiser”, ressalta.
A partir do trabalho de terapia expressiva, foi desenvolvida uma pesquisa qualiquantitativa que virou livro.
O estudo observou o que a equipe fez e atestou a eficiência do tratamento. “Eu sabia da eficácia, mas
precisava comprovar. O nosso trabalho não é apenas uma brincadeira, é um tratamento”, atesta Denise. Ela
também acredita que cada pessoa que passa pelo tratamento tem em si o poder de cura e transformação.
“Tentamos ficar invisíveis para que eles fiquem à vontade para definirem a atividade que vão desenvolver,
a gente não impõe nada”, justifica.
Edwiges Barros explica que, na condição em que se encontram os pacientes, é muito fácil se negar a
participar da terapia. “Se você der um empurrãozinho, eles cedem e se desarmam. O ato de se defender é
um impulso muito forte, mas naturalmente respeitamos os limites de cada um e os deixamos à vontade”,
alega. Já segundo Nilma Araújo, a produção dos pacientes durante as sessões os empodera e isso se reflete
em sua melhora tanto emocional, quanto física.
Abaixo, Denise Vianna fala um pouco mais sobre o programa de Terapia Expressiva:
Como surgiu a ideia de montar o programa?
Trabalho com terapia expressiva desde 2000. No Campus do Mequinho, dava um curso de formação, que
durava três anos. Nesse formato de um ano apenas, o curso é denominado de humanização. Quando fui
transferida para o Huap, resolvi aprofundar esse trabalho. Sempre tive vontade de fazer um curso voltado
para os cuidadores, para que eles se aprimorassem. O objetivo era aperfeiçoar o cuidado e a qualidade de
vida deles. Rapidamente as portas se abriram. O Departamento de Saúde e Sociedade e o Instituto de Saúde
Coletiva foram bem receptivos e muito abertos a essas iniciativas inovadoras. A UFF prima por essas
iniciativas. Em 2009, ministrei uma disciplina obrigatória chamada “Trabalho de campo supervisionado”,
em que comecei com a terapia expressiva, ali começou a se formar essa ideia. Minhas amigas e os
voluntários vieram comigo, para me ajudar.
Qual é a importância do trabalho voluntário no projeto?
Estamos aqui há sete anos trabalhando voluntariamente. A participação voluntária é fundamental e sem ela
o Terapia Expressiva não existiria. Compramos os materiais, pedimos aos alunos que façam doações e
estamos todos sempre aqui. Somos uma escola de terapia expressiva, aprendemos juntos o tempo inteiro.
Temos uma rede solidária muito grande, de amizade muito profunda, pois partilhamos muitas coisas e é
isso que nos impulsiona a continuar. Contando com essa união, nosso trabalho foi premiado por três anos
(2011, 2012 e 2014) pelo Programa de Extensão Universitária (Proext) de saúde.
as
Qual a importância da relação e interação dos pacientes com outras pessoas, como família, amigos e
profissionais?
É interessante trabalhar com o paciente que está recebendo a quimioterapia e com quem o está aguardando
fora da sala. Primeiro, porque o acompanhante fica feliz de saber que estamos com a pessoa que está
recebendo a quimioterapia, pois é reconfortante ter certeza de que ela está se distraindo e recebendo apoio.
Depois que termina a sessão, o paciente vai ao encontro de seu acompanhante e ambos recebem apoio para
encarar aquela realidade de outra maneira. Um fortalece o outro.
Os pacientes respondiam a um questionário qualiquantitativo. Qual a importância dessa análise?
No início, aplicávamos um questionário para avaliar as condições físicas e psíquicas antes e depois das
sessões, perguntando aos participantes quais sentimentos tinham antes e depois da atividade. Fizemos a
pesquisa com base nessas respostas. Atualmente, apenas conversamos com os pacientes, perguntando quais
foram suas impressões sobre a atividade e então preenchemos um relatório. Durante a pesquisa concluímos
que os pacientes consideram a experiência útil e prazerosa, ajudando-os a relaxar e expandir sua
criatividade e expressar melhor suas emoções. Além disso, as pessoas relataram que a família, a fé e a
saúde eram as questões mais importantes para suas vidas, o que eles mais valorizavam. Percebeu-se que
antes de cada sessão de terapia, os pacientes afirmavam estar emocionalmente bem, mas, na verdade, não
estavam. Só depois da atividade, eles tomavam consciência dessa realidade e começavam a se expressar
melhor em relação aos seus sentimentos. Por isso, mesmo fazendo uma análise quantitativa, a narrativa dos
pacientes é fundamental. É importante olhar sob as duas óticas, do antes e depois, para analisarmos os
dados de forma correta. É necessário saber o porquê, como e quando as coisas acontecem. Para a eficiência
da terapia expressiva, o diálogo é indispensável.
Como avaliam os resultados obtidos nessas sessões?
Comprovamos a eficácia da terapia expressiva e percebemos transformações não apenas no paciente, mas
também no ambiente, pois os laços entre as pessoas se estreitam e a energia do lugar muda. Quando
entramos de férias, os participantes sentem a nossa falta e querem fazer a quimioterapia apenas nos dias do
projeto.
O essencial é que o tratamento medicamentoso aconteça, nosso papel é complementar a quimioterapia. A
Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) tem pouco mais de dez anos e está
abrindo para o Sistema Único de Saúde (SUS) tratamentos de homeopatia, medicina ayurvédica e
acupuntura. A terapia expressiva também foi instituída no SUS como uma prática integrativa.
Anteriormente, as pessoas não levavam a sério sua importância, mas nossa pesquisa prova o contrário.
Durante as sessões, a magia acontece. Todos entram no clima de entrega, saindo da dor e adentrando num
espaço em que o sofrimento não é o foco principal. Enquanto a quimioterapia trata o câncer, nós colorimos
a vida.
UFF no combate ao câncer: pesquisadores criam
medicamento a partir da henna
qui, 25/05/2017 - 15:34
Um grupo de professores da Universidade Federal Fluminense e da Universidade Federal do Amazonas
(Ufam), com o apoio de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz-Bahia (Fiocruz-BA), desenvolveu uma
nova substância que inibe o crescimento de tumores, especialmente o câncer de mama, um dos que mais
matam no Brasil e no mundo. Com a descoberta, novas estratégias para o tratamento da doença podem ser
desenvolvidas melhorando o quadro clínico e a qualidade de vida do paciente.
Para a criação da nova substância, denominada CNFD, os pesquisadores empregaram o extrato da folha de
Lawsonia inermis L., popularmente conhecida como mehndi ou henna, “cosmético” usado na pintura de
cabelos, pele e unhas. A pesquisa foi iniciada em 2013 por professores da UFF e ao longo do estudo os
testes foram realizados pelos pesquisadores da Ufam e da Fiocruz-BA. Além de terem sido realizados em
células tumorais, os testes foram aplicados em camundongos e revelaram uma redução significativa do
crescimento e do peso do tumor sem quaisquer efeitos aparentes de toxicidade nos animais.
O uso de CNFD durante os testes foi mais eficaz em células tumorais, preservando as normais, diminuindo
os efeitos adversos decorrentes da terapia. "Combater células cancerígenas não é uma tarefa fácil, pois elas
se parecem muito com as células sadias. Esta descoberta, além dos benefícios em si, pode representar o
primeiro medicamento sintético genuinamente brasileiro nas prateleiras das farmácias", destacou o
professor do Departamento de Química Orgânica da UFF, Fernando de Carvalho da Silva.
O trabalho (...) traz mais do que uma nova substância, é a esperança de muitas mulheres”, explica
Vitor Francisco Ferreira.
Para o pesquisador da Ufam, Emerson Silva Lima, a descoberta de novas drogas, principalmente com baixo
custo de produção, quando comparadas as que estão no mercado, pode ser uma alternativa interessante para
muitos pacientes que são acometidos por esta doença. “Esperamos que o governo e/ou empresas privadas
tenham interesse na tecnologia, para que um dia ela possa chegar ao mercado”, ressaltou.
O fármaco está sendo patenteado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial e poderá chegar ao
mercado em larga escala daqui a cinco anos, caso seja aprovado nos testes subsequentes e haja interesse da
indústria no seu desenvolvimento.
Para o vice-reitor da UFF, Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, "a UFF tem ampliado e fortalecido suas
parcerias com o objetivo de produzir continuamente conhecimentos originais e transferi-los para a
sociedade na forma de solução para os seus problemas. Nesse caso, uma nova molécula, uma vez testada
adequadamente, poderá vir a salvar vidas, o que justifica de forma destacada nossa responsabilidade social"
Câncer no Brasil
De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), “no país, a estimativa para o biênio
2016-2017 aponta a ocorrência de cerca de 600 mil casos novos de câncer”. Excluindo o câncer de pele não
melanoma (cerca de 180 mil novos casos), em torno de 420 mil pessoas terão a doença, perfil semelhante
ao da América Latina e do Caribe, onde os mais frequentes são de mama (58 mil) em mulheres e de
próstata (61 mil) em homens. Ainda segundo dados do instituto, em 2016 a estimativa brasileira foi de
57.960 novos casos de câncer de mama. De todos os tipos de tumores malignos em mulheres, o de mama
corresponde a 28%, a cada ano. Já nos homens, a doença é rara (1% do total).
“O trabalho conjunto dos professores e pesquisadores da UFF, Fiocruz-BA e Ufam traz mais do que uma
nova substância, é a esperança de muitas mulheres. O novo fármaco é um avanço na química medicinal e
pode substituir ou complementar os medicamentos que perderam a eficácia contra a doença”, explica o
professor e pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação da UFF, Vitor Francisco Ferreira.
Alunos da UFF integram equipe premiada em concurso
de Robótica na Nasa
ter, 23/05/2017 - 12:51
A participação de uma equipe brasileira de estudantes em uma competição da NASA ganhou destaque nos
veículos de comunicação não só pela dedicação desses jovens, mas pelo ineditismo da empreitada. O grupo
denominado SpaceTroopers foi o primeiro a representar o Brasil no NASA Human Exploration Rover
Challenge, evento que em março de 2017 teve sua 24º edição, reunindo estudantes de vários países.
O grupo é formado pelos alunos de Engenharia Química da UFF Nathalia Pires e Fellipe Franco, além de
Yago Dutra, Larissa Ferreira, Rafaela Bastos e Alexandre Rodrigues, que cursam o ensino médio em
escolas de São Gonçalo e Niterói, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Juntos, os seis colecionam mais
de 50 medalhas em competições científicas regionais, nacionais e até internacionais.
Para
participar
construíram seu próprio Rover – veículo de exploração espacial – que concorreu em Huntsville, no
Alabama. “O projeto se desenvolveu superando desafios com a construção, os materiais, a funcionalidade
do equipamento e até a inscrição, já que o Brasil não aparecia entre os países na lista de inscritos”, relembra
a aluna da UFF e integrante dos Spaces, Nathalia.
Entre os prêmios conquistados pelos brasileiros, estão o “Jesco von Puttkamer International Team Award”,
destinado à melhor equipe internacional e o “Pit Crew Award”, voltado ao grupo que melhor solucionou as
questões que envolveram a atuação do rover durante a competição, considerando critérios como a
criatividade e a dedicação destinadas ao projeto.
Segundo o professor e chefe de Departamento de Engenharia de Telecomunicações da UFF, João Marcos, a
presença de uma equipe brasileira no NASA Human Exploration Rover Challenge é de grande importância
para o futuro da robótica nacional. “O Brasil precisa cada vez mais formar pessoas com habilidades e
criatividade nessa área. Não podemos ficar de fora dessa nova onda para que não sejamos, mais uma vez,
um mero importador de tecnologia”, enfatiza.
Acredito que abrimos uma porta para diversos alunos e que a nossa participação em uma
competição da NASA servirá de estímulo para muitos jovens", destaca Nathalia.
O investimento no país, entretanto, é limitado. Quando se fala em robótica, ainda se tem em mente robôs
em linhas de montagem e submarinos que auxiliam na exploração de petróleo e gás. Contudo, há muitos
outros usos em campos que somente agora estão ganhando destaque no mundo, tais como auxílio a
cirurgias, veículos autônomos (terrestre, aquático e aéreo), sondas de exploração, vendas diretas ao
consumidor e em substituição a um ser humano em operações industriais de grandes riscos, além da
nanorobótica.
Felizmente, o interesse por esse campo de conhecimento vem crescendo entre crianças e jovens. “Seja pela
interação através de filmes e jogos, pelas tecnologias em geral que a cada dia se tornam mais disponíveis ou
até mesmo por um primeiro contato com a área em algumas escolas que tomaram a bela iniciativa de incluíla em seus currículos”, explica, entusiasmado, João Marcos.
Incentivando o desenvolvimento da pesquisa e da aplicação da robótica, a UFF contribui para projetos
dentro da universidade. Entre as iniciativas estão o UFFight e o PET-Elétrica, que além de produzirem
tecnologias, promovem o avanço de estudos na área.
UFFight Robótica
do
O projeto de extensão, que realiza suas
atividades na Escola de Engenharia Industrial de Volta Redonda, busca incentivar o estudo de novas
tecnologias introduzindo os estudantes à robótica através da produção de robôs – sejam eles completamente
autônomos ou controlados por membros da equipe – para competições latino-americanas.
Para os participantes, a aplicação da robótica faz toda diferença na formação como profissionais.
“Acreditamos que, em um mundo cada vez mais tecnológico e automatizado, é fundamental para a
formação de um engenheiro ter conhecimento na área. No UFFight, o aluno realiza os projetos mecânico e
eletrônico, além da programação, ou seja, aprende tudo que envolve o processo de projetar e construir um
robô”, explica Sérgio Ribeiro, capitão da equipe.
Nos últimos anos, o UFFight conquistou os prêmios de 1º lugar no Torneio de Robótica do IFRJ na
categoria Seguidor de Linha, 2º lugar no Summer Challenge 2015 (RoboCore) na categoria Sumô 3kg
Rádio Controlador e 2º e 3º lugar nas categorias Seguidor de Linha e Mini Sumô Autônomo 500g,
respectivamente, da 1º Copa Serrana de Robótica. Com os bons resultados conquistados, a equipe tornou-se
referência nos quesitos programação, eletrônica e robótica em geral na região sul fluminense.
PET-Elétrica
O PET-Elétrica é um grupo do
programa de educação tutorial institucional da UFF (Propet), formado por alunos que, sob orientação de um
tutor, desenvolvem atividades que articulam ensino, pesquisa e extensão voltados para a iniciação
científica.
Entre as propostas desenvolvidas está o projeto “Robótica Educacional”, que visa apresentar o uso dessas
tecnologias como ferramenta de difusão da Engenharia no ensino fundamental e médio. “Organizamos
competições na Escola de Engenharia envolvendo alunos de alguns colégios – dentre eles o Colégio
Universitário Geraldo Reis (COLUNI) –, e produzimos materiais didáticos para professores aplicando a
robótica nas disciplinas de Física e Matemática”, explica o tutor e professor, Vitor Hugo.
Além de incentivar o conhecimento da área entre os jovens, o programa desenvolve tecnologias e materiais
voltados, entre outros assuntos, à inteligência computacional, fontes renováveis de energia,
empreendedorismo e criação de aplicativos, oferecendo ainda materiais de estudo e minicursos para
aproveitamento científico.
Conhecimento que gera desenvolvimento
Projetos como esses são de extrema importância para o posicionamento nacional em relação aos avanços
tecnológicos. Segundo o professor João Marcos, os resultados deste investimento intelectual podem gerar
vantagens para o país. “O maior resultado a longo prazo será o domínio da tecnologia em si, principalmente
na parte dos algoritmos que fazem os equipamentos funcionarem, considerada de maior valor agregado”,
afirma.
Dentre os integrantes do PET-Elétrica, é consenso que as tecnologias devem fazer parte do ensino
brasileiro. “É necessário um rompimento com o paradigma tradicional das salas de aula, migrando de um
modelo em que o estudante é passivo no processo de aprendizagem para uma relação onde ele participa
ativamente. Neste sentido, o uso de tecnologia pode contribuir para atração e motivação dos estudantes na
busca do conhecimento, ao integrá-los efetivamente no processo de construção do aprendizado”, enfatiza
Vitor Hugo.
Com o exemplo dos SpaceTroopers, fica a inspiração para que se fomente o estudo, as competições e a
participação brasileira em projetos envolvendo robótica e tecnologias, possibilitando, assim, o
desenvolvimento científico nacional. “Acredito que abrimos uma porta para diversos alunos e que a nossa
participação em uma competição da NASA servirá de estímulo para muitos jovens que se interessam por
esse campo de conhecimento”, conclui a integrante dos Spaces, Nathalia Pires.
Parceria entre UFF e Funarte propõe cartografia
cultural do Brasil
qui, 18/05/2017 - 15:54
Mapear a cartografia da arte e da cultura popular brasileira, com o objetivo de contribuir para um maior
entendimento cultural e artístico nacional, é a proposta do projeto Territórios da Arte. A iniciativa da
Universidade Federal Fluminense tem parceria com a Fundação Nacional de Artes (Funarte) e começa nesta
quinta-feira, 18 de maio, na cidade de Cuiabá, Mato Grosso.
A cartografia teve origem a partir dos aprendizados adquiridos com o projeto Territórios Criativos parceria da UFF com o Ministério da Cultura -, que atuou no estado do Rio de Janeiro em três locais:
Madureira, bairro do Rio, quilombo de Machadinha, em Quissamã, e Paraty. Inicialmente, o foco era a
potencialização econômica das atividades de cultura locais. No entanto, com o intuito de ampliar a visão
cultural, incluindo a produção e suas interfaces, teve origem o Territórios da Arte, partindo da ideia de que
onde há pessoas, há criatividade.
Segundo o gestor do projeto, professor Leonardo Guelman, do Instituto de Arte e Comunicação Social da
UFF, “os territórios não são somente dimensões físicas, mas expressões de memória, de pertencimento e de
gênero. Entendendo o território como panorama do todo, é possível mapear as ações culturais e artísticas,
transformando os agentes culturais, que hoje são singulares, isolados, micros, em uma rede macro, que se
transforme em uma inteligência social e coletiva”.
A ideia central é trazer estes agentes da cultura para o protagonismo, fortalecendo-os. É uma aposta
na inteligência social e coletiva”, ressalta Leonardo Guelman.
O projeto percorrerá outras quatro cidades ao longo de 2017: Florianópolis (SC), Belém (PA), Recife (PE) e
Rio de Janeiro (RJ), cobrindo, desta forma, todas as regiões brasileiras. Para Guelman, os locais são
representativos de cada região e intencionalmente promovem um certo deslocamento dos municípios que
operam o eixo econômico e político do país. A ideia é criar a partir daí a integração das regiões como um
todo, pensando numa perspectiva nacional.
O trabalho de campo se iniciou com a prospecção de artistas, fazedores de cultura, produtores culturais,
pesquisadores de arte, grupos e coletivos artísticos atuantes e representativos da cultura de cada região,
estabelecendo contatos e relações interinstitucionais, de forma a suprir as necessidades técnicas da
realização do evento e de suas atividades. “Nossos critérios principais para a escolha dos participantes
foram a representatividade e a qualidade dos trabalhos e experiências implementadas por artistas, grupos ou
coletivos artísticos, além de procurarmos refletir a diversidade local, com bons exemplos dos segmentos
mais consagrados e também de práticas culturais populares, urbanas, rurais e de periferia”, explica
Guelman.
Para Maristela Rangel, Diretora do Centro de Programas Integrados da Fundação Nacional de Artes, “o
projeto Territórios da Arte pretende mapear o campo cultural e artístico das cinco regiões brasileiras, com
destaque para as cidades de Cuiabá, Florianópolis, Recife, Belém e Rio de Janeiro, todas com grande
potencial artístico e cultural no Brasil. Nossa parceria vem fortalecer o incentivo à produção, o
desenvolvimento da pesquisa e a preservação da memória, a partir do referencial dos coletivos artísticos e
das expressões culturais das cidades aqui escolhidas, visando à implementação de políticas públicas no
campo da cultura”.
Um retrato do Brasil a partir de suas interseções
Na primeira etapa do projeto, que acontece de 18 e 20 de maio, no Cine Teatro Cuiabá, haverá uma série de
seminários e atividades gratuitas, que permitirão a reflexão sobre memórias, direitos autorais, construção de
identidade, entre outros temas. Além de promover o diálogo, o encontro também servirá para construir um
mapa que funcionará como instrumento de política cultural, como cartografia social e como registro. A
cidade e suas interseções com as demais localidades serão o primeiro grande conjunto de conhecimento
cultural e artístico do Territórios da Arte.
Entre os representantes locais, destacam-se como articuladores Maria Thereza Azevedo, do Coletivo À
Deriva, cineasta, artista plástica e professora da UFMP; Carolina Barros, música e produtora cultural; Naine
Terena, que traz a visão das etnias e cenários indígenas; Carlos Ferreira, dramaturgo, ator e ativista de
cultura popular; Jeff Rosa, do grupo Flor Ribeirinha, que contribui com a visão sobre a cultura popular; Seu
Toti, mestre e Rei da dança do Congo, representando os quilombolas; Maria Irigaray, que trabalha com a
preservação do centro histórico; o encontro de artistas O Levante, que contribui com o cenário das artes
cênicas; e André Eduardo de Andrade, do Movimento Rota, que traz o universo da arte de rua e seu direito
à cidade. Além destes, haverá representantes da UFF, da Funarte e especialistas nas áreas temáticas do
seminário.
A expectativa de Leonardo Guelman é que a partir do resultado desse mapeamento, haja uma transformação
e então se possa refletir sobre políticas culturais em outra perspectiva. “A ideia central é trazer estes agentes
da cultura para o protagonismo, fortalecendo-os. É uma aposta na inteligência social e coletiva. Esperamos
que o projeto possa se desdobrar em ações concretas voltadas para essas trocas culturais”, conclui.
Educação e cultura traduzidas em esporte na UFF
seg, 15/05/2017 - 11:46
Nos últimos anos, o Brasil sediou dois grandes eventos esportivos, a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos
Olímpicos em 2016, que além de estimularem o gosto pela prática esportiva, fomentaram o surgimento de
projetos sociais com essa temática. A UFF, conhecida não só pelo ensino e pela pesquisa de alto nível, mas
também pelo apoio ao esporte universitário, vem desenvolvendo, em parceria com o Ministério dos
Esportes, projetos de incentivo a essas atividades como ferramenta de inclusão social, instrumento
pedagógico e lazer.
Segundo o reitor da Universidade Federal Fluminense, Sidney Mello, o investimento no esporte é fruto do
caráter construído pela instituição. “A UFF é uma universidade jovem e vibrante, que fervilha com a
criação de atléticas, campeonato interno anual e atividades em nível nacional. Além disso, aqui já foram
criados projetos como o UFFEsporte e a UFFAtiva, voltados à sociedade acadêmica”, destaca.
Desde 2014, quando a parceria com o Ministério dos Esportes teve início, a UFF se comprometeu a
estimular atividades esportivas em seus campi e entornos, abrangendo várias cidades do Estado do Rio de
Janeiro. Com isso, foram criadas uma série de iniciativas na área que já fazem parte da agenda de toda
comunidade e visam unir esporte, cultura e lazer.
Corrida e Caminhada UFF
O primeiro evento realizado, intitulado Corrida e Caminhada UFF, já teve uma edição em Niterói, duas em
São Gonçalo e uma em Itaboraí. Caracterizadas por circuitos que ocorrem nas ruas dessas cidades, as
corridas contam com a participação de atletas profissionais e amadores e de toda a população interessada.
De
acordo
com
o
Coorden
Esporte da UFF, Leonardo Perdigão, o foco desta corrida é promover eventos voltados ao lazer para a
comunidade. “As corridas buscam mostrar que a universidade é mais que uma produtora de conhecimento,
ela está preocupada com a sociedade na qual se insere, com a inclusão, com a oferta de atividades lúdicas e
com o estímulo à prática do exercício físico”, ressalta.
Programa Esporte e Lazer nas Cidades (Pelc)
Destinado a crianças e adolescentes, o Programa Esporte e Lazer nas Cidades (Pelc), visa atender
comunidades carentes com atividades esportivas, de lazer e culturais. Com um total de 15 núcleos, sendo 11
em São Gonçalo e 4 dentro da UFF, o Pelc oferece práticas esportivas gratuitas como futebol, voleibol,
ginástica, dança, xadrez, contação de histórias, cinemateca e skate. “O projeto conta com material fornecido
pelo Ministério dos Esportes e apresenta esse viés comunitário, de forma a disponibilizar o acesso não só a
práticas esportivas, mas também a uma nova e divertida forma de educação”, explica Leonardo.
Coordenadora de um dos núcleos do projeto inserido na Faculdade de Direito da UFF, Nelma Cezáreo
descreve sua experiência. “No início da implantação, fomos à Comunidade do Morro do Palácio e fizemos
em torno de 100 inscrições, tendo uma excelente receptividade por parte da população. Temos alcançado o
objetivo de difundir a iniciativa extramuros com resultados que contribuem cada vez mais para solidificar a
formação da educação cidadã nesta região”, enfatiza.
Brincando com Esporte
Outro projeto voltado para os jovens, o Brincando com Esporte, apresenta os mesmos moldes do Pelc, mas
sua implantação no período de férias escolares oferece atividades que funcionam como colônias de férias
em 50 municípios do Rio de Janeiro, proporcionando, assim, atividades de lazer e cultura que promovem a
inclusão social.
Entre os polos que sediaram o projeto estão unidades escolares, centros esportivos, parques, clubes, praças
e quadras esportivas e outras instituições com condições adequadas para o desenvolvimento das atividades.
Projeto Alto Rendimento – Circuito UFF- Rio Triathlon
Além da vasta experiência com a realização de eventos esportivos, a Universidade Federal Fluminense, em
nova parceria com o Ministério dos Esportes e a Federação de Triathlon do Rio de Janeiro, está em
processo de expansão da sua atuação no fomento aos esportes. O Circuito UFF – Rio Triathlon é a mais
nova empreitada da universidade na gestão de eventos também de caráter competitivo.
Com o sucesso das duas provas de Triathlon, realizadas em março e maio de 2017 na Pedra do Pontal, do
Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro, a expectativa é grande para os próximos eventos da competição.
No dia 21 de maio, a Praia de Itaipu, em Niterói, sediará o Aquathlon. Já no dia 04 de junho, na Enseada de
Botafogo será palco do Duathlon.
Entusiasmado com a participação da universidade, Sidney Mello enfatiza o foco do projeto no legado
olímpico. “Com esse projeto, a UFF almeja garantir competições de alto nível, criar base para competidores
amadores e de elite, mostrando o Estado do Rio de Janeiro como importante cenário desportivo nacional. A
UFF tem atletas competitivos em sua comunidade e pode despertar muitos outros, já que está presente em
todo o Estado e tem, portanto, capilaridade em muitas cidades fluminenses”, acrescenta o reitor, também
atleta amador de triathlon.
Além disso, Sidney destaca o valor da parceria e do investimento nessas práticas para a sociedade. “Esporte
é vida e representa elemento importante de inclusão social, educação, saúde e integração entre os povos. O
Ministério dos Esportes e a UFF, em conjunto, sublinham o caráter social educativo do esporte e sua
importância para a população brasileira”, conclui.
Enem: UFF oferece um dos maiores números de vagas
entre as universidades do Brasil
qua, 10/05/2017 - 16:48
A expectativa é pela oferta de 9.500 vagas para o Sisu 2018. Ainda este ano, a universidade vai oferecer
cerca de 4.200, no 2º semestre de 2017, para estudantes que fizeram o Enem 2016
A Universidade Federal Fluminense (UFF) tem uma das maiores ofertas de vagas em instituições de ensino
superior público no Brasil para o Sisu 2018. Serão cerca de 9.500 vagas para os estudantes que vão
participar do Enem 2017 (Exame Nacional do Ensino Médio). As inscrições estão abertas até o dia 19 de
maio através do site www.enem.inep.gov.br.
Nos últimos 10 anos, a UFF apresentou um acentuado crescimento, destacando-se como uma das
universidades que mais contribuem para a inclusão, evolução e democratização do ensino superior. O
número de vagas passou de 4.748 (2007) para aproximadamente 9.500 (2017) no processo seletivo para o
ensino presencial. Além disso, a instituição oferece graduação para educação à distância, que quase
triplicou sua quantidade de alunos em 10 anos, de 1.952 (2007) para 5.378 (2016).
Os estudantes que ingressam na UFF contam com uma série de benefícios, dentre eles, a Carteirinha
Inteligente, um projeto inovador da gestão universitária, que disponibiliza vários serviços, como acesso ao
restaurante universitário, transporte público (barcas e ônibus) e bibliotecas. A universidade coloca ainda à
disposição de seus alunos assistência à moradia, auxílio creche e bolsa atleta, entre outros.
Para o Sisu do 2º semestre de 2017, a instituição oferecerá cerca de 4.200 vagas, já incluindo as cotas
previstas pelas leis nº. 12.711/2012 e 13.409/2016 e suas alterações, que preveem a reserva de vagas para
estudantes que realizaram o ensino médio em escolas públicas, autodeclarados pretos, pardos e indígenas,
com deficiência e com renda inferior a 1,5 salário mínimo per capita. É a primeira vez que serão reservadas
vagas para pessoas com deficiência na UFF. Serão mais de 100 opções de cursos em nove municípios do
Estado do Rio de Janeiro.
Nas últimas edições do Sisu, os cursos mais concorridos na UFF foram: 2016 (1º semestre) Educação
Física, com relação candidato/vaga de 78,78; 2016 (2º semestre) Comunicação Social – Publicidade e
Propaganda, com relação candidato/vaga de 96,19; 2017 (1º semestre) Comunicação Social – Publicidade e
Propaganda, com relação candidato/vaga de 85,31.
Já, a expectativa para o 2º semestre de 2017, em relação às carreiras mais procuradas, é Comunicação
Social - Publicidade e Propaganda, Medicina, Cinema e Audiovisual, Jornalismo, Psicologia (Volta
Redonda), Biomedicina (Niterói), Psicologia (Niterói) e Nutrição.
UFF Angra dos Reis cria rede de educação para
redução de desastres socionaturais
ter, 09/05/2017 - 13:51
As águas de março fechando o verão - como na canção de Tom Jobim - não são apenas fonte de inspiração
para poetas e compositores, mas também trazem preocupação para os moradores das grandes cidades. Os
problemas causados pelos temporais, não só no verão, como durante todo o ano, fizeram surgir em 2015 a
Rede de Educação para Redução de Desastres (RED). Formada por professores da UFF de Angra dos Reis
e profissionais de diversas áreas, a iniciativa reúne diferentes grupos de pesquisa e as secretarias municipais
de Educação, Proteção e Defesa Civil, Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade.
Nesse sentido, foi criado o “Curso de Capacitação de Educadores para Redução de Desastres”. Considerado
um dos maiores projetos de capacitação de profissionais da educação do Brasil na área, o curso se encontra
atualmente em sua segunda edição.
A RED, formada também pelo Grupo de Pesquisas em Desastres Socionaturais (Gden) e pela Coordenação
de Pesquisa, Extensão e Inovação do Instituto de Educação de Angra do Reis (CPEX/Iear), conta desde sua
criação com a parceria do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), e
a partir de 2016, com o trabalho dos Grupos de Pesquisa em Dinâmicas Ambientais e Geoprocessamento da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Dageop/Uerj), de Estudos Integrados em Ambiente da
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (Geia/UFRRJ) e de Estudos da Baía da Ilha Grande
(Gebig/UFF).
Todas as instituições que compõem a rede se comprometem com o trabalho coletivo. Segundo o professor
do Departamento de Geografia e Políticas Públicas da UFF de Angra dos Reis, Anderson Mululo Sato, “a
integração interinstitucional e intersetorial dos esforços viabiliza o aprimoramento dos projetos, melhoria
de sua eficiência, eficácia e sustentabilidade”, ressalta o especialista.
Segundo Sato, a RED trabalha para criar, executar e aprimorar projetos educacionais que visam à redução
do risco de desastres ambientais. Além disso, a rede monitora as áreas de risco com pluviômetros e radares
de chuva, sensores de nível para medir a oscilação dos rios, sensores geotécnicos para aferir o movimento
das encostas, mapeamentos de suscetibilidade, entre outros, integrando as comunidades, moradores e
instituições na proteção da sociedade e defesa civil.
De acordo com pesquisas realizadas pela rede, mais da metade dos deslizamentos é provocado por ação do
homem. Assim, explica o professor, o modelo atual adotado nas áreas de risco para o sistema de alerta e
alarme está fadado ao fracasso, pois para a comunidade predomina a ideia de que o mais importante não é a
vulnerabilidade dos moradores, mas o aviso emitido pela sirene. “Temos que desconstruir a visão de que os
desastres são naturais. Devemos, sim, colocar o homem no centro da discussão e neste aspecto a educação
tem papel fundamental”, enfatizou.
Na entrevista a seguir, o professor Anderson Sato fala sobre a RED:
A rede se destina apenas para a capacitação de professores?
Não, reunimos diferentes profissionais. No entanto, a RED entende que a educação para redução do risco
de desastres pode e deve ser trabalhada nas práticas educativas formais e não formais. Nesse processo, o
professor é fundamental e certamente nos leva a criar estratégias e metodologias muitas vezes específicas,
obviamente adaptadas aos diferentes contextos de ameaças e vulnerabilidades. Daí a necessidade de trazer
os educadores das escolas públicas para o debate e torná-los multiplicadores de informações.
Os recursos para criação e implantação da RED vieram unicamente da UFF ou existem também outras
instituições envolvidas?
O recurso humano, composto por professores, alunos e gestores da universidade, da prefeitura de Angra dos
Reis e de outras universidades e centros de pesquisa, foi o principal meio para possibilitar a criação e a
manutenção da RED. Devemos valorizar esse capital, pois o tema desastres vai muito além do âmbito
institucional. Acima de tudo, é uma questão de cidadania. Vale lembrar que desde a sua criação em 2015
foram investidos R$ 4.800,00 de uma bolsa de iniciação à inovação (Pibinova 2015-2016) da Agência de
Inovação (inserir link: http://www.agir.uff.br/) da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação
(Agir/Proppi) da UFF e aproximadamente 2.500 horas de trabalho da equipe que coordena as ações e
projetos. Em 2017, estamos pleiteando bolsas de extensão à Pró-Reitoria de Extensão (Proex). Outras ações
e projetos têm se viabilizado pelo apoio de instituições e de empresários que atuam como parceiros.
Qual foi a expectativa de investimento?
Existe uma clara limitação por parte dos profissionais envolvidos nas ações e projetos, pois eles não
possuem como única atribuição sua atuação na RED. Os professores das universidades participantes
também fazem parte de outros projetos e têm outras responsabilidades, assim como os gestores municipais.
Temos resultados que indicam que o trabalho na rede gera grande satisfação aos seus participantes,
aumentando a integração interinstitucional e intersetorial dentro da própria Prefeitura Municipal de Angra
dos Reis e do Instituto de Educação do município. O ideal seria investir ainda mais tempo da equipe no
desenvolvimento da RED, mas sabemos que há entraves. Atualmente, estamos expandindo nossa atuação
por meio do “Projeto Gestão de Risco de Desastres por Eventos Extremos e por Condutas Humanas:
Cidades Resilientes – Angra dos Reis”, com coordenação da agência de desenvolvimento alemã GIZ e da
Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), da Organização das Nações Unidas
(ONU).
Quais serão as regiões beneficiadas pela RED?
O modelo desenvolvido em Angra dos Reis é um exemplo de tecnologia social, que possibilita o diálogo
entre a população, educadores e gestores públicos visando à redução do risco de desastres, e que pode ser
adaptado aos diversos municípios fluminenses. Na região da Costa Verde, de alguma forma, já existe uma
troca entre Angra dos Reis e os municípios vizinhos, por ser a maior cidade da região, o que não impede
que sejam pensadas outras ações específicas nesses locais. A RED também já foi consultada por agentes da
Defesa Civil de Niterói sobre a possibilidade de adaptar a metodologia do curso à realidade do município.
Na região Serrana, mais especificamente em Nova Friburgo, já existe grande intercâmbio entre a Rede de
Gestão de Riscos de Desastres (Reger) da bacia hidrográfica do Córrego Dantas com a RED. Cabe ressaltar
que a rede foi reconhecida pela Agência de Inovação (Agir) através do Prêmio de Iniciação à Inovação de
2016 e foi uma das representantes da UFF no Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica do
CNPq do ano passado e que será divulgado este ano. Além disso, o projeto recentemente recebeu uma
moção de aplausos, homenagem prestada pela Câmara de Vereadores de Angra dos Reis.
Que legado a RED deixará para a sociedade?
A educação para a redução de desastres pode ser analisada sob diferentes perspectivas. A curto prazo,
podemos salvar vidas, pois estimular a percepção do risco de desastres na população pode se converter em
medidas preventivas imediatamente. Exemplos poderiam ser dados pela correção de sistemas de drenagem
e descarte de águas pluviais e esgoto sanitário, que são uns dos principais vilões na iniciação de
deslizamentos de terra em encostas, assim como a adoção de medidas de proteção da vida em momentos de
chuvas fortes aos moradores de áreas de risco de desastres, ou mesmo na execução de medidas de
atendimento pré-hospitalar. A médio prazo, almeja-se desenvolver uma cultura de prevenção de desastres
na sociedade, assim como promover uma visão crítica sobre os processos sócio-político-econômicos que
são indutores da geração e desenvolvimento desigual do risco no espaço e para os diferentes grupos sociais.
Por fim, a longo prazo, busca-se promover a sustentabilidade sócio-ambiental, o que naturalmente não
inclui somente os afetados por desastres, mas uma mudança de paradigma sobre o desenvolvimento para a
sociedade em geral.
Concursos da UFF são exemplos de acessibilidade e
inclusão
sex, 05/05/2017 - 14:16
Quando o assunto é acessibilidade e inclusão, a UFF pode se orgulhar de atualmente contar com uma
infraestrutura eficiente para atender a praticamente todas as necessidades dos candidatos que concorrem a
vagas no quadro funcional da instituição.
No último concurso, com provas aplicadas nos dias 2 e 9 de abril, uma equipe formada por nove intérpretes
de Libras, seis ledores e três transcritores, foi disponibilizada para o atendimento dos 68 candidatos - 38
pessoas no primeiro dia e 30 no segundo - que se declararam deficientes e, portanto, receberam atendimento
especial.
O bloco B do campus do Gragoatá foi inteiramente liberado aos candidatos com deficiência, já que a
maioria realizou as provas em salas separadas. Cada pessoa cega, por exemplo, ocupou uma sala individual,
acompanhada apenas do pessoal de apoio, leitor ou transcritor, e do fiscal, assim como os portadores de
dislexia, síndrome do pânico ou de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Os
participantes surdos tiveram três intérpretes por sala. Já para os candidatos com baixa visão, foram
disponibilizados a prova e o cartão de resposta ampliados, em papel A3 - um tamanho três vezes maior que
o papel utilizado habitualmente - e escrito em fonte 18, bem maior que a fonte 11 usada nas provas de
ampla concorrência.
UFF reafirma seu papel de vanguarda na defesa dos direitos humanos", ressalta o procuradorchefe, Marcelo Teixeira Bittencourt.
Outro grupo que recebeu atendimento especial foi o das mulheres em fase de amamentação, totalizando 29
nos dois dias de avaliação - 18 no primeiro e 11 no segundo. Essas mães puderam levar os filhos com
acompanhantes, os quais também tiveram acomodações reservadas e lugares apropriados. Segundo a
coordenadora operacional de concursos, Ana Maria Mendonça Louzada, além da infraestrutura no bloco B,
outras cinco pessoas, que participavam da ampla concorrência e estavam em outros prédios também
solicitaram apoios de acessibilidade, entre elas Andréa Faria, candidata com nanismo ao cargo de Pedagoga
.
Além das demandas específicas solicitadas no ato da inscrição, ainda há os casos de pessoas com
necessidade especial momentânea, como por exemplo, convalescentes de enfermidades, com fraturas ou
doenças infectocontagiosas. Para atender a esses participantes, a coordenação do concurso também realiza
um plantão na véspera da prova.
“A coordenação reserva em todos os concursos pelo menos uma sala vazia para os casos não previstos. No
último concurso, por exemplo, uma candidata se recuperava de uma cirurgia na coluna e precisou de um
mobiliário específico, além de ter necessidade de se levantar algumas vezes durante a prova; outra
participante estava em tratamento quimioterápico e, pela baixa imunidade, necessitava igualmente de uma
sala isolada. Outro caso específico é o daquelas grávidas no final da gestação, que muitas vezes não
conseguem se acomodar nas cadeiras universitárias”, explica Ana Maria.
“O cuidado dispensado ao atendimento especial torna os concursos mais dispendiosos, porém, o
oferecimento dessa infraestrutura é uma prioridade da Coordenação de Seleção Acadêmica (Coseac). Por
essa razão, a UFF recebe cada vez mais convites para a realização de provas em diversos estados,
prefeituras e órgãos federais, como Ministério do Desenvolvimento Agrário, Nuclep, Ancine ou Imbel”,
afirma a coordenadora. No último concurso da Prefeitura de Niterói, uma candidata cega solicitou o exame
em braile e não o ledor. Segundo Ana, a universidade ofereceu também a reglete para a marcação e o
soroban para os cálculos. “Já no caso da prova de língua estrangeira, é fundamental que os ledores sejam
fluentes no idioma”, acrescenta.
O procurador-chefe da Procuradoria Federal junto à instituição, Marcelo Teixeira Bittencourt, que pela
primeira vez acompanhou de perto a realização do concurso, reconheceu a excelência do trabalho realizado
pela universidade. “Com esse auxílio diferenciado, a UFF reafirma seu papel de vanguarda na defesa dos
direitos humanos desse contingente que agora tem 5% das vagas reservadas por lei em todos os concursos
federais. A universidade vai além do que determina a lei, tem a preocupação com a inclusão efetiva. Com
isso, está cumprindo a Constituição e o Direito Internacional”, conclui.
Doença renal crônica: mais de 500 pessoas atendidas
em projeto da Nutrição
ter, 02/05/2017 - 13:39
Quando se trata de problemas renais é comum pensar de imediato nos conhecidos cálculos e infecções,
entretanto, disfunções relacionadas aos rins podem ser graves e gerar até falência do órgão, como é o caso
da doença renal crônica (DRC). Caracterizada pela perda progressiva e irreversível das funções dos rins, a
doença tem como principais causas no Brasil a hipertensão e a diabetes, seguidas de obesidade e
glomerulopatia. Um dado agravante é que devido à demora em apresentar sintomas, cerca de 70% dos
pacientes descobrem tardiamente o desenvolvimento da enfermidade, aumentando assim os casos com
necessidade de diálise e transplantes.
A incidência de casos é tão preocupante que a DRC é considerada hoje em dia uma questão de saúde
pública, principalmente pela falta de conhecimento por parte da população. Pensando nisso, a Sociedade
Brasileira de Nefrologia realiza anualmente uma campanha pelo Dia Mundial do Rim – comemorado em
2017 no dia 9 de março –, com o intuito de conscientizar a sociedade a respeito dos riscos e das formas de
prevenção.
Buscando oferecer tratamentos nutricionais a doentes renais crônicos e desenvolver pesquisas sobre a
disfunção, a UFF conta com um ambulatório de nutrição renal coordenado pela professora Denise Mafra.
Os pacientes encaminhados ao ambulatório passam por uma reeducação alimentar baseada em dietas
hipoproteicas e são acompanhados para que a função renal se estabilize. O projeto conta com a participação
de estudantes de Nutrição, da graduação ao pós-doutorado, o que permite resultados práticos, estudos
aprofundados e, consequentemente, avanços no tratamento.
Uma vida saudável com dieta equilibrada, prática de exercícios e tratamento adequado de doenças
como hipertensão e diabetes, pode prevenir o desenvolvimento da doença renal crônica”, enfatiza
Denise Mafra.
De acordo com a coordenadora do projeto, informações a respeito da doença são um grande passo para a
redução dos casos. Ainda que seja uma enfermidade silenciosa, existem formas de prevenir e acompanhar o
funcionamento renal por meio dos exames de rotina. “Assim como o colesterol e a glicose são verificados,
a creatinina é um marcador importante para a função dos rins, principalmente nos pacientes diabéticos e
hipertensos, e deve ser acompanhada. Além disso, uma vida saudável com dieta equilibrada, prática de
exercícios e tratamento adequado de doenças como hipertensão e diabetes, pode prevenir o
desenvolvimento da disfunção renal crônica”, enfatiza a professora.
A seguir, Denise Mafra, explica um pouco mais sobre o projeto:
Como surgiu o ambulatório?
O ambulatório surgiu em 2009, motivado pelas pessoas que perguntavam se eu atendia pacientes com
doença renal crônica. Na época eu tinha uma aluna da iniciação científica e em 2010 iniciamos o projeto de
extensão do Ambulatório de Nutrição Renal. Com o tempo, a proposta foi tomando uma grande proporção
devido à divulgação nos postos de saúde, com os nefrologistas do Hospital Universitário Antônio Pedro
(Huap) e da rede básica de saúde, que passaram a encaminhar pacientes para cá. Hoje em dia nós temos
mais de 350 pacientes sendo atendidos por mim e pelas mestrandas, doutorandas e pós-doutorandas que
trabalham comigo.
Como é feito o tratamento no ambulatório?
Quando o paciente chega ao ambulatório, pedimos que ele já traga o exame bioquímico apresentando os
níveis de creatinina, porque aqui é feito um cálculo através de um aplicativo que mede a função renal. O
normal é que essa função esteja em média 100 ml/min., mas nos casos de doença renal crônica os níveis
vão diminuindo e quando marcam 10 ml/min., esse paciente precisa ser encaminhado para a diálise. Dessa
forma, quando ele chega com os exames, fazemos esse cálculo, seguido de uma avaliação antropométrica
para verificar as medidas e um questionário alimentar para saber quais os hábitos do paciente. A partir daí o
tratamento se inicia com base em uma dieta hipoproteica, ou seja, uma dieta com quantidades diminuídas
de proteína. Para que essa dieta seja seguida corretamente e gere bons resultados, realizamos aqui uma
educação nutricional com o paciente, orientando quanto ao sal e quanto às quantidades e os alimentos
ingeridos, por exemplo.
Quais
pesquisas
são
desenvolvidas
no
ambulatório
atualmente?
Todas as pesquisas realizadas aqui contam com a participação dos pacientes. Nós aprovamos no comitê de
ética e os que aceitam contribuir assinam um termo de consentimento. Dessa forma, nós temos duas
pesquisas de doutorado, uma que avalia se essa dieta hipoproteica que é prescrita aqui diminui os níveis de
inflamação e outra a respeito da modulação da microbiota intestinal por essa dieta, além de uma pesquisa de
mestrado avaliando os efeitos da dieta hipoproteica em alguns marcadores cardiovasculares. Nesse sentido,
já realizamos oficina de culinária com a participação dos pacientes de forma a apresentar a dieta e motivar
uma maior adesão e publicamos artigos mostrando que essa microbiota intestinal se altera em pacientes
com doença renal crônica, levantando a hipótese de que a ingestão de grande quantidade de proteína pode
gerar toxinas urêmicas que não são adequadamente administradas pelo rim do paciente renal crônico.
Os alunos do curso de Nutrição participam ativamente do projeto?
Sim, o ambulatório é muito divulgado na minha disciplina. Além das mestrandas, doutorandas e pósdoutorandas já citadas, eu conto com alunos do curso de Nutrição atuando no estágio interno e no
desenvolvimento acadêmico. Esses alunos de graduação acompanham os atendimentos e realizam a
avaliação nutricional dos pacientes. Assim, o projeto passa pela pesquisa, pelo ensino e pela extensão,
criando uma ligação interessante e necessária entre as mais diversas áreas da Nutrição.
SERVIÇO:
Telefone: 2629-9862
E-mail: [email protected]
Endereço: Faculdade de Nutrição - UFF - Rua Mário Santos Braga, N°30, 4° andar, Valonguinho - Niterói
RJ.
Horários de atendimento: Terça das 8h às 12h e das 14h às 17h / Quinta das 14h às 17h / Sexta das 8h às
12h.
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