Paquistão: o país onde nasceu o Talibã

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Texto complementar
Paquistão: o país
onde nasceu o Talibã
Nelson Bacic Olic
GEOGRAFIA
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Geografia
Assunto: Constituição política do Paquistão
Paquistão: o país onde nasceu o Talibã
Com cerca de 800 mil km² de extensão, pouco menor que a Região Sudeste do Brasil e aproximadamente
140 milhões de habitantes, o Paquistão tem um papel importantíssimo no contexto geopolítico do subcontinente indiano e das áreas adjacentes (Oriente Médio e Ásia Central). Isto decorre não só por conta de
seu envolvimento em problemas de países vizinhos, especialmente em relação à Índia e ao Afeganistão, mas
também por causa de suas tensões étnicas e religiosas internas.
O Paquistão surgiu como país independente em agosto de 1947, como resultado da bipartição da colônia
britânica da Índia. A ideia de se criar o Paquistão esteve ligada à oposição dos muçulmanos do subcontinente
indiano em passarem a integrar uma Índia plurirreligiosa e laica.
A própria palavra que designa o país é relativamente recente e foi “inventada” por jovens intelectuais
muçulmanos que estudavam na Grã-Bretanha durante a década de 1930. O termo Paquistão, cujo significado
é “o país dos puros”, tem uma origem singular. Cada letra que compõe o nome do país – Pakistan, em inglês –
tem um significado geográfico: cada uma delas refere-se a uma das regiões que integram o país. Assim, a letra
P é de Punjab, o A é de Afegânia, o K é de Kachemira, o S é de Sind e as três últimas letras (TAN) referem-se à
área meridional do país, conhecida como Baluquistan.
Desde o início, os jovens líderes muçulmanos fizeram questão de fazer valer a ideia de que a colônia
britânica da Índia era composta por duas entidades políticas distintas: o Paquistão e a Índia. Afirmavam eles
que o Paquistão era uma nação com cultura, língua, literatura, leis, códigos, costumes e calendário próprios.
No final das contas, o aspecto que acabou prevalecendo foi o religioso: o Paquistão, diferentemente da Índia
pluriétnica e plurirreligiosa, fez do islamismo o fundamento de sua identidade nacional.
Isso, contudo, não evitou que o Paquistão, no momento da independência, acabasse formado por dois
territórios distintos separados por mais de 2 000 km: o Paquistão Ocidental (atual República Islâmica do
Paquistão) e o Paquistão Oriental (que, em 1971, se separaria de seu “irmão ocidental” dando origem a um
novo país, Bangladesh). Também não evitou que permanecesse em território da Índia uma numerosa minoria
muçulmana que, embora perfaça aproximadamente 11% do efetivo total do país, representa atualmente em
números absolutos mais de 100 milhões de indivíduos.
[...] Desde há muito tempo, o Paquistão vem se defrontando com múltiplos problemas internos. […]
OLIC, Nelson Bacic. Disponível em: ‹www.clubemundo.com.br/revistapangea/show_news.asp?n=74&ed=4›.
Acesso em: mar. 2012.
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