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29/06/2015
Economia ­ 50 países, incluindo o Brasil, criam banco asiático de desenvolvimento
50 países, incluindo o Brasil, criam
banco asiático de desenvolvimento
O BAII, com capital de US$ 100 bi, entrará em operação até o fim do ano.
Banco financiará obras de infraestrutura na Ásia.
Da France Presse
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Presidente chinês, Xi Jinping (ao centro), em foto com autoridades de 50 países durante cerimônia de assinatura
de criação do Banco Asiático de Investimentos em Infraestruturas (BAII), em uma cerimônia no Grande Palácio do
Povo de Pequim. (Foto: Wang Zhao/Reuters)
Cinquenta Estados, incluindo o Brasil, assinaram nesta segunda­feira (29) em Pequim um acordo sobre
a fundação e os estatutos do novo banco asiático de desenvolvimento, uma iniciativa daChina, que terá
um peso importante na instituição.
A Austrália foi o primeiro país a assinar o documento que cria o Banco Asiático de Investimentos em
Infraestruturas (BAII), em uma cerimônia no Grande Palácio do Povo de Pequim.
Outros 49 países assinaram em seguida, o que significa que existem 50 membros fundadores. Outras
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29/06/2015
Economia ­ 50 países, incluindo o Brasil, criam banco asiático de desenvolvimento
sete nações (Dinamarca, Polônia, África do Sul, Kuwait, Malásia, Filipinas e Tailândia) devem se unir ao
projeto até o fim do ano.
O BAII, dotado com um capital de 100 bilhões de dólares, entrará em operação até o fim do ano,
financiará obras de infraestrutura na Ásia.
"Nossa iniciativa está concebida para responder às necessidades de desenvolvimento das
infraestruturas na Ásia (...) e também para aprofundar as cooperações regionais", afirmou nesta
segunda­feira o presidente chinês Xi Jinping, que chamou a cerimônia de "etapa de importância
histórica".
Depois de anunciar o projeto no fim de 2014, a China conseguiu adesão de vários países ocidentais,
entre eles França, Alemanha, Reino Unido, Espanha e Brasil, mas não dos Estados Unidos nem do
Japão, respectivamente primeira e terceira economias mundiais.
Washington manifestou reservas sobre o BAII, preocupado com os parâmetros de governança, falta de
transparência, a concorrência com as organizações existentes, como o Banco Mundial, assim como o
risco de que Pequim utilize a instituição para os próprios fins geopolíticos e econômicos.
Essa espécie de "Plano Marshall chinês" pretende virar um contrapeso das instituições nascidas em
Bretton Woods, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, nas quais o governo dos
Estados Unidos exerce uma enorme influência.
Com uma contribuição ao "soft power chinês", o BAII poderia favorecer também as empresas chinesas
que buscam novos mercados, em particular o lucrativo setor de infraestrutura na Ásia, onde quase tudo
precisa ser construído.
O Wall Street Journal afirmou recentemente que Pequim manteria o controle da instituição e poderia
utilizar, como principal contribuinte, um "direito de veto" de fato nas principais decisões. As autoridades
chinesas negam a informação.
O funcionamento do BAII ­ que terá sede em Pequim ­ concede à China um papel predominante pelo
simples fato de que o país é, de longe, o contribuinte mais importante, com 30% do total.
Isso permitirá a Pequim obter 26% dos direitos de voto, segundo o governo chinês. Para adotar algumas
decisões estruturais é necessária a maioria qualificada de 75% dos votos, o que dará à China um poder
de bloqueio.
Fontes ligadas à nova instituição, entrevistadas pela AFP, tentaram minimizar os temores provocados
por esta "minoria de bloqueio", alegando que os países não asiáticos também poderiam votar em bloco,
bloquear ou influenciar nas decisões do banco.
A Índia é o segundo maior contribuinte da instituição (8,4%), seguido pela Rússia (6,5%). A Alemanha
aparece com 4,5%, a França, com 3,4%, e o Brasil, com 3,2%.
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