Q O OS 7 GÊNIOS PLANETÁRIOS suas dramaturgias e influências na jornada arquetípica humana Q O MAGALI SUCHY OS 7 GÊNIOS PLANETÁRIOS suas dramaturgias e influências na jornada arquetípica humana Uma abordagem epistemológica no estudo da Astrologia © by Magali Suchy - 2008 Ficha Técnica: Arte final da capa: Tagore Alegria Revisão: João Carlos Taveira e Maria Carolina Araújo Diagramação: Cláudia Gomes Ilutrações: Magali Suchy S942s Suchy, Magali Os 7 gênios planetários: suas dramaturgias e influências na jornada arquetípica humana; uma abordagem epistemológica no estudo da Astrologia / Magali Suchy. – Brasília : Thesaurus, 2008. 165 p. il. ISBN: 978-85-7062-718-6 1. Astrologia esotérica 2. Horóscopo 3. Autoconhecimento 4. Signos do Zodíaco I Título CDD 133.52 CDU 130 • Contato com a autora: [email protected] • Todos os direitos em língua portuguesa, no Brasil, reservados de acordo com a lei. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, incluindo fotocópia, gravação ou informação computadorizada, sem permissão por escrito da autora. THESAURUS EDITORA DE BRASÍLIA LTDA. SIG Quadra 8, lote 2356 – CEP 70610-480 – Brasília, DF. Fone: (61) 3344-3738 – Fax: (61) 3344-2353, www.thesaurus.com.br, e-mail: [email protected] Composto e impresso no Brasil Printed in Brazil Q O Agradecimento Agradeço e dedico este livro a minhas alunas, de quem recebi o apoio e o incentivo necessários para continuar lutando, quando passei por uma prova plutoniana. Q O SUMÁRIO INTRODUÇÃO.................................................................. 13 Q Parte I OS SIGNOS, SEUS GÊNIOS PLANETÁRIOS, suas DRAMATURGIAS D Câncer A LUA ou HÉCATE e o corte do cordão umbilical........... 34 C Gêmeos HERMES OU MERCÚRIO, o conhecimento enciclopédico, a inteligência concreta e a eterna luta do Ser com sua Sombra.................................................................. 41 F Virgem HERMES OU MERCÚRIO e o dilema formado entre uma extrema racionalidade e uma forte emocionalidade reprimida............................................................................. 46 B Touro AFRODITE OU VÊNUS e o confronto com o seu monstro interno, símbolo da cobiça, o temível Minotauro............. 52 Q O G Libra AFRODITE OU VÊNUS e a busca pelo equilíbrio e harmonia............................................................................. 58 E Leão HÉLIO OU APOLO, o SOL, símbolo da individuação, e a vitória sobre as forças egóicas............................................ 63 A Áries MARTE e a conquista do Velocino de Ouro ou Eu Verdadeiro........................................................................... 69 I Sagitário ZEUS OU JÚPITER e a eterna busca pela sabedoria, pela Verdade Absoluta................................................................ 75 J Capricórnio CRONOS OU SATURNO e o dilema entre o comportamento do eternamente jovem e o do sempreancião....................................................................... 80 K Aquário URANO OU SATURNO (seu co-regente) e a responsabilidade com o social............................................ 85 L Peixes POSÊIDON ou NETUNO (ou seu co-regente JÚPITER) e a eterna tentativa de retornar ao Mar Cósmico................. 91 Q 10 O H Escorpião HADES ou PLUTÃO (ou seu co-regente MARTE) e a raiva reprimida............................................................................. 96 ; Parte II ASTROLOGIA ESOTÉRICA fundamentos filosóficos.................................105 A QUESTÃO DO LIVRE-ARBÍTRIO............................. 133 A GRANDE ARMADILHA e o que são ALMAS GÊMEAS..................................................................... 139 h Parte III CONSIDERAÇÕES FINAIS CONCLUSÃO................................................................... 151 GLOSSÁRIO DOS TERMOS ESOTÉRICOS.................. 154 BIBLIOGRAFIA................................................................ 164 Q 11 O Q 12 O INTRODUÇÃO H oje em dia um número cada vez maior de pessoas, sobretudo as que vivem em grandes cidades, sofre de uma terrível sensação de vazio e tédio, como se estivesse à espera de algo que nunca acontece. Cinema, televisão, espetáculos esportivos, agitações políticas podem distraí-las por algum tempo, mas, exaustas e desencantadas, acabam sempre por voltar ao deserto de suas próprias vidas. Estão cada vez mais se sentindo afastadas delas mesmas, de seus centros. Isso se intensificou, queremos crer, com o advento do sistema filosófico racionalista, durante o século XVII, com Renê Descartes, sistema este que colocava a razão como fonte única do conhecimento, renegando toda abordagem emocional ou sensorial, e foi ficando cada vez mais forte, até que em fins do século XX e começo do XXI culminou com a geração cibernética e o conseqüente aparecimento de seres humanos quase robotizados, em um estágio de desenvolvimento técnico que beira as raias da ficção científica mais avançada ou visionária, só que infelizmente em detrimento dos processos de pensamento holístico ou holonômico. O mundo está exigindo deles respostas cada vez mais rápidas, atitudes cada vez mais impessoais, destreza técnica avançadíssima. E isto, é claro, faz com que cada vez menos possam criar o tempo necessário para ouvir a si mesmos, entrar em contato com sua voz interna ou, melhor dizendo, Q 13 O [ZYXWV M agali S uchy U V W X Y Z [ com sua intuição. Buscam esse reencontro em coisas externas, em terceiros, sem se dar conta que o que estão tentando desesperadamente encontrar, na verdade, é a si mesmos, porque a única aventura ainda válida para o homem moderno está no reino interior da sua psique inconsciente. – E, por que se faz tão essencial essa aventura, esse contato com o centro de cada um, seu verdadeiro Eu, esse saber ouvir sua voz interna ou sua intuição? – Porque através dela qualquer conteúdo é apresentado como um todo completo. Segundo Spinoza, é a mais alta forma de cognição, de perceber, de decodificar os símbolos que estão em nosso inconsciente profundamente gravados sob a forma de protótipos de conjuntos simbólicos, ou melhor dizendo, modelos pré-formados ordenados, mas o que é mais importante: ordenadores – os arquétipos. Aqui, ainda em relação à cognição, caberia citar Fritjof Capra que, em seu livro As Conexões Ocultas, chama a atenção do leitor para o fato de que entre os seres vivos existe uma verdadeira teia que une todos a tudo, e é o processo mental da cognição (altamente dinâmico e muito mais amplo que a consciência) que permite aquilo que Capra menciona nessa obra acima citada: a autopoiese ou autocriação. Para C. G. Jung, em relação aos arquétipos, eles são na verdade estruturas psíquicas quase universais, inatas ou herdadas, como uma espécie de consciência coletiva; exprimem-se através de símbolos específicos, carregados de grande potência energética. O símbolo possui, portanto, algo mais que um sentido artificialmente dado, detendo um essencial e expontâneo poder de ressonância; e essa ressonância convida-nos a um aprofundamento da nossa própria existência, conclamando Q 14 O n O s 7 G ênios P lanetários o a uma transformação, a um encontro com o nosso centro. Mas, em um mundo que, como já dissemos, enfatiza a eficiência e eficácia tecnológica, privilegia o comportamento robótico e a conseqüente massificação e fragmentação do ser, profetizado pelo genial Carlitos no filme Tempos Modernos, como alcançar esse estado de repouso ou, melhor dizendo, de prontidão que capacita esse contato? Os sonhos são evidentemente a maneira mais prática e natural de se conversar com o próprio inconsciente, porque todos nós somos forçados biologicamente a dormir, mesmo em um mundo tão acelerado, e a entrar em contato diário com os símbolos que ele nos envia, para nos transformar, nos equilibrar. No entanto, poucos são os que lembram claramente das imagens simbólicas enviadas pelo inconsciente, e menos ainda os que recordam qual emoção os envolveu quando em contato com elas. Isso porque os símbolos são muito mais que simples sinais: transcendem o significado e dependem da interpretação que, por sua vez, depende de certa predisposição. O contato com processos como esse, que acabamos de citar, de pensamento holístico, que libertam a consciência dos caminhos de raciocínio de tempo linear, típicos do cérebro esquerdo, permitem a materialização das funções cerebrais holográficas e levam a essa predisposição. A Astrologia, assim como o Tarô, os Búzios Africanos, a Quiromancia e a Numerologia são instrumentos de captação energética que, se voltados para o autoconhecimento, também encaminham os indivíduos para os processos de pensamento holístico ou holonômico. Segundo José Argüelles, no livro Earth Ascending: “A holonomia depende de uma consciência auto-reflexiva, de uma clareza de percepção e Q 15 O [ZYXWV M agali S uchy U V W X Y Z [ de uma capacidade de contar com e criar a ordem – um processo que culmina na apreensão e expressão intuitiva de todo o sistema de ordem do qual a pessoa é membro” (a cognição). Leva, portanto, àquilo que denominamos entrar em contato com o centro, aumentar a capacidade de decodificação dos símbolos universais, fazendo o indivíduo, antes alienado dessa capacidade, ser levado à compreensão e reintegração do seu ser com sua verdadeira personalidade. Dane Rudhyar, em seu livro Astrologia da Personalidade, chama a atenção para a verdadeira conotação desse termo “personalidade”, no contexto astrológico. Seu sentido, segundo ele, é muito mais amplo do que aquele comumente entendido, porque permite que as naturezas fisiológica e psicomental se integrem progressivamente, chegando a um equilíbrio tão ideal que o microcosmo, que a define, tornase semelhante a um sistema solar completo ou macrocósmico (a teia que une tudo a todos neste contexto é cósmica). O homem se integrando aos arquétipos do, assim denominado por Jung, “Inconsciente Coletivo”, acaba por reorganizar seu próprio sistema interno, cumprindo a meta a que se propõe a astrologia voltada para o estudo da personalidade: – alquimizar, transformar caos em cosmos, natureza humana coletiva em personalidade individual e criativa. Isso porque o símbolo separa e une, evoca algo que foi partido, dividido e que pode se agrupar. Quando esses símbolos apresentam-se como mitos, ocorrem transposições dramatúrgicas. Para Mircea Eliade, autor do O Mito do Eterno Retorno, o mito é o modelo arquetípico para todas as criações, seja qual for o plano no qual eles se desenrolam: – biológico, psicológico ou espiritual. Sua função mestra é a de fixar os modelos exemplaQ 16 O n O s 7 G ênios P lanetários o res de todas as ações humanas significativas. Permite ainda descobertas de tipos de estruturas dinâmicas que acabam por tomar duas direções opostas: conduzem primeiro à alienação que advém da identificação com deuses e heróis imaginários; depois levam à via de integração dos valores simbólicos, à individuação ou desenvolvimento da pessoa. A Astrologia, e como já dissemos, também o Tarô, os Búzios Africanos, a Quiromancia (ou leitura das mãos), ou a Numerologia, instrumentos de captação energética, colocam o homem frente ao seu tempo mítico, fazendo-o conscientizar-se do seu próprio mito individual através das lendas e, o que é mais significativo, em determinado momento das mesmas. A percepção do símbolo, trabalho a que se propõe a Astrologia da Personalidade, exclui a atitude do simples espectador e exige uma participação de ator. Nele, cada um vê aquilo que sua potência perceptiva lhe permite captar. Sem ouvir a sua voz interior, sem ouvir a intuição, nada de profundo é percebido, muito pouco decodificado. Não se chega às insondáveis profundezas do sopro primordial, por quanto o símbolo anexa, à imagem visível, a parte do invisível percebido ocultamente. Costumo apresentar a meus alunos uma analogia simbólica que sempre surte efeito para um melhor e mais claro entendimento, quando me perguntam o que a Astrologia é, como fica a questão do determinismo ou do livre-arbítrio na vida da pessoa analisada, etc. Peço a eles que imaginem a Astrologia como um helicóptero que sobrevoa uma grande cidade com o objetivo de orientar os que estão em terra sobre a situação geral do tráfego, clima, etc., e o astrólogo como o analista que vai dizendo por rádio para o analisado Q 17 O