O SR

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O Sr. Mário de Oliveira (PSC-MG) pronuncia o
seguinte
discurso:
Senhor
Presidente,
Senhoras
e
Senhores Deputados, é com grande apreensão que temos
acompanhado o noticiário sobre a propagação da gripe
suína, que já contaminou mais de mil pessoas em 21
países. Embora ainda não haja nenhum caso da doença
confirmado no Brasil, sabemos que o vírus está vindo em
direção ao hemisfério sul, onde o inverno começa em
junho.
É
necessário,
portanto,
que
as
autoridades
competentes tomem todas as precauções necessárias para
esclarecer
a
população,
minimizando
os
riscos
de
disseminação da epidemia entre nós.
Existem três tipos do vírus da gripe, conhecido como
Influenza – o A, o B e C. A chamada gripe suína é causada
pelo vírus Influenza tipo A com subtipo H1N1. Esse subtipo
é diferente de tudo o que se conhecia até agora porque é o
primeiro a reunir fragmentos de material genético de vírus
Influenza humano, suíno e de aves. A doença foi chamada
de gripe suína porque a mistura se deu dentro do
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organismo dos porcos e há prevalência do material
genético de porcos.
A Organização Mundial de Saúde e os governos do
mundo inteiro têm boas razões para agirem com rapidez e
firmeza nas tentativas de conter a disseminação da
doença. Afinal, passaram-se apenas 91 anos desde que
uma outra variante do vírus Influenza, conhecida como
gripe espanhola, tomou o mundo e matou entre 20 e 50
milhões de pessoas ao longo de um ano.
O vírus causador da gripe espanhola também era do
subtipo H1N1, mas é muito distinto do vírus que provoca a
gripe suína. Além disso, são extremamente diferentes as
condições de combate e de controle da doença de que
dispomos hoje. Contra a gripe espanhola, não havia
remédios. Contra a gripe suína, há dois antigripais eficazes,
desde que tomados até 48 horas a partir do aparecimento
de sintomas. E cientistas do mundo inteiro já estão
empreendendo esforços conjuntos para desenvolver uma
vacina eficaz contra este tipo de vírus.
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Antes da gripe suína, outra ameaça de epidemia que
assombrou o mundo foi a da gripe aviária, provocada por
mais uma variante do vírus Influenza. Desde que surgiu em
Hong Kong, em 1997, a gripe aviária já matou 257
pessoas. Extremamente letal, o vírus da gripe aviária só
não causou uma tragédia de proporções mundiais porque é
de difícil transmissão – por enquanto, é passado apenas de
aves para aves e de aves para o homem.
O vírus da gripe suína, ao contrário, é dotado de
grande capacidade de transmissão entre os humanos. Em
uma sociedade globalizada como a nossa, em que legiões
de
viajantes
atravessam
fronteiras
em
velocidade
alucinante todos os dias, um vírus com tamanho potencial
de contágio pode se alastrar para todo o planeta em curto
espaço de tempo.
Felizmente, parece que o vírus da gripe suína não é
tão letal quanto o causador da gripe aviária. Em geral, a
mortalidade de uma gripe causada por um vírus comum,
desses que aparecem anualmente, gira em torno de 0,1 por
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cento dos casos. Entre as vítimas da gripe aviária, a
letalidade chega a 61 por cento. Em relação ao vírus da
gripe suína, estima-se, até agora, que a mortalidade gire
em torno de 6 por cento.
Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados,
especialistas afirmam que, cedo ou tarde, a humanidade
enfrentará uma pandemia de gripe. O que estamos vivendo
mostra que mutações mais agressivas do vírus Influenza
podem aparecer em qualquer ambiente que permita o
contato próximo entre homens e animais. Claro que
estaremos mais protegidos quanto mais os governos
investirem em saúde pública, mas nada impedirá que
novos vírus sempre apareçam, tornando obsoletas as mais
modernas vacinas existentes.
Este
episódio
envolvendo
o
surgimento
e
a
transmissão da gripe suína está sendo um bom indicador
da capacidade que os humanos já desenvolveram para
combater uma ameaça deste tipo. Ao contrário do que
aconteceu em 1918, quando a gripe espanhola dizimou
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dezenas de milhões de pessoas em todo o planeta, houve
agora uma intensa mobilização mundial na detecção de
casos e no esclarecimento da população sobre como
prevenir-se da doença.
O fato de não termos ainda nenhum caso confirmado
no Brasil não significa que devamos baixar a guarda. É
digna de aplausos, pois, a providência tomada pelo
governo federal, que liberou, por medida provisória, 141
milhões de reais para
ações contra a doença, como
campanhas de esclarecimento e instalação de postos de
monitoramento. Conclamo, pois, todos os brasileiros a
seguir
rigorosamente
as
condutas
de
prevenção
recomendadas pelos especialistas. Esta é a melhor
contribuição que podemos dar para que esta nova
epidemia de gripe não se transforme numa catástrofe
mundial.
Senhor Presidente, solicito a Vossa Excelência que
meu pronunciamento seja divulgado pelos órgãos de
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comunicação desta Casa Legislativa e no Programa Á Voz
do Brasil.
Obrigado.
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