UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS DE MOSSORÓ – FACEM CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Apostila da disciplina “Administração Mercadológica” Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior Mossoró – 2006 “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 2 APRESENTAÇÃO Esta apostila tem o objetivo de servir de subsídio para o estudo da disciplina “Planejamento Estratégico” ministrada no Curso de Administração da UERN. Estes primeiros anos do Terceiro Milênio confirmará a sobrevivência de apenas aquelas empresas que realizem a atividade de marketing de modo estratégico. Desse modo, esta apostila apresenta conhecimentos instrumentais para a realização da administração mercadológica nas organizações. O objetivo é despertar uma visão estratégica do marketing como uma função estratégica para a promoção da competitividade. O enfoque da apostila busca incutir um senso de oportunidade no sentido de permitir o vislumbramento de possibilidades de negócio a partir dos elementos teóricos e práticos apresentados. Adm. Julio Francisco Dantas de Rezende (M. Sc.) [email protected] UERN Obs.: Apostila preparada pelo Profº Adm. Júlio Francisco Dantas de Resende (M. Sc.) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 3 Sumário CAPÍTULO 1 – FUNDAMENTOS DE MARKETING ................................................ 4 CAPÍTULO 2 – ANÁLISE DE MARKETING ............................................................. 9 CAPÍTULO 3) COMPORTAMENTO DO CLIENTE .................................................. 12 CAPÍTULO 4) ADMINISTRAÇÃO DE PRODUTOS ................................................. 19 CAPÍTULO 5) ESTRATÉGIA DE DISTRIBUIÇÃO ................................................... 24 CAPÍTULO 6) ADMINISTRAÇÃO DE PREÇO ......................................................... 30 Capítulo 7) ADMINISTRAÇÃO DA COMUNICAÇÃO DE MARKETING .................. 32 Referências ............................................................................................................. 35 “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 4 CAPÍTULO 1 – FUNDAMENTOS DE MARKETING As ações da administração de marketing podem ser divididas em duas grandes áreas de responsabilidades: a estratégica e a operacional. A estratégica abrange um conjunto de decisões que incluem a análise e a segmentação de mercado, a decisão de quais produtos e serviços oferecer, preços, canais de distribuição e meios de comunicação. É possível observar que estes objetivos estão profundamente relacionados com ações de responsabilidades do profissional de vendas. A responsabilidade operacional envolveria ações como: - execução das vendas; - o desenho e a produção de materiais de comunicação; - a gestão de canais de vendas como lojistas, atacadistas, distribuidores e vendedores autônomos; - o gerenciamento dos estoques nos canais de distribuição; - implementação de ações operacionais, como descontos de vendas, distribuição de prêmios e brindes, realização de sorteios, distribuição de amostras grátis, etc. A gestão de vendas precisa analisar o posicionamento dos 4 P’s do MARKETING. Os 4 Ps do COMPOSTO DE MARKETING foram desenvolvidos por E. Jerome McCARTHY , logo tendo grande aceitação junto a diversas escolas de administração. Os 4 Ps estão representados por quatro funções básicas: • Produto, • Preço, • Ponto de venda e distribuição, e • Promoção. Produto: É algo que pode ser oferecido a um mercado para a sua apreciação, aquisição, uso ou consumo. Objeto ou serviço que pode satisfazer um desejo ou uma necessidade. Ex: Automóvel Ford Taurus. “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 5 É necessário pensar decisões sobre: variedade de produtos, qualidade, design, características, nome da marca, embalagem, tamanhos, serviços, garantias e devoluções. Classificação dos produtos Os produtos de consumo Os produtos de consumo são aqueles comprados por pessoas físicas para o seu benefício benefício pessoal ou de sua família. Podem ser classificados em: - Produtos de conveniência. Exemplo: arroz, leite, arroz e feijão. - Produtos de compra comparada – se comparam os atributos e benefícios, tendo, em geral preços altos, como roupas, móveis e aparelhos eletrônicos. - produtos de especialidade – com características bem diferenciadas e/ou imagem forte, como por exemplo o relógio Suunto e serviços bem especializados como cirurgia plástica, - Bens não-procurados: normalmente desconhecidos e não-desejados. Ex. detector de fumaça, jazigos, etc. Bens Empresariais (Fonte: http://www.mariopersona.com.br) Materiais e peças: entram no processo de fabricação de produtos - Matéria prima: Produtos agropecuários (trigo, carne, frutas) ou naturais (peixes, minério, petróleo) - Materiais e peças manufaturadas: materiais componentes (ferro, fibras têxteis) que dependem de mais processamento, e peças componentes (motores, pneus) que entram no produto acabado. Bens de Capital: maior duração, deles dependem os produtos acabados. Ex. Instalações e Equipamentos. Suprimentos e serviços: bens de curta duração para possibilitar o produto acabado. 1 Suprimentos Operacionais: lubrificantes, carvão, papel 2 Suprimentos de manutenção e reparos: tinta, pregos, vassouras 3 Serviços de reparo e manutençaão: limpeza, consertos “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 6 4 Serviços de consultoria empresarial: jurídica, administrativa, gerencial, marketing Preço: significa a quantidade de dinheiro que os clientes estão dispostos a pagar pelo produto. Ao se fixar-se um preço, está se estabelecendo basicamente um público-alvo para a compra do produto/serviço. Os custos, a concorrência e o consumidor definem a formulação da política de preços. É necessário existirem decisões sobre: Lista de preços, descontos, subsídios, prazos, créditos, entre outros. Praça: ponto, local ou canal de distribuição. São as atividades da empresa que levam a disponibilizar o produto para os consumidores alvos. A praça envolve decisões sobre: Canais, área de cobertura, sortimento, localização, estoque, transporte. Promoção: são as atividades desempenhadas pela empresa para comunicar e promover a venda seus produtos ao mercado-alvo. A figura 1 descreve a seqüência de etapas de planejamento de marketing. Fonte: Dias(2003). Figura 1 – Etapas do planejamento de marketing “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 7 Ferramentas promocionais Exemplos de propaganda Anúncios e encarte nas embalagens, anúncio nas salas de cinema, catálogos, folhetos, anuários, anúncios luminosos, displays. Exemplos de promoção de vendas Concursos, brindes, amostra grátis, feiras, convenções, exposições, cupons, descontos, financiamentos a juros baixos, selos, adesivos. Exemplos de ações de relações públicas Kits para a imprensa, coletivas de imprensa, seminários, relatórios anuais, relações com a comunidade, mídias especiais, revistas da empresa. Exemplos de marketing direto Mala direta, catálogos, lista de clientes (mailings), telemarketing... Conhecendo o cliente = 4 Cs do Consumidor Consumidor, suas necessidades e desejos. Custo para o consumidor, Conveniência Comunicação 4 A’s do gerente de marketing Análise, Adaptação, Avaliação, e Ativação. Segmentação de mercado “Quem quer agradar a todos acaba por não agradar a ninguém.” Tipos de segmentação “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior Geográfica (cidades), Demográfica (idade, sexo, estado civil, educação). Psicográficas (personalidade, estilo de vida, atitudes, percepção). Comportamentais: - influência na compra (filho...), - Hábitos de compra, - Intenção (indeciso, interessado). Aspectos do produto: - Uso do produto( sempre, às vezes...) - benefícios (status, conveniência) Por modo de distribuição, 8 “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 9 CAPÍTULO 2 – ANÁLISE DE MARKETING A análise do ambiente é a etapa que este trabalho irá se deter de forma a identificar riscos e oportunidades presentes e futuras a partir da análise dos ambientes geral, operacional e interno de forma a estabelecer conhecimentos que permitam que a empresa desenvolva uma postura mais proativa em relação ao mercado. FONTE: CERTO (1993: 43) Figura 2 – A organização, os níveis de seus ambientes e os componentes desses níveis A figura 2 demonstra uma representação de compreensão do ambiente em que se irá desenvolver uma análise. Há na proposta de Certo (1993: 42/49) os seguintes âmbitos de investigação: A análise do ambiente geral: Deve levar em consideração a análise dos seguintes elementos: - componente econômico; - componente social; - componente político; - componente legal; - componente tecnológico. A análise do ambiente operacional: Deve levar em consideração a análise dos seguintes elementos: - componente cliente; - componente concorrência; - componente mão-de-obra; - componente fornecedor; “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 10 - componente internacional. 2.1) Análise de riscos e oportunidades Um dos objetivos da análise de ambiente é para verificar se existem riscos ou oportunidades de crescimento para a empresa, esta função dá-se em favor de técnicas de previsão ambiental que buscam trazer para o presente o estudo de condições futuras de inserção da organização em novos mercados. Dentro deste estudo deve ser levado em consideração as tendências, onde algumas encontramse em evidência: 1.) mercado global; 2.) desenvolvimento de mercados comuns; 3.) empresas transnacionais; 4.) tecnologia como instrumentos de concorrência; 5.) tamanho como instrumento de concorrência; 6.) saturação de crescimento; 7.) crescimento dos setores de serviços; 8.) vendas para consumidores relutantes; 9.) preocupação com a ecologia; 10.) redução dos ciclos de vida dos produtos; 11.) pressão pela manutenção de empregos. Entre os métodos de previsão ambiental, Bright & Schoeman (1973) apud Certo (1993: 65/66) destacam os seguintes: 1. opinião de especialistas. 2. extrapolação de tendências. 3. correlação de tendências. 4. modelagem dinâmica. 5. análise de impactos cruzados. 6. cenários múltiplos. 7. previsão de demanda/riscos. Dentre estes o que estão em mais evidência são os seguintes: Opinião de especialistas. Pessoas bem informadas são selecionadas e chamadas a determinar a importância e avaliar a probabilidade de vários futuros desenvolvimentos possíveis. A versão mais refinada, o método Delphi, coloca os especialistas frente a diversas etapas de avaliação de eventos , onde eles refinam suas hipóteses e julgamentos. Bright & Schoeman (1973) segundo Certo (1993: 65/66). Cenários múltiplos. Os pesquisadores montam cenários para alternativas futuras, cada uma delas consistente internamente e com certa probabilidade de ocorrer. O propósito principal desses cenários é estimular o planejamento de contingência. Bright & Schoeman (1973) apud Certo (1993: 65/66). “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 11 Tendência de Mercado – Estudo de caso "Pai da internet" prevê explosão de serviços disponíveis online 09/06/2006 O norte-americano Vinton Cerf, 62, atraiu a atenção de diversos representantes do setor de tecnologia nesta semana, em visita ao Brasil. Seu currículo justifica o interesse: considerado um dos pais da internet, o atual vice-presidente do Google e presidente da Icann (sigla em inglês para Corporação da Internet para Nomes e Números Designados) tem bagagem para falar sobre o histórico da rede e também os rumos que ela deve tomar nos próximos anos. O especialista prevê uma explosão na oferta de serviços disponíveis on-line. "Já estamos vivendo uma fase de transição, em que a internet deixa de ser uma rede de conexão de dados e pessoas para tornar-se uma 'rede de todas as coisas'", afirma. Sua afirmação pode ser exemplificada com a disponibilidade, em um futuro próximo, de diversos produtos compatíveis com a internet. Uma máquina de lavar roupas hi-tech, por exemplo, poderá decidir o melhor ciclo de lavagens e quantidade de sabão para aquela peça de roupa manchada, quando o usuário especificar seu problema no site do fabricante. Considerado um visionário, o cientista reforça a necessidade da inovação para que empresas consigam "formatar" modelos de negócio tirando melhor proveito da tecnologia. Como casos de sucesso, ele cita o iTunes (loja virtual da Apple que fornece conteúdo para o toca-MP3 iPod) e também a Netflix (locadora de DVDs em que os filmes escolhidos via internet são enviados pelo correio). Nova geração A explosão de serviços on-line e conectividade deve ganhar força com a chegada ao mercado de trabalho dos jovens que atualmente se divertem com os MMORPG (sigla em inglês para RPG on-line, ou jogos que permitem a interação entre diversos usuários). "Eles estão acostumados com a interatividade e reforçarão este conceito dentro das empresas", diz. Ainda falando sobre comportamento, Cerf descarta que a internet tenha tornado as pessoas mais hábeis para realizar diversas atividades simultaneamente. Segundo ele, esta capacidade é mais evidente entre os jovens, que são "multifuncionais" por natureza. "Pode ter certeza que, com a idade, as coisas vão ficando mais difíceis", afirma o bem-humorado cientista que se auto-intitula "o funcionário mais idoso do Google". No Brasil, para onde veio diversas vezes desde 1975, ele também divulgou o projeto de internet interplanetária, que ajuda a desenvolver no Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa. O objetivo dos pesquisadores envolvidos neste projeto é juntar os planetas do Sistema Solar com a internet terrestre até 2010. Fonte: Folha Online “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 12 CAPÍTULO 3) COMPORTAMENTO DO CLIENTE Transformando consumidor em cliente Verifica-se que a transformação do consumidor em cliente possui alguns estágios como pode ser visto na Figura 1. Figura 3 – Escala de transformação do consumidor em cliente O desafio para maior parte das organizações é transformar os consumidores em clientes. O desenvolvimento da clientela possui alguns estágios como pode ser vistos na figura a seguir. Figura 4 – Escala de lealdade Tipos de mercado O mercado pode ser dividido de modo geral em: - Mercado de bens de consumo e - Mercado de negócios. 13 “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior Registram-se algumas diferenças entre as modalidades de realizar vendas para consumidores e compradores organizacionais. Entre algumas diferenças, destacam-se algumas que podem ser visualizadas no quadro visualizado a seguir. Quadro 1 – Comparações de entre os consumidores e os compradores organizacionais Aspectos Consumidores Mercado organizacional Muitos Poucos Valor da compra Baixo Alta Quantidade comprada Baixa Alta Relacionamento entre Distante Estreito (muitas vezes, de Quantidade de compradores parceria) empresa e cliente Critérios de decisão da Racionais e emocionais compra Muito mais racionais (compra profissional) “O mercado organizacional pode ser caracterizado como formado por todas as organizações que compram produtos ou serviços utilizados em seus processos produtivos para gerarem novos produtos ou serviços, que serão comercializados por terceiros.” (Moreira, 2004: 111). As demandas do mercado organizacional podem ser caracterizadas das principais formas: - concentrada, os compradores tendem a se concentrar geograficamente. - derivada. Varia conforme a demanda do mercado final. - inelástica. Que não varia conforme a demanda. - flutuante. Ex.: a construção de uma fábrica, a manutenção de uma refinaria. Processo de decisão de compra do consumidor - Reconhecimento do problema ou necessidade, - Busca de informações, - Avaliação de alternativas, - Decisão de compra, “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 14 - Avaliação de compra. Fontes que influenciam a decisão de compra (Moreira, 2004) Fontes sociais (família, amigos, vizinhos, conhecidos), Fontes internas (informações armazenadas na memória do cliente), Fontes de Marketing (propaganda, vendedores, revendedores, embalagens, displays), Fontes públicas (artigos de jornais e revistas, organização de consumidores, organização de consumidores, órgão de defesa dos consumidores. Fonte de experimentação (manuseio prévio, exame do produto, uso, teste). Influências no processo de compra do consumidor Influências sociais - cultura, - subcultura, - classes, papéis e posições sociais, - grupos de referência, - família. Influências pessoais - Idade, - Estágio do ciclo de vida, - ocupação, - condições econômicas, - estilo de vida, - personalidade, - autoconceito, - motivação, - percepção, - Aprendizagem, - crenças e atitudes. Influências de marketing - produtos, “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 15 - preço, - promoção, e - distribuição. O processo de compra do comprador organizacional - Reconhecimento do problema ou necessidade, - Descrição da necessidade e especificação do produto, - Busca de alternativas/fornecedores, - Avaliação e seleção de alternativas/fornecedores, - Realização da compra, - Avaliação da compra. Participantes do processo de vendas e a forma como influenciam Indicadores: solicitam que algo seja comprado; podem ser usuários ou outras pessoas da organização; Usuários: são os que usarão o produto ou serviço; em muitos casos, iniciam a proposta de compra e ajudam a definir as especificações do produto; Influenciadores: influenciam a decisão de compra; frequentemente, ajudam a definir as especificações e também fornecem informações para a avaliação das alternativas; o pessoal técnico é particularmente importante como influenciador; Decisores: decidem sobre as exig6encias do produto ou fornecedor; Aprovadores: autorizam as ações propostas por decisores e compradores; Compradores: têm autoridade formal para selecionar o fornecedor e preparar as condições de compra; podendo ajudar a delinear as especificações do produto, além de desempenharem papel importante na seleção de fornecedores na negociação. Fiscais internos: evitam que vendedores ou informações cheguem aos participantes por centros de compra. Algumas influências - influências ambientais, - influências organizacionais, - influências interpessoais, - influências individuais. “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior Variáveis envolvidas - marketing interno ou endomarketing, - marketing externo, e - marketing de relacionamento. Principais mudanças culturais • Culto à saúde e beleza física; • Informalidade no vestir; • Uso da internet para comprar e lazer; • Maior tempo para lazer; • Maior autonomia nas decisões de compra para crianças e adolescentes; • Maior participação da mulher nas decisões de compra de alguns produtos, como carro, residência e investimentos financeiros. Principais mudanças no mercado de negócios • Foco no core business, • Mercados globalizados, • Administração focada no cliente; • Consciência da responsabilidade social da empresa; • Governança Corporativa. Tipos de família • Família unicelular; • Família com um dos pais; • Família com os dois pais; • Família sem filhos Processo de compra no mercado comum 1. 2. 3. 4. 5. Reconhecimento do problema Busca de informações Avaliação de alternativas Decisão de compra Pós-compra 16 “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 17 Compreendendo a motivação para comprar (Fonte: www.portaldomarketing.com.br) Abrham Maslow procurou compreender e explicar o que energiza, dirige e sustenta o comportamento humano. Para ele, o comportamento é motivado por necessidades a que ele deu o nome de necessidades fundamentais. Tais necessidades são baseadas em dois agrupamento: deficiência e crescimento. As necessidades de deficiência são as fisiológicas, as de segurança, de afeto e as de estima, enquanto que as necessidades de crescimento são aquelas relacionadas ao auto-desenvolvimento e auto-realização dos seres humanos (HUITT,1998). Para ele tais necessidades apresentam-se numa hierarquia de importância e premência, conforme ilustrado na FIGURA 5. Figura 5 – Escala de necessidades de Abraham Maslow A teoria da motivação é bastante conhecida e utilizada pelos profissionais de marketing para o conhecimento do comportamento do consumidor. Conforme exemplificam Churchill & Peter (2000), os fabricantes de roupas devem estar atentos, não só para atender a necessidade de vestir-se dos consumidores, mas também às suas necessidades sociais, poderíamos acrescentar também o atendimento da necessidade de estima. Assim, quando os profissionais de marketing utilizam a imagem da Angélica em roupas e calçados infantis estariam, não só atendendo a uma necessidade mais básica de vestir-se, mas também a uma necessidade social (pertencer e ser aceita pelo grupo) e, na medida em que é aceita pelo grupo a criança sente elevada sua auto-estima. Portanto, através de um único produto se atenderia a três necessidades da criança (e/ou de seus pais) (Guimarães: 2001). As necessidades fisiológicas e de segurança são consideradas mais básicas (biológicas e instintivas), sendo as mais primitivas do ser humano. São essenciais para a sobrevivência de qualquer indivíduo ou organismos, mas fatores psicológicos e inconscientes interferem no modo como cada indivíduo irá buscar a satisfação dessas necessidades. Podemos pensar em uma necessidade exagerada por mecanismos de segurança (cadeados, alarmes contra roubos etc.), uma pessoa pode estar sendo motivada a adquiri-los por fatores psíquicos como uma neurose. Uma pessoa também é muitas vezes levada a alimentar-se exageradamente por compulsão por comida (há pessoas que também aumentam o apetite quando ansiosas), ou ser levada a matar sua fome com um Big Mac por necessidade de “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 18 prestígio social, que se relaciona-se com a auto-estima, conforme salientamos acima (Guimarães: 2001). Podemos afirmar então que mesmo necessidades mais básicas como as fisiológicas, as de segurança e também as necessidades sociais são influenciadas por fatores psíquicos e não podem ser dissociados na compreensão do comportamento do consumidor (Guimarães: 2001). São esses fatores que explicam, principalmente, a procura por determinadas marcas (Zoomp ou Coca-Cola pelos jovens, BMW por um executivo ou uma roupa do Digimon pelas crianças) (Guimarães: 2001). As necessidades de auto-estima e de auto-realização são consideradas mais elevadas, relacionadas a fatores psicológicos e não biológicos ou instintivos. Churchill & Peter (2000) consideram que tais necessidades são buscadas pelos consumidores através da compra de marcas que oferecem prestígio, da busca de cursos universitários, da participação em organizações beneficientes dentre outros (Guimarães: 2001). Acreditamos, no entanto, que a teoria de Maslow nos possibilita compreender os fatores psicológicos que interferem em todo processo de compra desde o reconhecimento de uma necessidade até a decisão e avaliação no pós compra e, não só no reconhecimento de necessidades, conforme analisaram Churchill & Peter (2000) (Guimarães: 2001). “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 19 CAPÍTULO 4) ADMINISTRAÇÃO DE PRODUTOS Quando se pensa em começar um novo negócio uma pergunta inicial que surge diz respeito a qual produto comercializar, fabricar ou distribuir. Se estamos falando de uma atividade de serviço a pergunta seria quase semelhante. Pensar o produto ou serviço a ser fornecido pela organização é um dos pontos de partida de qualquer empreendimento. O momento de planejar o desenvolvimento de um produto envolve se pensar nas suas estratégias preocupadas com os seguintes aspectos: - Objetivos de mercado, como vendas, participação de mercado e lucros; - Público-alvo selecionado, suas características demográficas, psicográficas e expectativas; - Benefícios e atributos do produto ou serviço que os diferenciam da concorrência e representam valor para os clientes; - patentes de produtos; - serviços a serem agregados ao produto como suporte pós-venda, assistência técnica, treinamento, etc. - Parceiros que adicionam benefícios ao produto da empresa e agregam valor ao cliente, por meio de tecnologia, produtos ou serviços; - marca; - embalagem; - posicionamento e imagem desejados pela marca. A decisão da estratégia de produto envolveria em pensar o Composto de Produtos, envolvendo os seguintes aspectos: Amplitude – linha de produtos da empresa. Ex: Nestlé com achocolatados, leite em pó, biscoitos; Extensão – itens de produtos em cada linha. Ex.: ; Profundidade – versões do produto. Ex. Café Santa Clara. Detalhes: Café empacotado à vácuo, café Kimimo, Café em vasilhame de vidro, Café em pó torrado em grãos selecionados; Consistência – níveis de semelhança entre as linhas e os produtos quanto à matéria-prima, ao processo de produção, aos canais de distribuição, ao padrão de qualidade e à imagem da marca. Matriz de Crescimento/Participação do Boston Consulting Group O Boston Consulting Group (BCG) desenvolveu uma matriz que classifica UENs, produtos ou marcas de acordo com duas medidas: taxa de crescimento do mercado (baixa ou alta) e participação relativa no mercado (baixa ou alta), conforme mostrado na figura abaixo. “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 20 Figura 6 - Matriz de Crescimento/Participação do Boston Consulting Group Na matriz BCG, as unidades estratégicas de negócios, produtos ou marcas podem ser de quatro tipos: ESTRELAS. Alta participação num mercado com alta taxa de crescimento. Mercados com crescimento rápido tendem a atrair muita concorrência, fazendo com que a empresa gaste muito para proteger e ampliar a participação de mercado de suas estrelas. O ideal é que as estrelas transformem-se em vacas leiteiras. VACAS LEITEIRAS. Alta participação num mercado de crescimento mais lento. A concorrência menos intensa associada a uma liderança no mercado geram as vacas leiteiras, ou seja, unidades cujas receitas podem ir para outros negócios ou para pesquisa e desenvolvimento. ABACAXIS. Baixa participação num mercado de crescimento lento. Às vezes, os abacaxis servem um grupo leal de clientes e são lucrativos, porém tendem a não ser uma fonte importante de receita para a empresa e, se não gerarem lucros, geralmente são eliminados. PONTOS DE INTERROGAÇÃO. Baixa participação num mercado de alto crescimento. Conseguir participação de mercado pode ser dispendioso, mas, se os pontos de interrogação tiverem potencial de longo prazo para tornarem-se estrelas ou vacas leiteiras, vale a pena investir neles. Os gerentes que utilizam a matriz BCG de crescimento/participação primeiro classificam as unidades estratégicas de negócios, produtos ou marcas da empresa. Esse passo envolve certa subjetividade, uma vez que o modelo não proporciona critérios específicos para a classificação das taxas de crescimento como altas ou baixas. Por exemplo, um mercado com alto crescimento é aquele que cresce 10% ao ano ou o que cresce mais, ou menos? Na falta de tais critérios, as taxas de crescimento históricas, participações de mercado e expectativas são usadas para determinar limites. Então, com base na classificando, os gerentes selecionam um objetivo apropriado para cada categoria: Para transformar um bom ponto de interrogação numa estrela, os gerentes podem decidir aumentar a participação de mercado por meio de estratégias como “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 21 propaganda intensiva, maior disponibilidade de produtos ou preços baixos. Essas estratégias, entretanto, costumam reduzir os ganhos no curto prazo. Para uma vaca leiteira, os gerentes podem decidir manter a liderança no mercado existente. São então projetadas estratégias para reter clientes, mas não necessariamente para atrair clientes novos. Para pontos de interrogação fracos e abacaxis, os gerentes podem decidir colher, ou seja, concentrar-se no fluxo de caixa de curto prazo sem preocupação com o desempenho de longo prazo, reduzindo, por exemplo, as verbas de promoção para colher o máximo de lucro possível. Para unidades de negócios que não oferecem boas oportunidades, como a maioria dos abacaxis, os gerentes podem decidir abandonar, ou seja, vender a UEN ou simplesmente interromper a comercialização de um produto ou marca, liberando fundos para oportunidades mais atraentes. A matriz BCG tem sido muito criticada por suas categorias e estratégias centrarem-se na participação de mercado, que, segundo seus idealizadores, levaria a grandes lucros. Porém, pode não haver uma relação forte entre participação de mercado e lucros, pois o sucesso potencial de um negócio depende também de outros fatores, como patentes, regulamentações governamentais e reputação da empresa. Além disso, as quatro categorias da matriz de crescimento/participação podem limitar a reflexão dos gerentes sobre estratégias possíveis. A visão padrão é de que um produto de sucesso passa de ponto de interrogação para estrela, vaca leiteira, abacaxi e, então, é abandonado. Mas existem outras possibilidades e uma UEN classificada como abacaxi pode não estar no fim de sua utilidade para a empresa. Por exemplo, a linha de roupas esportivas para homens e meninos da Hang-Ten passou para a condição de abacaxi quando a marca deixou de estar na moda. Embora as vendas tenham declinado para quase nada, a empresa continuou anunciando em revistas voltadas a surfistas para não deixar a marca cair no esquecimento. Anos mais tarde, compradores nostálgicos começaram a procurar novamente as camisetas e a Hang-Ten as recriou. Ciclo de Vida do Produto O conceito de ciclo de vida do produto (CVP) é bastante utilizado como ferramenta para decisões de estratégias de marketing. Portanto vale o questionamento: por quanto tempo esse produto permanecerá no mercado? Eis as fases do ciclo de vida do produto: Introdução — “período de crescimento lento das vendas, à medida que o produto é introduzido no mercado. O lucro é inexistente neste estágio porque as despesas de lançamento são grandes. ” (KOTLER, 1998). As mudanças no projeto do produto são mais frequentes, devido ao baixo número de consumidores e da não compreensão total das necessidades dos consumidores. Crescimento — “período de rápida aceitação de mercado e de melhoria substancial do lucro. ” (KOTLER, 1998). Como o crescimento torna-se substancial a observação da concorrência sobre o mercado passa a ser intensa; assuntos relacionados à qualidade deve ser cada vez mais conciso, não permitindo quedas no nível de qualidade do produto. “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 22 Maturidade — “período de redução do crescimento de vendas” (KOTLER, 1998), devido basicamente pela grande aceitação do mercado; o que originará uma certa estabilização dos lucros e muitas vezes um possível declínio, justificado pelas grandes despesas de campanhas de marketing para defender o seu produto dos concorrente. Como os lucros são reduzidos, buscar uma certa redução dos custos de produção é uma outra medida para tentar manter o tempo de estabilização do produto. A preocupação principal da organização passará a ser enfocada na redução de custo, aumento de produtividade e um fornecimento confiável. Declínio — “período em que as vendas mostram forte queda e o lucro desaparece. ” (KOTLER, 1998). Figura 7 – Ciclo de vida do Produto É interessante perceber que cada produto tem um ciclo de vida diferente. Comportamento do público para adoção de um produto Inovadores - são os primeiros a adotar a inovação. Estes aceitam o risco de adquirir um produto ainda não difundido. Costumam atuar como um grupo de referência. Exemplos: os consumidores do Ipod. Representam 2,5 % do público. Adotantes iniciais – desempenha o papel de formador de opinião, grupo de referência e agente de mudança e é muito importante para acelerar a difusão do produto. Representam 13,5 % do público. Maioria inicial – são os segmentos de maior poder aquisitivo, que se apóiam nas propagandas do produto e nas opiniões dos adotantes iniciais. Representam 34 % do público. Maioria tardia – grupo que compõe 34 % do público e que tende a ser mais cético e conservador e, em geral, tem menor poder aquisitivo. “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 23 Retardatários – são os últimos a adotar uma inovação. Representam 16 % do público. EM geral são pessoas idosas, de baixo poder aquisitivo, ou residentes em áreas rurais mais distantes. As estratégias de diferenciação e posicionamento de produtos 1. preço ou vantagem de custos; 2. atributos e benefícios do produto; 3. serviços agregados; 4. Canal de distribuição; 5. imagem da marca. Classificação dos produtos Os produtos de consumo Os produtos de consumo são aqueles comprados por pessoas físicas para o seu benefício benefício pessoal ou de sua família. Podem ser classificados em: - Produtos de conveniência. Exemplo: arroz, leite, arroz e feijão. - Produtos de compra comparada – se comparam os atributos e benefícios, tendo, em geral preços altos, como roupas, móveis e aparelhos eletrônicos. - produtos de especialidade – com características bem diferenciadas e/ou imagem forte, como por exemplo o relógio Suunto e serviços bem especializados como cirurgia plástica, - Bens não-procurados: normalmente desconhecidos e não-desejados. Ex. detector de fumaça, jazigos, etc. Bens Empresariais (Fonte: http://www.mariopersona.com.br) Materiais e peças: entram no processo de fabricação de produtos - Matéria prima: Produtos agropecuários (trigo, carne, frutas) ou naturais (peixes, minério, petróleo) - Materiais e peças manufaturadas: materiais componentes (ferro, fibras têxteis) que dependem de mais processamento, e peças componentes (motores, pneus) que entram no produto acabado. Bens de Capital: maior duração, deles dependem os produtos acabados. Ex. Instalações e Equipamentos. Suprimentos e serviços: bens de curta duração para possibilitar o produto acabado. 1 Suprimentos Operacionais: lubrificantes, carvão, papel 2 Suprimentos de manutenção e reparos: tinta, pregos, vassouras 3 Serviços de reparo e manutençaão: limpeza, consertos 4 Serviços de consultoria empresarial: jurídica, administrativa, gerencial, marketing Características dos serviços Intangibilidade - não tem aparência nem consistência física; Variabilidade – por ser realizado por pessoas, torna-se difícil manter alto grau de padronização permanente; “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 24 Perecibilidade – é impossível armazenar o serviço; Ausência de estoque - característica decorrente da sua perecibilidade; Simultaneidade entre produção e consumo; Envolvimento do cliente no processo; As pessoas constituem-se parte do serviço; Dificuldade dos clientes avaliarem; Importância do tempo; O sistema de entrega pode ser feito por meio de um canal físico ou eletrônico (Internet). Riscos de serviços para os clientes Risco funcional – mau desempenho; Risco financeiro – perda financeira; Risco temporal – atrasos, perdas; Risco físico – doença, mal estar físico; Risco psicológico – emoções negativas, medo; Risco social – como os outros vão reagir? Risco sensorial – sentidos negativos (odor). Fonte: Dias, Sérgio Roberto. Gestão de marketing. São Paulo: Saraiva, 2003. “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 25 CAPÍTULO 5) ESTRATÉGIA DE DISTRIBUIÇÃO Sinônimos de distribuição - Ponto de Venda - Praça - Place - 3° P - Canal Decisões chaves de distribuição Quantos níveis de canal? Quais as funções que os membros do canal devem desempenhar? Como os fluxos de distribuição devem ser gerenciados? Como o canal de distribuição deve ser estruturado? Como a distribuição deve ser gerenciada? Tipos de canais de distribuição Figura 8 – Tipos de canais de distribuições Canal de nível zero (também chamado de marketing direto) consiste em um fabricante que vende diretamente para o consumidor final. Alguns exemplos de estratégias de marketing direto seriam as vendas feitas de porta em porta, mala direta, catálogos, vendas pela televisão, vendas pela internet e lojas do próprio 26 “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior fabricante. Talvez o marketing direto seja uma das estratégias de canal mais aplicáveis à realidade da pequena empresa. Alguns exemplos comuns que utilizam o marketing diretor seriam a Dell (fábrica de computadores que utiliza a tecnologia de produção build-to-order), Avon, Mastercard, produtores rurais, lanchonetes, restaurantes e planos de saúde. Exemplos do canal tipo “Fabricante – varejista - consumidor”: C&A, Riachuelo. Exemplos do canal tipo “Fabricante – atacadista - varejista - consumidor”: Refrigerante Dore. Exemplos do canal tipo “Fabricante – distribuidor - varejista - consumidor: ferramentas. Exemplos do canal tipo “Fabricante – distribuidor - atacadista - varejista - consumidor”: empresa de Parnamirim Ciclipeças. Exemplos da canais extensos: no Japão a distribuição de produtos alimentícios pode envolver até 6 canais. Exemplo de negócio que aumentarão o número de canais: - empresas que aumentam a participação de mercado como a Kibe e Companhia. Exemplos de negócios que diminuíram o número de canais: - fabricantes de hardware como IBM, Compaq, Itautec. Vantagens da Distribuição direta - Menor dependência de terceiros; - Maior controle sobre a operação de vendas; - Maior proximidade do consumidor; - Respostas mais rápidas nas ações. Vantagens de canais mais longos ou distribuição indireta “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 27 - Maior cobertura de mercado, - Custo reduzido do canal, - Venda personalizada a partir da aproximação da empresa a partir da possibilidade de realização de vendas pessoais. - Menores riscos Fatores que influenciam decisões sobre a extensão do canal de distribuição O que influencia a decisão de aumentar ou diminuir o número de canais são os aspectos: custos, vendas e percepção do preço pelos consumidores. Portanto, é importante que os fabricantes estejam sempre examinando o desempenho dos seus sistemas de distribuição, realizando ajustes quando necessários. Gestão de canais de distribuição Muitos problemas na gestão de canais podem ser evitados caso os fabricantes possuam um bem elaborado planejamento de marketing que esclareça as políticas de relacionamento com os fornecedores. O acordo de distribuição através de outras organizações muitas vezes está acordado com base em contratos de direito de exclusividade Os conflitos verticais – dentro do mesmo canal - Fornecedores que não optam pela exclusividade, - Distribuidores que não aceitam políticas e cultura de trabalho do fabricante, Os conflitos horizontais – conflito entre os membros do mesmo nível de canal. - franqueados de uma rede de lanchonetes que não utilizam o mesmo tipo de ingredientes - franquias que permitiram a instalação de franqueados muito próximos, - concessionárias que utilizam estratégias promocionais mais agressivas. Os conflitos multicanais – quando o fabricante forma dois ou mais canais que vendem para o mesmo mercado. – embate entre lojas especializadas e departamento. - concorrentes que conseguem descontos maiores. Exemplo: farmácias. “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 28 Caracterização da distribuição direta As principais formas de se chegar ao consumidor sem ter de utilizar intermediários são venda direta (porta-a-porta), mala direta, encartes, catálogos, telemarketing, lojas próprias, máquinas de venda, marketing de rede, venda pela televisão e internet. 1) Venda direta (porta-a-porta) A venda direta ou porta-a-porta consiste na venda e na entrega dos produtos diretamente ao consumidor por uma equipe de vendas próprias, Ela é realizada de forma pessoal e personalizada, mas pode gerar elevados custos devido à locomoção do vendedor, dificuldades no trânsito e de achar o consumidor em casa. 2) Mala direta A venda por mala direta consiste em oferecer um produto por meio do envio de um folheto ou catálogo pelo correio diretamente para a residência ou escritório do consumidor. Quadro 2 – comparação de vantagens Vantagens da mala direta Desvantagens da mala direta Flexibilidade no conteúdo da mensagem Alto custo relativo Flexibilidade na forma de entrega Possibilidade de atrasos na entrega ou extravio Menor distração com relação a outras Fazer o cliente se interessar em abrir a mídias mala direta e lê-la 3) Encartes e catálogos Os encartes e catálogos podem ser vistos como os precursores do formato do comércio eletrônico. 4) Telemarketing Atuam na venda a clientes por telefone. Cerca de 75% dos operadores de telemarketing são do sexo feminino. “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 29 5) Lojas próprias A Apple montou megastores para vender apenas os seus produtos. 6) Máquinas de venda A empresa que mais utiliza máquinas de venda é a Coca Cola. 7) Marketing de rede Um grande exemplo do marketing e rede é a Amway e a Harbalife. 8) Venda pela televisão O melhor exemplo é o canal Shoptime. 9) Venda pela internet Hoje existem bons exemplos como Americanas, Saraiva, Submarino e Livraria Cultura. A complexidade dos canais de distribuição Figura 9 – Complexidade dos canais de distribuição Atacado – organizações ou indivíduos que desenvolvem operações comerciais de compra de produtos de fabricantes e venda dos mesmos aos varejistas. “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 30 Os Quatro Tipos Principais de Atacadistas - atacadista comercial, - atacadista de serviço completo (atacadistas comerciais e distribuidores industriais, - atacadista de serviço limitado (como atacadistas pegue-leve) - corretores e agentes (representantes de fabricantes, representantes de vendas). Varejo - organizações ou indivíduos que desenvolvem a atividade de venda diretamente ao consumidor final. Tipos de Varejistas - Lojas de conveniência, lojas de especialidades, lojas de departamentos, supermercados, hipermercados, lojas de descontos, showrooms. Definição de Logística de Mercado A logística de mercado “envolve o planejamento, a implementação e o controle dos fluxos físicos de materiais e produtos finais entre os pontos de origem e os pontos de uso, com os objetivos de atender às exigências dos clientes e de lucrar com esse atendimento” (Kotler, 2000: 558). A logística de mercado A logística de mercado propicia que o produto a ser comercializado em um canal chegue ao consumidor final. Caso uma logística de mercado não seja estabelecida adequadamente a procura do consumidor acontecerá antes que o produto esteja disponível. Como exemplo temos a Kodak que divulgou um novo produto que sofreu atrasos para chegar às lojas gerando uma expectativas nos clientes que optaram então por adquirir uma Polaroid. Elementos e perspectivas de inovação da logística de mercado 1) o processamento de pedidos – incorporação de TI’s, 2) armazenagem – depósitos automatizados a exemplo do www.submarino.com.br e www.americanas.com.br, 3) Nível de estoque – uso do just-in-time e integração com parceiros, e 4) Transporte – acompanhamento e segurança eletrônica. “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 31 CAPÍTULO 6) ADMINISTRAÇÃO DE PREÇO O preço é o principal fator de escolha por parte do consumidor. O preço praticado pela empresa irá influenciar no faturamento e rentabilidade do negócio. De maneira geral, diferentes metodologias (SEBRAE/RN: 2000 e Dolabela: 1999) verificam como interessante definir o preço a partir de três fatores: - custos; - a percepção dos consumidores; e - a concorrência. a) CUSTOS Os custos acerca do produto da empresa pode ser encontrado através da fórmula do Preço de Venda(PV): C.M.V. x 100 PV = ------------------------------------------------100 – (CF% + ML% + C.C.%) C.M.V. = Custo de Mercadoria Vendida = O custo de mercadoria vendida é o valor despendido pela empresa para aquisição de um novo produto Para o Cálculo do C.M.V.: Valor da Nota Fiscal (– Crédito de ICMS )+ Frete (-ICMS do Frete) + IPI + Seguro. Para encontrar o Custo fixo Percentual (CF%): Divide-se o valor do Custo Fixo pela Receita (Vendas) da empresa. O resultado deverá ser representado percentualmente. A margem de Custo fixo determina quanto que a empresa está imobilizando do seu faturamento para cobrir os custos fixos. A Margem de lucro ou lucratividade (ML%) É encontrada a partir da seguinte equação: Lucro Líquido x 100 ML = -------------------------------Receita Operacional O Custo de Comercialização O Custo de comercialização diz respeito a todas aquelas despesas que a empresa possui para realizar a venda. Podem incidir sobre as vendas os seguintes itens de despesa: ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) = 17% (no RN) COFINS (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social = 3% PIS/PASEP (Cont. para os Programas de Integração Social e de “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 32 Formação do Patrimônio do Servidor Público) = 0.65% Comissão de vendas/Comissão de vendedores = de 1 a 3% Comissão do gerente de loja = de 1 a 3% Encargos sociais sobre vendas (80%) (1,6 p/ comissão de 2%) = 1,6% Embalagens = 0,7% Despesas com cartão de crédito = 3,5% Despesas com factoring = 4% b) A PERCEPÇÃO DOS CONSUMIDORES Para determinar o preço de venda de um produto não se pode basear apenas nos seus custos. É fundamental consultar o mercado consumidor, perguntá-lo se aquele preço está adequado ao público que se pretende atingir. Caso o consumidor não esteja disposto a pagar o valor pedido, o preço deve ser estudado de maneira que seja estipulado um novo valor de venda ao consumidor. c) A CONCORRÊNCIA O preço do produto não deve exceder ao preço praticado pela concorrência. É fundamental que se busque praticar um preço competitivo, isto é inferior ao preço da concorrência. Entre as muitas formas de ter um preço mais competitivo que a concorrência, está em desenvolver um melhor relacionamento com os fornecedores para poder comprar melhor, com melhores preços. “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 33 Capítulo 7) ADMINISTRAÇÃO DA COMUNICAÇÃO DE MARKETING INTRODUÇÃO A elaboração, implementação e avaliação do plano de comunicação integrada de marketing são parte da responsabilidade estratégica do profissional de marketing. Comunicação e promoção são conceitos que apresentam o mesmo significado. O CONCEITO DE COMUNICAÇÃO INTEGRADA DE MARKETING A comunicação integrada de marketing abrange o conjunto de ações integradas de comunicação e promoção. A comunicação tem como propósito básico propiciar o desenvolvimento das principais dimensões: - Posicionamento; - Proposição de Valor - Imagem da Marca Posicionamento Posicionamento é a estratégia de criar uma posição ou imagem única para o período ou marca na mente do consumidor, com base nas características diferenciadas do produto e nas posições já ocupadas pelos concorrentes. Proposição de valor Proposição de valor é a declaração dos benefícios e atributos a serem comunicados e da imagem objetivada para o produto ou marca. Imagem A formação de imagem para a marca é uma das principais funções da comunicação de marketing. A imagem da marca pode ser entendida como o conjunto de percepções, crenças, idéias e associações cognitivas ou afetivas que uma pessoa tem sobre um produto e que condiciona as suas atitudes de consumo. Atividades que integram o composto de comunicação de marketing - Propaganda, - Promoção de vendas, - Venda, - Marketing direto, - Venda, - Marketing direto, - Relações públicas, “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 34 - Publicidade, - Assessoria de imprensa, - Promoção de eventos, - Merchandising e comunicação no ponto de venda, - Atendimento ao cliente, - Comunicação pela internet, - Embalagem. O processo de comunicação O processo de comunicação busca identificar uma resposta do consumidor. A resposta do consumidor é o conjunto de atividades mentais, emocionais ou físicas causadas por um estímulo de marketing. O objetivo da comunicação de marketing é vencer a barreira da resistência perceptiva do consumidor decorrente da falta de interesse, da inércia, da acomodação ou da saturação. A recordação da propaganda é um estágio mais avançado de conhecimento sobre o produto, quando é lembrada a mensagem da comunicação e são identificados os atributos e benefícios do produto. Exemplos de respostas comportamentais - Hábitos de compra, - Satisfação ou insatisfação, - Fidelidade à marca. PLANO DE COMUNICAÇÃO DE MARKETING O plano de comunicação de marketing é parte do plano estratégico de marketing e envolveria os seguintes aspectos e etapas: 1. análise do problema ou da oportunidade; 2. definição dos objetivos da comunicação; 3. seleção do público-alvo da comunicação; 4. seleção dos elementos do composto de comunicação; 5. definição da estratégia da mensagem; 6. definição dos meios de comunicação; 7. definição do orçamento de comunicação; 8. implementação do plano; 9. avaliação dos resultados. OBJETIVOS DA COMUNICAÇÃO A comunicação de marketing possui os seguintes objetivos: 1. criar lembrança da marca (awareness); 2. criar conhecimento (recall); 3. criar mudanças de atitudes, sentimentos ou percepções (preferência, intenção de compra); “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 35 4. criar mudanças de comportamento (fidelidade, repetição de compra); 5. reforçar decisões, comportamentos e atitudes. MEIOS DE COMUNICAÇÃO Mídia de massa, Mídia segmentada (veículos que atingem segmentos específicos como revistas infantis); Mídia dirigida (veículos que atingem alguns indivíduos, como a mala direta); Mídia eletrônica: televisão, rádio, tv a cabo, internet. Mídia impressa: revistas, jornais, folhetos, panfletos, encartes, catálogos, livretos. Mídia exterior: outdoor, cartazes, painéis, propaganda em ônibus, táxi, metrô. Mídia em pontos-de-venda: displays, embalagens, cartazes. Outras estratégias de comunicação Entre alguns mecanismos que podem ser utilizados para fortalecer a comunicação com o mercado destacam-se os seguintes: - promoção de vendas ao consumidor, - distribuição de amostras ao consumidor, - materiais de cursos de formação do consumidor, - promoção de vendas ao varejo, - descontos por quantidade, - descontos por cortesia, e - descontos por novos produtos. Os profissionais de vendas também desenvolvem algumas outras atividades de comunicação que poderiam ser visualizadas no Quadro visto a seguir. Quadro 3 – exemplos de tarefas do profissional de vendas Funções Relações institucionais Relações comunitárias Relações com o poder público Relações com o meio financeiro Relações para tempos de crise Descrição Criar uma imagem favorável para a organização no mercado em geral. Realizar tarefas que contribuam para o fortalecimento da imagem da empresa. Criar e desenvolver relações cooperativas e harmoniosas com a comunidade atendida. Desenvolver propaganda apresentando a responsabilidade social da empresa. Estreitar as relações com o poder público; identificar oportunidades de negócios, parcerias; barganhar isenções e benefícios fiscais. Gerenciar as relações com os bancos; identificar agentes financeiros que possam financiar as compras realizadas pelos consumidores. Interagir com o público externo da empresa em momentos de dificuldades e que possam ofuscar a imagem da empresa. “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior 36 As relações com o meio financeiro são importantes para prover as condições para financiar capital de giro, para aquisição de mercadorias, e em outros casos investimento fixo quando se trata da venda de equipamentos, máquinas, veículos, entre outros bens de maior valor agregado para o consumidor. Concessionárias de veículos novos e usados têm conseguido impulsionar as vendas através de parcerias com instituições de financiamento. 37 “Apostila da disciplina Administração Mercadológica” – Prof. Adm. Antonio Pereira Júnior Referências DIAS, Sérgio Roberto. Gestão de marketing. São Paulo: Saraiva, 2003. HUITT, W. G. (1998). Maslow’s hierarchy of needs, obtida via internet. http://chiron.valdosta.edu/whuitt/col/regsys/maslow.htm. GUIMARÃES, Magali Costa. Maslow e Marketing – Para Além da Hierarquia das Necessidades. Consultado no website www.portaldomarketing.com.br. Artigo de 06/07/2001. Consultado em 07/07/2006. MASLOW, A. H. (1975). Uma teoria da motivação humana. In: BALCÃO, Y.; CORDEIRO, L. L. (org.). O comportamento humano na empresa (pp. 337-366). Rio de Janeiro: FGV. MOREIRA, Júlio César Tavares (org)... [ et. al.] Administração de Vendas. coordenação do autor. – São Paulo: Saraiva, 2004. PORTAL DO MARKETING. Disponível no website www.portaldomarketing.com.br.