ISSN 1677 – 8049 ANO 09 – n. 30 Fevereiro 2011 GEOGRAFIA PUBLICAÇÕES AVULSAS Adler Guilherme Viadana Agostinho Paula Brito Cavalcanti EXCURSÃO GEOGRÁFICA DIDÁTICA: INSTRUMENTO DE PRÁTICA E ENSINO EM GEOGRAFIA Publicação de textos no formato de pré-impressão do Departamento de Geografia e História da Universidade Federal do Piauí – UFPI. GEOGRAFIA Publicações Avulsas, ano 09, n. 30, p. 1-21 (fevereiro 2011) Reitor da Universidade Federal do Piauí Luiz de Sousa Santos Júnior Diretor do Centro de Ciências Humanas e Letras Pedro Vilarinho Castelo Branco Chefe do Departamento de Geografia e História Verônica Maria Pereira Ribeiro Coordenador do Curso de Licenciatura em Geografia Manuel Nascimento Expediente print version GEOGRAFIA Publicações Avulsas Ano 09 - n. 30 (fevereiro 2011) Coordenador e Editor: Prof. Agostinho Paula Brito Cavalcanti (MSc/DSc) [email protected] / [email protected],br Endereço para correspondência: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ Departamento de Geografia e História Campus da Ininga, s/n 64.049-550 - Teresina / Piauí Tel. (86) 3215-5778 / (86) 3215-5777 GEOGRAFIA/Universidade Federal do Piauí, Departamento de Geografia e História, Coordenação de Geografia, Ano 09, nº 30 (fevereiro 2011). Teresina: UFPI, 2011. 1. GEOGRAFIA Publicações Avulsas. I. Universidade Federal do Piauí - Coordenação de Geografia ISSN 1677 – 8049 CDD 910 2 GEOGRAFIA Publicações Avulsas, ano 09, n. 30, p. 1-21 (fevereiro 2011) Conselho Editorial: Adler Guilherme Viadana (Universidade Estadual Paulista - UNESP/Rio Claro) Agostinho Paula Brito Cavalcanti (Universidade Federal do Piauí - UFPI) Alcindo José de Sá (Universidade Federal de Pernambuco - UFPE) Antônio Carlos de Barros Corrêa (Universidade Federal de Pernambuco - UFPE) Antônio Cordeiro Feitosa (Universidade Federal do Maranhão - UFMA) Antonio Fábio Guimarães Vieira (Universidade Federal do Amazonas - UFAM) Carlos Alexandre Leão Bordalo (Universidade Federal do Pará - UFPA) Elisabeth Mary de Carvalho Baptista (Universidade Estadual do Piauí - UESPI) Edgar Aparecido da Costa (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - UFMS/Corumbá) Enéas Rente Ferreira (Universidade Estadual Paulista - UNESP/Rio Claro) Espedito Maia Lima (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB) Fadel David Antonio Tuma Filho (Universidade Estadual Paulista - UNESP/Rio Claro) Giovanni de Farias Seabra (Universidade Federal da Paraíba - UFPB) Herbe Xavier (Pontifícia Universidade Católica - PUC/Minas) Josefa Eliane Santana de Siqueira Pinto (Universidade Federal de Sergipe - UFS) Joseli Maria Silva (Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG) José Luís Lopes de Araújo (Universidade Federal do Piauí - UFPI) Liége de Sousa Moura (Universidade Estadual do Piauí - UESPI) Lucivânio Jatobá (Universidade Federal de Pernambuco - UFPE) Maria Teresa de Alencar (Universidade Estadual do Piauí - UESPI) Norberto Olmiro Horn Filho (Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC) Paulo Roberto Teixeira de Godoy (Universidade Estadual Paulista - UNESP/Rio Claro) Paulo Roberto Joia (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - UFMS/Aquidauana) Ricardo Wagner Ad-Víncula Veado (Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC) Roberval Felippe Pereira de Lima (Universidade Federal do Rio Grande do Norte- UFRN/Caicó) Samuel do Carmo Lima (Universidade Federal de Uberlândia - UFU) Silvana Quintella Cavalcanti Calheiros (Universidade Federal de Alagoas - UFAL) Simone Cardoso Ribeiro (Universidade Regional do Cariri - URCA/Crato) Solange Terezinha de Lima Guimarães (Universidade Estadual Paulista - UNESP/Rio Claro) Vanice Santiago Fragoso Selva (Universidade Federal de Pernambuco - UFPE) 3 GEOGRAFIA Publicações Avulsas, ano 09, n. 30, p. 1-21 (fevereiro 2011) EXCURSÃO GEOGRÁFICA DIDÁTICA: INSTRUMENTO DE PRÁTICA E ENSINO EM GEOGRAFIA Adler Guilherme Viadana* Agostinho Paula Brito Cavalcanti ** INTRODUÇÃO A excursão geográfica didática, denominação dada desenvolvida RESUMO O presente trabalho tem por objetivo uma abordagem metodológica sobre a excursão geográfica didática, tratando da prática pedagógica, dentro do planejamento do ensino e pelo contato com a realidade para a formação do profissional e professor de Geografia. Os procedimentos metodológicos seguiram uma seqüência de encaminhamentos assim constituída: pesquisa bibliográfica e observações de campo. Os resultados mostraram que a excursão geográfica didática é importante instrumento na formação de professores e acadêmicos, como meio para o desenvolvimento da percepção sobre o território, num contexto menos formal que a sala de aula. Nas conclusões foi enfatizada a importância da excursão geográfica como recurso didático, pois oferece potencialidades formativas que devem ser levadas em consideração no processo de ensino e aprendizagem e como prática pedagógica acessível e eficaz. Palavras-chaves: Geografia, Metodologia, Pesquisa. ABSTRACT The present work has for objective a methodological approach on the didactic geographical trip, treating of the pedagogic practice, inside of the planning of the teaching and for the contact with the reality for the professional's formation and teacher of Geography. The methodological procedures followed a sequence of directions constituted like this: researches bibliographical and field observations. The results showed that the didactic geographical trip is important instrument in the teacher’s formation and academics, as middle for the development of the perception on the territory, in a context less formal than the classroom. In the conclusions the importance of the geographical trip was emphasized as didactic resource, because offers formative potentialities that they should be taken into account in the teaching process and learning and as accessible and effective pedagogic practice. Key-words: Geography, Methodology, Research. * Professor Adjunto (Livre Docente) - Universidade Estadual Paulista (UNESP Rio Claro) [email protected] ** Professor Associado (Pós Doutor) - Universidade Federal do Piauí (UFPI - Teresina/PI [email protected] pelo à atividade pesquisador em Geografia que se desloca de seu gabinete de trabalho para a área ou local de seu interesse (objeto de estudo) como instrumento para prática e o ensino, visa à compreensão e explicação das diferentes organizações espaciais, com a finalidade de realizar observações e levantar informações. Refere-se a um conjunto de atividades práticas orientadas para a busca de um determinado conhecimento, realizada de maneira sistemática através da realidade empírica e pela utilização de métodos próprios e técnicas específicas de pesquisa e que os resultados obtidos venham a ser apresentados de forma peculiar através de relatórios. Procurando contribuir para seu revigoramento no âmbito da ciência geográfica em nosso país, os autores deste trabalho se propuseram a redigir este texto, que tem como objetivos evidenciar a importância da prática de campo históricos didática através dos da excursão no Brasil; fundamentos da geográfica excursão geográfica didática como instrumento de prática e ensino em Geografia e dos 4 GEOGRAFIA Publicações Avulsas, ano 09, n. 30, p. 1-21 (fevereiro 2011) pressupostos teóricos metodológicos da múltiplas realidades espaciais naturais e prática de campo. humanas não fragmentadas de nosso A importância dessa prática para a construção do conhecimento geográfico, a território, mas como uma totalidade em constante dinamismo. partir da extração de informações na Os trabalhos pioneiros dos elaboração e execução das pesquisas, naturalistas que passaram pelo Brasil aliadas às técnicas necessárias para um principalmente ao longo do século XVIII, desempenho denotaram satisfatório, devendo-se padrões considerar um conjunto de processos, técnicas quando da aferição da verdade terrestre, é realização considerada de significativa relevância e eminentemente viabilizada através do estudo da paisagem, pesquisas relacionando detalhamento os aspectos físicos e humanos do espaço. de inovadores investigação, das viagens de científico, tinham um bastante influenciando com de a cunho onde as nível de significativo, sobremaneira o Atualmente a excursão geográfica desenvolvimento de nossa Geografia e deve ser incentivada e valorizada, devido sua definição como disciplina que lida sua inestimável contribuição para a prática com didática e pedagógica do ensino e da espaço (Cavalcanti, 2010). aprendizagem, utilizando-se a observação os Os fenômenos estudos associados geográficos ao na e experimentação para a coleta de dados atualidade e buscando um conhecimento verdadeiro e evoluindo respaldados pela inserção de objetivo, através do contato direto com a métodos e técnicas de representação realidade observada. espacial com o advento de novas abordagens FUNDAMENTOS EXCURSÃO HISTÓRICOS GEOGRÁFICA em nosso para país o estão estudo da DA organização do espaço, seja através da DIDÁTICA análise geoecológica, da percepção, do NO BRASIL A ciência geográfica brasileira através turismo, da cultura, da economia e da política; pelo incremento das teorias das de sua história contemporânea consolida- redes se em termos teóricos, metodológicos e naturais; práticos na procura de um conhecimento e técnicas concebidas pelos sistemas análise as diversas interfaces entre a geográficos natureza e a sociedade, havendo a geoprocessamento, necessidade de buscar e compreender as remoto e sistemas de posicionamento geográficas através de e dos das recursos inovadoras informação (SIG), sensoriamento 2 GEOGRAFIA Publicações Avulsas, ano 09, n. 30, p. 1-21 (fevereiro 2011) global (GPS); pesquisas ou ainda aplicadas quanto reportadas às 1. Preparo preliminar; ao 2. Preparo psicológico; planejamento, gestão e monitoramento 3. Organização da excursão; ambiental, urbano e agrário. 4. Observações dirigidas; Inserem-se nesse contexto a prática de campo entendido como 5. Relatório de acadêmicos. um Após o preparo e organização da direcionamento pragmático para o ensino excursão deve-se processar o estudo e pesquisa em Geografia, processada da paisagem, onde os acadêmicos através das excursões geográficas com devem saber observar e os professores fins didáticos. devem Como fundamentos históricos deste recurso metodológico destacam-se alguns procurar sistematizar os conhecimentos indispensáveis a esse procedimento. trabalhos que se tornaram clássicos e Tendo por propósito a transposição fundamentais para o desenvolvimento das dos obstáculos referentes à realidade excursões geográficas didáticas no âmbito exposta em campo, sugere em primeiro da Geografia brasileira. lugar Ao discutir o sentido geográfico de o estudo dos aspectos relacionados com a Geografia Física, posição e situação, dando ênfase à observando necessidade da topografia da região, solos, posição das do camadas rochosas, trabalho das águas da correntes e vida vegetal e animal. A paisagem, com o intuito de interpretá-las seguir reporta-se aos aspectos relativos de modo correto, Carvalho (1941) publica à Geografia Humana que denomina de na Revista Brasileira de Geografia o estudo das comunidades. consciência de de desenvolvimento trabalho assimilação “A espaço de e observação Excursão Geográfica” o levantamento da A partir destas condições pode-se discorrendo sobre o significado dessas desenvolver, excursões, na busca de despertar o inquérito sistemático, de acordo com a interesse dos professores e acadêmicos metodologia composta por quatro itens: segundo o do contato com a natureza, através do 1. Problemas da casa; processo de aprendizagem, equivalendo 2. Tipos de povoamento; às atividades teóricas em sala de aula. 3. Horizonte de trabalho; A respeito das excursões geográficas, julga serem necessários os seguintes encaminhamentos: autor, um 4. Questão da circulação. Ao comentar a preocupação com a realização de excursões geográficas, 3 GEOGRAFIA Publicações Avulsas, ano 09, n. 30, p. 1-21 (fevereiro 2011) pela organização destas com orientação desenvolvimento científica e aplicação de métodos e observação direta. do exercício da técnicas para trabalhos de campo, Prunes Ressalta ainda que os resultados (1943) publica no Boletim Geográfico o advindos das excursões geográficas trabalho intitulado “Plano de estudo de importantes para o país, não deveria uma excursão geográfica” onde procura haver preocupação dos custos para oferecer aos acadêmicos um ensino de promovê-las Geografia constituído por uma formação quando bem ordenada e supervisionada científica de acordo com os objetivos pode oferecer a melhor documentação dessa sobre a região percorrida. ciência, permitindo um melhor e que esta excursão, conhecimento da terra brasileira e de seus Em seguida realça o fato de ser habitantes, através de dados constantes indispensável fixar de maneira clara e de e precisa os objetivos desses trabalhos, investigações, divididos em: povoamento e de acordo com a importância do tema colonização; à geográfico, com objetivos próprios de natureza e relevo do solo; indústria e acordo com o modo de se considerar a comércio do solo; dados referentes à finalidade população; indústria e comércio do solo; sempre se preocupar com a visão divisão integrada do espaço. observações iniciais, informes notas relacionados administrativa; pecuária; agricultura; habitação rural; meios de da Geografia que deve Ressalta o valor da excursão transporte e comunicação e finanças geográfica, públicas. levantamento dos aspectos físicos e Dando ênfase ao interesse que as formas com de a realização ocupação de humana, excursões geográficas vêm despertando essenciais para a estruturação física entre os geógrafos nos últimos tempos, das resultado do ensino da Geografia, Costa Reportando-se ao ano de 1943, acentua Pereira (1943) publica também no Boletim que no Brasil, a era da Geografia de Geográfico o trabalho que tem por título campo, que se realiza pela observação “Reflexões à margem de quatro excursões direta dos diferentes meios e paisagens, geográficas” o ainda não chegou verdadeiramente à desenvolvimento geográfico somente pode análise do quadro físico, humano e ser conseguido no contato direto com a econômico, devendo ser estudado e natureza e questiona a não promoção compreendido mais frequente desta prática, com o futuro próximo. quando observa que diversas regiões brasileiras. exaustivamente num 4 GEOGRAFIA Publicações Avulsas, ano 09, n. 30, p. 1-21 (fevereiro 2011) Tendo por finalidade a pesquisa ser confeccionado um relatório a partir geográfica original e devendo possuir seus do qual serão extraídos os resultados, próprios métodos, pois cabe ao professor de ensinar como se trabalha no campo, para características da região visitada. chegar à descoberta das relações entre os fatos e as novas interpretações maneira a sobressair às Ao elaborar um texto sobre a da preparação e organização de uma Geografia, Ruellan (1944) publica “O excursão geográfica, denominando-a “O trabalho de campo nas pesquisas originais Estudo da Paisagem”, Carvalho (1945) de Geografia Regional” onde relata que a atenta para o fato de que o verdadeiro dificuldade de uma excursão geográfica geógrafo não deve desencorajar os professores e paisagem de maneira diferente dos não acadêmicos e que nesse tipo de excursão geógrafos, não é preciso ir ao campo para reencontrar observar, devendo-se sistematizar os o que já foi escrito ou dito, porque isto conhecimentos pode prejudicar o pesquisador, tirando-lhe observação, a saber: preparo preliminar; parte de suas faculdades de observação. preparo psicológico; organização da é aquele sendo que analisa necessário indispensáveis a saber à As excursões podem ser de dois excursão; observação dirigida (sentido tipos: a excursão de reconhecimento e a geográfico de posição e espaço) e investigação relatório final. minuciosa. Nesse artigo dedica-se exclusivamente ao primeiro tipo, explicando que de imposta é distinguir a Geografia Física reconhecimento pode variar de alguns dias (parte condicionadora) da Geografia a algumas semanas e que se destina a Humana revelar traços enumerando os principais tópicos que essenciais da região que se propôs a devem ser levantados: topografia da estudar, os região; posição das camadas rochosas; elementos básicos levantados; tipos de águas correntes; vida vegetativa e vida equipamentos e materiais utilizados e animal. Finalmente afirma que fica procedimentos do completa a fisiografia superficial da reconhecimento e análise das formas do região estudada, podendo a seguir relevo; relações entre relevo e estrutura; empreender pesquisas antropogeográfica. ao a excursão Salienta que a primeira divisão pesquisador, devendo-se os descrever adotados, climatológicas; além pesquisas (parte a condicionada), interpretação hidrográficas; pesquisas biogeográficas, pesquisas em Geografia Humana e ainda 5 GEOGRAFIA Publicações Avulsas, ano 09, n. 30, p. 1-21 (fevereiro 2011) EXCURSÃO GEOGRÁFICA DIDÁTICA procedimentos da leitura da paisagem, COMO INSTRUMENTO DE PRÁTICA E realizam-se observações e anotações ENSINO EM GEOGRAFIA no Em Geografia o campo assume uma diário (caderneta) procedendo-se a de campo, observação perspectiva ímpar, pois resulta em síntese participante, com o acompanhamento a junto investida intrínseca, porém não às atividades programadas, exclusiva, do estudo e das interpretações registro imediato dos acontecimentos e do geógrafo. Entretanto o termo é ambíguo sua conseqüente anotação no diário e por vezes tomado como contraditório, (Viadana, 2005) tanto na sua conceituação, como em Nestas duas modalidades de termos de sua investigação para as atuação do geógrafo fora do gabinete, verificações geográficas. deve-se atentar por princípio e, em A definição de campo para o primeira instância a preocupação com a geógrafo vai ao encontro da substância conduta clássica, da matéria analítica que subsidia norteadora daquilo que o profissional os conteúdos geográficos. O termo pode almeja na prática geográfica no espaço assumir e tempo reais. vários significados desde: paisagem; lugar; área; território até região, técnica-metodológica A condução técnica nada mais etc, sempre se levando em consideração significa os objetivos e a ordem escalar utilizada na empregados tanto para uma leitura prática cognitiva do mundo exterior. didática da paisagem com objetivos Sem exageros desmedidos e explícitos os recursos de instrumentais transferência de devaneios se aceita aqui o que já foi conhecimentos para aprendizes, como a afirmado de que o campo é o laboratório obtenção de dados de interesse para a do geógrafo, implicando em considerar pesquisa geográfica “in loco”. dois importantes comportamentos para esta prática: caráter pode ser oferecido pelo uso do trado, pedagógico como técnica de ensino da com sondagens que visam à realização ciência geográfica e o segundo é exigido de topo-seqüência na identificação dos quando diferentes tipos de solos e sua evolução do o primeiro levantamento de Exemplo cabal deste procedimento de dados informativos, um estudo sistematizado, considerando aspectos na extensão de uma vertente. fisiográficos, No que diz respeito ao método, biológicos e sociais, sobre o setor eleito este assume de forma categórica a (lugar; área; território; etc.). Para os postura ou opção ideológica para a 6 GEOGRAFIA Publicações Avulsas, ano 09, n. 30, p. 1-21 (fevereiro 2011) compreensão do espaço geográfico visitado; seja no tratamento didático pedagógico ou componentes na aferição geográficos geográfico se A compartimentação do relevo na escala da topografia regional; A dinâmica da estruturação da estruturam nos lugares excursionados. Na observação significância da pela excursão produzido, assentadas em três abordagens: dos que dialeticamente maior paisagem; A geográfica fisiologia da paisagem didática, que pode ser admitida como uma submetida à atuação recente de ordem aula de campo, com a participação de climática, docentes juntamente e acadêmicos a ter nas observações de “passagem” pelos trajetos pedológica com a e morfológica, inclusão das pressões sociais no meio ambiente. estabelecidos e nos pontos de “parada” Tal é a diferenciação entre técnica para melhor detalhamento dos fatos de e método em Geografia. A primeira interesse imediato, a concepção de uma remete interpretação (equipamentos) utilizada pelo geógrafo paisagística global, com sempre a instrumentação esforços para o entendimento de sua em evolução constitui-se exclusivo para as suas e dinâmica, que passa campo; enquanto o método obrigatoriamente pela normatização das interpretações causas primeiras em que o conhecimento, ideológica. Entretanto deve-se admitir enquanto processo do pensamento é o que mundo circundante, cuja materialidade é complementares, transferida para a cabeça do ser humano e construção dos saberes geográficos. por ela interpretada, contextualização que aponta numa para a dialética. com técnica e fundamentação método sejam coexistindo na A opção pelas explicações da paisagem como unidade espacial de análise, integrada aos fatos naturais e O mesmo pode estar contido, no sociais da superfície terrestre, pode sentido metodológico, em relação ao ocorrer, por exemplo, por verificações trabalho de campo. De forma abrangente, da o geógrafo pesquisador pode assumir as componentes espacializados no local propostas sugeridas por Ab’ Sáber (1969), estudado. Dentre eles pode-se citar: com total coerência com as atividades 1. A retilinização de um curso de água adstritas às suas pesquisas, com bases e suas implicações na distribuição interpretativas horizontal paisagísticas para singulares as unidades do espaço extensão e da conexão comunidade dos íctia; degradação da mata ciliar com 7 GEOGRAFIA Publicações Avulsas, ano 09, n. 30, p. 1-21 (fevereiro 2011) danos para a fauna; supressão das apreensão lagoas marginais; formação de diques conteúdo ou pestanas artificiais; aumento da determinada área. velocidade da corrente hídrica, etc; das informações geográfico a respeito de de Nesta ação de caráter educacional, 2. A depender do local visitado, por na forma óbvia os lugares de visitação exemplo: um fundo de vale, com a devem ser previamente selecionados respectiva planície aluvional e seus pelo professor com a devida preparação limites entremeados por terraços e dos acadêmicos participantes. Deve-se vertentes bandeando todo o sistema admitir hidrofluvial observado; o professor com interdisciplinar seus uma especialistas em diversas áreas da interpretação sobre a fisiologia ou ciência geográfica - contribui em muito ecodinâmica da paisagem, utilizando- para o enriquecimento da excursão se da idéia do topo - sequencia, isto é, geográfica didática, sendo que um dos os objetivos é no máximo do possível alunos podem diferentes níveis esboçar altimétricos e que - a participação com professores morfológicos que se seguem desde as fornecer cimeiras alçadas nas maiores altitudes conteúdos locais, uma “ponte” entre a chamada Geografia passando pelas vertentes, combros e o talvegue. uma visão integrada apresentados, dos buscando Física com a Humana. Temas como morfologia, cobertura Em tempos atuais, esta prática vegetacional, tipos de solos, fatos da educacional deve estimular os debates ocupação humana e as interações destes da importância dos saberes ambientais, componentes na construção do espaço de e que todo o processo que envolve vida humana, revelam de imediato a professores e acadêmicos no âmbito relação entre o social e o suporte físico. geográfico é sempre voltado para a Disto se infere que o espaço geográfico é análise da qualidade ambiental. Esta uma criação humana. deve ser a essência do ensino de A excursão geográfica didática é uma Geografia, principalmente no contato das modalidades de atuação do geógrafo direto no didática campo, atividade reconhecida pedagógica como por uma excelência, podendo ser levada a efeito como aula propriamente dita, onde o que a excursão possibilita, geográfica durante a sua aplicação. Viadana (2010) observa que nos professor trabalhos de campo levados a efeito, apresenta aos discentes uma tentativa de deverão ser plotadas as informações 8 GEOGRAFIA Publicações Avulsas, ano 09, n. 30, p. 1-21 (fevereiro 2011) sobre as diferentes altitudes dos PRESSUPOSTOS TEÓRICOS transectos projetados nos documentos METODOLÓGICOS DA PRÁTICA DE cartográficos, além dos resultados das CAMPO: A EXCURSÃO GEOGRÁFICA tradagens DIDÁTICA realizadas, agrupamentos devidos os diferentes vegetacionais registros com fotográficos os e as modalidades de drenagem da superfície. Por último, após o cumprimento do Professores, acadêmicos pesquisadores que trabalham e com Geografia deparam-se frequentemente com terminologias utilizadas e itinerário, o professor deve orientar seus difundidas, quando se referem às aulas alunos para a elaboração de um relatório práticas, sobre o que foi apresentado em campo; campo; pesquisa de campo; excursão podendo geográfica; excursão didática; ida (ou este ser elaborado individualmente ou em grupo. quais sejam: trabalho de saída) ao campo; estudo do meio, etc. Neste relato os acadêmicos devem Apesar dos termos serem organizar todas as informações recebidas utilizados como sinônimos e parecer durante indicar o mesmo sentido, isto não é a visita na área estudada, constando de imagens orbitais, mapas ou verdade, cartas, topográficos, diferenciação e a especificação do que descrições significam essas expressões, evitando- críticas e analíticas dos fatos observados. se contradições ou mesmo aplicações O apoio bibliográfico faz-se necessário, errôneas. croquis, fotografias perfis expressivas e fazendo-se necessária a bem como o conteúdo desenvolvido pode Há uma diferença fundamental reunir informações obtidas por entrevistas entre uma pesquisa de campo, cujo com moradores locais. objetivo é o desenvolvimento de uma Todo o material produzido pelos pesquisa por parte do pesquisador, de acadêmicos tem por finalidade conduzir um trabalho de campo, cuja finalidade é um debate amplo e pormenorizado com uma excursão com acadêmicos, com relação à excursão geográfica didática, fins puramente didáticos e pedagógicos, sob ou mesmo uma saída ao campo, com a coordenação responsável; o qual do sem professor dúvida irá contribuir para a formação do futuro profissional, licenciado Geografia. seja ou na na de fins turísticos ou de recreação. Na maioria dos casos, quando se condição de reporta à prática de campo, refere-se bacharel em especificamente geográficas, onde às os excursões professores 9 GEOGRAFIA Publicações Avulsas, ano 09, n. 30, p. 1-21 (fevereiro 2011) dirigem os acadêmicos ao campo para sua prática propriamente dita, visto que tomarem contato com a realidade, a fim de há correspondência com os objetivos aprimorarem e colocarem em prática os propostos fazendo com que haja um ensinamentos teóricos obtidos em sala de relacionamento aula. adequada com o mundo da natureza e Os geógrafos sempre procuraram observar as paisagens e a sua de forma mais com o mundo da cultura. Através da prática de campo organização espacial, através da prática ocorre o contato com a realidade, de campo. A esse respeito Müller Filho procurando (1988) salienta que a fonte ideal para a complexidade, ou seja, o produto da obtenção de informações é a própria interação entre os elementos do quadro paisagem, por que ela é a realidade à natural modificado e transformado pela disposição da capacidade de interpretação dinâmica do investigador. pesquisador toda uma fundamentação Denomina-se então campo, o local, área ou região, onde o pesquisador procura a observação, registro, descrição compreender social, a sua exigindo do teórica - conceitual para apreender a totalidade observada. Radaelli da Silva (2002) e explicação dos fatos ou fenômenos acrescenta geográficos. técnica, método ou meio, a prática de Sobre a prática de campo, Silva que como instrumento, campo vem a ser toda atividade que (1982) explicita o significado da palavra proporciona campo, salientando que em um sentido conhecimento em ambiente externo, empírico tradicional o campo confunde-se através com o lugar que se percebe e do qual se experiências que pode ter vivência cotidiana sendo parte de observação, percepção, um território, de uma região, de uma área. registro, a da construção do concretização descrição, de promovam a contato, representação, Existem várias definições sobre o análise e reflexão crítica de uma dada significado da prática de campo (excursão realidade, bem como a elaboração geográfica didática) como a de Rodrigues conceitual como parte de um processo & Otaviano, (2001) quando admitem que intelectual mais amplo, que é o ensino. em um enfoque conceitual-pedagógico, Considerado como um instrumento considera-se esta atividade em sua forma didático-pedagógico, um processo, uma e essência como um método relevante técnica, ou mesmo um método, a dentro do planejamento do ensino e/ou em excursão geográfica didática é de 10 GEOGRAFIA Publicações Avulsas, ano 09, n. 30, p. 1-21 (fevereiro 2011) importância fundamental para a Geografia, O campo representa tanto o local pois é através dela, que os geógrafos de onde se extraem as informações entram em contato com a realidade, para as elaborações teóricas, como o construindo o conhecimento geográfico. local onde tais teorias são testadas. A excursão geográfica didática é concebida como instrumento um na importante formação de A prática de campo é ao mesmo tempo, fonte de informações e crítica da produção científica geográfica, peça pesquisadores e acadêmicos, pois se fundamental para a constitui em um meio para desenvolver construção de seus uma (Compiani, 1991). percepção apreciativa sobre o assimilação e conceitos território, num contexto menos formal que Deve ser valorizada como recurso o da sala de aula, e para construir didático, propiciando aos acadêmicos, alternativas um contato direto com a realidade de trabalho que sejam relevantes para a prática pedagógica em observada, Geografia. dimensão dos temas tratados em sala um obtendo-se uma nova Alguns autores o consideram como de aula, o que, se bem programado e verdadeiro orientado, desenvolvimento método do para o conhecimento geográfico, bem como para a prática de ensino. servirá finalidades, estimular entre tantas o estudo articulado com as diferentes disciplinas. Deve-se enfatizar a importância da Defendendo esse ponto de vista, prática de campo como recurso didático, Rodrigues & Otaviano (2001), observam porque que a prática de campo abrange o formativas que devem ser levadas em significado de método, porque é um consideração caminho aprendizagem como uma das técnicas ou organizado procedimento racionalmente, consciente, com a finalidade de tornar o trabalho mais fácil e produtivo para o alcance de determinada meta. oferece no potencialidades processo ensino- pedagógicas mais acessíveis e eficazes ao pesquisador da ciência geográfica. A prática de campo executada através da excursão geográfica didática, Não se pode perder de vista o papel enfim, como um método eficiente na do campo como fonte de conhecimento, e produção da ciência geográfica e na suas consequências para o ensino como o prática de ensino, pode proporcionar local a ser enfatizado no fazer Geografia, aos acadêmicos a oportunidade de enquanto prática. confronto com a realidade com as 11 GEOGRAFIA Publicações Avulsas, ano 09, n. 30, p. 1-21 (fevereiro 2011) discussões teóricas realizadas em sala de porém, ser utilizada para fins científicos aula, possibilitando a atuação conjunta dos desde que tenha um objetivo formulado professores/pesquisadores das disciplinas de envolvidas e a percepção das interfaces planejada e submetida à verificação e existente entre elas. controle. Considerado valorizado seja sistematicamente como O processo de observação está o inserido em um contexto maior que é a conhecimento denominada teoria do conhecimento, geográfico, a pesquisa prática faz com que sendo a mesma considerada uma das o processo de observação se revista de formas de se adquirir conhecimento real significado para o geógrafo. É através através da utilização dos sentidos, da juntamente com as outras duas que são importante e pesquisa; instrumento desenvolvimento observação para do que o pesquisador investiga o mundo real, na tentativa de a razão e a intuição. compreendê-lo e interpretá-lo. A produção O conhecimento adquirido através geográfica, na dos sentidos é denominado interpretação das realidades espaciais sob conhecimento empírico e que de acordo o prisma tradicional, fundamenta-se na com Oliveira (1988) sua origem vem do observação, na coleta de dados, em sua grego comparação e na verificação do que entre experiência. É uma doutrina que afirma eles há de comum, e, detectado o que é que comum, baseiam-se padrões e formulam- conhecimentos é a experiência recebida se generalizações (Müller Filho, 1988). e experimentada pelos sentidos. empeiria, a única que fonte significa de nossos Segundo David (2002) a prática de Utilizando-se da visão o homem campo e a observação sempre tiveram observa o mundo exterior, com a mente destaque na fundamental Geografia sendo de livre de preconceitos, acreditando que importância que se aquilo que ele vê é a realidade. Através desenvolva a capacidade de observação dessa de campo com o objetivo de treinar os conhecer a verdade dos fatos, não sentidos a fim de se verificar em detalhes questionando a realidade observada. sentidos se enganarem ou distorcerem A observação, segundo Gil (1999), nada mais é do que o uso dos sentidos com vistas a adquirir conhecimentos necessários para o cotidiano, podendo, percepção a sensorial, possibilidade pode dos a realidade. A observação considerada de sempre foi importância fundamental para o geógrafo, pois é 12 GEOGRAFIA Publicações Avulsas, ano 09, n. 30, p. 1-21 (fevereiro 2011) através dela que se observam as sendo necessário o aprendizado paisagens com o intuito de desenvolver o anterior em sala de aula, através dos conhecimento fundamentos geográfico. Fazendo-se teóricos para que os necessário uma distinção entre o que se procedimentos sejam corretos no ato da denomina de observação ou percepções observação. cotidianas, passivas ou não intencionais das observações científicas. No primeiro a prática de campo, Cavalcanti (2006) acrescenta que esta é às destinada à obtenção de dados a observações do homem comum, no seu respeito de fenômenos que ocorrem no dia-a-dia presente, onde as observações deverão e caso Sobre que contemplativas, reporta-se são meramente sem maiores servir para o exame atento dos preocupações com o que está sendo acontecimentos, observado. É o caso do deslocamento diretamente no local de ocorrência, diário da casa ao local de trabalho, onde acompanhando os detalhes dos objetos se observa sempre o mesmo trajeto, mas de não pelas entrevistas, obtendo-se maiores se presta atenção ao que foi observado. subsídios Sobre essa questão, Kaplan (1969) com cautela e sendo no e costumes complementadas aprofundamento da análise. afirma que a observação científica é busca deliberada, estudo, fatos Nesta fase da pesquisa devem ser entrevistados os habitantes da(s) predeterminação, em contraste com a área(s) pesquisada(s), o que facilitará a percepção da vida cotidiana, causal e na compreensão maioria das vezes, passivas. desenvolvimento e ainda percorrer as Já na observação dita científica existe e evolução de seu vias de acesso. Todas as observações uma intenção no ato de observar. Deve-se e saber de antemão o que se quer observar, devidamente transcritas em carta plani- devendo-se ter um propósito em mente. O altimétrica ato de observar é sempre norteado por caderneta de campo, proporcionando alguma ideia, problema, ou teoria ou sobre um conhecimentos e experiências anteriores. Paralelamente Portanto, antes de efetuar qualquer coletas de material básica conhecimento registros e devem anotadas real da devem-se fotográficos, que ser em área. realizar permite observação é necessário desenvolver os preservar detalhes para um estudo mais conhecimentos teóricos, pois são estes intenso, em épocas posteriores. que nortearão no processo de observação, 13 GEOGRAFIA Publicações Avulsas, ano 09, n. 30, p. 1-21 (fevereiro 2011) Com o a totalidade de modo integrado, sendo utilizam-se praticamente inviável perceber tudo ao aparelhos e instrumentos desenvolvidos mesmo tempo, observando-se apenas o para esse fim, existindo uma ampla e que interessa. Sobre essa questão variada para Fourez (1995) salienta que de maneira auxílio no ato da observação e de coleta automática, ocorre uma eliminação do de campo de visão de elementos que não capacidade intuito de gama de aumentar observação de dados, equipamentos devendo-se adquirir conhecimentos sobre os princípios físicos fazem e seu manuseio, adquirido através de observar, treinamento específico para sua eficiente pessoal, operacionalização. anteriores, parte do que adquirindo devido se um às na pretende caráter experiências dependência da Para o bom êxito da observação são capacidade, formação profissional e também necessárias algumas condições intelectual, prática e dos conhecimentos para os quais o pesquisador deve estar adquiridos pelo pesquisador. atento, evitando enganos ou distorções no processo de observação, além da CONSIDERAÇÕES FINAIS utilização de instrumentos para satisfazer o rigor científico e a realçando, evidenciando acessível, fatos ou objetividade, ou tornando fenômenos de A excursão geográfica didática é de importância fundamental para o ensino e a pesquisa em Geografia, além do respaldo de sua tradição histórica no interesse, que de outro modo poderiam pensamento passar despercebidos pelo observador havendo um período recente onde esse comum. procedimento foi tratado de maneira As condições intelectuais do observador também devem ser levadas em consideração, para o secundária geográfico por brasileiro, alguns geógrafos contemporâneos. bom O intuito deste trabalho foi desempenho do processo de observação, contribuir sendo embasamento procurando-se ressaltar a importância teórico conceitual, pleno domínio de sua da excursão geográfica didática, através área de atuação, curiosidade e sagacidade dos para poder discernir e interpretar os fatos prática no Brasil, como instrumento de significativos. prática e ensino em Geografia e através necessário um Outro aspecto importante trata da impossibilidade de se constatar a dos a esse fundamentos empreendimento, históricos pressupostos dessa teóricos metodológicos da prática de campo, 14 GEOGRAFIA Publicações Avulsas, ano 09, n. 30, p. 1-21 (fevereiro 2011) para que os acadêmicos de graduação e CARVALHO, pós-graduação em Geográfica. aplicar mais com Geografia possam constância este procedimento didático. . de. Revista A Excursão Brasileira de Geografia. Rio de Janeiro: ano III nº 4, p. 864-873, out./ dez., 1941. Deve-se enfatizar esta prática como recurso D. didático, pois oferece ____________. O Estudo da Paisagem. Boletim Geográfico. Rio de Janeiro: potencialidades formativas que devem ser ano III nº 32, p. 1049-1051, Nov., 1945. levadas em consideração no processo CAVALCANTI, A. P. B. Métodos e ensino-aprendizagem um Técnicas da Análise Ambiental (Guia e para estudos do meio ambiente). procedimento eficaz ao e pedagógico pesquisador como acessível da ciência geográfica. Como Teresina, UFPI / CCHL / DGH, 2006. ____________. um método eficiente na Fundamentos históricos da Geografia. Teresina, produção dessa ciência e na prática de EDUFPI, 2010. ensino, a excursão geográfica didática COMPIANI, pode proporcionar aos acadêmicos a atividades de campo no ensino de oportunidade de confronto com a realidade Geologia na formação de professores com as discussões teóricas realizadas em de Ciências. Caderno IG, UNICAMP, sala de aula, possibilitando a atuação Campinas: v. 1, n.2, p.2-25, jun. 1991. conjunta dos professores e pesquisadores COSTA PEREIRA, J. V. Reflexões à das disciplinas envolvidas e a percepção margem das interfaces existente entre elas. geográficas. Boletim Geográfico. Rio Pode-se enfim afirmar com base nos M. A de relevância quatro das excursões de Janeiro: ano I nº 5, p.7 – 14 ago. dados e informações levadas a efeito 1943. neste trabalho, que está havendo nos DAVID, C. Trabalho de campo: limites e últimos anos, uma maior preocupação, contribuições valorização e retomada dessa prática nos geográfica, cursos de Geografia em nosso país. Departamento para GEO-UERJ. de a pesquisa Revista do Geografia. Universidade do Estado do Rio de REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS Janeiro, Rio de Janeiro: nº 11, p.19-24, AB’ SÁBER. A. N. Um conceito de 1º semestre de 2002. geomorfologia a serviço das pesquisas FOUREZ, sobre o quaternário. Geomorfologia (18). Ciências (Introdução à Filosofia e a G. A Construção das São Paulo: IG-USP, 1969. 15 GEOGRAFIA Publicações Avulsas, ano 09, n. 30, p. 1-21 (fevereiro 2011) Ética da Ciência), São Paulo: Ed. da Janeiro: ano VI nº 1, p. 35 – 50 jan./mar. UNESP, 1995. 1944. GIL, A. C. Método e Técnicas de SILVA, A. C. Natureza do trabalho de Pesquisa Social. São Paulo: Ed. Atlas campo em Geografia Humana e suas S.A., 1999. limitações. Revista do Departamento KAPLAN, A. A Conduta na pesquisa. de Geografia, São Paulo: USP, nº 1, p. (Metodologia 99-104, 1982. para as ciências do comportamento) São Paulo: Ed. Perder e VIADANA, EDUSP, 1969. geográfica MÜLLER FILHO, J. L. Consideração para Triângulo Mineiro). Rio Claro: LPM- uma compreensão da abordagem clássica IGCE/UNESP, 2005. em Geografia. Geografia, Rio Claro: v. 13, _____________. n. 215, p. 1-19, abril 1988. Biogeografia OLIVEIRA, S. L. Tratado de Metodologia Comprida – SP). Rio Claro: UNESP, Científica. Projetos de Pesquisas, IGI, 2010. A. G. didática Um A excursão (Pontal estudo fitofisionômica do em (Ilha ICC, Monografias, Dissertações e Teses, São Paulo: Ed. Pioneira, 1988. PRUNES, L. M. Plano de estudo de uma excursão geográfica. Boletim geográfico. Rio de Janeiro: ano I nº 5, p. 63-67, ago. 1943. RADAELLI DA SILVA, A. M. Trabalho de Campo: prática “andante” de fazer Geografia. Revista do Departamento de Geografia, Rio de Janeiro: nº 11, p. 61-74, 2002. RODRIGUES, A. B.; OTAVIANO, C. A. Guia Metodológico de Trabalho de campo em Geografia. Geografia, Londrina: v. 10, nº 1, p. 35-43, jan/jun. 2001. RUELLAN, F. O trabalho de campo nas pesquisas originais de Geografia Regional. Revista Brasileira de Geografia. Rio de 16 GEOGRAFIA Publicações Avulsas, ano 09, n. 30, p. 1-21 (fevereiro 2011) elementos informativos necessários a uma catalogação. 4. ACEITAÇÃO DE TEXTOS PARA PUBLICAÇÃO Serão aceitos para publicação os textos que PUBLICAÇÕES AVULSAS obtiverem parecer favorável de dois membros ISSN 1677-8049 do Conselho Editorial. Em caso de empate caberá a Coordenação Executiva da Publicação GEOGRAFIA a decisão final. 5. DISTRIBUIÇÃO DA PUBLICAÇÃO 1. APRESENTAÇÃO / JUSTIFICATIVA Serão produzidas, no mínimo 50 (cinqüenta) O Departamento de Geografia e História (DGH) tem ao longo dos anos produzido conhecimentos importantes no campo das Geociências. Diante da necessidade de divulgar esta produção e contribuir para a socialização dos conhecimentos elaborados, provocando um intercâmbio com as demais instituições de ensino superior e institutos de pesquisa local, regional e nacional, interessados na produção do saber geográfico, apresenta-se para a comunidade científica a presente publicação de textos, no formato de pré-impressão, na área de Geografia. GEOGRAFIA distribuídas pela coordenação de publicações entre as universidades e institutos de pesquisa. Será facultada a coordenação da publicação o direito de veicular os textos publicados no formato de publicações avulsas através de meios eletrônicos, especificamente a home Page da UFPI. 6. PADRONIZAÇÃO DOS TEXTOS PARA PUBLICAÇÃO português, acompanhados de uma página com Publicações Avulsas é uma publicação do Departamento de Geografia e História da UFPI, de periodicidade irregular, que como 10 estarão à disposição dos autores e 40 serão 6.1. Os textos devem ser inéditos redigidos em 2. OBJETIVOS tem cópias de cada número da publicação, destas objetivo a divulgação de textos o resumo e abstract em língua inglesa; 6.2. Apresentação do texto: • deve obedecer às normas da ABNT em deverá ser acolhidos textos sob a forma de artigos, entre outras, de todos os que participam da vigor; • • centralizado; Por tratar-se de publicações avulsas as mesmas não apresentam nenhum tipo de encadernação, uma capa O título do trabalho deve estar em maiúscula, negrito e em alinhamento 3. FORMATO DA PUBLICAÇÃO apenas A digitação deve ser no editor de texto Word for Windows; produção do conhecimento nesta área específica. contendo no referências bibliográficas, esta última sobre temas contemporâneos. Nesse sentido, nela relatórios de pesquisa, relatos de experiências, conter incluindo a página de resumo e as acadêmica, ou que apresentem uma abordagem graduação e pós-graduação, resenhas, ensaios, necessariamente mínimo 15 e no máximo 25 páginas, selecionados, com especial interesse como leitura resumos estendidos de monografias dos cursos de Deve padronizada • Configuração da página: papel A4; espaçamento entre linhas: 1,5 cm; e 17 GEOGRAFIA Publicações Avulsas, ano 09, n. 30, p. 1-21 (fevereiro 2011) fonte: Arial 12; estilo normal: alinhamento justificado. 6.3. Página de resumo: O resumo deverá ser feito em português, acompanhado de uma versão em inglês; Deve conter no máximo 15 linhas; espaçamento entre linhas: simples; fonte: Arial 11; estilo normal; alinhamento justificado. 6.4. O material para publicação deverá ser entregue a Coordenação de publicações em versão digital, compostos em Word for Windows, para o email: [email protected] ou [email protected] 6.5. A revisão gramatical e ortográfica dos textos será de responsabilidade dos seus autores. EXPEDIENTE Print version GEOGRAFIA Publicações Avulsas ISSN 1677-8049 Editado pelo Departamento de Geografia e História Coordenador e Editor: Prof. Agostinho Paula Brito Cavalcanti (MSc./ DSc.) [email protected] ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ - UFPI Centro de Ciências Humanas e Letras - CCHL Departamento de Geografia e História - DGH Coordenação de Geografia Campus da Ininga, s/n 64.049-550 - Teresina - Piauí Fone: (86) 3215-5777 / (86) 3215-5778 18