Universidade Federal de São Carlos Centro de Educação e Ciências Humanas Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais CSo 400 Teoria Antropológica I Semestre de 2006 Prof. Ph.D. Marina D. Cardoso Ementa: O curso, pensado originalmente a partir das repercussões advindas quer da lingüística estrutural quer da hermenêutica e da fenomenologia no campo do pensamento antropológico contemporâneo, centrar-se-á predominantemente nos desdobramentos teóricos e metodológicos que se seguiram ao advento da antropologia estrutural de Claude Lévi-Strauss abarcando, para além dos fundamentos lingüísticos e/ou filosóficos que sustentam essa abordagem e as que se seguiram, as suas implicações na configuração que este campo veio a tomar. Procura-se, assim, ainda abordar a antropologia simbólica de Victor Turner, a antropologia interpretativista de Clifford Geertz, e o discurso da pós-modernidade na disciplina, assim como os seus mais recentes desdobramentos. Avaliação: Ensaio bibliográfico abordando temas ou autores vistos durante o curso. Tópicos/ Bibliografia: 1) Lingüística estrutural como paradigma da explicação sociológica. Herança do método semiológico no discurso moderno da antropologia: a tradição intelectualista francesa de Mauss a Lévi-Strauss. Jakobson, R. “A lingüística em suas relações com outras ciências”. Lingüística, poética, cinema. São Paulo: Perspectiva, 1970. Lévi-Strauss, C. "A análise estrutural em lingüística e antropologia". In: Antropologia estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1975. _____________. "Introdução à obra de Marcel Mauss". In: MAUSS, M. Sociologia e antropologia (Vol. 1). São Paulo : EDUSP/EPU, 1974. _____________. O pensamento selvagem. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1976 (1962)Capítulos 6, 7. _____________. O cru e o cozido (Mitológicas v. 1). São Paulo: Cosac & Naify, 2004 (1964)Abertura. _____________. L’homme nu. Paris: Plon, 1971 (Final) _____________. O totemismo hoje. Lisboa: Edições 70, 1986 (Cap. 1- A ilusão totêmica) Mauss, M. Sociologia e Antropologia. São Paulo: EDUSP/EPU (2 V.). ________. Marcel Mauss (org. Roberto Cardoso de Oliveira). São Paulo: Ática, 1979 (Introdução) ________. “A prece”. Ensaios de Sociologia. São Paulo: Perspectiva, 1999 (1968, 1969). Merleau-Ponty, M. "De Mauss a Claude Lévi-Strauss”. In: Merleau-Ponty São Paulo: Abril Cultural, 1980 (Coleção Os Pensadores). Saussure, F. Curso de lingüística geral. São Paulo: Cultrix, 1997. 2) Desdobramentos e Contrapontos: pragmáticas dos signos e teorias da “prática”. Bourdieu. P. “Esboço de uma teoria da prática”. In: Pierre Bourdieu (org. Renato Ortiz), São Paulo: Ática, 1994 (1972). Douglas. M. “The meaning of myth”. In: Implicit meanings. London: Routledge & Kegan Paul plc, 1975. (Leitura conjunta com a “A gesta de Asdiwal”, Lévi-Strauss, C. Antropologia Estrutural 2. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1976). Kuper, A. “Lévi-Strauss e o neo-estruturalismo britânico”. 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Petrópolis: Vozes, 1974. ________.”Symbols in Ndembu ritual”. In: The forest of symbols. Ithaca e Londres: Cornell University Press, 1986. (cap. 1) ________. Dramas, fields and methaphors: symbolic action in humam society. Ithaca & London: Cornell University Press, 1974 (Cap. 1). 3) O discurso fenomenológico: a antropologia de Geertz e dos interpretativistas norte-americanos Czordas, T. J. “Words from the Holy People: a case study in cultural phenomenology”. In: Czordas, T. J. Embodiment and experience: the existencial ground of culture and self. Cambridge: Cambridage University Press, 1997. Geetz, C. "Uma descrição densa: por uma teoria interpretativa da cultura". In: A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. ________. "The way we think now: toward an ethnography of modern thought". In: Local knowledge: further essays in interpretative anthropology. New York: Basic Books, 1983. ________. “O mundo num texto: como ler Tristes trópicos”. 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Interpretação e ideologias. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1990 (Primeira parte; cap. 1) 4) Pós-modernidade em antropologia: o debate epistemológico sobre a objetividade no exercício da disciplina. Fischer, M. "Da antropologia interpretativa à antropologia crítica”. In: Anuário Antropológico 183, 1985. Caldeira, T. P. "A presença do autor e a pós-modernidade em antropologia". In: Novos Estudos CEBRAP 21, 1988. Clifford J. "On ethnographic authority". In: The predicament of culture- twentieth century ethnography, literature and art. New York: Harvard University Press, 1988. Kuper, A. “Admirável mundo novo”. In: Cultura: a visão dos antropólogos. Bauru, SP: EDUSC, 2002. Marcus, G. E. & Fischer, M. J. Anthropology as cultural critique. Chicago & London: The University of Chicago Press, 1986 (Introdução). Peirano, M., “A favor da etnografia”. In: A favor da etnografia. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1995. Rabinow, P. 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Strathern, M. “No nature, no culture: the Hagen case”. In: MacCormack, C. e Strathern, M. (orgs.) Nature, Culture and Gender. Cambridge: Cambridge University Press, 1980. _________.The relation: issues in complexity and scale. Cambridge: Prickly Pear Press, 1995 Viveiros de Castro, E. “Os pronomes cosmológicos e o pespectivismo ameríndio”. Rio de Janeiro: Mana 2 (2), 1996. Reproduzido com o titulo de “Perspectivismo e multinaturalismo na América indígena”, in A inconstância da alma selvagem. São Paulo: Cosac & Naify, 2002. _________________. “Esboço de cosmologia Yawalapiti”. In: A inconstância da alma selvagem. São Paulo: Cosac & Naify, 2002.