UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ (UNOCHAPECO) Curso de Graduação em Agronomia Augusto Zamignan COMPONENTES DO RENDIMENTO DO FEIJOEIRO (Phaseolus vulgaris L.) EM RESPOSTA AO USO DE DIFERENTES TIPOS DE PÓ DE ROCHA Chapecó – SC, 2015 2 AUGUSTO ZAMIGNAN COMPONENTES DO RENDIMENTO DO FEIJOEIRO (Phaseolus vulgaris L.) EM RESPOSTA AO USO DE DIFERENTES TIPOS DE PÓ DE ROCHA Relatório de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da disciplina TCC III apresentado ao Curso de Graduação em Agronomia, da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ), como requisito à obtenção de nota. Orientador: Prof. Luis Carlos Borsuk Chapecó – SC, dez. 2015 3 UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ ÁREA DE CIÊNCIAS EXATAS E AMBIENTAIS Curso de Graduação em Agronomia COMPONENTES DO RENDIMENTO DO FEIJOEIRO (Phaseolus vulgaris L.) EM RESPOSTA AO USO DE DIFERENTES TIPOS DE PÓ DE ROCHA Augusto Zamignan ________________________________ Prof. Msc. Luis Carlos Borsuk Professor Orientador ________________________________ Prof. Msc. Luis Carlos Borsuk Coordenador do Curso de Agronomia Chapecó – SC, dez. 2015 4 AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a minha família, especialmente meus pais Antônio Luiz Zamignan e Marilene Maria Bortolotto Zamignan e minha irmã Gabriela Zamignan por todo apoio, carinho, amor e confiança que depositaram em mim durante esta etapa da minha vida. Nos momentos de dificuldades me proporcionavam uma base de apoio que me mantinha em pé e fazia de mim uma pessoa ainda mais forte. Nas alegrias souberam tornar minhas conquistas ainda mais grandiosas, sempre com palavras de incentivo e muito afeto. Ao meu orientador e professor Eng. Agr. Msc. Luis Carlos Borsuk agradeço por ter acreditado em mim, pelo incentivo durante a realização da monografia, estando sempre disposto e dedicado em me auxiliar. Na convivência mais próxima que tivemos nesses 18 meses aprendi muito e o tenho como um exemplo de pessoa e profissional. A todos os doutores e mestres que ministraram aula para mim e meus colegas, agradeço pela dedicação, amizade, compreensão e competência que tiveram como multiplicadores de conhecimento durante estes cinco anos de faculdade. Agradeço a todas as pessoas que me ajudaram direta ou indiretamente no desenvolvimento do TCC, em especial ao orientador de campo Eng. Agr. Daniel Borsoi. A todos profissionais que tive oportunidade de estagiar e conviver durante a faculdade, especialmente ao Eng. Agr. Dr. Evandro Spagnollo, pela colaboração, amizade, ensinamentos e oportunidade em realizar bolsa via CNPQ no Laboratório de Análises de Solos do CEPAF/EPAGRI de Chapecó. Agradeço a todos os colegas e amigos que conheci durante a graduação pela sincera amizade, companheirismo e lealdade. Os momentos de felicidades que tivemos fizeram com que as dificuldades não nos abalassem, e sim nos deram ainda mais forças para acreditar que ao final dessa jornada tornaríamos Engenheiros Agrônomos. Enfim, meu muito obrigado a todos. O conhecimento adquirido e experiência de vida que tive com vocês jamais serão esquecidos por mim. 5 RESUMO COMPONENTES DO RENDIMENTO DO FEIJOEIRO (Phaseolus vulgaris L.) EM RESPOSTA AO USO DE DIFERENTES TIPOS DE PÓ DE ROCHA A rochagem define-se como prática agrícola alternativa aos fertilizantes químicos, com a utilização de pós de rochas como fonte de minerais e nutrientes para o solo. Por se tratar de fonte praticamente inesgotável, parte do pressuposto que a dissolução mais lenta dos nutrientes assegura níveis de produtividade e de fertilidade dos solos por grandes períodos, assim apresenta requisitos de sustentabilidade e passa a ser objeto de pesquisa na área agrícola. O presente trabalho teve como objetivo analisar os componentes de rendimento da cultura do feijão em resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha. O experimento foi implantado a campo na safra agrícola 2015/2016 na propriedade do Sr. Victor Borsoi, localizado na linha Colônia Bacia, interior do município de Chapecó – SC. Foi utilizado o delineamento experimental de blocos ao acaso (DBC), com seis tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos utilizados foram T1 - pó de basalto (2 ton/ha); T2 - pó de serpentinito (2 ton/ha); T3 - pó de filito (2 ton/ha); T4 - gesso agrícola (2 ton/ha); T5 - pó de serpentinito (3 ton/ha) mais gesso agrícola (1 ton/ha) e; T6 - Testemunha. Para avaliação das variáveis foram coletadas dez plantas de cada parcela de forma aleatória determinando individualmente: altura da planta, peso da planta inteira, número de vagens, número de grãos por vagem e peso dos grãos. Foi realizado o beneficiamento das demais plantas, a fim de obter o rendimento final por parcela. A pesagem dos grãos para determinação do rendimento por parcela foi feita em balança analítica de precisão considerando-se uma umidade corrigida para 13%. Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F com uso do software Assistat, utilizando o teste de Scott-Knott na comparação múltipla de médias das variáveis avaliadas. Nas características agronômicas avaliadas foram detectadas diferenças significativas (p<0,05) entre os tratamentos. Houve também diferença significativa (p<0,05) entre os tratamentos na variável rendimento de grãos, sendo os tratamentos com serpentinito, filito e a combinação entre serpentinito e gesso, os que obtiveram os melhores resultados. 6 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Imagem aérea do local do experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. . 21 Figura 2 – Croqui do experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. ...................................... 23 Figura 3 - Vista geral da área onde foi implantado o experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. ................................................................................................................ 25 Figura 4 - Aplicação dos pós de rocha no experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. . 26 Figura 5 - Laudo da análise do solo coletado na área do experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. ......................................................................................................... 27 Figura 6 – Colheita das plantas realizada no dia 3 de dezembro de 2015 no experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. ....................................................................... 28 Figura 7 – Avaliação das variáveis analisadas no experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. ......................................................................................................................... 29 Figura 8 – Correção da umidade dos grãos colhidos no experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. ......................................................................................................... 30 Figura 9 - Volume de precipitação mensal registrado pela Estação Meteorológica do CEPAF/EPAGRI próximas a área do experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015, Chapecó, SC. ................................................................................. 31 Figura 10 – Condições meteorológicas de temperatura registradas pela Estação Meteorológica do CEPAF/EPAGRI próximas a área do experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015, Chapecó, SC. ................................................................ 32 7 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Descrição dos tratamentos utilizados no experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. ................................................................................................................ 22 Tabela 2 – Composição química básica do pó de basalto utilizado no experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. ....................................................................... 23 Tabela 3 - Composição química básica do pó de serpentinito utilizado no experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. ....................................................................... 24 Tabela 4 - Composição química básica do pó de gesso agrícola utilizado no experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. ....................................................................... 24 Tabela 5 - Composição química básica do pó de filito utilizado no experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. ........................................................................................ 24 Tabela 6 - Componentes do rendimento avaliados na cultura do feijão em resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha, Chapecó, SC, 2015.. ...... 34 Tabela 7 - Médias de rendimento de feijão em resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha, Chapecó, SC, 2015. ....................................................... 35 8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 10 2 OBJETIVOS .................................................................................................. 11 2.1 Objetivo Geral ........................................................................................ 11 2.2 Objetivos Específicos ............................................................................. 11 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................... 12 3.1 A Cultura do Feijão ................................................................................ 12 3.2 Fenologia ............................................................................................... 12 3.3 Necessidade de nutrientes da planta ..................................................... 13 3.4 Rochagem .............................................................................................. 15 3.5 Serpentinito ............................................................................................ 16 3.6 Pó de Basalto ......................................................................................... 17 3.7 Filito ....................................................................................................... 18 3.8 Gesso Agrícola ....................................................................................... 19 4 MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................. 21 4.1 Local do Experimento ............................................................................ 21 4.2 Condições Edafoclimáticas .................................................................... 21 4.3 Tratamentos e delineamento experimental ............................................ 22 4.4 Caracterização dos pós de rocha........................................................... 23 4.4.1 Pó de Basalto.................................................................................. 23 4.4.2 Pó de Serpentinito .......................................................................... 24 4.4.3 Pó de Gesso Agrícola ..................................................................... 24 4.4.4 Pó de Filito ...................................................................................... 24 4.5 Manejo do experimento .......................................................................... 25 4.5.1 Implantação .................................................................................... 25 4.5.2 Análise química do solo .................................................................. 26 4.5.3 Semeadura ..................................................................................... 27 4.5.4 Controle químico ............................................................................. 27 4.5.5 Colheita ........................................................................................... 28 4.5.6 Avaliação e análise dos dados ........................................................ 28 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................... 31 5.1 Condições meteorológicas ..................................................................... 31 5.2 Componentes do rendimento ................................................................. 32 5.3 Rendimento final .................................................................................... 34 6 CONCLUSÃO................................................................................................ 37 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 38 9 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 39 ANEXOS .......................................................................................................... 44 10 1 INTRODUÇÃO Os solos brasileiros possuem como característica em geral uma baixa fertilidade, necessitando freqüentemente de reposição de nutrientes orgânicos e/ou minerais através da aplicação de insumos fertilizantes. Na produção agrícola, a necessidade nutricional das plantas cultivadas é suprida com aplicação adequada de fertilizantes no solo. Estes são elementos minerais que se encontram prontamente disponíveis para absorção da planta a fim de suprir suas necessidades nutricionais (CIANCIO, 2010). Nos últimos anos a utilização de fertilizantes solúveis para adubação de plantas cultivadas teve um grande crescimento, resultando também no incremento de rendimento das culturas. Porém quando aplicados de forma errônea podem conduzir o solo a um processo de degradação, causando danos ao meio ambiente e favorecendo surgimento de sintomas nutricionais nas lavouras. Desta forma, surge uma opção aos fertilizantes solúveis, que são as rochas, moídas e aplicadas ao solo na forma de pó, prática denominada “rochagem” (Theodoro e Leonardos 2006, apud RAMOS et al., 2013). Segundo Sékula (2011), a utilização de pó de rocha pode também tornar-se uma solução econômica e ambiental vantajosa para a fertilização de solos do Brasil, pois não exige solubilização industrial e processos de concentração. Muitas vezes estão prontos para o uso e possuem baixos custos de produção (extração e custos de esmagamento quando necessário, não excede US$ 10 por tonelada). Por ser uma matéria-prima com fácil exploração que se encontra distribuída em várias regiões do país. Nota-se que pesquisas científicas têm sido realizadas com maior freqüência visando técnicas alternativas de adubação com cunho agroecológico. Num futuro próximo, este sistema de produção pode proporcionar aos agricultores práticas de manejo com baixo custo e menos agressivas ao meio ambiente, além de reduzir a dependência do país com exportação de produtos sintéticos ou não naturais. O presente estudo teve como objetivo avaliar os componentes de rendimento da cultura do feijão sob condições de fertilizantes alternativos. 11 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Analisar os componentes de rendimento da cultura do feijão submetida à prática de rochagem. 2.2 Objetivos Específicos - Determinar o rendimento de grãos (kg.ha-1). - Verificar a altura e peso de plantas. - Avaliar o número de vagens por planta. - Avaliar o número de grãos por planta. - Analisar o peso de grãos por planta. . 12 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1 A Cultura do Feijão O gênero Phaseolus originou-se das Américas e possui cerca de 55 espécies. O feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L.) é a espécie mais cultivada dentre as demais do gênero, e contribui com cerca de 95% da produção mundial de Phaseolus (SANTOS; GAVILANES, 2006). É uma leguminosa bastante difundida em todo território nacional, sendo o estado do Paraná o maior produtor de feijão da região sul, contribuindo com 74% (816,0 mil toneladas) da produção, seguido de Santa Catarina (15%) e Rio Grande do Sul (11%), conforme dados do IBGE (2012). Cultivado preferencialmente como cultura de subsistência em pequenas propriedades, nos últimos anos, houve um crescente interesse de médios e grandes produtores, cujo sistema de produção adota tecnologias mais intensivas (YOKOYAMA; BANNO; KLUTHCOUSKI, 1996). O rendimento médio de feijão no Brasil gira em torno de 700 kg/ha. Em alguns estados essa média supera 1.000 kg/ha e, os agricultores brasileiros que utilizam alta tecnologia já ultrapassaram a marca de 3.000 kg/ha (BORÉM; CARNEIRO, 2006). O feijão destaca-se também pela boa adaptação às mais variadas condições edafoclimáticas do Brasil e como importante fonte de proteína na dieta alimentar do povo brasileiro (YOKOYAMA; BANNO; KLUTHCOUSKI, 1996). Segundo Posse et al. (2010), a produção apresenta certa sazonalidade que é traduzida em três safras não muito bem definidas no tempo. A 1ª safra (“safra das águas”) ocorre entre agosto e março. A 2ª safra (“safra seca”) ocorre entre janeiro e julho. A 3ª safra (“safrinha” ou “safra irrigada”) ocorre entre os meses de maio e outubro. A produtividade da cultura tem crescido nos últimos anos, onde os estados da região central do país apresentam os maiores rendimentos. 3.2 Fenologia A planta do feijão é constituída por um sistema radicular formado por uma raiz principal, ou primária, da qual se desenvolvem, lateralmente, as raízes 13 secundárias e terciárias no solo e, acima deste, um caule ou haste principal, da qual partem os ramos laterais que emergem das axilas das folhas da haste principal, inflorescência, fruto e semente. Como em muitas leguminosas, na raiz do feijão existem nódulos com bactérias (Rhizobium spp.) capazes de fixar nitrogênio para a planta. As cultivares de feijão são classificadas, segundo seu hábito de crescimento, em tipo determinado e indeterminado (SANTOS; GAVILANES, 2006). Segundo Portes, Kluthcouski, Oliveira (2009, P. 48), “ao longo do ciclo biológico da planta de feijão, ocorrem alterações morfológicas resultando em eventos periódicos que podem ser bem caracterizados visualmente”. De acordo com os mesmos autores (p. 49-54), no desenvolvimento da planta do feijão foram caracterizadas cinco etapas dentro da fase vegetativa e cinco dentro da fase reprodutiva. A nomenclatura significa “V” de vegetativa e “R” de reprodutiva e o número é a respectiva etapa. Sendo elas, germinação (V0); emergência (V1); folhas primárias (V2); primeira folha trifoliolada (V3); terceira folha trifoliolada (V4); pré-floração (R5); floração (R6); formação de vagens (R7); enchimento de vagens (R8); e maturação fisiológica (R9). Em conformidade com essa caracterização no ciclo biológico do feijão, Santos e Gavilanes (2006, p. 58) esclarecem que desde o momento em que as sementes são postas para germinar, inicia-se o período vegetativo, que perdura até o aparecimento do primeiro botão floral nas cultivares de hábito de crescimento determinado, ou da primeira inflorescência, nos cultivares de habito indeterminado. O ciclo vegetativo da maioria das variedades é de 80 a 105 dias aproximadamente, podendo haver algumas cultivares com ciclo mais precoce. O surgimento das flores inicia-se em até 45 dias após a emergência no solo, podendo haver uma margem maior ou menor conforme a cultivar. A floração dura aproximadamente 12 a 20 dias. Os frutos do feijoeiro são do tipo vagem, e possuem geralmente de 3 a 6 grãos, podendo apresentar até 10 (VIEIRA, 1978). 3.3 Necessidade de nutrientes da planta 14 Segundo Oliveira et al. (1996, P. 174), o crescimento da planta é harmonioso em todo o seu ciclo, e a fase de maior alongamento da planta, tanto da parte aérea como da raiz, coincide com a maior absorção de nutrientes. Os macronutrientes são elementos essenciais para o normal crescimento e desenvolvimento das plantas, entre eles estão o nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca) e enxofre (S) (VIEIRA, 1978). Na planta do feijão há maior exigência de nutrientes disponíveis a partir de 40 dias após a germinação, e entre 60 e 70 dias após a germinação ocorre o pico de exigência para a produção de matéria verde e, posteriormente, formação de vagens e grãos e também da manutenção de suas atividades fisiológicas normais (OLIVEIRA et al., 1996). Ainda segundo Oliveira et al (1996, p. 169), uma população de 250.000 plantas de feijoeiro/ha, na maturação, retira do ambiente 102 kg de nitrogênio, 9 kg de fósforo, 93 kg de potássio, 54 kg de cálcio, 18 kg de magnésio e 25 kg de enxofre. Sobre as exportações os mesmos autores indicam que as cada tonelada de grãos obtida são de aproximadamente 35 kg, 4 kg, 15 kg, 3 kg, 3 kg, 6 kg, desses mesmos nutrientes, respectivamente. Dessa forma parte dos nutrientes absorvidos pelas plantas não é repassada para os grãos, ficando retira na palhada. Haag et al., (1967, apud ROSOLEM, 1987, p. 4) afirma que “o feijoeiro absorve todo nitrogênio, potássio e cálcio que necessita nos primeiros 50 dias; o magnésio e o enxofre aos 70 e 60 dias, respectivamente; o fósforo não apresenta época preferencial”. Já Rosolem (1987, p. 17) afirma que “[...] existem diferenças entre cultivares da mesma espécie quanto à sua capacidade de absorção de nutrientes, e mesmo em sua eficiência em transformar o nutriente absorvido em produção.” As carências dos macronutrientes causam sintomas visíveis na planta. Deficiência de N está ligada com o menor desenvolvimento, folhas de coloração verde-amareladas; a deficiência de P relaciona-se com menor desenvolvimento com folhas verde-escuras e poucas flores; a deficiência de K é relacionada com o crescimento prejudicado e necrose marginal das folhas; a deficiência de Ca com pequeno desenvolvimento, murchamento de caule, 15 pecíolos, brotos, vagens e queda de precoce de folhas; a deficiência de Mg com clorose em folhas velhas seguida por amarelecimento e pontos necrosados e; a deficiência de S com folhas amareladas (VIEIRA, 1978). Para se conseguir o melhor desempenho da planta, a disponibilidade de nutrientes logo após a germinação é essencial para o estabelecimento da cultura. A combinação de práticas agrícolas e manejo adequado têm influência direta no estado nutricional da planta, resultando em maior ou menor teto de produtividade (OLIVEIRA; ARAUJO; DUTRA, 1996). 3.4 Rochagem A utilização de pó de rocha como fertilizante alternativo para o solo é uma prática relatada há várias décadas, com o intuito de reduzir o custo de produção das culturas pelo uso de adubos minerais (MADELEY, 1999, apud CASTRO, 2006). Esta prática vem se difundindo cada vez mais em várias regiões do Brasil, principalmente na agricultura familiar, devido aos resultados positivos proporcionados. A Lei Nº 10.831, de 23 de dezembro de 2003, que dispõe sobre a agricultura orgânica, e a Instrução Normativa Nº 007 de 17 de maio de 1999 relaciona entre os insumos permitidos as “farinhas e pós de rochas”. Os pós de rocha apresentam como características a composição multielementar e a capacidade de solubilização lenta, que são apropriadas para a utilização em sistemas de produção alternativos e em condições altamente favoráveis à lixiviação de nutrientes, principalmente em solos tropicais degradados (VAN STRATEN, 2006). A aplicação direta ao solo de rochas e minerais moídos, ricos em nutrientes, é mais apropriada nas plantas com crescimento lento, tais como as árvores frutíferas perenes, nos produtos florestais e na maior parte dos plantios de bicombustíveis (cana-de-açúcar). Entretanto, pequenos produtores também relataram bons resultados com o uso de rocha combinada com outros nutrientes mais solúveis (VAN STRAATEN, 2010). Conforme Beneduzzi (2011, p. 23), Os elementos são liberados dos minerais pelos processos de intemperismo, ou seja, as rochas são submetidas a processos que ocasionam a desintegração e decomposição da estrutura. Como a 16 composição da rocha é bastante variada em espécies mineiras, cada uma libera seus elementos em velocidades diferentes. Para que ocorra a liberação dos elementos que compões as rochas, elas devem ser submetidas as alterações físicas e químicas. O intemperismo físico corresponde a uma desagregação da estrutura da rocha sem haver mudança na composição química. Quando a estrutura dos minerais é quebrada trata-se de alterações químicas. A maioria das rochas objetos de pesquisas encontradas na literatura é de rochas silicáticas, com distribuição ampla e variável no território nacional (MARTINS et al., 2008). Entre os diversos silicatos, há grande interesse naqueles que possuem os minerais do tipo flogopita, biotita ou feldspatóides porque contêm K em sua composição, além de outros macronutrientes, como Ca, alguns micronutrientes como Cu e Zn e por apresentarem maior solubilidade (NASCIMENTO; LAPIDO-LOUREIRO, 2004). De acordo com Osterroht (2003) somente as rochas ígneas, formadas por minerais silicatados, apresentam benefícios para a agricultura. Em uma comparação mineralógica de duas rochas de origem vulcânica (basalto e granito) demonstrou que o basalto é mais pobre em Si e mais rico nos demais nutrientes, exceção de Al, Na e K. Além disso, a família do basalto apresenta menos resistência ao intemperismo por força de sua composição mineralógica. 3.5 Serpentinito Serpentinitos são rochas metamórficas ultrabásicas, formadas principalmente pelos óxidos de cálcio, magnésio e silício, possuindo menos de 45% de sílica, e pertencem ao grupo mineralógico da serpentina, que normalmente é formado pela antigorita, lizardita e crisotila (CARMIGNANO, 2014). Para a utilização desse material na agricultura, o serpentinito deve passar por processos físico-químicos que transformem silício insolúvel em formas disponíveis para a absorção vegetal (LIMA; VITTI; ZONTA, 2008). Diversos autores estudaram a possibilidade de uso da rocha serpentinito na agricultura, seja como fonte de silício e magnésio, seja participando de fertilizantes como o termofosfato, ou mesmo corrigindo a acidez de solos (CARMIGNANO, 2014). 17 A presença significativa do silício entre outros minerais em sua composição favorecem a reposição de minerais no solo, que por sua vez auxiliam o desenvolvimento de microrganismos que podem produzir ácidos húmicos, o que vem a contribuir para uma disponibilidade dos nutrientes de forma mais equilibrada (PRATES et al., 2014). A absorção e o metabolismo do silício nas plantas têm sido relacionado à resistência ao ataque de pragas, devido a sua polimerização celular e formação de barreiras mecânicas celulares e, conseqüente, aumento da resistência celular através da garantia da integridade e estabilidade das membranas, além de apresentar-se como corretivo agrícola (LIMA FILHO, 2009). As reservas desta rocha estão bem distribuídas no Brasil e podem ser encontradas nos estados da Bahia, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul, Sergipe e São Paulo (DNPM, 2006), sendo o principal mercado consumidor as empresas siderúrgicas, que o usam como agente fundente. Outras aplicações para o serpentinito são: como rochas ornamentais e como matéria-prima para a produção de compósitos de matriz cerâmica (CARMIGNANO, 2014). 3.6 Basalto O basalto é uma rocha básica, de origem vulcânica que, com granulação fina, está dentre as rochas disponíveis para emprego na agricultura. Seus principais constituintes minerais são aluminosilicatos do grupo dos piroxênios e plagioclásios, pouco resistentes ao intemperismo químico e importantes fontes de Ca, Mg e micronutrientes (HANISCH et al., 2011). É o principal material que originou os solos da região de sul do Brasil, portanto, matéria prima de alta disponibilidade, aparecendo como uma opção natural, mesmo havendo algumas limitações quanto o uso deste fertilizante, devido ao tempo necessário para sua intemperização, necessitando ser aplicado na forma moída, como pó fino (PLEWKA et al., 2009). Estudos conduzidos por Knapik e Angelo (2007) com pó de basalto envolvendo a produção de uma espécie arbórea, o pessegueiro-bravo (Prunus sellowii Koehne), indicou que mudas produzidas no substrato com pó de 18 basalto acumularam mais Ca, Mg, B, Cu e Fe nas folhas, o que pode ser um resultado promissor para o controle de algumas pragas. Melo et al. (2012), avaliando doses de basalto moído nas propriedades químicas de um Latossolo Amarelo distrófico da savana de Roraima concluiu que, o pó de rocha basáltica pode ser considerado como uma fonte alternativa de fertilizante e corretivo do solo, dependendo da composição da rocha, da granulometria do pó de rocha e das condições do solo. 3.7 Filito O filito é uma rocha metamórfica de granulação fina, intermediária entre a rocha ardósia e o micaxisto. Os filitos são compostos por carbonatos (40%), epidotos (25%), e quartzo com 20%. Os demais minerais que compõem a matriz mícritica são plagioclásios, hornblendas, biotitas, micas, augitas e Kfeldspato. Tal composição demonstra que os minerais formadores destas rochas prestam-se perfeitamente ao uso agrícola, segundo os preceitos da rochagem, pois podem conter quantidades apreciáveis de Ca, Mg, P e muitos micronutrientes. (THEODORO et al., 2009). De modo geral a rocha é bastante friável e apresenta-se com um aspecto sedoso, conseqüência do brilho que tem a maior parte dos filossilictos que compõe. Essa estrutura reflete tanto a ocorrência da deformação metamórfica como a predominância de minerais placóides, micáceos e de granulometria fina (RIBEIRO, 2003). Dependendo de sua composição mineralógica os filitos apresentam-se com cores variando de cinza escura a esbranquiçada passando por tonalidades esverdeadas e amareladas, devido ao maior conteúdo em ferro solubilizado pela ação da água pluvial que penetra através do solo mais permeável (RIBEIRO, 2003). Theodoro et al. (2009), realizaram testes com filitos, margas e sedimentos retidos no reservatório de Tucuruí, no estado do Pará, na implantação de um sistema agroflorestal (SAF). As quantidades encontradas de nutrientes nos sedimentos favoreceram o seu uso como remineralizadores dos solos da área de entorno do reservatório. Adicionalmente, a quantidade de matéria orgânica que constitui a grande parte dos sedimentos depositados no 19 reservatório favorece o desempenho dos sedimentos como insumo agrícola. Além dessas características positivas, o acréscimo de pó de rocha (filitos carbonáticos) atua como uma fonte suplementar dos principais nutrientes, (Ca e Mg), que ocorrem nos carbonatos presentes nas rochas. 3.8 Gesso Agrícola O gesso agrícola é um subproduto da indústria de fertilizantes fosfatados. Sua composição química é sulfato de cálcio hidratado (CaSO4.2H2O). É um sal de caráter praticamente neutro e, dessa maneira, não tem efeito prático na mudança da acidez do solo, apesar de ter sido recomendado e aplicado com tal finalidade ao final dos anos 70 e início dos 80 (TANAKA; MASCARENHAS, 2002). O material disponível no Estado de Santa Catarina é um subproduto industrial derivado da fabricação do ácido fosfórico. Por conter resíduos de fósforo na sua composição (0,7% a 0,9% P2O5), é erroneamente chamado de fosfogesso. Na sua composição química básica, o gesso agrícola contém os elementos cálcio (17% a 20%), enxofre (14% a 17%) e água livre (15% a 20%) (NUERNBERG; RECH; BASSO, 2005). Apresenta-se como um pó branco e fino. Quando muito seco, dificulta a sua aplicação devido à formação de grande quantidade de pó. Um teor de umidade entre 10% e 15% facilita sua aplicação. Sendo cerca de 150 vezes mais solúvel que o calcário e mais móvel que este, seu efeito pode ser observado em camadas de solo mais profundas (NUERNBERG; RECH; BASSO, 2005). O gesso não corrige a acidez e nem tampouco diminui o Al +3 trocável do solo. A função do gesso é alterar a forma iônica do Al (tri-valente e mais tóxica) para uma forma menos tóxica. Neste sentido, o gesso pode ser utilizado para melhoria do ambiente radicular em profundidade. Tal produto é condicionador de solo e possui alta mobilidade no perfil, capaz de disponibilizar os íons Ca +2 e SO4-2 em solução e de ser lixiviado, enriquecendo de nutrientes as camadas subsuperficiais e reduzindo a saturação por Al+3 em profundidade. Desta forma, a utilização do gesso possibilita o desenvolvimento das raízes em profundidade 20 ampliando o volume de solo a ser explorado e a tolerância das plantas à seca (ARF et al., 2014). Em estudo conduzido por Soratto, Crusciol e Mello (2010), avaliando o efeito da aplicação de calcário e gesso em superfície, na implantação do SPD, nos componentes da produção e na produtividade de grãos de cultivares de arroz e feijão, num Latossolo Vermelho Distroférrico, durante o agrícola de 2003/2004, no município de Botucatu, SP, concluiu-se que a aplicação de gesso reduz o número de vagens por planta da cultivar Carioca, mas não altera outros componentes da produção e a produtividade da cultura. 21 4 MATERIAIS E MÉTODOS 4.1 Local do Experimento O experimento foi implantado a campo na safra agrícola 2015/2016 na propriedade do Sr. Victor Borsoi, localizado na linha Colônia Bacia, interior do município de Chapecó situado no oeste do estado de Santa Catarina. Coordenadas geográficas -26°59’49,11” S, -52°42’7,51” W, a 660m acima do nível do mar (Google Earth Pro, 2015). Figura 1 – Imagem aérea do local do experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. Fonte: Adaptado de Sistema de Informações Geográficas de Santa Catarina (SIG@SC). 4.2 Condições Edafoclimáticas O solo da região onde o experimento foi implantado caracteriza-se como Latossolo Vermelho Distrófico Típico com textura argilosa (Embrapa, 2013), o clima da região é do tipo Cfa na classificação de Köeppen, sendo subtropical com chuvas bem distribuídas no verão, com temperatura média entre 18ºC e 30ºC (MOTA, 1985). 22 As condições meteorológicas, temperatura do ar (ºC) e a precipitação (mm), durante o período do experimento foram acompanhadas pela Estação Meteorológica do CEPAF/EPAGRI de Chapecó. 4.3 Tratamentos e delineamento experimental Na Tabela 1 são apresentados os tratamentos e as quantidades aplicadas de pó de rocha em cada parcela na área experimental. Foi utilizado o delineamento experimental de blocos ao acaso (DBC), com seis tratamentos e quatro repetições, totalizando 24 unidades experimentais abrangendo uma superfície de 216 m². As dimensões das parcelas foram 3,0 x 3,0 m, obtendo-se um área útil de 9 m². Em cada parcela o espaçamento utilizado foi de 0,5m entre linhas com doze plantas por metro linear, totalizando seis linhas de cultivo com comprimento de 3 m. Na Figura 2 demonstra-se o esquema de delineamento. Tabela 1 – Tratamentos utilizados no experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. Tratamento Descrição T1 Pó de basalto (2 ton/ha) T2 Pó de serpentinito (2 ton/ha) T3 Pó de filito (2 ton/ha) T4 Pó de gesso agrícola (2 ton/ha) T5 Pó de serpentinito (3 ton/ha) e gesso agrícola (1 ton/ha) T6 Testemunha 23 Figura 2 – Croqui do experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. Fonte: elaboração do autor. 4.4 Caracterização dos pós de rocha As amostras dos pós de rocha (basalto, serpentinito, gesso e filito) utilizadas no experimento foram doadas pela Mineradora BK, com sede na cidade de Piên, estado do Paraná. O material encontrava-se guardado no Viveiro Florestal da Universidade Comunitária da Região de Chapecó – Unochapecó, na cidade de Chapecó, SC. 4.4.1 Pó de Basalto Tabela 2 – Composição química básica do pó de basalto utilizado no experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. Composição Resultado (%) Dióxido de Silício – SiO2 51,13 Óxido de Alumínio Al2O3 13,99 Óxido de Ferro – Fe2O3 13,48 Óxido de Cálcio – CaO 10,79 Óxido de Magnésio – MgO 6,7 Óxido de Potássio – K2O 0,51 Óxido de Sódio – Na2O 2,1 Óxido de Manganês - MnO 0,19 Pentóxido de Fósforo – P2O5 0,12 Fonte: BK Mineradora, Piên – PR. 24 4.4.2 Pó de Serpentinito Tabela 3 - Composição química básica do pó de serpentinito utilizado no experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. Composição Resultado (%) Dióxido de Silício – SiO2 39,27 Óxido de Magnésio – MgO 35,47 Óxido de Ferro – Fe2O3 8,01 Óxido de Alumínio Al2O3 1,12 Óxido de Cálcio – CaO 0,58 Perda ao Fogo – PF 13,64 Fonte: BK Mineradora, Piên – PR. 4.4.3 Pó de Gesso Agrícola Tabela 4 - Composição química básica do pó de gesso agrícola utilizado no experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. Composição Resultado (%) Óxido de Cálcio – CaO 20 Enxofre – S 14 Fonte: BK Mineradora, Piên – PR. 4.4.4 Pó de Filito Tabela 5 - Composição química básica do pó de filito utilizado no experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. Composição Resultado (%) Óxido de Cálcio – CaO 1,96 Pentóxido de Fósforo – P2O5 0,22 Óxido de Magnésio – MgO 1,65 Óxido de Potássio – K2O 4,35 Óxido de Sódio – Na2O 0,14 2 Óxido de Ferro – Fe O 3 4,19 Dióxido de Silício – SiO2 68,84 Óxido de Alumínio Al2O3 15,32 Perda ao fogo 3,65 Fonte: BK Mineradora, Piên – PR. 25 4.5 Manejo do experimento 4.5.1 Implantação A área utilizada para realizar o experimento encontrava-se em pousio, nela já havia sido cultivado erva-mate, porém, sem a aplicação de fertilizantes ou corretivos agrícolas. No dia 29 de agosto foi realizada uma gradagem com trator agrícola para revolvimento do solo e eliminação de restos culturais. Figura 3 - Vista geral da área do experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. Fonte: elaboração do autor. A implantação do experimento ocorreu no dia 02 de setembro. Após o dimensionamento das parcelas e demarcação das linhas de cultivo, com auxílio de trena métrica, foram incorporadas nas linhas as doses definidas de cada tratamento. Através de conversão matemática cada dose foi pesada, com auxílio de uma balança, obtendo-se a quantidade necessária para cada parcela de 9m²: T1 – 1,8 kg (0,2 kg/m²); T2 – 1,8 kg (0,2 kg/m²); T3 – 1,8 kg (0,2 kg/m²); T4 – 1,8 kg (0,2 kg/m²); T5 – mistura de 2,7 kg (0,3 kg/m²) de serpentinito e 0,9 26 kg (0,1 kg/m²) de gesso agrícola; T6 – Testemunha. Não houve aplicação de qualquer outro tipo de fertilizante nas unidades experimentais. Figura 4 - Aplicação dos pós de rocha no experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. Fonte: elaboração do autor. 4.5.2 Análise química do solo Durante o período experimental foi realizada uma amostragem de solo, coletando-se uma subamostra em cada parcela testemunha, gerando uma amostra composta para caracterizar o solo. O equipamento utilizado foi um trado holandês, a profundidade da amostra de solo foi de 20 cm. O material foi encaminhado ao Laboratório de Análises Químicas e Físicas da EPAGRI/CEPAF de Chapecó – SC. O relatório é representado abaixo através de laudo digital. 27 Figura 5 - Laudo da análise do solo coletado na área do experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. Fonte: Laboratório de Análise de Solos – CEPAF/EPAGRI, Chapecó – SC. 4.5.3 Semeadura A semeadura foi realizada com o equipamento saraquá, alta densidade de sementes e espaçamento de 0,5m entre linhas, sendo seis linhas cada parcela. Foi escolhida a cultivar carioca, popularmente conhecida pelos produtores da região como “precocinho” com ciclo de 75 dias, hábito de crescimento indeterminado e porte ereto. Dez dias após a emergência das plântulas foi feito raleio de plantas objetivando manter 12 plantas por metro linear representando uma população de 240000 plantas/ha. 4.5.4 Controle de pragas 28 Durante os estádios V2 e V3 foi observado alta infestação de vaquinha (Diabrotica speciosa) na área experimental. O controle químico foi efetuado com inseticida ENGEOTM PLENO, ingrediente ativo TIAMETOXAM e LABDACIALOTRINA, inseticida de contato e ingestão do grupo químico dos piretróides. A dose utilizada foi3 ml em um volume de calda de 5 litros, conforme recomendação técnica do fabricante. Foi utilizado um pulverizador costal e devidos EPI’s. 4.5.5 Colheita Foi realizada no dia 3 de dezembro de forma manual, coletando todas as plantas de cada parcela e acondicionando-as em sacos identificados para não misturar as plantas de um tratamento com outro. Não foi considerado faixa de bordadura em cada parcela devido a não haver espaçamentos de caminho entre as parcelas, o que proporcionar menor competição com outras plantas e maior incidência solar nas plantas das extremidades das parcelas. Depois de realizado esse trabalho, o material foi transportado para uma sala localizada no Viveiro Florestal da Unochapecó a fim de serem avaliados. Figura 6– Colheita das plantas realizada no dia 3 de dezembro de 2015 no experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. Fonte: Elaboração do autor. 4.5.6 Avaliação e análise dos dados 29 Para avaliação das variáveis foram coletadas dez plantas de cada parcela de forma aleatória determinando individualmente: altura da planta, peso da planta inteira, número de vagens, número de grãos por vagem e peso dos grãos. Figura 7 – Avaliação das variáveis analisadas no experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. Fonte: Elaboração do autor. O beneficiamento das demais plantas, a fim de obter o rendimento final por parcela, foi realizado de forma manual onde as plantas eram acondicionadas em uma bolsa e em seguida batidas com auxílio de um cabo de madeira, pelas vagens estarem secas, naturalmente os grãos eram separados da vagem depositando-se no fundo da bolsa. Após isso, foi feita a separação e limpeza dos grãos de cada tratamento. A pesagem dos grãos para determinação do rendimento por parcela foi feita em balança analítica de precisão considerando-se uma umidade corrigida para 13%. 30 Figura 8 – Correção da umidade dos grãos colhidos no experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. Fonte: Elaboração do autor. Os dados foram submetidos à análise de variância com uso do software Assistat, utilizando o teste de Scott-Knott na comparação múltipla de médias das variáveis avaliadas. 31 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1 Condições meteorológicas De acordo com a Tabela 3, a produtividade média do experimento foi 2.276,12 kg.ha-1, o que pode ser explicado devido ao excesso de chuvas durante o ciclo da cultura, que foi de 91 dias, já que a cultivar se caracteriza como super precoce. A cultura do feijão exige um mínimo de 300 mm de precipitação, sendo que melhores produtividades são obtidas com 340 a 370 mm (VIEIRA, PAULA JÚNIOR, BORÉM, 2006). A precipitação acumulada do período entre a semeadura e a colheita foi de 819,2 mm, segundo o banco de dados da Estação Meteorológica do CEPAF/EPAGRI, localizada em Chapecó, SC. Épocas de excesso de chuva podem prejudicar a qualidade das sementes devido à alta umidade (COMISSÃO TÉCNICA SUL-BRASILEIRA DE FEIJÃO, 2012). Figura 9 - Volume de precipitação mensal registrado pela Estação Meteorológica do CEPAF/EPAGRI próximas a área do experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015, Chapecó, SC. Precipitação média mensal (mm) 335,2 274,8 209,2 set/15 out/15 nov/15 Fonte: Elaboração do autor. Outro fato observado foi que cinco dias após a semeadura houve incidência de geada, mesmo não afetado drasticamente o experimento o fenômeno pode ter interferido no desenvolvimento inicial da cultura. 32 Figura 10 – Condições de temperatura registradas pela Estação Meteorológica do CEPAF/EPAGRI próximas a área do experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. 35 Mínima Máxima Média 30 25 20 15 10 5 0 Semeadura 02/09 Emergência 07/09 *Geada* 12/09 Floração 25/10 Enchimento de grãos 09/11 Maturação fisiológica 30/11 Fonte: Elaboração do autor. 5.2 Componentes do rendimento A Tabela 6 apresenta que nas características agronômicas avaliadas. Foram detectadas diferenças significativas entre os tratamentos. Na variável altura de planta apenas o tratamento T1 (Testemunha) apresentou-se inferior aos demais tratamentos, como já esperado, devido não ter recebido nenhuma fonte complementar de nutrientes durante o ciclo da cultura. Motta et al. (1992) trabalhando em um Latossolo Roxo com doses crescentes variando de 0 a 50 t/ha de pó de basalto encontraram acréscimos na altura de aveia, com maior crescimento nas doses mais altas de basalto em relação à testemunha. O efeito positivo nos demais tratamentos pode estar relacionado com a grande presença de Ca e Mg em comum na composição química das rochas estudadas, pois estes elementos estão diretamente ligados com o processo de fotossíntese e desenvolvimento da parede celular da planta (FAQUIN, 2005). O peso da planta é resultado do desenvolvimento da planta, tanto em massa verde quanto em altura. Os tratamentos que obtiveram os melhores resultados foram T4 e T5, onde o gesso estava presente de forma única ou 33 combinado com serpentinito. Em sua composição, o gesso agrícola possui grande porcentagem de enxofre (S) e este nutriente é relacionado por autores como essencial para a nodulação e fixação biológica de nitrogênio. Estudo realizado em vasos por Beneduzzi (2011), mostrou que adição de 5 ton.ha-1 de pó de basalto produziu mais matéria verde em plantas de feijão em relação ao tratamento sem adição do pó de rocha. Porém a dose de pó de basalto (T1) utilizada neste estudo foi inferior a utilizada pelo autor citado, o que pode se justificar pela produção de MV superior a testemunha (T6) e inferior em relação a aos tratamentos com gesso (T4 e T5). Quanto ao número de vagens por planta, verificou-se que apenas os tratamentos T2 e T6 obtiveram médias inferiores aos demais tratamentos. Em estudos realizados por outros autores a média de vagens por planta fica entre 12 e 15. Em cultivo convencional Vogt et al. (2012) conduzindo experimento com feijão do grupo carioca em um Latossolo Vermelho Distrófico no município de Papanduva, SC, avaliou as características agronômicas de várias cultivares do grupo na ausência e presença de plantas daninhas infestantes na área experimental e obtendo um média de 13 vagens por planta. Em comparação pode-se supor que os tratamentos forneceram nutrientes para o desenvolvimento das culturas obtendo valores aproximados aos de alto rendimento. Quanto ao número e peso de grãos por planta, os resultados significativos seguiram aos obtidos pelo número de vagens por plantas, com os tratamentos T2 e T5 tendo os menores resultados. O tratamento que obteve maior peso de grãos foi o T4 (2 ton/ha de gesso agrícola), conseqüentemente deveria ser o tratamento com maior rendimento em ton/ha, porém na análise estatística o maior rendimento foi do tratamento de filito (T3) o que pode estar relacionado à amostragem de plantas utilizadas para avaliar os componentes de rendimento, que foram de 10 plantas por parcela. Já o rendimento final foi determinado através de todas as plantas colhidas na parcela, podendo haver uma distorção na extrapolação dos dados. Em estudo realizado por Soratto, Crusciol e Mello (2010) mostrou que o número de grãos por vagem não foi influenciado pela aplicação de gesso. Almeida et al. (2004, apud FERREIRA, ALMEIDA, MAFRA, 2009) conduzindo estudos com saprólito de basalto em um Nitossolo Háplico no município de 34 Urupema - SC com doses de até 32 ton.ha-1 na cultura do feijão, não observaram diferenças no número de vagens por plantas e no número de grãos por vagem em função dos tratamentos, sendo que a produtividade média obtida foi de 1.403 Kg ha-1. Num trabalho publicado por Vogt et al. (2012), a competição por água e luz e nutrientes resultou em perdas de produtividade de 42,2% a 68,6%, existindo a hipótese de que há diferença significativa entre genótipos de feijão do grupo carioca para a habilidade competitiva com plantas daninhas. Tabela 6 - Componentes do rendimento avaliados na cultura do feijão em resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha, Chapecó, SC, 2015. Altura da Número Número Peso de Peso da Tratamento planta de vagens de grãos grãos por planta (g) (cm) por planta por planta planta (g) T1 52,85 a 47,07 b 12,10 a 52,70 a 17,83 a T2 53,65 a 45,67 b 10,65 b 46,02 b 15,04 b T3 52,12 a 53,09 b 11,57 a 49,42 a 17,83 a T4 54,30 a 60,73 a 13,42 a 53,20 a 19,54 a T5 57,52 a 65,85 a 12,97 a 54,75 a 18,25 a T6 47,12 b 30,81 c 9,77 b 39,00 b 12,70 b 52,92 50,54 11,75 49,18 16,86 Média As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade. T1 – 2 ton/ha basalto; T2 – 2 ton/ha serpentinito; T3 – 2 ton/ha filito; T4 – 2 ton/ha gesso; T5 – 3 ton/ha serpentinito, mais 1 ton/ha serpentinito; T6 – Testemunha. A resposta do feijão aos tratamentos testados possivelmente foram limitada pela distribuição irregular de chuvas, que estiveram acima da média histórica nos meses subseqüentes à semeadura, bem como pelo pouco tempo de reação do produto, considerando-se que as rochas testadas apresentam dissolução lenta dos minerais. 5.3 Rendimento final Conforme a Tabela 7, houve diferença significativa entre os tratamentos. Essa condição evidencia que a disponibilidade de nutrientes absorvidos pelas plantas nos diferentes tratamentos tenha sido em função da solubilização 35 desses nutrientes no solo, sendo os tratamentos T2, T3 e T5 os que proporcionaram maior rendimento de grãos. Ferrari (2010), conduzindo estudos em um Latossolo Vermelho no ano agrícola de 2009/2010, município de Três Palmeiras – RS, com o objetivo de verificar o efeito do uso de pó de rochas MB-4 (serpentinito e micaxisto), como fonte de nutriente para a cultura do feijão combinando ou não com fertilizante químico (NPK) obteve rendimentos médios de 2.387 kg.ha-1 sem NPK e MB-4. Já com a adição de MB-4 (3,5 ton.ha-1) e sem NPK o rendimento foi de 3.728 kg.ha-1. O rendimento inferior deste estudo comparando as parcelas que continham serpentinito (T2 e T5) podem ser relacionados com o tipo de solo cultivado (solo em pousio). Já no experimento de Ferrari (2009) o cultivo foi realizado em SPD e a aplicação do pó de rocha foi realizada três meses antes da semeadura. Outro fator observado foi que o tratamento T5 (serpentinito + gesso agrícola) teve um incremento de 156,54 kg.ha1 em relação ao tratamento T2 que continha apenas serpentinito. Este acréscimo pode ser ocasionado pelos benefícios que o gesso proporciona no desenvolvimento do sistema radicular, havendo maior absorção de nutrientes. Citados anteriormente, Ferreira, Almeida e Mafra (2009), não verificaram efeito dos tratamentos com pó de basalto sobre a produtividade do feijão, devido ao pouco tempo de reação destes no solo. Os autores concluíram que apenas a associação de esterco aos pós de basalto tem potencial para incrementar a produtividade do feijão, em relação ao uso do pó de basalto isolado. O tratamento com pó de filito (T3) obteve a melhor média de rendimento. Devido à rocha possuir teores de fósforo (P) em sua composição, este nutriente é conhecido por facilitar a floração, aumentar a frutificação e apressa a maturação, isto é, contribui para uma produção maior e melhor (FAQUIN, 2005). Tabela 7 - Médias de rendimento de feijão em resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha, Chapecó, SC, 2015. Tratamento Rendimento kg.ha-1 T1 – 2 ton/ha basalto 2.153,26 b T2 – 2 ton/ha serpentinito 2.508,30 a 36 T3 – 2 ton/ha filito 2.696,17 a T4 – 2 ton/ha gesso 1.939,40 b T5 – 3 ton/ha serpentinito, mais 1 ton/ha serpentinito 2.664,84 a T6 – Testemunha 1.694,77 b Média 2.276,12 As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade. Para os nutrientes serem absorvidos e transportados para o interior das plantas há a necessidade de estarem na solução do solo e em presença de água para que os mecanismos de transporte por fluxo de massa e difusão aconteçam naturalmente. A dissolução dos pós de rocha é um processo muito lento e complexo, vários fatores no solo influenciam na solubilização dos nutrientes para absorção das plantas, como o pH e a atividade biológica (BENEDUZZI, 2011). Apesar da limitação no desenvolvimento, o rendimento de feijão ficou acima da média nacional e catarinense, que para o ano agrícola 2015/2016 foi estimada em 1.106 Kg ha-1 e 1.908 Kg ha-1, respectivamente (CONAB, 2015). Um aspecto também observado foi a sanidade das plantas. Visualmente foi possível detectar diferenças de tonalidade e integridade de folhas entre os tratamentos, mesmo não sendo avaliado estatisticamente. As plantas com as folhas mais verdes foram observadas na fase de maturação no tratamento com pó de basalto e gesso. As maiores raízes foram observadas nas plantas de tratamento com gesso e o número de vagens por planta foi observado nas plantas das parcelas de filito. Mesmo com o ataque de pragas em estádio inicial da cultura as plantas demonstraram resposta positiva de tolerância à severidade do ataque. Após o controle químico o desenvolvimento foi normal sem reincidência de pragas e doenças. 37 6 CONCLUSÕES A prática de rochagem se mostrou eficiente como fertilizante para a cultura de feijão em um solo ácido com pH menor do que o recomendado para a cultura. Os melhores resultados dos componentes de rendimento foram obtidos pelos tratamentos com gesso e a combinação de gesso e serpentinito. Os pós de filito e serpentinito proporcionaram maiores rendimentos de grãos de feijão. O gesso isolado e o basalto não proporcionaram aumentos significativos em relação á testemunha. O rendimento final da cultura foi superior a média nacional e catarinense, corroborando a hipótese de que mesmo não tendo altos rendimentos, a prática pode ser recomendada para sistemas agroecológicos. O curto ciclo da cultivar usada pode não ser observado em outras de ciclo mais longo e principalmente em casos de usos visando melhorar desempenho de sistemas de produção com períodos maiores de observação. 38 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Sugere-se que sejam realizados estudos avaliando a parte química do solo no mesmo local do experimento a fim de identificar benefícios dos pós de rocha na área. Também se recomenda que estudos sejam realizados mostrando uma curva de absorção dos nutrientes pelas plantas nos diferentes tratamentos permitindo determinar quais materiais possuem os nutrientes mais solúveis à planta. 39 REFERÊNCIAS ARF, O.; RODRIGUES, R. A. F.; NASCENTE, A. S.; LACERDA, M. C. Gesso aplicado na superfície do solo no desenvolvimento do arroz de terras altas sob plantio direto. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental Campina Grande, v. 18, n. 11, p. 1136–1141, 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbeaa/v18n11/07.pdf>. Acesso em: 30 nov. 2015. BENEDUZZI, E. 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Fonte: Elaboração do autor. 48 Anexo C – Contraste visual na coloração das folhas no experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. Fonte: elaboração do autor Fonte: elaboração do autor 49 ANEXO D – QUADROS DE ANÁLISE ESTATÍSTICA Quadro - Altura da planta 50 Quadro - Peso da planta 51 Quadro - Número de vagens 52 Quadro - Número de grãos 53 Quadro - Peso grãos 54 Quadro – Rendimento final