Curso de Graduação em Agronomia Augusto

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UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ
(UNOCHAPECO)
Curso de Graduação em Agronomia
Augusto Zamignan
COMPONENTES DO RENDIMENTO DO FEIJOEIRO (Phaseolus vulgaris L.)
EM RESPOSTA AO USO DE DIFERENTES TIPOS DE PÓ DE ROCHA
Chapecó – SC, 2015
2
AUGUSTO ZAMIGNAN
COMPONENTES DO RENDIMENTO DO FEIJOEIRO (Phaseolus vulgaris L.)
EM RESPOSTA AO USO DE DIFERENTES TIPOS DE PÓ DE ROCHA
Relatório
de
Trabalho
de
Conclusão de Curso (TCC) da disciplina
TCC III apresentado ao Curso de
Graduação
em
Agronomia,
da
Universidade Comunitária da Região de
Chapecó
(UNOCHAPECÓ),
como
requisito à obtenção de nota.
Orientador:
Prof. Luis Carlos Borsuk
Chapecó – SC, dez. 2015
3
UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ
ÁREA DE CIÊNCIAS EXATAS E AMBIENTAIS
Curso de Graduação em Agronomia
COMPONENTES DO RENDIMENTO DO FEIJOEIRO (Phaseolus vulgaris L.)
EM RESPOSTA AO USO DE DIFERENTES TIPOS DE PÓ DE ROCHA
Augusto Zamignan
________________________________
Prof. Msc. Luis Carlos Borsuk
Professor Orientador
________________________________
Prof. Msc. Luis Carlos Borsuk
Coordenador do Curso de Agronomia
Chapecó – SC, dez. 2015
4
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a minha família, especialmente meus pais
Antônio Luiz Zamignan e Marilene Maria Bortolotto Zamignan e minha irmã
Gabriela Zamignan por todo apoio, carinho, amor e confiança que depositaram
em mim durante esta etapa da minha vida. Nos momentos de dificuldades me
proporcionavam uma base de apoio que me mantinha em pé e fazia de mim
uma pessoa ainda mais forte. Nas alegrias souberam tornar minhas conquistas
ainda mais grandiosas, sempre com palavras de incentivo e muito afeto.
Ao meu orientador e professor Eng. Agr. Msc. Luis Carlos Borsuk
agradeço por ter acreditado em mim, pelo incentivo durante a realização da
monografia, estando sempre disposto e dedicado em me auxiliar. Na
convivência mais próxima que tivemos nesses 18 meses aprendi muito e o
tenho como um exemplo de pessoa e profissional.
A todos os doutores e mestres que ministraram aula para mim e meus
colegas, agradeço pela dedicação, amizade, compreensão e competência que
tiveram como multiplicadores de conhecimento durante estes cinco anos de
faculdade.
Agradeço a todas as pessoas que me ajudaram direta ou indiretamente
no desenvolvimento do TCC, em especial ao orientador de campo Eng. Agr.
Daniel Borsoi.
A todos profissionais que tive oportunidade de estagiar e conviver
durante a faculdade, especialmente ao Eng. Agr. Dr. Evandro Spagnollo, pela
colaboração, amizade, ensinamentos e oportunidade em realizar bolsa via
CNPQ no Laboratório de Análises de Solos do CEPAF/EPAGRI de Chapecó.
Agradeço a todos os colegas e amigos que conheci durante a graduação
pela sincera amizade, companheirismo e lealdade. Os momentos de felicidades
que tivemos fizeram com que as dificuldades não nos abalassem, e sim nos
deram ainda mais forças para acreditar que ao final dessa jornada tornaríamos
Engenheiros Agrônomos.
Enfim, meu muito obrigado a todos. O conhecimento adquirido e
experiência de vida que tive com vocês jamais serão esquecidos por mim.
5
RESUMO
COMPONENTES DO RENDIMENTO DO FEIJOEIRO (Phaseolus vulgaris L.)
EM RESPOSTA AO USO DE DIFERENTES TIPOS DE PÓ DE ROCHA
A rochagem define-se como prática agrícola alternativa aos fertilizantes químicos, com a
utilização de pós de rochas como fonte de minerais e nutrientes para o solo. Por se tratar de
fonte praticamente inesgotável, parte do pressuposto que a dissolução mais lenta dos
nutrientes assegura níveis de produtividade e de fertilidade dos solos por grandes períodos,
assim apresenta requisitos de sustentabilidade e passa a ser objeto de pesquisa na área
agrícola. O presente trabalho teve como objetivo analisar os componentes de rendimento da
cultura do feijão em resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha. O experimento foi
implantado a campo na safra agrícola 2015/2016 na propriedade do Sr. Victor Borsoi,
localizado na linha Colônia Bacia, interior do município de Chapecó – SC. Foi utilizado o
delineamento experimental de blocos ao acaso (DBC), com seis tratamentos e quatro
repetições. Os tratamentos utilizados foram T1 - pó de basalto (2 ton/ha); T2 - pó de
serpentinito (2 ton/ha); T3 - pó de filito (2 ton/ha); T4 - gesso agrícola (2 ton/ha); T5 - pó de
serpentinito (3 ton/ha) mais gesso agrícola (1 ton/ha) e; T6 - Testemunha. Para avaliação das
variáveis foram coletadas dez plantas de cada parcela de forma aleatória determinando
individualmente: altura da planta, peso da planta inteira, número de vagens, número de grãos
por vagem e peso dos grãos. Foi realizado o beneficiamento das demais plantas, a fim de obter
o rendimento final por parcela. A pesagem dos grãos para determinação do rendimento por
parcela foi feita em balança analítica de precisão considerando-se uma umidade corrigida para
13%. Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F com uso do software
Assistat, utilizando o teste de Scott-Knott na comparação múltipla de médias das variáveis
avaliadas. Nas características agronômicas avaliadas foram detectadas diferenças
significativas (p<0,05) entre os tratamentos. Houve também diferença significativa (p<0,05)
entre os tratamentos na variável rendimento de grãos, sendo os tratamentos com serpentinito,
filito e a combinação entre serpentinito e gesso, os que obtiveram os melhores resultados.
6
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Imagem aérea do local do experimento resposta ao uso de
diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. . 21
Figura 2 – Croqui do experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó
de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. ...................................... 23
Figura 3 - Vista geral da área onde foi implantado o experimento resposta ao
uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC,
2015. ................................................................................................................ 25
Figura 4 - Aplicação dos pós de rocha no experimento resposta ao uso de
diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015. . 26
Figura 5 - Laudo da análise do solo coletado na área do experimento resposta
ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó,
SC, 2015. ......................................................................................................... 27
Figura 6 – Colheita das plantas realizada no dia 3 de dezembro de 2015 no
experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura
do feijão, Chapecó, SC, 2015. ....................................................................... 28
Figura 7 – Avaliação das variáveis analisadas no experimento resposta ao uso
de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015.
......................................................................................................................... 29
Figura 8 – Correção da umidade dos grãos colhidos no experimento resposta
ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó,
SC, 2015. ......................................................................................................... 30
Figura 9 - Volume de precipitação mensal registrado pela Estação
Meteorológica do CEPAF/EPAGRI próximas a área do experimento resposta
ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó,
SC, 2015, Chapecó, SC. ................................................................................. 31
Figura 10 – Condições meteorológicas de temperatura registradas pela
Estação Meteorológica do CEPAF/EPAGRI próximas a área do experimento
resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão,
Chapecó, SC, 2015, Chapecó, SC. ................................................................ 32
7
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Descrição dos tratamentos utilizados no experimento resposta ao
uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC,
2015. ................................................................................................................ 22
Tabela 2 – Composição química básica do pó de basalto utilizado no
experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura
do feijão, Chapecó, SC, 2015. ....................................................................... 23
Tabela 3 - Composição química básica do pó de serpentinito utilizado no
experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura
do feijão, Chapecó, SC, 2015. ....................................................................... 24
Tabela 4 - Composição química básica do pó de gesso agrícola utilizado no
experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura
do feijão, Chapecó, SC, 2015. ....................................................................... 24
Tabela 5 - Composição química básica do pó de filito utilizado no experimento
resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão,
Chapecó, SC, 2015. ........................................................................................ 24
Tabela 6 - Componentes do rendimento avaliados na cultura do feijão em
resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha, Chapecó, SC, 2015.. ...... 34
Tabela 7 - Médias de rendimento de feijão em resposta ao uso de diferentes
tipos de pó de rocha, Chapecó, SC, 2015. ....................................................... 35
8
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 10
2 OBJETIVOS .................................................................................................. 11
2.1 Objetivo Geral ........................................................................................ 11
2.2 Objetivos Específicos ............................................................................. 11
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................... 12
3.1 A Cultura do Feijão ................................................................................ 12
3.2 Fenologia ............................................................................................... 12
3.3 Necessidade de nutrientes da planta ..................................................... 13
3.4 Rochagem .............................................................................................. 15
3.5 Serpentinito ............................................................................................ 16
3.6 Pó de Basalto ......................................................................................... 17
3.7 Filito ....................................................................................................... 18
3.8 Gesso Agrícola ....................................................................................... 19
4 MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................. 21
4.1 Local do Experimento ............................................................................ 21
4.2 Condições Edafoclimáticas .................................................................... 21
4.3 Tratamentos e delineamento experimental ............................................ 22
4.4 Caracterização dos pós de rocha........................................................... 23
4.4.1 Pó de Basalto.................................................................................. 23
4.4.2 Pó de Serpentinito .......................................................................... 24
4.4.3 Pó de Gesso Agrícola ..................................................................... 24
4.4.4 Pó de Filito ...................................................................................... 24
4.5 Manejo do experimento .......................................................................... 25
4.5.1 Implantação .................................................................................... 25
4.5.2 Análise química do solo .................................................................. 26
4.5.3 Semeadura ..................................................................................... 27
4.5.4 Controle químico ............................................................................. 27
4.5.5 Colheita ........................................................................................... 28
4.5.6 Avaliação e análise dos dados ........................................................ 28
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................... 31
5.1 Condições meteorológicas ..................................................................... 31
5.2 Componentes do rendimento ................................................................. 32
5.3 Rendimento final .................................................................................... 34
6 CONCLUSÃO................................................................................................ 37
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 38
9
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 39
ANEXOS .......................................................................................................... 44
10
1 INTRODUÇÃO
Os solos brasileiros possuem como característica em geral uma baixa
fertilidade, necessitando freqüentemente de reposição de nutrientes orgânicos
e/ou minerais através da aplicação de insumos fertilizantes. Na produção
agrícola, a necessidade nutricional das plantas cultivadas é suprida com
aplicação adequada de fertilizantes no solo. Estes são elementos minerais que
se encontram prontamente disponíveis para absorção da planta a fim de suprir
suas necessidades nutricionais (CIANCIO, 2010).
Nos últimos anos a utilização de fertilizantes solúveis para adubação de
plantas cultivadas teve um grande crescimento, resultando também no
incremento de rendimento das culturas. Porém quando aplicados de forma
errônea podem conduzir o solo a um processo de degradação, causando
danos ao meio ambiente e favorecendo surgimento de sintomas nutricionais
nas lavouras. Desta forma, surge uma opção aos fertilizantes solúveis, que são
as rochas, moídas e aplicadas ao solo na forma de pó, prática denominada
“rochagem” (Theodoro e Leonardos 2006, apud RAMOS et al., 2013).
Segundo Sékula (2011), a utilização de pó de rocha pode também
tornar-se uma solução econômica e ambiental vantajosa para a fertilização de
solos do Brasil, pois não exige solubilização industrial e processos de
concentração. Muitas vezes estão prontos para o uso e possuem baixos custos
de produção (extração e custos de esmagamento quando necessário, não
excede US$ 10 por tonelada). Por ser uma matéria-prima com fácil exploração
que se encontra distribuída em várias regiões do país.
Nota-se que pesquisas científicas têm sido realizadas com maior
freqüência
visando
técnicas
alternativas
de
adubação
com
cunho
agroecológico. Num futuro próximo, este sistema de produção pode
proporcionar aos agricultores práticas de manejo com baixo custo e menos
agressivas ao meio ambiente, além de reduzir a dependência do país com
exportação de produtos sintéticos ou não naturais.
O presente estudo teve como objetivo avaliar os componentes de
rendimento da cultura do feijão sob condições de fertilizantes alternativos.
11
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Analisar os componentes de rendimento da cultura do feijão submetida à
prática de rochagem.
2.2 Objetivos Específicos
- Determinar o rendimento de grãos (kg.ha-1).
- Verificar a altura e peso de plantas.
- Avaliar o número de vagens por planta.
- Avaliar o número de grãos por planta.
- Analisar o peso de grãos por planta.
.
12
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 A Cultura do Feijão
O gênero Phaseolus originou-se das Américas e possui cerca de 55
espécies. O feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L.) é a espécie mais cultivada
dentre as demais do gênero, e contribui com cerca de 95% da produção
mundial de Phaseolus (SANTOS; GAVILANES, 2006). É uma leguminosa
bastante difundida em todo território nacional, sendo o estado do Paraná o
maior produtor de feijão da região sul, contribuindo com 74% (816,0 mil
toneladas) da produção, seguido de Santa Catarina (15%) e Rio Grande do Sul
(11%), conforme dados do IBGE (2012).
Cultivado preferencialmente como cultura de subsistência em pequenas
propriedades, nos últimos anos, houve um crescente interesse de médios e
grandes produtores, cujo sistema de produção adota tecnologias mais
intensivas (YOKOYAMA; BANNO; KLUTHCOUSKI, 1996). O rendimento médio
de feijão no Brasil gira em torno de 700 kg/ha. Em alguns estados essa média
supera 1.000 kg/ha e, os agricultores brasileiros que utilizam alta tecnologia já
ultrapassaram a marca de 3.000 kg/ha (BORÉM; CARNEIRO, 2006). O feijão
destaca-se também pela boa adaptação às mais variadas condições
edafoclimáticas do Brasil e como importante fonte de proteína na dieta
alimentar do povo brasileiro (YOKOYAMA; BANNO; KLUTHCOUSKI, 1996).
Segundo Posse et al. (2010), a produção apresenta certa sazonalidade
que é traduzida em três safras não muito bem definidas no tempo. A 1ª safra
(“safra das águas”) ocorre entre agosto e março. A 2ª safra (“safra seca”)
ocorre entre janeiro e julho. A 3ª safra (“safrinha” ou “safra irrigada”) ocorre
entre os meses de maio e outubro. A produtividade da cultura tem crescido nos
últimos anos, onde os estados da região central do país apresentam os
maiores rendimentos.
3.2 Fenologia
A planta do feijão é constituída por um sistema radicular formado por
uma raiz principal, ou primária, da qual se desenvolvem, lateralmente, as raízes
13
secundárias e terciárias no solo e, acima deste, um caule ou haste principal, da
qual partem os ramos laterais que emergem das axilas das folhas da haste
principal, inflorescência, fruto e semente. Como em muitas leguminosas, na
raiz do feijão existem nódulos com bactérias (Rhizobium spp.) capazes de fixar
nitrogênio para a planta. As cultivares de feijão são classificadas, segundo seu
hábito de crescimento, em tipo determinado e indeterminado (SANTOS;
GAVILANES, 2006).
Segundo Portes, Kluthcouski, Oliveira (2009, P. 48), “ao longo do ciclo
biológico da planta de feijão, ocorrem alterações morfológicas resultando em
eventos periódicos que podem ser bem caracterizados visualmente”. De acordo
com os mesmos autores (p. 49-54), no desenvolvimento da planta do feijão
foram caracterizadas cinco etapas dentro da fase vegetativa e cinco dentro da
fase reprodutiva. A nomenclatura significa “V” de vegetativa e “R” de
reprodutiva e o número é a respectiva etapa. Sendo elas, germinação (V0);
emergência (V1); folhas primárias (V2); primeira folha trifoliolada (V3); terceira
folha trifoliolada (V4); pré-floração (R5); floração (R6); formação de vagens
(R7); enchimento de vagens (R8); e maturação fisiológica (R9).
Em conformidade com essa caracterização no ciclo biológico do feijão,
Santos e Gavilanes (2006, p. 58) esclarecem que desde o momento em que as
sementes são postas para germinar, inicia-se o período vegetativo, que
perdura até o aparecimento do primeiro botão floral nas cultivares de hábito de
crescimento determinado, ou da primeira inflorescência, nos cultivares de
habito indeterminado.
O ciclo vegetativo da maioria das variedades é de 80 a 105 dias
aproximadamente, podendo haver algumas cultivares com ciclo mais precoce.
O surgimento das flores inicia-se em até 45 dias após a emergência no solo,
podendo haver uma margem maior ou menor conforme a cultivar. A floração
dura aproximadamente 12 a 20 dias. Os frutos do feijoeiro são do tipo vagem, e
possuem geralmente de 3 a 6 grãos, podendo apresentar até 10 (VIEIRA,
1978).
3.3 Necessidade de nutrientes da planta
14
Segundo Oliveira et al. (1996, P. 174), o crescimento da planta é
harmonioso em todo o seu ciclo, e a fase de maior alongamento da planta,
tanto da parte aérea como da raiz, coincide com a maior absorção de
nutrientes.
Os
macronutrientes
são
elementos
essenciais
para
o
normal
crescimento e desenvolvimento das plantas, entre eles estão o nitrogênio (N),
fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca) e enxofre (S) (VIEIRA, 1978).
Na planta do feijão há maior exigência de nutrientes disponíveis a partir
de 40 dias após a germinação, e entre 60 e 70 dias após a germinação ocorre
o pico de exigência para a produção de matéria verde e, posteriormente,
formação de vagens e grãos e também da manutenção de suas atividades
fisiológicas normais (OLIVEIRA et al., 1996).
Ainda segundo Oliveira et al (1996, p. 169), uma população de 250.000
plantas de feijoeiro/ha, na maturação, retira do ambiente 102 kg de nitrogênio,
9 kg de fósforo, 93 kg de potássio, 54 kg de cálcio, 18 kg de magnésio e 25 kg
de enxofre. Sobre as exportações os mesmos autores indicam que as cada
tonelada de grãos obtida são de aproximadamente 35 kg, 4 kg, 15 kg, 3 kg, 3
kg, 6 kg, desses mesmos nutrientes, respectivamente. Dessa forma parte dos
nutrientes absorvidos pelas plantas não é repassada para os grãos, ficando
retira na palhada.
Haag et al., (1967, apud ROSOLEM, 1987, p. 4) afirma que “o feijoeiro
absorve todo nitrogênio, potássio e cálcio que necessita nos primeiros 50 dias;
o magnésio e o enxofre aos 70 e 60 dias, respectivamente; o fósforo não
apresenta época preferencial”.
Já Rosolem (1987, p. 17) afirma que “[...] existem diferenças entre
cultivares da mesma espécie quanto à sua capacidade de absorção de
nutrientes, e mesmo em sua eficiência em transformar o nutriente absorvido em
produção.”
As carências dos macronutrientes causam sintomas visíveis na planta.
Deficiência de N está ligada com o menor desenvolvimento, folhas de
coloração verde-amareladas; a deficiência de P relaciona-se com menor
desenvolvimento com folhas verde-escuras e poucas flores; a deficiência de K
é relacionada com o crescimento prejudicado e necrose marginal das folhas; a
deficiência de Ca com pequeno desenvolvimento, murchamento de caule,
15
pecíolos, brotos, vagens e queda de precoce de folhas; a deficiência de Mg
com clorose em folhas velhas seguida por amarelecimento e pontos
necrosados e; a deficiência de S com folhas amareladas (VIEIRA, 1978).
Para se conseguir o melhor desempenho da planta, a disponibilidade de
nutrientes logo após a germinação é essencial para o estabelecimento da
cultura. A combinação de práticas agrícolas e manejo adequado têm influência
direta no estado nutricional da planta, resultando em maior ou menor teto de
produtividade (OLIVEIRA; ARAUJO; DUTRA, 1996).
3.4 Rochagem
A utilização de pó de rocha como fertilizante alternativo para o solo é
uma prática relatada há várias décadas, com o intuito de reduzir o custo de
produção das culturas pelo uso de adubos minerais (MADELEY, 1999, apud
CASTRO, 2006). Esta prática vem se difundindo cada vez mais em várias
regiões do Brasil, principalmente na agricultura familiar, devido aos resultados
positivos proporcionados.
A Lei Nº 10.831, de 23 de dezembro de 2003, que dispõe sobre a
agricultura orgânica, e a Instrução Normativa Nº 007 de 17 de maio de 1999
relaciona entre os insumos permitidos as “farinhas e pós de rochas”.
Os pós de rocha apresentam como características a composição
multielementar e a capacidade de solubilização lenta, que são apropriadas para
a utilização em sistemas de produção alternativos e em condições altamente
favoráveis à lixiviação de nutrientes, principalmente em solos tropicais
degradados (VAN STRATEN, 2006).
A aplicação direta ao solo de rochas e minerais moídos, ricos em
nutrientes, é mais apropriada nas plantas com crescimento lento, tais como as
árvores frutíferas perenes, nos produtos florestais e na maior parte dos plantios
de bicombustíveis (cana-de-açúcar). Entretanto, pequenos produtores também
relataram bons resultados com o uso de rocha combinada com outros
nutrientes mais solúveis (VAN STRAATEN, 2010).
Conforme Beneduzzi (2011, p. 23),
Os elementos são liberados dos minerais pelos processos de
intemperismo, ou seja, as rochas são submetidas a processos que
ocasionam a desintegração e decomposição da estrutura. Como a
16
composição da rocha é bastante variada em espécies mineiras, cada
uma libera seus elementos em velocidades diferentes. Para que
ocorra a liberação dos elementos que compões as rochas, elas
devem ser submetidas as alterações físicas e químicas. O
intemperismo físico corresponde a uma desagregação da estrutura da
rocha sem haver mudança na composição química. Quando a
estrutura dos minerais é quebrada trata-se de alterações químicas.
A maioria das rochas objetos de pesquisas encontradas na literatura é
de rochas silicáticas, com distribuição ampla e variável no território nacional
(MARTINS et al., 2008). Entre os diversos silicatos, há grande interesse
naqueles que possuem os minerais do tipo flogopita, biotita ou feldspatóides
porque contêm K em sua composição, além de outros macronutrientes, como
Ca, alguns micronutrientes como Cu e Zn e por apresentarem maior
solubilidade (NASCIMENTO; LAPIDO-LOUREIRO, 2004).
De acordo com Osterroht (2003) somente as rochas ígneas, formadas
por minerais silicatados, apresentam benefícios para a agricultura. Em uma
comparação mineralógica de duas rochas de origem vulcânica (basalto e
granito) demonstrou que o basalto é mais pobre em Si e mais rico nos demais
nutrientes, exceção de Al, Na e K. Além disso, a família do basalto apresenta
menos resistência ao intemperismo por força de sua composição mineralógica.
3.5 Serpentinito
Serpentinitos
são
rochas
metamórficas
ultrabásicas,
formadas
principalmente pelos óxidos de cálcio, magnésio e silício, possuindo menos de
45% de sílica, e pertencem ao grupo mineralógico da serpentina, que
normalmente é formado pela antigorita, lizardita e crisotila (CARMIGNANO,
2014).
Para a utilização desse material na agricultura, o serpentinito deve
passar por processos físico-químicos que transformem silício insolúvel em
formas disponíveis para a absorção vegetal (LIMA; VITTI; ZONTA, 2008).
Diversos autores estudaram a possibilidade de uso da rocha serpentinito
na agricultura, seja como fonte de silício e magnésio, seja participando de
fertilizantes como o termofosfato, ou mesmo corrigindo a acidez de solos
(CARMIGNANO, 2014).
17
A presença significativa do silício entre outros minerais em sua
composição favorecem a reposição de minerais no solo, que por sua vez
auxiliam o desenvolvimento de microrganismos que podem produzir ácidos
húmicos, o que vem a contribuir para uma disponibilidade dos nutrientes de
forma mais equilibrada (PRATES et al., 2014).
A absorção e o metabolismo do silício nas plantas têm sido relacionado
à resistência ao ataque de pragas, devido a sua polimerização celular e
formação de barreiras mecânicas celulares e, conseqüente, aumento da
resistência celular através da garantia da integridade e estabilidade das
membranas, além de apresentar-se como corretivo agrícola (LIMA FILHO,
2009).
As reservas desta rocha estão bem distribuídas no Brasil e podem ser
encontradas nos estados da Bahia, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso
do Sul, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul, Sergipe e São Paulo
(DNPM, 2006), sendo o principal mercado consumidor as empresas
siderúrgicas, que o usam como agente fundente. Outras aplicações para o
serpentinito são: como rochas ornamentais e como matéria-prima para a
produção de compósitos de matriz cerâmica (CARMIGNANO, 2014).
3.6 Basalto
O basalto é uma rocha básica, de origem vulcânica que, com granulação
fina, está dentre as rochas disponíveis para emprego na agricultura. Seus
principais constituintes minerais são aluminosilicatos do grupo dos piroxênios e
plagioclásios, pouco resistentes ao intemperismo químico e importantes fontes
de Ca, Mg e micronutrientes (HANISCH et al., 2011).
É o principal material que originou os solos da região de sul do Brasil,
portanto, matéria prima de alta disponibilidade, aparecendo como uma opção
natural, mesmo havendo algumas limitações quanto o uso deste fertilizante,
devido ao tempo necessário para sua intemperização, necessitando ser
aplicado na forma moída, como pó fino (PLEWKA et al., 2009).
Estudos conduzidos por Knapik e Angelo (2007) com pó de basalto
envolvendo a produção de uma espécie arbórea, o pessegueiro-bravo (Prunus
sellowii Koehne), indicou que mudas produzidas no substrato com pó de
18
basalto acumularam mais Ca, Mg, B, Cu e Fe nas folhas, o que pode ser um
resultado promissor para o controle de algumas pragas.
Melo et al. (2012), avaliando doses de basalto moído nas propriedades
químicas de um Latossolo Amarelo distrófico da savana de Roraima concluiu
que, o pó de rocha basáltica pode ser considerado como uma fonte alternativa
de fertilizante e corretivo do solo, dependendo da composição da rocha, da
granulometria do pó de rocha e das condições do solo.
3.7 Filito
O filito é uma rocha metamórfica de granulação fina, intermediária entre
a rocha ardósia e o micaxisto. Os filitos são compostos por carbonatos (40%),
epidotos (25%), e quartzo com 20%. Os demais minerais que compõem a
matriz mícritica são plagioclásios, hornblendas, biotitas, micas, augitas e Kfeldspato. Tal composição demonstra que os minerais formadores destas
rochas prestam-se perfeitamente ao uso agrícola, segundo os preceitos da
rochagem, pois podem conter quantidades apreciáveis de Ca, Mg, P e muitos
micronutrientes. (THEODORO et al., 2009).
De modo geral a rocha é bastante friável e apresenta-se com um
aspecto sedoso, conseqüência do brilho que tem a maior parte dos filossilictos
que compõe. Essa estrutura reflete tanto a ocorrência da deformação
metamórfica como a predominância de minerais placóides, micáceos e de
granulometria fina (RIBEIRO, 2003).
Dependendo de sua composição mineralógica os filitos apresentam-se
com cores variando de cinza escura a esbranquiçada passando por tonalidades
esverdeadas e amareladas, devido ao maior conteúdo em ferro solubilizado
pela ação da água pluvial que penetra através do solo mais permeável
(RIBEIRO, 2003).
Theodoro et al. (2009), realizaram testes com filitos, margas e
sedimentos retidos no reservatório de Tucuruí, no estado do Pará, na
implantação de um sistema agroflorestal (SAF). As quantidades encontradas
de nutrientes nos sedimentos favoreceram o seu uso como remineralizadores
dos solos da área de entorno do reservatório. Adicionalmente, a quantidade de
matéria orgânica que constitui a grande parte dos sedimentos depositados no
19
reservatório favorece o desempenho dos sedimentos como insumo agrícola.
Além dessas características positivas, o acréscimo de pó de rocha (filitos
carbonáticos) atua como uma fonte suplementar dos principais nutrientes, (Ca
e Mg), que ocorrem nos carbonatos presentes nas rochas.
3.8 Gesso Agrícola
O gesso agrícola é um subproduto da indústria de fertilizantes
fosfatados.
Sua
composição
química
é
sulfato
de
cálcio
hidratado
(CaSO4.2H2O). É um sal de caráter praticamente neutro e, dessa maneira, não
tem efeito prático na mudança da acidez do solo, apesar de ter sido
recomendado e aplicado com tal finalidade ao final dos anos 70 e início dos 80
(TANAKA; MASCARENHAS, 2002).
O material disponível no Estado de Santa Catarina é um subproduto
industrial derivado da fabricação do ácido fosfórico. Por conter resíduos de
fósforo na sua composição (0,7% a 0,9% P2O5), é erroneamente chamado de
fosfogesso. Na sua composição química básica, o gesso agrícola contém os
elementos cálcio (17% a 20%), enxofre (14% a 17%) e água livre (15% a 20%)
(NUERNBERG; RECH; BASSO, 2005).
Apresenta-se como um pó branco e fino. Quando muito seco, dificulta a
sua aplicação devido à formação de grande quantidade de pó. Um teor de
umidade entre 10% e 15% facilita sua aplicação. Sendo cerca de 150 vezes
mais solúvel que o calcário e mais móvel que este, seu efeito pode ser
observado em camadas de solo mais profundas (NUERNBERG; RECH;
BASSO, 2005).
O gesso não corrige a acidez e nem tampouco diminui o Al +3 trocável do
solo. A função do gesso é alterar a forma iônica do Al (tri-valente e mais tóxica)
para uma forma menos tóxica. Neste sentido, o gesso pode ser utilizado para
melhoria do ambiente radicular em profundidade. Tal produto é condicionador
de solo e possui alta mobilidade no perfil, capaz de disponibilizar os íons Ca +2 e
SO4-2 em solução e de ser lixiviado, enriquecendo de nutrientes as camadas
subsuperficiais e reduzindo a saturação por Al+3 em profundidade. Desta forma,
a utilização do gesso possibilita o desenvolvimento das raízes em profundidade
20
ampliando o volume de solo a ser explorado e a tolerância das plantas à seca
(ARF et al., 2014).
Em estudo conduzido por Soratto, Crusciol e Mello (2010), avaliando o
efeito da aplicação de calcário e gesso em superfície, na implantação do SPD,
nos componentes da produção e na produtividade de grãos de cultivares de
arroz e feijão, num Latossolo Vermelho Distroférrico, durante o agrícola de
2003/2004, no município de Botucatu, SP, concluiu-se que a aplicação de
gesso reduz o número de vagens por planta da cultivar Carioca, mas não altera
outros componentes da produção e a produtividade da cultura.
21
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Local do Experimento
O experimento foi implantado a campo na safra agrícola 2015/2016 na
propriedade do Sr. Victor Borsoi, localizado na linha Colônia Bacia, interior do
município de Chapecó situado no oeste do estado de Santa Catarina.
Coordenadas geográficas -26°59’49,11” S, -52°42’7,51” W, a 660m acima do
nível do mar (Google Earth Pro, 2015).
Figura 1 – Imagem aérea do local do experimento resposta ao uso de
diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015.
Fonte: Adaptado de Sistema de Informações Geográficas de Santa Catarina (SIG@SC).
4.2 Condições Edafoclimáticas
O solo da região onde o experimento foi implantado caracteriza-se como
Latossolo Vermelho Distrófico Típico com textura argilosa (Embrapa, 2013), o
clima da região é do tipo Cfa na classificação de Köeppen, sendo subtropical
com chuvas bem distribuídas no verão, com temperatura média entre 18ºC e
30ºC (MOTA, 1985).
22
As condições meteorológicas, temperatura do ar (ºC) e a precipitação
(mm), durante o período do experimento foram acompanhadas pela Estação
Meteorológica do CEPAF/EPAGRI de Chapecó.
4.3 Tratamentos e delineamento experimental
Na Tabela 1 são apresentados os tratamentos e as quantidades
aplicadas de pó de rocha em cada parcela na área experimental.
Foi utilizado o delineamento experimental de blocos ao acaso (DBC),
com
seis
tratamentos
e
quatro
repetições,
totalizando
24
unidades
experimentais abrangendo uma superfície de 216 m². As dimensões das
parcelas foram 3,0 x 3,0 m, obtendo-se um área útil de 9 m².
Em cada parcela o espaçamento utilizado foi de 0,5m entre linhas com
doze plantas por metro linear, totalizando seis linhas de cultivo com
comprimento de 3 m. Na Figura 2 demonstra-se o esquema de delineamento.
Tabela 1 – Tratamentos utilizados no experimento resposta ao uso de
diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015.
Tratamento Descrição
T1
Pó de basalto (2 ton/ha)
T2
Pó de serpentinito (2 ton/ha)
T3
Pó de filito (2 ton/ha)
T4
Pó de gesso agrícola (2 ton/ha)
T5
Pó de serpentinito (3 ton/ha) e gesso agrícola (1 ton/ha)
T6
Testemunha
23
Figura 2 – Croqui do experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó
de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015.
Fonte: elaboração do autor.
4.4 Caracterização dos pós de rocha
As amostras dos pós de rocha (basalto, serpentinito, gesso e filito)
utilizadas no experimento foram doadas pela Mineradora BK, com sede na
cidade de Piên, estado do Paraná. O material encontrava-se guardado no
Viveiro Florestal da Universidade Comunitária da Região de Chapecó –
Unochapecó, na cidade de Chapecó, SC.
4.4.1 Pó de Basalto
Tabela 2 – Composição química básica do pó de basalto utilizado no
experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura
do feijão, Chapecó, SC, 2015.
Composição
Resultado (%)
Dióxido de Silício – SiO2
51,13
Óxido de Alumínio Al2O3
13,99
Óxido de Ferro – Fe2O3
13,48
Óxido de Cálcio – CaO
10,79
Óxido de Magnésio – MgO
6,7
Óxido de Potássio – K2O
0,51
Óxido de Sódio – Na2O
2,1
Óxido de Manganês - MnO
0,19
Pentóxido de Fósforo – P2O5
0,12
Fonte: BK Mineradora, Piên – PR.
24
4.4.2 Pó de Serpentinito
Tabela 3 - Composição química básica do pó de serpentinito utilizado no
experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura
do feijão, Chapecó, SC, 2015.
Composição
Resultado (%)
Dióxido de Silício – SiO2
39,27
Óxido de Magnésio – MgO
35,47
Óxido de Ferro – Fe2O3
8,01
Óxido de Alumínio Al2O3
1,12
Óxido de Cálcio – CaO
0,58
Perda ao Fogo – PF
13,64
Fonte: BK Mineradora, Piên – PR.
4.4.3 Pó de Gesso Agrícola
Tabela 4 - Composição química básica do pó de gesso agrícola utilizado no
experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura
do feijão, Chapecó, SC, 2015.
Composição
Resultado (%)
Óxido de Cálcio – CaO
20
Enxofre – S
14
Fonte: BK Mineradora, Piên – PR.
4.4.4 Pó de Filito
Tabela 5 - Composição química básica do pó de filito utilizado no experimento
resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão,
Chapecó, SC, 2015.
Composição
Resultado (%)
Óxido de Cálcio – CaO
1,96
Pentóxido de Fósforo – P2O5
0,22
Óxido de Magnésio – MgO
1,65
Óxido de Potássio – K2O
4,35
Óxido de Sódio – Na2O
0,14
2
Óxido de Ferro – Fe O
3
4,19
Dióxido de Silício – SiO2
68,84
Óxido de Alumínio Al2O3
15,32
Perda ao fogo
3,65
Fonte: BK Mineradora, Piên – PR.
25
4.5 Manejo do experimento
4.5.1 Implantação
A área utilizada para realizar o experimento encontrava-se em pousio,
nela já havia sido cultivado erva-mate, porém, sem a aplicação de fertilizantes
ou corretivos agrícolas. No dia 29 de agosto foi realizada uma gradagem com
trator agrícola para revolvimento do solo e eliminação de restos culturais.
Figura 3 - Vista geral da área do experimento resposta ao uso de diferentes
tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015.
Fonte: elaboração do autor.
A implantação do experimento ocorreu no dia 02 de setembro. Após o
dimensionamento das parcelas e demarcação das linhas de cultivo, com auxílio
de trena métrica, foram incorporadas nas linhas as doses definidas de cada
tratamento. Através de conversão matemática cada dose foi pesada, com
auxílio de uma balança, obtendo-se a quantidade necessária para cada parcela
de 9m²: T1 – 1,8 kg (0,2 kg/m²); T2 – 1,8 kg (0,2 kg/m²); T3 – 1,8 kg (0,2 kg/m²);
T4 – 1,8 kg (0,2 kg/m²); T5 – mistura de 2,7 kg (0,3 kg/m²) de serpentinito e 0,9
26
kg (0,1 kg/m²) de gesso agrícola; T6 – Testemunha. Não houve aplicação de
qualquer outro tipo de fertilizante nas unidades experimentais.
Figura 4 - Aplicação dos pós de rocha no experimento resposta ao uso de
diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015.
Fonte: elaboração do autor.
4.5.2 Análise química do solo
Durante o período experimental foi realizada uma amostragem de solo,
coletando-se uma subamostra em cada parcela testemunha, gerando uma
amostra composta para caracterizar o solo. O equipamento utilizado foi um
trado holandês, a profundidade da amostra de solo foi de 20 cm.
O material foi encaminhado ao Laboratório de Análises Químicas e
Físicas da EPAGRI/CEPAF de Chapecó – SC. O relatório é representado
abaixo através de laudo digital.
27
Figura 5 - Laudo da análise do solo coletado na área do experimento resposta
ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó,
SC, 2015.
Fonte: Laboratório de Análise de Solos – CEPAF/EPAGRI, Chapecó – SC.
4.5.3 Semeadura
A semeadura foi realizada com o equipamento saraquá, alta densidade
de sementes e espaçamento de 0,5m entre linhas, sendo seis linhas cada
parcela. Foi escolhida a cultivar carioca, popularmente conhecida pelos
produtores da região como “precocinho” com ciclo de 75 dias, hábito de
crescimento indeterminado e porte ereto.
Dez dias após a emergência das plântulas foi feito raleio de plantas
objetivando manter 12 plantas por metro linear representando uma população
de 240000 plantas/ha.
4.5.4 Controle de pragas
28
Durante os estádios V2 e V3 foi observado alta infestação de vaquinha
(Diabrotica speciosa) na área experimental. O controle químico foi efetuado
com inseticida ENGEOTM PLENO, ingrediente ativo TIAMETOXAM e LABDACIALOTRINA, inseticida de contato e ingestão do grupo químico dos
piretróides. A dose utilizada foi3 ml em um volume de calda de 5 litros,
conforme recomendação técnica do fabricante. Foi utilizado um pulverizador
costal e devidos EPI’s.
4.5.5 Colheita
Foi realizada no dia 3 de dezembro de forma manual, coletando todas as
plantas de cada parcela e acondicionando-as em sacos identificados para não
misturar as plantas de um tratamento com outro. Não foi considerado faixa de
bordadura em cada parcela devido a não haver espaçamentos de caminho
entre as parcelas, o que proporcionar menor competição com outras plantas e
maior incidência solar nas plantas das extremidades das parcelas.
Depois de realizado esse trabalho, o material foi transportado para uma
sala localizada no Viveiro Florestal da Unochapecó a fim de serem avaliados.
Figura 6– Colheita das plantas realizada no dia 3 de dezembro de 2015 no
experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura
do feijão, Chapecó, SC, 2015.
Fonte: Elaboração do autor.
4.5.6 Avaliação e análise dos dados
29
Para avaliação das variáveis foram coletadas dez plantas de cada
parcela de forma aleatória determinando individualmente: altura da planta, peso
da planta inteira, número de vagens, número de grãos por vagem e peso dos
grãos.
Figura 7 – Avaliação das variáveis analisadas no experimento resposta ao uso
de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015.
Fonte: Elaboração do autor.
O beneficiamento das demais plantas, a fim de obter o rendimento final
por parcela, foi realizado de forma manual onde as plantas eram
acondicionadas em uma bolsa e em seguida batidas com auxílio de um cabo
de madeira, pelas vagens estarem secas, naturalmente os grãos eram
separados da vagem depositando-se no fundo da bolsa. Após isso, foi feita a
separação e limpeza dos grãos de cada tratamento.
A pesagem dos grãos para determinação do rendimento por parcela foi
feita em balança analítica de precisão considerando-se uma umidade corrigida
para 13%.
30
Figura 8 – Correção da umidade dos grãos colhidos no experimento resposta
ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó,
SC, 2015.
Fonte: Elaboração do autor.
Os dados foram submetidos à análise de variância com uso do software
Assistat, utilizando o teste de Scott-Knott na comparação múltipla de médias
das variáveis avaliadas.
31
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Condições meteorológicas
De acordo com a Tabela 3, a produtividade média do experimento foi
2.276,12 kg.ha-1, o que pode ser explicado devido ao excesso de chuvas
durante o ciclo da cultura, que foi de 91 dias, já que a cultivar se caracteriza
como super precoce. A cultura do feijão exige um mínimo de 300 mm de
precipitação, sendo que melhores produtividades são obtidas com 340 a 370
mm (VIEIRA, PAULA JÚNIOR, BORÉM, 2006). A precipitação acumulada do
período entre a semeadura e a colheita foi de 819,2 mm, segundo o banco de
dados da Estação Meteorológica do CEPAF/EPAGRI, localizada em Chapecó,
SC. Épocas de excesso de chuva podem prejudicar a qualidade das sementes
devido à alta umidade (COMISSÃO TÉCNICA SUL-BRASILEIRA DE FEIJÃO,
2012).
Figura 9 - Volume de precipitação mensal registrado pela Estação
Meteorológica do CEPAF/EPAGRI próximas a área do experimento resposta
ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó,
SC, 2015, Chapecó, SC.
Precipitação média mensal (mm)
335,2
274,8
209,2
set/15
out/15
nov/15
Fonte: Elaboração do autor.
Outro fato observado foi que cinco dias após a semeadura houve
incidência de geada, mesmo não afetado drasticamente o experimento o
fenômeno pode ter interferido no desenvolvimento inicial da cultura.
32
Figura 10 – Condições de temperatura registradas pela Estação Meteorológica
do CEPAF/EPAGRI próximas a área do experimento resposta ao uso de
diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015.
35
Mínima
Máxima
Média
30
25
20
15
10
5
0
Semeadura
02/09
Emergência
07/09
*Geada*
12/09
Floração
25/10
Enchimento
de grãos
09/11
Maturação
fisiológica
30/11
Fonte: Elaboração do autor.
5.2 Componentes do rendimento
A Tabela 6 apresenta que nas características agronômicas avaliadas.
Foram detectadas diferenças significativas entre os tratamentos. Na variável
altura de planta apenas o tratamento T1 (Testemunha) apresentou-se inferior
aos demais tratamentos, como já esperado, devido não ter recebido nenhuma
fonte complementar de nutrientes durante o ciclo da cultura. Motta et al. (1992)
trabalhando em um Latossolo Roxo com doses crescentes variando de 0 a 50
t/ha de pó de basalto encontraram acréscimos na altura de aveia, com maior
crescimento nas doses mais altas de basalto em relação à testemunha. O
efeito positivo nos demais tratamentos pode estar relacionado com a grande
presença de Ca e Mg em comum na composição química das rochas
estudadas, pois estes elementos estão diretamente ligados com o processo de
fotossíntese e desenvolvimento da parede celular da planta (FAQUIN, 2005).
O peso da planta é resultado do desenvolvimento da planta, tanto em
massa verde quanto em altura. Os tratamentos que obtiveram os melhores
resultados foram T4 e T5, onde o gesso estava presente de forma única ou
33
combinado com serpentinito. Em sua composição, o gesso agrícola possui
grande porcentagem de enxofre (S) e este nutriente é relacionado por autores
como essencial para a nodulação e fixação biológica de nitrogênio. Estudo
realizado em vasos por Beneduzzi (2011), mostrou que adição de 5 ton.ha-1 de
pó de basalto produziu mais matéria verde em plantas de feijão em relação ao
tratamento sem adição do pó de rocha. Porém a dose de pó de basalto (T1)
utilizada neste estudo foi inferior a utilizada pelo autor citado, o que pode se
justificar pela produção de MV superior a testemunha (T6) e inferior em relação
a aos tratamentos com gesso (T4 e T5).
Quanto ao número de vagens por planta, verificou-se que apenas os
tratamentos T2 e T6 obtiveram médias inferiores aos demais tratamentos. Em
estudos realizados por outros autores a média de vagens por planta fica entre
12 e 15. Em cultivo convencional Vogt et al. (2012) conduzindo experimento
com feijão do grupo carioca em um Latossolo Vermelho Distrófico no município
de Papanduva, SC, avaliou as características agronômicas de várias cultivares
do grupo na ausência e presença de plantas daninhas infestantes na área
experimental e obtendo um média de 13 vagens por planta. Em comparação
pode-se
supor
que
os
tratamentos
forneceram
nutrientes
para
o
desenvolvimento das culturas obtendo valores aproximados aos de alto
rendimento.
Quanto ao número e peso de grãos por planta, os resultados
significativos seguiram aos obtidos pelo número de vagens por plantas, com os
tratamentos T2 e T5 tendo os menores resultados. O tratamento que obteve
maior peso de grãos foi o T4 (2 ton/ha de gesso agrícola), conseqüentemente
deveria ser o tratamento com maior rendimento em ton/ha, porém na análise
estatística o maior rendimento foi do tratamento de filito (T3) o que pode estar
relacionado à amostragem de plantas utilizadas para avaliar os componentes
de rendimento, que foram de 10 plantas por parcela. Já o rendimento final foi
determinado através de todas as plantas colhidas na parcela, podendo haver
uma distorção na extrapolação dos dados.
Em estudo realizado por Soratto, Crusciol e Mello (2010) mostrou que o
número de grãos por vagem não foi influenciado pela aplicação de gesso.
Almeida et al. (2004, apud FERREIRA, ALMEIDA, MAFRA, 2009) conduzindo
estudos com saprólito de basalto em um Nitossolo Háplico no município de
34
Urupema - SC com doses de até 32 ton.ha-1 na cultura do feijão, não
observaram diferenças no número de vagens por plantas e no número de grãos
por vagem em função dos tratamentos, sendo que a produtividade média
obtida foi de 1.403 Kg ha-1.
Num trabalho publicado por Vogt et al. (2012), a competição por água e
luz e nutrientes resultou em perdas de produtividade de 42,2% a 68,6%,
existindo a hipótese de que há diferença significativa entre genótipos de feijão
do grupo carioca para a habilidade competitiva com plantas daninhas.
Tabela 6 - Componentes do rendimento avaliados na cultura do feijão em
resposta ao uso de diferentes tipos de pó de rocha, Chapecó, SC, 2015.
Altura da
Número
Número
Peso de
Peso da
Tratamento
planta
de vagens de grãos
grãos por
planta (g)
(cm)
por planta por planta planta (g)
T1
52,85 a
47,07 b
12,10 a
52,70 a
17,83 a
T2
53,65 a
45,67 b
10,65 b
46,02 b
15,04 b
T3
52,12 a
53,09 b
11,57 a
49,42 a
17,83 a
T4
54,30 a
60,73 a
13,42 a
53,20 a
19,54 a
T5
57,52 a
65,85 a
12,97 a
54,75 a
18,25 a
T6
47,12 b
30,81 c
9,77 b
39,00 b
12,70 b
52,92
50,54
11,75
49,18
16,86
Média
As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si. Foi aplicado o
Teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade. T1 – 2 ton/ha basalto; T2 – 2 ton/ha
serpentinito; T3 – 2 ton/ha filito; T4 – 2 ton/ha gesso; T5 – 3 ton/ha serpentinito, mais 1 ton/ha
serpentinito; T6 – Testemunha.
A resposta do feijão aos tratamentos testados possivelmente foram
limitada pela distribuição irregular de chuvas, que estiveram acima da média
histórica nos meses subseqüentes à semeadura, bem como pelo pouco tempo
de reação do produto, considerando-se que as rochas testadas apresentam
dissolução lenta dos minerais.
5.3 Rendimento final
Conforme a Tabela 7, houve diferença significativa entre os tratamentos.
Essa condição evidencia que a disponibilidade de nutrientes absorvidos pelas
plantas nos diferentes tratamentos tenha sido em função da solubilização
35
desses nutrientes no solo, sendo os tratamentos T2, T3 e T5 os que
proporcionaram maior rendimento de grãos.
Ferrari (2010), conduzindo estudos em um Latossolo Vermelho no ano
agrícola de 2009/2010, município de Três Palmeiras – RS, com o objetivo de
verificar o efeito do uso de pó de rochas MB-4 (serpentinito e micaxisto), como
fonte de nutriente para a cultura do feijão combinando ou não com fertilizante
químico (NPK) obteve rendimentos médios de 2.387 kg.ha-1 sem NPK e MB-4.
Já com a adição de MB-4 (3,5 ton.ha-1) e sem NPK o rendimento foi de 3.728
kg.ha-1. O rendimento inferior deste estudo comparando as parcelas que
continham serpentinito (T2 e T5) podem ser relacionados com o tipo de solo
cultivado (solo em pousio). Já no experimento de Ferrari (2009) o cultivo foi
realizado em SPD e a aplicação do pó de rocha foi realizada três meses antes
da semeadura. Outro fator observado foi que o tratamento T5 (serpentinito +
gesso agrícola) teve um incremento de 156,54 kg.ha1 em relação ao tratamento
T2 que continha apenas serpentinito. Este acréscimo pode ser ocasionado
pelos benefícios que o gesso proporciona no desenvolvimento do sistema
radicular, havendo maior absorção de nutrientes.
Citados anteriormente, Ferreira, Almeida e Mafra (2009), não verificaram
efeito dos tratamentos com pó de basalto sobre a produtividade do feijão,
devido ao pouco tempo de reação destes no solo. Os autores concluíram que
apenas a associação de esterco aos pós de basalto tem potencial para
incrementar a produtividade do feijão, em relação ao uso do pó de basalto
isolado.
O tratamento com pó de filito (T3) obteve a melhor média de rendimento.
Devido à rocha possuir teores de fósforo (P) em sua composição, este nutriente
é conhecido por facilitar a floração, aumentar a frutificação e apressa a
maturação, isto é, contribui para uma produção maior e melhor (FAQUIN,
2005).
Tabela 7 - Médias de rendimento de feijão em resposta ao uso de diferentes
tipos de pó de rocha, Chapecó, SC, 2015.
Tratamento
Rendimento kg.ha-1
T1 – 2 ton/ha basalto
2.153,26 b
T2 – 2 ton/ha serpentinito
2.508,30 a
36
T3 – 2 ton/ha filito
2.696,17 a
T4 – 2 ton/ha gesso
1.939,40 b
T5 – 3 ton/ha serpentinito, mais 1 ton/ha serpentinito
2.664,84 a
T6 – Testemunha
1.694,77 b
Média
2.276,12
As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si. Foi aplicado o
Teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade.
Para os nutrientes serem absorvidos e transportados para o interior das
plantas há a necessidade de estarem na solução do solo e em presença de
água para que os mecanismos de transporte por fluxo de massa e difusão
aconteçam naturalmente. A dissolução dos pós de rocha é um processo muito
lento e complexo, vários fatores no solo influenciam na solubilização dos
nutrientes para absorção das plantas, como o pH e a atividade biológica
(BENEDUZZI, 2011).
Apesar da limitação no desenvolvimento, o rendimento de feijão ficou
acima da média nacional e catarinense, que para o ano agrícola 2015/2016 foi
estimada em 1.106 Kg ha-1 e 1.908 Kg ha-1, respectivamente (CONAB, 2015).
Um aspecto também observado foi a sanidade das plantas. Visualmente
foi possível detectar diferenças de tonalidade e integridade de folhas entre os
tratamentos, mesmo não sendo avaliado estatisticamente. As plantas com as
folhas mais verdes foram observadas na fase de maturação no tratamento com
pó de basalto e gesso. As maiores raízes foram observadas nas plantas de
tratamento com gesso e o número de vagens por planta foi observado nas
plantas das parcelas de filito.
Mesmo com o ataque de pragas em estádio inicial da cultura as plantas
demonstraram resposta positiva de tolerância à severidade do ataque. Após o
controle químico o desenvolvimento foi normal sem reincidência de pragas e
doenças.
37
6 CONCLUSÕES
A prática de rochagem se mostrou eficiente como fertilizante para a
cultura de feijão em um solo ácido com pH menor do que o recomendado para
a cultura.
Os melhores resultados dos componentes de rendimento foram obtidos
pelos tratamentos com gesso e a combinação de gesso e serpentinito.
Os pós de filito e serpentinito proporcionaram maiores rendimentos de
grãos de feijão. O gesso isolado e o basalto não proporcionaram aumentos
significativos em relação á testemunha.
O rendimento final da cultura foi superior a média nacional e catarinense,
corroborando a hipótese de que mesmo não tendo altos rendimentos, a prática
pode ser recomendada para sistemas agroecológicos.
O curto ciclo da cultivar usada pode não ser observado em outras de
ciclo mais longo e principalmente em casos de usos visando melhorar
desempenho de sistemas de produção com períodos maiores de observação.
38
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sugere-se que sejam realizados estudos avaliando a parte química do
solo no mesmo local do experimento a fim de identificar benefícios dos pós de
rocha na área.
Também se recomenda que estudos sejam realizados mostrando uma
curva de absorção dos nutrientes pelas plantas nos diferentes tratamentos
permitindo determinar quais materiais possuem os nutrientes mais solúveis à
planta.
39
REFERÊNCIAS
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44
ANEXOS
Anexo A – Dados meteorológicos do experimento resposta ao uso de diferentes tipos de pó
de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015, Chapecó, SC.
45
46
47
Anexo B – Pós de rocha utilizados no experimento resposta ao uso de
diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó, SC, 2015,
Chapecó, SC.
Fonte: Elaboração do autor.
48
Anexo C – Contraste visual na coloração das folhas no experimento resposta
ao uso de diferentes tipos de pó de rocha na cultura do feijão, Chapecó,
SC, 2015.
Fonte: elaboração do autor
Fonte: elaboração do autor
49
ANEXO D – QUADROS DE ANÁLISE ESTATÍSTICA
Quadro - Altura da planta
50
Quadro - Peso da planta
51
Quadro - Número de vagens
52
Quadro - Número de grãos
53
Quadro - Peso grãos
54
Quadro – Rendimento final
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