Kirk KM et al • Vigilância pós-comercialização do Pelargonium sidoides... artículo original/artigo original Vigilância pós-comercialização do Pelargonium sidoides no tratamento das tonsilofaringites comunitárias agudas de origem presumidamente viral Post-marketing surveillance of Pelargonium sidoides for treatment of presumably viral acute community acquired tonsillopharyngitis Kennedy Martins Kirk1 Pedro Garcia Garbes Netto2 Professor Assistente da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Mestre em Pneumologia pela Universidade Federal Fluminense. Master of Business Administration Executivo pela COPPEAD/UFRJ. 2 Professor Assistente do Departamento de Medicina Clínica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense. Mestre em Doenças Infecciosas e Parasitárias pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professor Convidado da Faculdade de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. 1 Rev Panam Infectol 2007;9(1):15-24 Conflicto de interés: ninguno Recibido en 8/1/2007. Aceptado para publicación en 22/2/2007. Resumo Este é um estudo observacional, prospectivo, aberto, de vigilância epidemiológica em crianças, adolescentes e adultos atendidos em consultórios e ambulatórios por todo o Brasil, com o objetivo de comprovar a segurança e efetividade do Pelargonium sidoides (Umckan®) no tratamento das tonsilofaringites agudas presumidamente virais em pacientes pediátricos e adultos na população brasileira. Após a obtenção de um termo de consentimento livre e esclarecido e verificação de critérios de inclusão e exclusão, foram avaliados 1.667 pacientes em relação ao perfil de segurança, efetividade e tolerância dos pacientes em uso clínico cotidiano do Pelargonium sidoides (Umckan®). Apenas 22 pacientes (1,4%) apresentaram eventos adversos, principalmente diarréia (cinco pacientes), exantema (três pacientes) e epigastralgia (dois pacientes). Além destes foram observados: amolecimento das fezes, urticária, epistaxe, equimose subocular, cefaléia, hiperemia com descamação em regiões de face e tronco, eructações, petéquias, hipermenorréia, edema labial (após três dias de uso), mal-estar e náuseas. Em relação à efetividade, todos os sinais e sintomas observados tiveram uma redução estatística e clinicamente significativa ao longo de sete dias de observação. Pelargonium sidoides (Umckan®) demonstrou boa ou muito boa tolerabilidade, tanto por parte dos pacientes (93%) como por parte da observação dos médicos (96,4%). Neste primeiro estudo brasileiro, Pelargonium sidoides (Umckan®) confirmou seu excelente perfil de segurança e eficácia. Palavras-chave: Fitoterapia, Vigilância de produtos comercializados, Infecções respiratórias, Vigilância epidemiológica. Abstract This observational, prospective, open-label, epidemiologic surveillance study in children, teenagers and adults, in a outpatient setting throughout Brazil has the objective to evaluate safety 15 Rev Panam Infectol 2007;9(1):15-24 and clinical effectiveness of Pelargonium sidoides (Umckan®) and his therapeutic role in presumed acute tonsillopharyngitis. After obtaining the informed consent and checking for inclusion and exclusion criteria, a total of 1,667 patients were evaluated concerning safety, clinical effectiveness and tolerability of daily use of Pelargonium sidoides (Umckan®). Only 22 patients (1,4%) presented adverse events, mainly diarrhea (5 patients), rash (3 patients) and epigastralgia (2 patients). Moreover, feces softening, urticaria, epistaxis, subocular echimosis, headache, face and trunk redness and desquamation, eructation, petechias, hipermenorrhea, labial oedema (after 3 days of use), asthenia and nauseas were observed. Concerning clinical effectiveness, all signs and symptoms observed presented statistical and clinical reduction throughout seven day of observation. Pelargonium sidoides (Umckan®) has shown good or very good tolerability, by either patients (93%) and doctors (96,4%). In this first Brazilian study, Pelargonium sidoides (Umckan®) has confirmed its excellent safety and effectiveness profile. Key words: Phytotherapy, Product surveillance, Postmarketing, Respiratory tract infections, Epidemiologic surveillance. Introdução A infecção das vias aéreas superiores (IVAS) é o tipo de infecção mais comum em toda a vida e mais de 200 tipos diferentes de vírus causam doença respiratória aguda(1). Entre estes se destacam os vírus Influenza e paraInfluenza, além do rinovírus, vírus sincicial respiratório, Echovirus, adenovírus e vírus Coxsackie. Os quadros clínicos predominantes são rinite, laringite, bronquite e traqueíte, com sintomatologias características, podendo complicar com bronquiolite e pneumonia, principalmente em crianças, além do risco de cronificação, dependendo da reatividade alérgica e de questões anatômicas individuais. Mais de 40% a 50% das crianças e adultos com resfriado e outras IVAS por vírus são medicados com antibióticos e mais de 60% a 70% das crianças e adultos com bronquite não bacteriana, sem doença pulmonar bacteriana subjacente recebem antibióticos desnecessariamente(2,3). O tratamento das infecções virais de vias aéreas é geralmente sintomático, e o excesso de prescrições desnecessárias de antibióticos tem aumentado a incidência de efeitos adversos gastrintestinais, reações alérgicas e resistência microbiana. A terapia antiviral específica atualmente não está disponível para infecções por rinovírus. A ribavirina inalatória está aprovada para infecções pelo vírus sincicial respiratório, mas não para o resfriado comum. Os 16 inibidores da neuraminidase, oseltamivir e zanamivir, apresentam um efeito modesto na redução da duração dos sintomas do vírus Influenza. Nas infecções leves do trato respiratório superior, dificilmente se distinguem clinicamente outros patógenos do vírus Influenza. Some-se a isto o fato de ter de se começar o tratamento nas primeiras 48 horas de evolução, o que limita o uso destes agentes(2,4). A utilização de plantas medicinais fitoterápicas em doenças é uma das práticas mais antigas e difundidas no mundo. Como exemplo, na China, em 2800 a.C., surgiu o primeiro livro sobre o tema, que trazia 360 vegetais considerados medicinais(5). O Brasil dispõe de aproximadamente 56 mil espécies vegetais, das quais entre quatro e cinco mil seriam utilizadas como medicinais pela população. Dessas, cerca de 500 foram ou estão sendo investigadas do ponto de vista farmacológico e químico(6). Existe a exigência do registro de medicamentos fitoterápicos no Brasil, sujeitando a categoria à mesma necessidade de comprovação de segurança, eficácia e qualidade dos produtos de origem sintética. Aproximadamente 30% dos pacientes otorrinolaringológicos referem a utilização de plantas medicinais por conta própria, por acharem que são seguras e/ou de menor custo. Para dor de garganta são freqüentes os relatos de gargarejos do chá de folhas frescas da trepadeira guaco, da casca do fruto da romã, da erva-cidreira (capim-limão), de gengibre, do vique (hortelã-japonesa), além do uso de “própolis” em “spray”, que é coletado pelas abelhas em plantas, modificado na colméia e usado para vedá-la e protegê-la. Para dor de ouvido, é freqüente a utilização tópica de folhas maceradas de arruda. Para o tratamento de rinossinusite, a inalação de chá feito com o fruto seco da trepadeira buchinhado-norte. O óleo de eucalipto é utilizado como anticatarral e o chá de alho, para o tratamento de gripes e resfriados(7). Pelargonium sidoides O Pelargonium sidoides, da família Geraniaceae(8), na forma de um extrato de sua raiz, foi usado por décadas por tribos africanas zulus como tratamento de infecções respiratórias, inclusive tuberculose pulmonar. A partir de 1933, o extrato de Pelargonium sidoides foi introduzido na Alemanha e teve seu uso difundido, sendo um medicamento da moderna fitoterapia alemã, indicado no tratamento de infecções agudas ou crônicas do trato respiratório, ouvido e garganta. Recentemente, no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou o registro de um medicamento fitoterápico alternativo para o tratamento de infecções agudas das vias aéreas superiores Kirk KM et al • Vigilância pós-comercialização do Pelargonium sidoides... (incluindo tonsilofaringites), o Umckan®, extrato de raízes de Pelargonium sidoides, utilizado há mais de 50 anos na Alemanha. Alguns dos componentes do produto já estão bem definidos: compostos de taninos, derivados do ácido gálico em altas concentrações(2), derivados cumarínicos, flavonóides e fitosteróis(9). Diferentes extratos e componentes isolados da planta foram testados para atividade antibacteriana contra três bactérias Gram-positivas (Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae, Streptococcus beta-hemolítico) e quatro Gram-negativas (Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Proteus mirabilis e Haemophilus influenzae)(10). In vitro, o Pelargonium sidoides aumentou significativamente a freqüência de batimento ciliar, para 123% na concentração de 30 μg/ml e para 133% na de 100 μg/ml comparado à fase de equilíbrio - 100%. Este estudo sugere que a aplicação local de Pelargonium sidoides na mucosa nasal estimula a freqüência de batimento ciliar das células ciliares locais, aumentando a função protetora contra infecções bacterianas(11). A partir de estudos farmacológicos realizados na década de 70, houve o embasamento científico para as indicações de uso do Pelargonium sidoides no tratamento das infecções respiratórias, sendo comprovados os seus efeitos antimicrobianos e imunomoduladores, embora ainda não esteja totalmente esclarecido seu mecanismo de ação terapêutica. Estudos farmacocinéticos ainda não foram realizados, devido à complexa composição do extrato da planta. Com o objetivo de avaliar a segurança e a efetividade do Pelargonium sidoides na população brasileira foi conduzido este estudo clínico, haja vista não existir literatura genuinamente nacional. Pacientes e métodos Durante o ano de 2006, realizamos um estudo de vigilância epidemiológica com o objetivo de comprovar a segurança e efetividade do Pelargonium sidoides (Umckan®) no tratamento das tonsilofaringites agudas presumidamente virais em pacientes pediátricos e adultos na população brasileira. Este foi um estudo observacional, prospectivo, aberto, em crianças, adolescentes e adultos atendidos em consultórios e ambulatórios por todo o Brasil, conforme os seguintes critérios. Seleção de pacientes: amostragem por conveniência. Critérios de inclusão: pacientes com idade entre um e 65 anos que se apresentassem à consulta médica devido a tonsilofaringite aguda (evolução há menos de 72 horas) de etiologia presumidamente viral, caracterizada por no máximo três dos sinais/sintomas descritos a seguir: febre menor que 38,5°C (TAx); enantema faríngeo; odinofagia; adenomegalia cervical anterior; dor de garganta; sialorréia e tosse seca. Caso o paciente apresentasse quatro ou mais dos sinais/sintomas descritos, não deveria ser incluído no estudo, pela alta probabilidade (~50%) de apresentar doença bacteriana associada(12-14). De forma a escalonar a observação de sinais/sintomas, seguimos a seguinte classificação: 0 = sem sinais/sintomas; 1 = sinais/sintomas leves; 2 = sinais/sintomas moderados; 3 = sinais/sintomas graves. Observações subjetivas dos pacientes relacionadas a segurança foram escalonadas conforme se segue: 0 = muito boa tolerância; 1 = boa tolerância; 2 = indiferente; 3 = má tolerância. Critérios de exclusão: gestação, amamentação, pacientes com discrasias sangüíneas ou tendência hemorrágica, pacientes com doenças hepáticas ou renais, pacientes em uso de derivados de cumarina, pacientes com infecção bacteriana presumida, pacientes em uso concomitante de bebidas alcoólicas ou drogas ilícitas, pacientes com doença arrastada, i.e., evolução há mais de uma semana, pacientes com doença recidivante ou recorrente, pacientes com febre maior que 38,5°C; pacientes com doenças crônicas, toxêmicos, diabéticos, imunocomprometidos, hospitalizados, pacientes com suspeita clínica de febre reumática, pacientes com história patológica pregressa ou atual de febre reumática, coréia de Sydenham ou glomerulonefrite, pacientes com clara indicação terapêutica de antimicrobianos ou pacientes com alergia reconhecida às medicações do estudo. Critérios de perda de pacientes: foram considerados como perda para o estudo os pacientes: 1. que não foram localizados no D7 para informar as variáveis necessárias ao estudo; 2. cuja ficha de avaliação clínica apresentasse rasuras; 3. cujo médico assistente julgasse ser a manutenção no estudo inapropriada ou 4. cuja ficha de avaliação clínica não retornasse para análise após 30 dias do término do estudo. Critérios de interrupção do estudo: o estudo poderia ser interrompido a qualquer momento caso: 1. o patrocinador e/ou médicos assistentes verificassem que poderia haver risco para os pacientes na manutenção do estudo; 2. o paciente retirasse seu consentimento; 3. ocorresse não-adesão por parte do paciente ao protocolo; 4. houvesse erro de inclusão por parte do médico assistente ou 5. quando os desfechos fossem alcançados a qualquer momento antes do término previsto. Critérios de efetividade: regressão parcial ou total do quadro clínico inicial, baseada no exame clínico do início do estudo, registrado na ficha de avaliação clínica. Os critérios de segurança foram avaliados 17 Rev Panam Infectol 2007;9(1):15-24 Tabela 1. Procedimentos do estudo Inclusão no estudo (D1) Término do estudo (D7) Anamnese e exame físico X Verificação dos critérios de inclusão e exclusão X Verificação de medicamentos concomitantes X Avaliação de efetividade e segurança X Avaliação clínica final X Parâmetro Tabela 2. Intensidade dos sinais/sintomas no 1o e no 7o dia de tratamento Momento da avaliação Sinal/sintoma Odinofagia 1º DIA 7º DIA Intensidade n % N % ausente 1,157 69 1,603 96 leve 315 19 50 3 moderado 157 9 9 1 grave 38 2 5 0 Hiperemia faríngea ausente 454 27 1,437 86 leve 678 41 187 11 moderado 448 27 36 2 grave 87 5 7 0 Dor de garganta ausente 811 49 1,553 93 leve 458 28 87 5 moderado 324 19 21 1 grave 74 4 6 0 ausente 755 45 1,380 83 leve 534 32 248 15 moderado 301 18 28 2 Tosse seca grave 77 5 11 1 ausente 1,548 93 1,647 99 leve 79 5 16 1 moderado 36 2 3 0 grave 4 0 1 0 ausente 1,475 89 1,575 95 leve 142 9 82 5 moderado 46 3 10 1 grave 4 0 0 0 Sialorréia Adenomegalia cervical anterior Valor de p < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 conforme um formulário de farmacovigilância, modelo CIOMS. Coleta e armazenamento de dados: os dados clínicos foram coletados numa ficha de avaliação clínica que alimentaram um banco de dados eletrônico. Os procedimentos deste estudo são mostrados na tabela 1. As análises estatísticas foram realizadas pelo teste 18 de McNemar corrigido para verificar se existe variação significativa na intensidade dos sinais/sintomas clínicos do 1o para o 7o dia de tratamento. O nível de significância adotado foi o de 5%. Aspectos éticos Este estudo, incluindo protocolo de investigação, fichas de avaliação clínica, formulário de farmacovigilância, termo de consentimento livre e esclarecido, foi submetido a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. O recrutamento dos pacientes somente ocorreu após apresentação deste estudo ao paciente ou seu responsável e obtenção de seu consentimento livre e esclarecido (TCLE). Médicos (clínicos, pediatras e otorrinolaringologistas) foram orientados a preencher as fichas conforme as informações do estudo e todas as fichas foram recolhidas para análise estatística. Resultados Em nossa amostragem de 1.667 pacientes, 207 pacientes tinham menos de 2 anos, 682 pacientes entre 2 e 6 anos, 304 pacientes entre 7 e 12 anos e 304 pacientes com mais de 12 anos de idade. Apenas 105 pacientes apresentavam história de etilismo e 67 relataram passado/presente de tabagismo. Houve uma distribuição homogênea entre os sexos (820 pacientes do sexo masculino). A maioria apresentou uma doença aguda (< 72 h de evolução: 67%) com febre baixa (< 38,5°C: 59,1%) na sua 1ª consulta. Astenia, mialgia e adinamia estavam presentes em 34,4%; 27,1% e 32,4% dos pacientes, respectivamente, na sua 1ª consulta. Cerca de 45,2% dos pacientes usaram medicamentos concomitantes ao Pelargonium sidoides e 37,3% apresentaram outras doenças concomitantes. Uma série de sinais e sintomas foram registrados e graduados na 1ª consulta e no 7º dia de tratamento, quando o paciente retornou para sua 2ª consulta, conforme tabela 2. A análise estatística, que foi realizada pelo teste de McNemar corrigido, mostra-nos uma queda estatisticamente significativa na intensidade dos seis sinais/sintomas após sete dias de tratamento com Pelargonium sidoides. Ao procedermos à análise estratificada (teste de McNemar corrigido) do grupo que somente recebeu Pelargonium sidoides, i.e., sem utilização de medicação concomitante (n = 917), a partir da amostra inicial de 1.667 pacientes vemos que persiste a queda estatisticamente significativa na intensidade dos seis sinais/sintomas após sete dias de tratamento exclusivo com Pelargonium sidoides, mostrada na tabela 3. A análise estratificada por faixa etária (< 2 anos, Kirk KM et al • Vigilância pós-comercialização do Pelargonium sidoides... Tabela 3. Intensidade dos sinais/sintomas no 1o e no 7o dia de tratamento nos pacientes que receberam apenas Pelargonium sidoides Momento da avaliação Sinal/sintoma n % N % ausente 625 69 877 96 leve 176 19 26 3 moderado 95 10 6 1 grave 16 2 3 0 Hiperemia faríngea ausente 258 28 778 85 leve 358 39 110 12 moderado 257 28 22 2 grave 39 4 2 0 Dor de garganta ausente 440 48 846 93 leve 250 27 54 6 moderado 182 20 8 1 grave 40 4 4 0 ausente 428 47 772 85 leve 302 33 123 14 moderado 150 16 14 2 Tosse seca Gráfico 2. Percepção dos pacientes em relação à tolerabilidade do Pelargonium sidoides. grave 32 4 3 0 ausente 854 94 901 99 leve 39 4 9 1 moderado 16 2 2 0 grave 3 0 0 0 ausente 819 90 868 95 leve 71 8 41 5 moderado 21 2 3 0 grave 1 0 0 0 Sialorréia entre dois e seis anos, entre sete e 12 anos e > 12 anos de idade) mostrou resultados convergentes na queda estatisticamente significativa dos sinais/sintomas observados (n = 1.628 pacientes). A tolerância ao Pelargonium sidoides foi classificada como boa/muito boa por 95,9% dos médicos (gráfico 1) que o prescreveram e por 93,8% dos pacientes (gráfico 2) que o usaram. Apenas 22 pacientes (1,4%) apresentaram eventos adversos, principalmente diarréia (cinco pacientes), exantema (três pacientes) e epigastralgia (dois pacientes). Além destes foram observados: amolecimento das fezes, urticária, epistaxe, equimose subocular, cefaléia, hiperemia com descamação em regiões de face e tronco, eructações, petéquias, hipermenorréia, edema labial (após três dias de uso), mal-estar e náuseas. A descrição destes encontra-se na tabela 4. Discussão Este é o primeiro estudo brasileiro com o Pelargonium sidoides. Seus resultados convergem com os bons resultados de estudos internacionais previamente realizados e brevemente descritos a seguir, comprovando que a excelente segurança do Pelargonium sidoides, assim como sua excelente efetividade clínica, são mantidas em pacientes brasileiros. A taxa de resposta 7º DIA Intensidade Odinofagia Gráfico 1. Percepção dos médicos em relação à tolerabilidade do Pelargonium sidoides. 1º DIA Adenomegalia cervical anterior Valor de p < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 observada no 7º dia de tratamento foi concordante aos estudos anteriores, com mais de 90% de resposta terapêutica clínica, conforme a breve descrição dos estudos prévios descritos a seguir. O uso do extrato de Pelargonium sidoides (EPs 7630) foi estudado em tonsilofaringite não causada por estreptococos beta-hemolíticos do grupo A (nãoGABHS). Um ensaio multicêntrico, randomizado, duplo-cego e controlado por placebo foi desenvolvido com 143 crianças entre seis e dez anos de idade com sintomas de até 48 h de evolução, teste rápido negativo para Streptococcus, com Tonsillopharyngitis Severity Score (TSS) > a 8 pontos e consentimento esclarecido pós-informação do responsável legal(15). O extrato de Pelargonium sidoides foi oferecido na dose de 20 gotas três vezes ao dia por seis dias. A avaliação foi feita no 4º e 6º dias de tratamento, em 19 Rev Panam Infectol 2007;9(1):15-24 Tabela 4. Descrição dos eventos adversos por dia), passando para 20 gotas três vezes ao dia. O tratamento foi de cinco dias, em média(16). A taxa de resposta foi MGS Masc 32 anos Amigdalite bacteriana de 90%, comparada a 44,7% do grupo JRZ Masc 6 anos Amolecimento das fezes placebo, avaliando-se a redução do escore UPD Masc 7 anos Ao final do sétimo dia teve que usar antibiótico clínico no 4º dia de tratamento. Oitenta MPS Masc 1a7m Diarréia por cento dos pacientes relataram estar satisfeitos com o tratamento no grupo do IVIFSS Masc 1a8m Urticária após uso do medicamento Pelargonium sidoides, contra 44,7% no GP Masc 1a8m Diarréia placebo. A administração de paracetamol GSF Masc 4 anos Epistaxe e diarréia foi mais freqüente no grupo placebo do LSM Fem 5a1m Equimose subocular que no de Pelargonium sidoides. Noventa CAR Fem 6 anos Rash cutâneo e sete e meio por cento do grupo Pelargonium sidoides e 84,2% do placebo conMSB Fem 32 anos Cefaléia sideraram a tolerabilidade da medicação GDN Masc 1a 4 m Hiperemia e descamação em região de face e tronco “boa” ou “muito boa” (figura 5). Oito MJC Fem 5a3m Eructações e epigastralgia pacientes de cada grupo apresentaram LRS Masc 1 ano Petéquias eventos adversos e apenas três foram FLBS Fem 10 anos Epigastralgia considerados possivelmente relacionados EJA Masc 1a 3 m Rash cutâneo após uso do medicamento à droga em estudo: dor epigástrica, vômito e diarréia e traqueíte, todos de leve ou MWSL Masc 4 anos média intensidade. JVBS Masc 1a3m Diarréia Em 2005, Heger(17) publicou um esKBS Fem 46 anos Rash cutâneo tudo multicêntrico, randomizado, duploJMLB Fem 32 anos Aumento do fluxo menstrual cego e controlado com placebo, em 93 JMA Masc 12 anos Diarréia pacientes com resfriado comum, entre 18 e 55 anos de idade. Os pacientes recebeGROC Masc 2a1m Diarréia ram 30 gotas de Pelargonium sidoides ou FS Fem 14 anos Edema labial após 3 dias de uso placebo, três vezes ao dia por dez dias. ELBS Masc 10 anos Mal-estar, náuseas Foi avaliada a soma das diferenças de intensidade dos sintomas (SSID) através da pontuação dada à intensidade do resfriado (CIS), relação à queda do TSS comparada ao dia zero. Os do dia 1 ao dia 5. Também foram avaliados o número resultados encontrados mostraram queda de 7,1 ± de pacientes recuperados completamente de todos os 2,1 pontos no grupo EPs 7630 (n = 73) e queda de sintomas de resfriado (CIS = 0 pontos), ou de todos 2,5 ± 3,6 pontos no grupo placebo (n = 70). O IC os sintomas menos um, o nível de atividade, o tempo 95% encontrado foi de (2,7; 4,9), demonstrando até a recuperação completa e a capacidade de fazer diferença significativa na eficácia entre os grupos atividades habituais. Os resultados demonstraram a EPs 7630 e placebo (p < 0,0001). Eventos adversegurança e eficácia do Pelargonium sidoides, em sos foram encontrados em 15 de 143 pacientes, comparação com o placebo. sendo 4/73 no grupo EPs 7630 e 11/70 no grupo Um outro estudo descritivo pós-comercialização placebo; contudo, não foram relacionados à medifoi realizado na Alemanha (Biometrical Report, cação em estudo. O EPs 7630 se mostrou superior 1992) com 641 pacientes com infecções agudas e comparado ao placebo no tratamento da faringite não crônicas do trato respiratório, predominando infeccausada por Streptococcus b-hemolítico do grupo A ções agudas/crônicas (37,3%), bronquite (32,8%), (não-GABHS) em crianças. O Pelargonium sidoides tonsilite (22,5%), e infecções flu-like (21,5%). reduziu a intensidade dos sintomas e a evolução O tempo médio de tratamento com Pelargonium da doença em pelo menos dois dias. Outro ensaio sidoides foi de dez dias. As taxas de sucesso teprospectivo, randomizado, duplo-cego e controlado rapêutico (remissão ou melhora) no tratamento avaliou a eficácia e tolerabilidade do Pelargonium com Pelargonium sidoides das infecções relatadas sidoides no tratamento de crianças com tonsilofaringineste estudo foram: tosse ou vontade de tossir: tes agudas não-estreptocócicas. Setenta e oito crian92,4%; odinofagia: 95,7%; febre: 96,8%; cefaléia: ças entre seis e nove anos receberam Pelargonium 96,5%; coriza: 97,3%; dor nos membros: 97,3%; sidoides (n = 40) ou placebo (n = 38), na dose de expectoração: 89,2%; disfagia: 95,7%; exaustão 20 gotas/hora nos primeiros dois dias (até 12 doses Paciente 20 Sexo Idade Evento adverso Kirk KM et al • Vigilância pós-comercialização do Pelargonium sidoides... física: 96,8%; bronquite: 82,1%; dispnéia: 70,8% e astenia: 100%. A taxa de satisfação dos pacientes brasileiros, assim como a tolerabilidade dos pacientes ao Pelargonium sidoides, foi semelhante quando comparada com estudos prévios, comprovando sua excelente tolerabilidade. A solução de Pelargonium sidoides EPs 7630 tem sido comercializada na Alemanha por mais de 50 anos sob a marca Umckaloabo®. Entre 1994 e 2000, 63,5 milhões de doses diárias foram vendidas e um número significativo de pacientes tratados é de crianças. Nenhum evento adverso grave foi notificado. Portanto, há uma experiência de segurança favorável a este produto. Dos eventos adversos relatados nos estudos, não há evidências confirmadas de uma relação causal com o Pelargonium sidoides. A tolerabilidade foi avaliada como “muito boa” ou “boa” em mais de 90% dos casos, inclusive superior ao placebo, nos estudos controlados. A quase totalidade dos eventos adversos associados ao uso do Pelargonium sidoides foi de leve ou moderada intensidade, e reversíveis em poucos dias. Atribui-se a boa adesão ao tratamento com Pelargonium sidoides também em crianças à rápida melhora dos sintomas subjetivos e ao sabor agradável do medicamento(18). O perfil de segurança deste estudo brasileiro do Pelargonium sidoides foi confirmado com uma taxa de eventos adversos menor que 3%. O Pelargonium sidoides não deve ser usado durante a gravidez e amamentação, e em pacientes com maior tendência a hemorragia ou doenças renais ou hepáticas graves, por não haver experiência clínica nestes casos. A administração concomitante de derivados cumarínicos pode, teoricamente, aumentar a ação anticoagulante(19). Tanto a eficácia clínica quanto a segurança foram homogêneas nas diferentes faixas etárias estudadas. As infecções presumidamente virais aqui tratadas, que representam a maioria das condições infecciosas que acometem o trato respiratório sem a necessidade de uso clínico de antimicrobianos, mostraram uma resposta excelente ao uso de Pelargonium sidoides e cremos que estes dados possam ser extrapolados para a população em geral. Importante salientar que, por ser um estudo epidemiológico populacional e observacional, não tivemos um padrão ouro para o diagnóstico de certeza da etiologia viral das enfermidades tratadas, motivo pelo qual optamos pelo escalonamento de sinais e sintomas de forma a selecionar um intervalo razoavelmente seguro do diagnóstico de probabilidade para a etiologia viral atribuída. Conclusão Neste estudo brasileiro, Pelargonium sidoides confirmou seu excelente perfil de segurança, com uma taxa de eventos adversos de 1,4%, e efetividade, com taxas de redução de sintomatologia de mais de 90%. A tolerabilidade foi boa ou muito boa em mais de 90% dos casos, tanto pela percepção do paciente quanto pela dos médicos assistentes. Financiamentos Este estudo de vigilância pós-comercialização foi realizado com o apoio da Farmoquímica S.A., indústria farmacêutica detentora do extrato de Pelargonium sidoides utilizado, registrado no Ministério da Saúde com a marca UMCKAN® e sob o n. 1.0390.0170. Agradecimentos Aos médicos participantes do presente estudo multicêntrico, nossos agradecimentos: Adalberto de Carvalho Teixeira, Adeir da Silva Brazileiro, Aderbal Tadeu Mariotti, Adicelia Pacheco Cunha, Adler Barreto dos Santos, Adolfo Luis de Queiroz Sturaro, Adonis Jose Brock, Adriana Gobbi, Adriana Kalume Serruya, Adriana Maria Vieira Rezende, Adriana P. dos Santos, Adriano Rezende da Silva, Agostinho C. Ribeiro, Alba Izumi Argolo Ikuta, Alberico Falcão Rodrigues Junior, Alberto Alves Gordo Neto, Alberto Ignacio O. Olivares, Alberto S. S. Peres, Alcides Felix Terrivel, Alessandro Goldner, Alex Fernandes Alves, Alexandre Alves Garcia, Alexandre Andreghetto, Alexandre S. Fogaca de Aguiar, Alfredo G. Chadid, Alice Angelica S. R. C. Moreira, Ana Carolina L. Lopes Brito, Ana Celia V. Regis, Ana Jovina Barreto Bispo, Ana Leatrice O. Sampaio, Ana Lucia Crescente Dias, Ana Maria Arnez Camacho, Ana Maria Lima Fiuza, Ana Paula Pochini, André Henrique B. Araujo, Andre Luis C. Valente, Andre Luiz Campos Gonçalves, Andre Luiz Gomes de Araujo, Andre Luiz Moraes Melo, Andrea Cristina C. S. Aguiar, Andrea de A. Cherubini, Andrea Nazare Carneiro, Andreia B. Pereira, Andreia Calmon M Monteiro, Anelisa Calvo Paes, Angélica Dias Simone, Anna Beatriz Dutra V. Costa, Anselmo Shiota, Antonia Erismar Gonçalves de Araujo, Antonio B. G. Ferreira, Antonio Carlos Faccin, Antonio Fernando Ubinha, Antonio Fim, Antonio Francisco Alves Filho, Antonio Francisco Alves Neto, Antonio Issa, Antonio Marcio Loureiro, Antonio Padua Netto Jr., Aparecida I. Cassia Z. Teixeira, Argene Mariza C. M. Andalaft, Arnaldo Donato Marcon, Arnaldo dos Santos Filho, Augusto Cesar Borges, Augusto Cesar M. Dias, Augusto Fernando Haanwinckel, Aurea dos Santos Celli, Aureal D. Alexandre, Aziz Elias Esper, Beatriz Barbosa de Araujo, Beatriz Helena dos Santos Frigerio, Brenda Hupe Schwabe, 21 Rev Panam Infectol 2007;9(1):15-24 Breno Pardini Gontijo, Caio Rogerio Simão, Camilo Jose Lupoli, Carla Aguiar Almeida, Carla Coelho, Carla Miti Watanabe, Carla Pereira F. Rodrigues, Carla Regina de A. Marcitelli, Carlos Adriano de Araujo, Carlos Augusto B. Borges, Carlos Augusto Gomes, Carlos Eduardo B. Barreto, Carlos Eduardo de P. Nazareth, Carlos Eduardo R. Rezende, Carlos Frederico Prata Pereira, Carlos J. S. Chaffhaussei Filho, Carlos Magno Rei, Carlos Naconecy de Souza, Carlos Nery do Lago, Carmelinda F. de Menezes, Carmem Adriana Aquino Moura, Carmen Lucia Ramos Rolim, Carolina Ferreira Marques, Carolina Rassi Jorge, Catia Maria Rodrigues Lemes, Cecilia Gomes Benedicto, Cecilia Guo Chen, Cecilia M. Pereira Lima, Cecilia Maria M. Cordeiro, Cecilia Menezes Morente, Celia A. E. N. Shimada, Celia de Albuquerque Lima, Celia Regina Brito Camara, Celso Brandt, Cesar Augusto Cielo, Christiane Albrecht Henklain, Christianne Gonsales F. Salzedas, Cibele Sandra M. Ribeiro, Cinara de Oliveira Jamal, Cinthia Portinho, Ciria Santana, Clarissa Buono, Claudia B. Herszenhaut, Claudia Gomes Correia, Claudia M. M. Sampaio, Claudia Szilard G. de Almeida, Claudino Echevengua, Claudio Geraldo Ferreira Pinto, Claudio Rhein, Clecio Ramires Ribeiro, Cleia Picinin, Cleide Eunice da Silva Werneck, Cleonice H. N. Hirata, Clovis Celulare, Cristiane Akemi Kasse, Cristiane Maria de Carvalho, Cristina Aparecida Rocha, Cristina C. F. Saldivar de Castro, Cristina Maria Souza Figueiredo Makagawa, Cyntia S. M. de Oliveira, Dagomar Golim Schneider, Daniela Barredo Romero, Daniela Raimondo Felippe, Daniella Christina Valença, Danielle Ramos Videira, Darildes Maria de Menezes, Darlan Correa Dias, Dayse de Almeida, Dayse Luce, Delton Bezerra Vianna, Demetrio William Margem, Denise Fidry, Denise R. A. Bedoni, Disnei Costa de Souza, Dulce Ane B. Goes, Edgar Bueno, Edila Miers Chikota, Edilea Neiva Ellinger, Edilson Dias Leão, Edison Matos de Oliveira, Edmir Américo Lourenço, Edna M. F. Takahashi, Edna Maria S. Rego Barros, Edson Herkes, Edson Mitsuo Idagawa, Edson R. Takano, Eduardo Tanaka Massuda, Elaine M. Watanabe, Elenice C. L. Saldanha, Eliana Aquino, Eliana H. Mihara Varella, Eliane de Oliveira Brito, Elisa S. Alonso da Costa, Elisabeth dos Santos Leito, Elizabeth Costa Rinaldi, Elza Maria Lage de A. Cardoso, Emerson Oliveira de Andrade, Emilia Nazare F. J. Bastos, Eneida Maria Salmazo Serizawa, Enio Luis Torre C. Machado, Erika F. de Azevedo, Ernesto Donald Solorzano Castilho, Esther dos Santos Rocha, Eudayr Alves Moreira Jr., Evandro Ribeiro de Oliveira, Evelise Maria Cuzer, Everton Velten da Silva, Fabiana Gonçalves M. Bernardo, Fabio Claudio Lacerenza, Fabio Marsick, Fabrice de Bortoli, Fátima A. G. M. de Souza, Felippe Antonio Barbosa Aguiar, Felix 22 Carlos Ocariz, Fernando Akio Mariya, Fernando Cesar Barros, Fernando de O. Fonseca, Fernando Lerro, Fernando Rodrigues, Flavia de Araujo, Flavia Guinot Frazzon, Francisco Jose Schwerz, Frederico Manoel Marques, Gaetano Panaciulli Jr., Garcia Cardoso Loureiro Filho, Gean Carlo da Rocha, Geraldo Rash, Geraldo Vieira Rosa, Getulio Camporez, Gilberto Fernandes Xavier, Gilberto Luiz P. da Silva Neto, Gilceia Maria B. Oliveira Cruz, Gilvania Ribeiro dos Santos, Gisela A. M. Lima, Giselle de L. L. Venys, Giselle Santos Freire, Giselly Kazue Oshima, Gize H. Carettin, Gloria Ap. Vaz Barbosa, Gustavo Leal de L. Tavares, Gustavo Uggeri Rodrigues, Helena Cristina Pimentel, Helio A. Watari, Humberto Gomes Mancini, Humberto Onofre C. Bastos, Idalia do Eirado R. Almeida, Ingrid Mendland Santana, Iracema L. Rodrigues, Iraja Barbosa de Andrade Junior, Iris Masetti Martins, Isabel Maria Barbosa, Isabelle M. Tatsui, Ismenia Maria N. de A. Sarmento, Itamar Dias Fernandes, Ivanete Bastos de Andrade, Ivo Bussoloti Filho, Ivo Siqueira Cisi, Ivone Reis Moreira Coutinho, Ivonete P. de M. Couttinho, Iza Maria Reis Florestano, Izabela Nogueira Esteves Pinto, Izalmir Rios de Oliveira, Jack Yung Kuo, Jacqueline da Silva Souza, Jailma de Fátima F. Marcelino, Jaime Roberto Spanguero, Jamal Sobhi Azzam, Jaqueline Cabeda, Jeanne Marie N. Batzner, Jefferson A. Coe, Jesselina F. S. Haber, Jhansley Gil, João Alves Albuquerque, João Batista Martins, João Batista Salomão Junior, João Carlos Todt Neto, João Dib Mattar, João F. Dore Balbino, João Fanton Neto, João Luiz Figueira, João Tiburcio Coimbra, Jocivan Pedroso, Jomar Rezende Carvalho, Jones Bischoff, Jonilce Motta E. Motta, Jorge O. Yoshimoto, Jorge Ribeiro Nissan, Jorge Sidnei R. da Costa, José Arimatéia dos Santos, José Augusto de O. Mescouto, Jose Carlos da Silva, Jose Carlos Yamashiro, Jose Celso R. Souza, Jose Erton Tabosa de Assis, Jose Francisco C. Avelar, Jose Inácio Pereira da Rocha, Jose Marcelo Manso, Jose Marcos Pechula Moura, José Martinho F. da Rocha, Jose Mauricio Gonçalves, Jose Ricardo Andrade, Jose Ricardo Dias Bertagno, Jose Roberto Portante, Jose Rubens Souto Gonçalves, Judith S. Mendes, Julio Cesar Ferreira de Macedo, Karen Vanessa M. Miyagi, Katia K. Valverde, Katia M. S. Teles, Katia Simone Queiroz Silva, Katia V. Noleto Damasceno, Kazunobu Nambu, Khalil Fouad Hanna, Klaus Bickei, Kleber de A. Ferreira, Laércio João Lazzarotto, Laertes A. Rossi Junior, Leda Bezerra, Lee Shang Chieh, Leila Bruno Salame, Leila M. C. de Azevedo, Leila Ogata Ogusco, Leonardo Pereira da Costa, Letícia Maria Guedes, Letícia Martins Costa, Levon Mekhitarian Neto, Lilian Ap. Milanesi Queiroz, Lin Chun Hsin, Lincoln Norimassa Yoshida, Liora Gonik, Lisete P. O. Fobe, Lucia D. Kirk KM et al • Vigilância pós-comercialização do Pelargonium sidoides... Carvalho, Lucia Mara Rizzo, Lucia Maria Lamounier, Lucia Mendes, Lucia Rejane L. Sandes, Luciana C. A. Gleizer, Luciane Duallibe da Costa, Luciane Tanasovicl Santos, Luciano C. Fagundes Silva, Luciano Nina, Luciene da Silva Pires, Luis Alexandre Caniato Amorim, Luiz A. Gimenez, Luiz Alberto Toledo, Luiz Carlos Alves de Oliveira, Luiz Carlos Vieira de Almeida Junior, Luiz Chartuni Teixeira, Luiz de Franca Ramalho P. Filho, Luiz Fernando Euzébio, Luiz Marcos Soares Machado, Luizana S. V. Garcia, Luzilene F. da Silva, Lydio M. Bandeira, Lysandre Silva Baptista, Manoel Fernando Correa, Manoel Gustavo Stoppa, Manoel Leopoldo, Mara E. L. Lasanha, Marcelo Cerqueira G. de Freitas, Marcelo Ferreira da Silva, Marcelo Garcia de Freitas, Marcelo Marques de Almeida, Marcia Defaveri, Marcia Eliza Schwarz, Marcia L. de Vargas Prochaska, Marcia M. Ferraz, Marcia Mitiko Morita, Marcia Regina Halasz, Marcia Regina Quendinho, Marcia Rosalia Herz Grycajuk, Marcia Santos Pereira, Marcia Sueli M. Maia, Marcia Vieira de Oliveira Fior, Marcia Zuanela, Marcio de Campos Bueno, Marcio Tadeu Duque Koenigkan, Marco Antonio C. da Silva, Marco Antonio Cezario de Melo Junior, Marco Antonio T. Correa, Marco Aurélio de Assis, Marco Aurélio Paiva, Marcos Geraldo Gomes de Almeida, Marcos Morato, Marcos Werner Schmalz, Marcus Vinicius Theophilo, Mareny P. dos Santos, Margareth Ferreira de Moraes, Margareth L. Arimatéa Neves, Maria Alice Galvão, Maria Arminda A. Mendes, Maria Auxiliadora C. de Mello, Maria Auxiliadora O. Ítalo, Maria Beatriz Fonseca, Maria Celeste T. Queiroz, Maria Cristina de Andrade, Maria Cristina Lagreca, Maria Cristina Ruschel Roehe, Maria da Conceição Leite, Maria das Dores R. Pereira, Maria das Graças Almeida, Maria de Fátima A. Calderoni, Maria de Fátima C. Azevedo, Maria de Fátima M. de Lemos, Maria de Fátima Martinez Veiga, Maria de Lourdes Guerra Traibe, Maria de Nazare Santos Garcia, Maria de Nazare Souza, Maria Denise B. Barros, Maria do Carmo Salomão, Maria do Perpétuo Socorro B. Pires, Maria Domicilia L. M. Castrale, Maria Elizabeth A. R. M. Nobre, Maria Emiliana P. S. Costa, Maria Gláucia P. da Cunha, Maria Helena W. Moscon, Maria Herbene E. Cavalcante, Maria Jacinta Hosken Lacerda, Maria Jose de Carvalho, Maria Lucia Lira Franca, Maria Lucia Martins Coelho, Maria Luiza Leiderman, Maria Teresa Galvão da Silva, Maria Tereza Boa Viagem, Maria Tereza Nemitz, Mariane C. A. Franco, Mariangela R. S. Duarte, Marilda Lopes Arcoverde, Marilia Juliana Belmino, Marilza Cubas Ribas, Marina Chahini, Mario Roberto Paiva Ferreira, Mario Tsustsui, Mario Valentini Junior, Marisa Callegari, Marisa Tarrisse Fontoura, Maristela Hoffman, Marizi Queiroz Ribeiro, Marly Midori Sato, Martha M. M. de Athayde, Mauri Franco Senise, Mauricio Baptista Cardoso, Mauricio Buschle, Mauricio C. de Resende, Mauricio Conti Machado, Mauricio Terci de Abreu, Maurilene Oliveira Guerin, Mauro Knoll, Mauro Luiz Schimitz Ferreira, Maxwell dos Santos Lima, Mercês Pinto de Alcântara, Michele Bonfitto, Mina Saffer, Moacir Lopes de Lima, Monica Curado Torres, Monica Majeski dos S. Machado, Mônica Maria R. de Araujo, Monica Porto Alves Alcântara, Monica Silvia Yoneshigue, Monica Soares de Mello, Monica W. Arbex Serbena, Murilo Bufaical Marra, Neusa Marchesi Braga Melo, Newton Cid Araujo de Castro, Newton Jose, Nicolau Brunetti, Nilvete Luzia F. Queiroz, Nina Fernandes de Oliveira, Nizalva Ferreira Dalmolin, Norma T. de Almeida Braz, Nymes Capitaneo Filho, Olivia C. Cordeiro, Orlando A. Pedroso Junior, Oscar Orlando A. Fernandez, Oswaldo A. B. Rios, Otavio Possobon Filho, Patrícia Maria Barros Noleto, Patricia Perez Bolfarini, Patricia R. D. Prazeres, Paula Refundini Santiago Focante, Paulo Affonso F. Fontella Filho, Paulo Augusto C. Vichi, Paulo C. Bley, Paulo Henrique P. de Carvalho, Paulo Lopes Herculano, Paulo Ricardo Castagna, Paulo Roberto Gonçalves, Paulo Sergio L. Furtado, Paulo Sergio Saliba, Paulo Tanuri, Paulo Veuliemme, Pedro Jose Pra, Pedro Luiz Munhoz, Pedro R. Boldorini, Peter Quaresma Botelho, Rafael E. H. Martins, Raijane Loras, Raimundo de S. Lima, Regina Kikue Mizutani, Rejane Maria Nascimento Vieira, Renata Andion Arruti, Renata Perches, Renata Pires Ferreira da Silva, Renata Távora Morais, Renato Celeri, Renato de Martini, Ricardo Carvalho Ferreira, Ricardo Cassiano Demarco, Ricardo Jose Rodrigues Cordeiro, Ricardo Neves Godinho, Ricardo Pires de Mello, Rita Azevedo M. Dutra, Rita de Cassia G. S. Araruna, Rita Terezinha L. Queiroz, Roberto Abdala Khouri, Roberto Araujo Ramos, Rodrigo Sousa Rezende, Roger Marmitt, Romildo R. de Castro Filho, Romy Celso Nogara, Rosa Elisa Abarca Strong, Rosa Maria C. Tavares, Rosalia Dulce Villarinho, Rosana Cristina Otero Cunha, Rosane Rodrigues Caetano, Rosangela C. Saraiva Lionardi, Rosangela D. Cunha, Rosangela Gomes dos Santos, Rosangela Santana de Souza, Rosania Maranhão A. Braga, Roseane dos A. Oliveira, Roseli Bruciaferi G. da Silva, Rosemeiry Tereza Marçal, Rosiane B. Campos, Rosilene Batista dos Santos, Rosimara Wilson de S. M. Franco, Rosimeri Salotto Rocha, Rozana Lisboa Gomes, Ruy Artassio, Ruysdael Zocoli, Salvador do Carmo Rodrigues, Samir Ali Ubaiz, Sandra de Lucas Aragão, Sandra Helena B. Oliveira, Sandra Jager Patrocínio, Sandra Letrinta, Sandra Lucia M. Hernandes, Sandro Henrique de P. Leite, Sebastião Ribeiro Sobrinho, Sergio Antonio S. Guimarães, Sergio Augusto Cupolillo, Sergio Brandolini, 23 Rev Panam Infectol 2007;9(1):15-24 Sergio Luiz Ribeiro Nunes, Sergio Paranhos, Shirley F. Gomes Ribeiro, Sidnei Aronovich, Silvana Machado Neiva Leite, Silvia Bertão Roos, Silvia Lima Duarte Berman, Silvia Maria Pereira Capella, Silvio Katsuyuki Naito, Simone Granhen, Simone Vieitas, Solange Beleze, Solange Bezzerra, Solimar P. Abreu, Sonia Maria L. Ferreira, Soraya Berbary, Soraya Moreira Rosa, Stela Maria Aguiar Bitencourt, Sueli Tiemi Tanaka Silva, Sulene Pirana, Sylvia Maria R. de Macedo Bianco, Sylvia Regina Fonseca Ormonde, Sylvio Renan Monteiro de Barros, Tania Maria Araujo de Andrade, Tania Medeiros Ogata, Telmo Gomes Mesquita, Teresa Cristina M. Santos, Teresinha Vidal, Thais da Silva Martins, Thais Falcão C. Numes, Themis M. G. Fredianelli, Valdete Melo, Valdimeri Aparecida Lemos, Valdir Victor dos Santos, Valeria Abreu, Valeria Guiss Monteiro, Valmer Pereira, Valmir Macário, Valmir Roberto Crociari, Vanessa Santos de Macedo, Vania Lucia Audi Rodrigues, Vania Maria da Cunha Paes, Vania Regina Eimantas, Vanor Wagner Rezende, Vanusa Lessa Benevides, Venetia Giovanni Consentino, Vera Lucia P. Bosco de Souza, Vera Regina Bon B. Gomes, Vera Regina F. Gonçalves, Veriadiana de Sa B. Brasileiro, Victor Hugo M. Aspety, Virgilio Terada, Viviane Magalhães da Silva, Viviany Tavares de Santana Alves, Volnei Silva, Wagner S. Fragoso Borges, Washington Biz, Wellerson Valério E. dos Reis, Wilma Suely Reque, Wilson Benini Guercio, Wladimir de Deos, Yu Chi Hung, Yullo Dechichi, Yuri Oliveira de Carvalho, Zan Mustacchi, Zuleide Dantas Linhares Mattar E. Zulmirina S. Koba. Referências 1. Annunziato PW, Powell KR. Infections of upper respiratory tract. a practical approach to infectious diseases. 4ª ed. 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General Roca, 845 - Tijuca CEP 20521-070 - Rio de Janeiro - RJ. e-mail: [email protected]