Química Geral e Experimental II: Cinética Química Prof. Fabrício Ronil Sensato Resolução comentada de exercícios selecionados. Versão v2_2005 2 1) Para a reação em fase gasosa N2 + 3H2 2NH3 , 2) A decomposição, em fase gasosa, do N2 O3 em NO2 e NO é de primeira ordem com k1 = 3,2 × 10 -4 s -1 . Em uma reação na qual [N 2 O3 ] inicial é 1,00 mol/L, quanto tempo levará para esta concentração reduzir-se a 0,125 mol/L? 3) Qual é a meia-vida de uma reação de primeira ordem para a qual k = 1,4 × 10-2 min-1 ? 4) A 3 1 0 o C a decomposição térmica da arsina ocorre de acordo com a equação 2AsH3 (g) 2As(s) + 3H2(g); a essa temperatura foram obtidos os seguintes dados: Tempo, h [AsH 3 ] mol/L 0,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 0,0216 0,0164 0,0151 0,0137 0,0126 0,0115 0,0105 (a) Qual é a ordem da reação? (b) Qual é a constante de velocidade? 5) Os seguintes dados foram obtidos para a decomposição na fase gasosa de dióxido de nitrogênio (NO2(g) NO(g) + ½ O2(g)) a 300 o C. Tempo (s) [NO 2 ] (mol/L) 0,0 0,50 100,0 200,0 300,0 0,01000 0,00787 0,00649 0,00481 0,00380 A reação é de primeira ou de segunda ordem em NO2 ? 6) Para a reação A + B C foram obtidas as seguintes velocidades iniciais: Exp. [A] inicial (mol/L) [B] inicial (mol/L) Velocidade inicial mol -1 Ls -1 1 2 3 0,245 0,490 0,735 0,128 0,128 0,256 1,46 × 10-4 2,92 × 10-4 8,76 × 10-4 Escreva a equação de velocidade da reação e calcule o valor da constante de velocidade, k. 3 7) A velocidade de composição do acetaldeído (CH 3 CHO) foi medida em função da temperatura entre 700-1000 K, e os correspondentes dados experimentais são apresentados abaixo. Determine o valor de Ea e A. T (K) K (L mol -1 s-1 ) 700 0,011 730 0,035 760 0,105 790 0,343 810 0,789 840 2,17 910 20,0 1000 145 8) Os dados na tabela referem-se à seguinte reação entre o NO e o O2 , a 660 K 2NO(g) + O2 (g) 2NO2 (g) Ensaio 1 2 3 Concentração inicial dos reagentes (mol/L) [NO] [O 2 ] 0,010 0,010 0,020 0,010 0,010 0,020 Velocidade do desaparecimento de NO (mol/L s) 2,5 × 10-5 1,0 × 10-4 5,0 × 10-5 (a) Determine a ordem de reação para cada um dos reagentes/ (b) Escreva a equação de velocidade da reação (c) Calcule a constante de velocidade. (d) Calcule a velocidade (em mol/L s) no instante em que [NO] = 0,015 mol/L e [O2 } = 0,0050 mol/L. (e) No instante em que o NO está sendo consumido à velocidade de 1,0 × 10-4 mol/L s, qual a velocidade do consumo de O2 e de formação de NO2 ? 9) Uma amostra de rocha é encontrada e contém 2,1 × 10-4 g de urânio 238 e 2,5 × 10 -5 g de chumbo 206. Se a meia-vida do urânio 238 é 4,5 × 109 anos, qual a idade da rocha? 4 1) Para a reação em fase gasosa N 2 + 3H2 2NH3 , Resolução: Para a equação química supracitada, a relação entre a taxa de consumo dos reagentes é: Assim, 2) A decomposição, em fase gasosa, do N 2 O 3 em NO 2 e NO é de primeira ordem com k1 = 3,2 × 10 -4 s-1 . Em uma reação na qual [N 2 O3 ] inicial é 1,00 mol/L, quanto tempo levará para esta concentração reduzir-se a 0,125 mol/L Resolução: Para uma reação de primeira ordem, a concentração se relaciona com o tempo segundo a expressão: (1) 5 3) Qual é a meia-vida de uma reação de primeira ordem para a qual k = 1,4 × 10-2 min -1? Resolução: A meia-vida, t1/2, de uma reação é o intervalo de tempo necessário para a concentração de um reagente diminuir à metade do seu valor inicial. Para uma reação de primeira ordem: 4) A 310 o C a decomposição térmica da arsina ocorre de acordo com a equação 2AsH 3 (g) 2As(s) + 3H2(g); a essa temperatura foram obtidos os seguintes dados: Tempo, h [AsH 3 ] mol/L 0,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 0,0216 0,0164 0,0151 0,0137 0,0126 0,0115 0,0105 (a) Qual é a ordem da reação? (b) Qual é a constante de velocidade? Resolução É necessário verificar se os dados coletados experimentalmente correspondem a uma relação concentração-tempo de primeira ou de segunda ordem. A lei de velocidade integrada revela que para uma reação de primeira ordem, a dependência concentraçãotempo é dada por (1) enquanto para uma reação de segunda ordem, tal relação assume a seguinte igualdade: (2) Ambas as relação (1 e 2) devem ser testadas. A Eq. 1 releva que para uma reação de primeira ordem, um gráfico de ln[A] em função de t deve ser uma reta, cujo coeficiente angular pode ser identificado com a constante de velocidade k. Assim, se um gráfico de ln[AsH3 ] contra o t resultar em uma reta, significa que a reação proposta segue um regime de primeira ordem, pois este tipo de gráfico resultará em uma reta somente para reações de primeira ordem. A Tabela 1, sumaria os valores de [AsH3 ], t e ln([AsH3 ]) 6 Tabela 1. Dados para o teste de reação de primeira ordem Tempo, h [AsH 3 ] mol/L ln([AsH 3 ]) 0,0 0,0216 -3,8351 3,0 0,0164 -4,1105 4,0 0,0151 -4,1931 5,0 0,0137 -4,2904 6,0 0,0126 -4,3741 7,0 0,0115 -4,4654 8,0 0,0105 -4,5564 O correspondente gráfico de ln([AsH3 ]) contra t é mostrado na Figura 1. y = -0,0899x - 3,8367 R2 = 0,9999 -3,7 -3,8 -3,9 -4,0 -4,1 -4,2 ln([AsH3]) mol/L -4,3 -4,4 -4,5 -4,6 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 Tempo, t Figura 1. Teste de regime de primeira ordem para a reação 2AsH3(g) 2As(s) + 3H2(g). A dependência linear de ln([AsH3 ]) com o tempo revela que a reação de decomposição do AsH3 segue um regime de primeira ordem. O valor de k pode ser identificado com o negativo do coeficiente angular, o qual é -0,0899 h -1 . Assim, a constante de velocidade, k, é igual a 9,0 × 10-2 h-1 . 7 5) Os seguintes dados foram obtidos para a decomposição na fase gasosa de dióxido de nitrogênio (NO 2 (g) NO(g) + ½ O2(g)) a 300 o C. Tempo (s) [NO 2 ] (mol/L) 0,0 0,50 100,0 200,0 300,0 0,01000 0,00787 0,00649 0,00481 0,00380 A reação é de primeira ou de segunda ordem em NO 2? Resolução: A lei de velocidade integrada para uma reação de primeira ordem em NO2 é enquanto a lei de velocidade integrada para uma reação de segunda ordem é: Se um gráfico de ln[NO 2 ] contra o tempo resultar em uma reta, a reação é de primeira ordem em A. Por outro lado, um gráfico de 1/[NO2 ] contra o tempo deve resultar em uma reta se a reação for de segunda ordem em A. Assim, para verificar se a reação é de primeira ou de segunda ordem em NO 2 , deve-se graficar ln[NO 2 ] e 1/[NO 2 ] contra o tempo. Os dados são sumariados na Tabela 1 Tabela 1. Dados para a verificação da ordem da reação em relação a concentração de NO2 Tempo, h [NO 2 ] mol/L 0,0 0,01000 50,0 0,00787 100,0 0,00649 200,0 0,00481 300,0 0,00380 ln[NO 2 ] -4,6052 -4,8447 -5,0375 -5,3371 -5,5728 Os correspondentes gráficos são mostrados na Figura 1. 1/[NO 2 ] 100 127 154 208 263 8 280 260 -4,6000 (a) -4,8000 (b) 240 220 200 180 -5,2000 R2 = 0,9824 -5,4000 1/[NO2] ln[NO2] -5,0000 y = 0,5431x + 99,833 160 2 R =1 140 120 100 -5,6000 0 50 100 150 200 250 0 300 50 100 150 200 250 300 350 Tempo (h) Tempo (h) Figura 1. Teste de ordem de reação com respeito à concentração de NO2: (a) teste de primeira ordem e (b) teste de segunda ordem. Observa-se na Figura 1a que o gráfico de ln[NO2 ] contra o tempo não resulta em uma reta e, portanto, os dados experimentais coletados não se ajustam a lei de velocidade integrada para uma reação de primeira ordem em NO 2 . Por outro lado, o gráfico de 1/[NO2 ] contra o tempo (Figura 1a) resulta em uma reta e, portanto, revela que a reação de decomposição do NO2 é de segunda ordem. A velocidade da reação é, então, igual a k[NO2 ]2 . Ainda, pode-se determinar o valor da constante de velocidade, k, para o processo reconhecendo-se que este é numericamente igual ao coeficiente angular da reta mostrada da Figura 1b. Assim, k = 0,543 mol-1 Ls-1 6) Para a reação A + B C foram obtidas as seguintes velocidades iniciais: Ensaio [A] inicial (mol/L) [B] inicial (mol/L) Velocidade inicial molL -1s -1 1 2 3 0,245 0,490 0,735 0,128 0,128 0,256 1,46 × 10-4 2,92 × 10-4 8,76 × 10-4 Escreva a equação de velocidade da reação e calcule o valor da constante de velocidade, k. Resolução: A equação de velocidade para reação entre A e B é, genericamente, descrita como velocidade = k[A]m [B]n k é a constante de velocidade e m e n é a ordem da reação em relação à espécie A e B, respectivamente. Os valores de k, m e n devem ser determinados. Quando se inspeciona os ensaios 1 e 2 observa-se que quando a concentração de A é dobrada (mantendo a concentração de B constante, 0,128 mol/L) a velocidade inicial da reação também o é. Isto revela que a velocidade da reação é proporcional à concentração da espécie A e, portanto, m = 1 (reação de primeira ordem em relação à espécie A). Para determinar a ordem da reação em relação a B é conveniente comparar a efeito da alteração da concentração de B quando a concentração de A for constante. Os ensaios supracitados, todavia, não contemplam explicitamente tal condição. Entretanto, como já se sabe que a velocidade da reação é proporcional à concentração de A (uma 9 vez que a reação é de primeira ordem em relação a A), pode-se prever que para a situação em que [A] fosse igual a 0,735 mol/L e [B] igual a 0,128 mol/L a velocidade da reação seria 3 × 1,46 × 10 -4 mol L-1s -1(já que 0,735/0,245 = 3) e, portanto, 4,38 × 10 -4 mol L -1 s-1 . Esta situação ([A] = 0,735 mol/L; [B] = 0,128 mol/L; velocidade inicial = 4,38 × 10 -4 mol L-1 s-1) deve, então, ser comparada com o ensaio 3 ([A] = 0,735 mol/L; [B] = 0,256 mol/L; velocidade inicial = 8,76 × 10 -4 mol L -1s -1 ). Verifica-se que quando a concentração de B é dobrada (de 0,128 mol/L para 0,256 mol/L) mantendo-se a concentração de A constante (0,735 mol/L) a velocidade é dobrada (de 4,38 × 10-4 mol L-1 s -1 para 8,76 × 10 -4 mol L -1 s -1). Isto significa que a velocidade da reação é também proporcional à concentração de B e, portanto, de primeira ordem em relação a B, n = 1. Como conseqüência, a equação de velocidade, torna-se: velocidade = k[A]1 [B]1 velocidade = k[A][B] O valor de k pode ser determinado substituindo-se os valores de k, [A] e [B] de um dado ensaio (1, 2 ou 3) na equação de velocidade. Considerando, por exemplo, os dados coletados no ensaio 1, tem-se: velocidade = k[A][B] 1,46 × 10-4 mol L-1s -1 = k × 0,245 mol/L ×0,128 mol/L k = 4,66 × 10-3 mol L s -1 7) A velocidade de composição do acetaldeído (CH 3 CHO) foi medida em função da temperatura entre 700-1000 K, e os correspondentes dados experimentais são apresentados abaixo. Determine o valor de E a . T (K) K (L mol -1 s-1 ) 700 0,011 730 0,035 760 0,105 790 0,343 810 0,789 840 2,17 910 20,0 1000 145 Resolução: Para muitas reações químicas, a constante de velocidade se relaciona com a temperatura através da equação de Arrhenius. Assim, um gráfico de ln k contra 1/T resulta em uma reta com coeficiente angular negativo dado por (-Ea/R). Desta maneira, pode-se determinar a energia de ativação, Ea, partir dos valores experimentais de k obtidos a várias temperaturas. Os correspondentes valores de ln k e 1/T são sumariados na Tabela 1. 10 Tabela 1. Determinação da energia de ativação para a decomposição do acetaldeído k T ln k 1/T (L/mol s) (K) 0,011 700 -4,51 0,00143 0,035 730 -3,35 0,00137 0,105 760 -2,25 0,00132 0,343 790 -1,07 0,00127 0,789 810 -0,237 0,00123 2,17 840 0,775 0,00119 20 910 3,00 0,00110 145 1000 4,98 0,00100 ln k O gráfico apresentado da Figura 1 mostra os valores de ln k em função de 1/T. O coeficiente angular da reta pode ser reconhecido como o v a l o r d e –Ea/R. Para determiná-lo pode-se elege dois pontos da reta obtida e, então, calcular ln k / (1/T). 5 4 3 2 1 0 -1 -2 -3 -4 -5 0,00100 y = -22651x + 27,707 2 R = 0,9986 0,00110 0,00120 0,00130 0,00140 0,00150 1/T (/K) Figura 1. Gráfico de ln k contra 1/T para a decomposição do acetaldeído. Setas indicam os pontos considerados para a determinação do coeficiente angular da reta. Por exemplo, considerando-se os pontos (0,775; 0,00119) e (-3,35; 0,00137) (em destaque na Figura 1), tem-se que: Este valor pode, então, ser identificado com –Ea/R: -Ea/R = -2,29 × 104 K -Ea/8,3145 J K-1 mol-1 = -2,29 × 104 K Ea = 8,3145 J K-1 mol-1 × 2,29 × 104 K 190 kJ mol-1 Nota: Um valor mais exato para E a seria obtido calculando-se a equação da reta via correlação linear, conforme equação mostrada no canto superior direito da Figura 1. 11 8) Os dados na tabela referem-se à seguinte reação entre o NO e o O 2 , a 660 K. 2NO(g) + O 2 (g) 2NO2 (g) Ensaio 1 2 3 Concentração inicial dos reagentes (mol/L) [NO] [O 2 ] 0,010 0,010 0,020 0,010 0,010 0,020 Velocidade do desaparecimento de NO (mol/L s) 2,5 × 10 -5 1,0 × 10-4 5,0 × 10-5 (a) Determine a ordem de reação para cada um dos reagentes/ (b) Escreva a equação de velocidade da reação (c) Calcule a constante de velocidade. (d) Calcule a velocidade (em mol/L s) no instante em que [NO] = 0,015 mol/L e [O2} = 0,0050 mol/L. (e) No instante em que o NO está sendo consumido à velocidade de 1,0 × 10 -4 mol/L s, qual a velocidade do consumo de O 2 e de formação de NO 2? Resolução: O enunciado do problema faz referência à “velocidade de desaparecimento do NO” (ver Tabela no enunciando do problema). As velocidades de desaparecimento de NO e O 2 , bem como a da formação de NO 2 , estão relacionadas com a velocidade da reação segundo a igualdade: Isto significa que a velocidade da reação não é igual à velocidade de desaparecimento de NO. A velocidade da reação é, segundo a igualdade supracitada, metade da velocidade de desaparecimento de NO. A s s i m , a s v e l o c i d a d e s d a s r e a ç õ e s correspondentes aos ensaios 1, 2 e 3 são, v1 = 1,25 × 10 -5 mol/L s, v2 = 0,50 × 10 -4 mol/L s e v3 = 2,5 × 10-5 mol/L s, respectivamente. (a) Comparando-se os dados coletados nos ensaios 1 e 2, constata-se que quando a concentração do NO é dobrada (de 0,010 para 0,020 mol/L), mantendo-s e a concentração de O2 constante (0,010 mol/L), a velocidade da reação quatriplica (de 1,25 × 1 0 -5 a 0 , 5 0 × 1 0 -4 mol/L s). Isto revela que a velocidade depende de forma exponencial com a concentração por um expoente de 2. Assim, a ordem da reação em relação ao NO é 2. Uma maneira alternativa de se determinar a ordem de reação em relação à concentração de NO é utilizando a equação de velocidade da reação (ainda não conhecida) da seguinte forma: A forma genérica da equação de velocidade para a reação é: velocidade = k [NO]n [O2 ]m (1) Substituindo os dados coletados para os experimentos 1 e 2, na Equação 1, tem-se: Para o ensaio 1: 1,25 × 10-5 = k (0,010 mol/L)n × (0,010 mol/L)m Para o ensaio 2 12 0,50 × 10-4 = k (0,020 mol/L)n × (0,010 mol/L)m Dividindo-se membro a membro, obtém-se: 0,25 = (0,5)n Aplicando-se o logaritmo em ambos os membros, tem-se: log 0,25 = log (0,5)n log 0,25 = nlog 0,5 n = log 0,25/log 0,5 n=2 Para determinar a ordem de reação com respeito ao O 2 , basta comparar os dados referentes aos ensaios 1 e 3. Observa-se que quando a concentração de O2 é dobrada (de 0,010 para 0,020 mol/L), mantendo-se a concentração de NO constante (0,010 mol/L). a velocidade da reação também duplica (de 2,5 × 10 -4 para 5,0 × 10 -4 mol/L s). Isto significa que a velocidade da reação é proporcional à concentração de O2 e, portanto, de primeira ordem em relação a O2 . (b) A equação de velocidade da reação é, portanto, velocidade = k [NO]2 [O2 ] (c) Para determinar a constante de velocidade, k, pode-se substituir os dados de qualquer e n s a i o ( 1 , 2 o u 3 ) n a e q u a ç ã o d e v e l o c i d a d e d a r e a ç ã o . Entretanto, deve-se Considerando, por exemplo, os dados do ensaio 2 e substituindo-os na equação de velocidade da reação, tem-se: velocidade = k [NO]2 [O2 ] 0,50 × 10-4 mol/L s = k (0,020 mol/L)2 × (0,010 mol/L) k = 12,5 L2 /mol2 s d) Para calcular a velocidade quando [NO] = 0,015 mol/L e [O 2 ] = 0,0050 mol/L, basta substituir estas concentrações da equação de velocidade da reação: velocidade = k [NO]2 [O2 ] velocidade = 12,5 L2 /mol2 s (0,015 mol/L)2 × (0,0050 mol/L) velocidade = 1,4 × 10 -5 mol/L s e) Como considerado previamente, a velocidade da reação química se relaciona com a velocidade de consumo de reagentes e formação de produtos segundo a igualdade: Assim, observa-se que a velocidade de consumo de O2 é (em qualquer instante) metade da velocidade de consumo de NO e, portanto, igual a (1,0 × 10 -4 mol/L s)/2 ou 0,50 × 10 -4 mol/L s. Segundo a mesma igualdade, a velocidade de consumo de NO é igual à velocidade de formação de NO2 . Assim, quando a velocidade de consumo de NO for a de 1,0 × 10 -4 mol/L s, o NO2 será formado nesta mesma velocidade. 13 9) Uma amostra de rocha é encontrada e contém 2,1 × 10 -4 g de urânio 238 e 2,5 × 10 -5g de chumbo 206. Se a meia-vida do urânio 238 é 4,5 × 10 9 anos, qual a idade da rocha? Resolução: O decaimento espontâneo dos núcleos radioativos constitui um processo de primeira ordem: o número de desintegrações por segundo é proporcional ao número de núcleos presentes. Assim, as velocidades de decaimento de certos núcleos podem ser exploradas para a datação de minerais,, fósseis, relíquias antigas, etc. Os métodos baseados no decaimento urânio-chumbo proporcionam testes consistentes e valiosos para datação. Neste caso, o número de átomos de chumbo (o produto estável final) é essencialmente igual ao número de átomos de urânio que se desintegrou. Conhecendo-se a meia vida do urânio 238 (4,5 × 109 anos), a idade das rochas pode ser calculado do número de átomos de urânio presentes em relação ao número original. A lei de primeira ordem para o decaimento radioativo pode ser escrita como: em que N, nesse caso, é o número de núcleos pais (urânio 238) no tempo t e N0 é o número a t = 0, ou seja, N0 é a quantidade de urânio 238 presente na formação da rocha e N é a quantidade de urânio atual, remanescente. Assim, faz-se necessário calcular a quantidade inicial de urânio 238 na amostra (N0). N0 é igual ao urânio 238 remanescente, N, mais o urânio que se desintegrou (se converteu) em chumbo 206. Considerando seus números de massas, constata-se que 238 g de urânio se convertem em 206 gramas de chumbo. Assim, a massa de urânio que se converteu em chumbo é: A massa inicial de urânio é, portanto, 2,1 × 10-4 g (massa de urânio remanescente) + 2,9 × 10 -5 g (massa de urânio que se converteu em chumbo) = 2,4 × 10-4 g. Assim, pode-se identificar N com 2,1 × 10 -4 g e N0 com 2,4 × 10 -4 g (embora N e N0 estejam rigorosamente associados à “quantidade”, ambos podem ser considerados em termos de massas uma vez que N e N0 correspondem ao mesmo elemento (urânio 238) e, portanto, suas massas e correspondentes quantidades são proporcionais). Entretanto, para avaliar t usando a Eq. 1, é necessário conhecer o valor da constante de velocidade, k, do processo de decaimento. Tal grandeza pode ser calculada através da meia- vida do urânio 238. Para um regime de primeira ordem, tem-se que: Substituindo o valor de k em (1), tem-se 14 t = 8,9 ×108 anos.