Biologia da reprodução em cutias: morfologia placentária da cutia (Dasyprocta aguti) Willams Costa Nevesz Resumo Esta pesquisa objetivou o estudo da vascularização do útero gestante em 9 cutias (Dasyprocta aguti) bem como a anatomia da placenta e do funículo umbilical em 17 fetos oriundos do Núcleo de Estudos e Preservação de Cutias em Cativeiro, da Universidade Federal do Piauí. A análise de modelos do útero e da placenta foi realizada através da injeção de látex Neoprene 650 e corrosão após injeção de vinyl. O estudo das estruturas celulares e subcelulares foi produzido através de cortes histológicos e de microscopia eletrônica de varredura. O útero gestante da cutia (Dasyprocta aguti) era suprido de sangue por um arco arterial compreendido entre a artéria ovárica e uterina, este arco arterial na transição do ovário com a tuba uterina emitiu, em média, 32 ramos para o corno uterino gestante e 28 para o corno uterino não gestante. A drenagem venosa uterina foi realizada por um número médio de nove afluentes para o corno uterino gestante e 6 para o corno uterino não gestante. Na área de implantação do disco placentário os vasos arteriais e venosos mostram-se mais desenvolvidos quanto ao calibre, comprimento e tortuosidade. A placenta da cutia possuía peso médio de 23,03 gramas e um diâmetro de 3,2 centímetros. Externamente o órgão era envolvido por uma cápsula conjuntiva, de formato globoso com dois pólos bem definidos. Ao corte transversal, a placenta era de aspecto esponjoso e foliar, formando circunvoluções e delimitando pequenos espaços preenchidos por sangue. Numa vista sagital observamos lacunas sanguíneas dispostas em diversos sentidos percorrendo o tecido placentário. Em todos os casos evidenciamos a disposição periférica das veias em relação às artérias. Constatamos afluentes venosos partindo do centro do globo placentário em sentido à sua periferia originando veias cada vez mais calibrosas que ao se confluírem formavam a veia umbilical. Os ramos das artérias umbilicais no interior da placenta estavam centralizados, ocupando um território relativamente menor do que o das veias. Microscopicamente os lobos placentários estavam reunidos por um espesso tecido conjuntivo rico em fibras colágenas. As células trofoblásticas próximas à periferia da placenta mostravam uma organização indefinida, http://www.biotaneotropica.org.br isto é, amorfa. Identificamos na placenta da cutia as partes fetal e materna, organizadas em lóbulos, para cada lóbulo, parecia haver um “centro lobular”. A partir do centro lobular e estendendose até os limites de um outro lóbulo as células trofoblásticas organizavam-se de forma radial em longas colunas colocadas próximas e paralelas entre si. Entre elas intercalavam-se pequenos vasos sanguíneos, caracterizando a região labiríntica da placenta. Os lóbulos placentários podem ser identificados por sua face vascular, os quais apresentavam-se em formato de “cartuchos”. Nestes, os vasos arteriais maiores ramificam-se intensamente em capilares de menor calibre, como se fossem tufos de capilares direcionados à parte materna. A ramificação intensa e o paralelismo dos capilares arteriais e venosos, permitiam uma ampliação da superfície de trocas ou de absorção de nutrientes oriundos da parte materna. Cada lóbulo assim constituído lembrava o aspecto de uma “vassoura”cujas “cerdas”estariam envolvidas pelo sangue materno. No ápice de cada tufo de capilares verificava-se um arranjo circular de vasos conectados. Os aumentos maiores demonstraram anastomoses entre estes capilares. O funículo umbilical apresentou um comprimento médio igual a 9,1cm, e continha cinco estruturas anatômicas, sendo três artérias, uma veia e um ducto alantóide. Duas artérias umbilicais estavam ao pares centralizadas próximas do ducto alantóide, a outra artéria posicionava-se emparelhada com a veia umbilical, os três vasos arteriais tinham paredes espessas onde se evidenciavam com periférica no funículo umbilical em torno das artérias, era constituído de apenas duas camadas: uma muscular, externa, disposta circularmente e outra, endotelial interna.O ducto alantóide estava em localização mediana ladeado por um par de artérias umbilicais, apresentava lúmem de formato irregular e bastante amplo em relação as outras estruturas do funículo umbilical. O referido ducto era composto de parede fina, constiuída por uma por uma única camada de células endoteliais. Palavras-chave: Útero, Placenta Anatomia, Roedores, Cutia, FICHA CATALOGRÁFICA Neves, Willams Costa Biologia da reprodução em cutias: morfologia placentária da cutia: morfologia placentária da cutia (Dasyprocta aguti)/Willams Costa Neves Tese (doutorado) – Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. Departamento de Cirurgia, São Paulo, 2001. Área de concentração: Anatomia dos Animais Domésticos Orientador: Profa. Dra. Maria Angelica Miglino. Unitermos: 1. Anatomia 2. Roedores 3. Cutias 4 Útero 5. Placenta E-MAIL orientador: [email protected] http://www.biotaneotropica.org.br