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059
LABORAÇÃO CONTÍNUA
A ÍNTIMA RELAÇÃO ENTRE O CÉREBRO E A MENTE
O cérebro é o centro de comando do corpo humano. Desempenha uma função de integração de sinais de origem muito diversa, vindos tanto do exterior como do interior.
A morte celular ocorre em todos os sistemas e orgãos do corpo humano. Mas, quando um neurónio morre perde-se muito mais que uma célula. Perdem-se também os
múltiplos contactos que esse neurónio fazia com outros, e assim perdemos uma parte da rede neuronal. Como consequência podemos também perder uma função, uma
memória, uma emoção, etc. Isto é o que acontece, lentamente, durante o envelhecimento. Quando a degenerescência das estruturas cerebrais afecta o comportamento,
chegamos à demência senil. A etiologia das demências nem sempre é fácil de definir. No entanto, estes fenómenos são exacerbados em várias patologias associadas ao
envelhecimento, como por exemplo na doença de Alzheimer. Os acontecimentos celulares e moleculares que estão na base destas doenças ainda não foram completamente
desvendados. Essencialmente, muitos dos sintomas observados nestas patologias devem-se à perda de ligações neuronais e de plasticidade.
Outras patologias afectam não só os contactos neuronais, mas também a actividade electroquímica do cérebro. A epilepsia, com as suas crises recorrentes durante as
quais se pode perder a consciência e sofrer convulsões musculares, está associada a uma actividade cerebral eléctrica anormal. Historicamente, as doenças mentais são
consideradas distintas das doenças nervosas, nomeadamente por muitas vezes não ser possível associar-lhes uma lesão física do sistema nervoso. No entanto, dado que
nos anos 50 foi possível atenuar estas patologias com medicamentos psicotrópicos, isto reforça a possibilidade de existir também uma base bioquímica para estes desequilíbrios
(por exemplo, a esquizofrenia).
Outras doenças da mente incluem a depressão, que pode assumir muitas formas, desde a melancolia, a perturbações de humor, anxiedade, insónias, até à depressão
profunda. As depressões são geralmente classificadas à margem das psicoses.
É curioso verificar hoje como as doenças mentais foram consideradas radicalmente diferentes das doenças orgânicas durante muito tempo. Por exemplo, o exorcismo foi
um método aceite para tratar a ‘loucura’. O termo psiquiatria só aparece no século XIX quando a noção de loucura é substituída pela noção de doença mental. O trabalho
de Freud sobre a histeria e as neuroses contribuiu para a libertação dos seus doentes da prisão a que a loucura os submetia. Após uma breve utilização de eletrochoques
durante a primeira metade do século XX, a descoberta dos primeiros medicamentos psicotrópicos inaugurou uma nova era de avanços com base no conhecimento bioquímico
dos processos que ocorrem nesse maravilhoso e complexo órgão que é o nosso cérebro.
De 8 a 16 de Março celebra-se a Semana Internacional do Cérebro.
As actividades na região de Aveiro estão a ser coordenadas pela Prof.ª Doutora Odete A. B. da Cruz e Silva, docente na Secção Autónoma de Ciências da Saúde e responsável
pelo Laboratório de Neurociências do Centro de Biologia Celular da Universidade de Aveiro. Junte–se à campanha que por todo o mundo pretende chamar a atenção da
sociedade para os resultados já alcançados e para as promissoras investigações sobre o cérebro e o seu funcionamento.
Participe, inspire-se e inspire-nos!
Para saber mais contacte-nos através do e-mail [email protected].
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ANÚNCIO
DOMINGO DE MANHÃ
NA BARRIGA DO CARACOL
A princesa e o cérebro que sentia demais
16 março ‘08
«Era uma vez, num palácio, um Rei, uma Rainha e uma Princesa.
Mas, uma Princesaaa… com um problema: o cérebro sentia
demais! A mais pequenina coisa a assustava tanto, tanto,
tanto... que nenhum Príncipe (por mais que tentasse) conseguia
ganhar-lhe o coração… Um dia…»
1º e 3º domingo de cada mês
público-alvo 3 › 8 anos
horário 11h00 › 12h00
preço 4¤ por criança
inscrições limitadas
SEMANA INTERNACIONAL DO
CÉREBRO
8 › 16 março ´08
PROGRAMA
últimos dias
Raul Santos
Administrador da Crioestaminal
O MARAVILHOSO MUNDO DAS
CÉLULAS ESTAMINAIS
Em Portugal chamamos-lhes células estaminais. “Nuestros hermanos” chamam-lhes “celulas
madre”. O povo irmão brasileiro chama-lhes “celulas tronco”. Os nomes dizem quase tudo…
Nos últimos anos temos vindo a ouvir falar cada vez mais em células estaminais e que as
células estaminais são uma das grandes esperanças da medicina do futuro.
Afinal o que são células estaminais? Que características possuem? Onde as podemos
encontrar? Que doenças curam? O que podemos esperar das células estaminais no futuro?
Nesta sessão vamos tentar dar resposta a estas e outras questões sobre este tema que atrai
cada vez mais o interesse dos médicos, dos cientistas, dos media e do público em geral…
Daremos também especial enfoque às células estaminais do sangue do cordão umbilical
dado o interesse crescente dos futuros pais neste assunto…
nota a entrada é gratuita. Aos pais que venham com filhos propomos que, enquanto decorre a sessão, estes, não participando
no Impaciências, possam realizar outras actividades que decorram na Fábrica – Centro Ciência Viva.
público-alvo jovem e adulto
data 15 março ‘08
horário 15h00 › 16h30
entrada livre
IMAGEM DA SEMANA
Antes do fecho da edição deste jornal, a Fábrica prepara-se para
a inauguração do “mentebola”
14 março ´08
Fábrica Ciência Viva – Aveiro
› apresentação do tema do cérebro e divulgação das suas várias características;
› distribuição dos vários materiais informativo às escolas que visitarem
a Fábrica (14h00 › 16h00).
Laboratório de neurociências
Universidade de Aveiro
Laboratório de portas abertas
› visita guiada ao laboratório de neurociências do centro de biologia celular no departamento
de biologia
horário
14h00 › 16h30
5 turnos de 30min, 6 pessoas por turno
incrições
[email protected]
15 março ´08
Casa Museu Egas Moniz – Estarreja
15h00 › visita à Casa Museu Egas Moniz
15h00 › conferência de encerramento da Semana Internacional do Cérebro
“Alzheimer, o homem que ninguém esquece”
oradores Ana Gabriela Henriques (CBC, Universidade de Aveiro) e Sandra Rebelo (CBC,
Universidade de Aveiro)
16 março ´08 | 11h00
Domingo de manhã na barriga do caracol
Fábrica – Centro Ciência Viva de Aveiro
A princesa e o cérebro que sentia demais
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