Práticas morais num contexto bilíngue

Propaganda
Práticas morais num contexto bilíngue
Luciana Zobel Lapa – pedagoga e psicóloga pela USP,
pós-graduada em Psicopedagogia pela UNIP e em
Relações Interpessoais na Escola e a Construção da
Autonomia Moral pela UNIFRAN, membro do GEPEM Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral Faculdade de Educação/UNICAMP-SP ; Orientadora
educacional da Stance Dual School
“ Não entendemos pois a moralidade unicamente
como a busca de uma vida feliz nem unicamente
como a organização de uma sociedade justa, mas
como a perseguição simultânea dos dois objetivos”
José Maria Puig
Quais as funções da escola
atualmente?
• Promover o desenvolvimento das
estruturas cognitivas dos alunos;
• Construir conhecimento conceitual,
atitudinal e procedimental;
• Dar sentido às informações obtidas por
seus alunos em outras fontes;
• Colaborar na formação moral de seus
alunos.
Que tipo de aluno queremos
formar?
Segundo Vinha e Mantovani de Assis (2007):
(...) um ser humano crítico, cooperativo,
conhecedor de seus direitos e deveres,
participativo, atuante na sociedade em que vive,
solidário; que saiba tomar decisões; que seja
assertivo, equilibrado; que resolva seus problemas
por meio do diálogo; que saiba expressar seus
sentimentos; que tenha ideias novas e que seja
autônomo, moral e intelectualmente.
O que fazer para alcançar
este objetivos?
• Escolhas curriculares do ponto de vista
dos conteúdos;
• Qualidade das relações estabelecidas
entre os integrantes da comunidade
escolar;
• Práticas Morais
Educação Moral
Do ponto de vista de Piaget, educar
moralmente é proporcionar à criança
situações em que ela possa vivenciar a
cooperação, a reciprocidade e o respeito
mútuo e, assim, construir a sua moralidade.
Desenvolvimento Moral
(Piaget, 1935)
• Anomia
• Heteronomia
• Autonomia
Práticas Morais
“ (...) são formas ritualizadas de resolver
situações moralmente relevantes”. (Puig,
2004, p.63).
Algumas práticas morais
• Assembleias de classe
• Jogos para falar de si
• Discussão de dilemas
• Discussão de histórias e filmes
• Discussão de conflitos hipotéticos
Assembleias de Classe
Constituem-se num procedimento de Educação Moral,
onde são discutidos, pelo grupo, problemas que afetam o
coletivo.
O que se discute:
O convívio escolar:
• ações que tumultuam o bom andamento das atividades, a
organização do espaço da sala, a limpeza, os horários...
As relações interpessoais:
• afetam pessoalmente os membros da sala e as relações
que mantém entre si – perseguições de colegas, relações
autoritárias, chantagens, apelidos...
Algumas considerações...
• Da Educação Infantil à 1ª ano do Ensino
Fundamental I trabalha-se com as avaliações do
dia e as rodas de convivência;
• Inicia-se o trabalho com as Assembléias a partir
do 2º ano do Ensino Fundamental I;
• Sugestão: Leitura do texto “ Assembléia dos ratos”
– Monteiro Lobato para construir o conceito de
Assembléia;
Jogos para falar de si
São propostas que permitem que as
crianças e adolescentes se autoconheçam,
possam controlar suas emoções, possam
reconhecer os seus próprios sentimentos e
os dos outros e assim, quem sabe, regular
suas relações no cotidiano escolar e fora
dele.
Três características básicas
• São escolhas das crianças, pois há um limite
à sua intimidade;
• Não são oportunidades para conhecer os
problemas emocionais das crianças para
poder intervir;
• São oportunidades para falar de si e
portanto, de se autoconhecer.
Classificação
Jogos em
pequenos grupos
para falar de si
Jogos e atividades
individuais para
falar de si
Jogos e atividades
para falar dos
sentimentos dos
personagens
Bingo dos
sentimentos
Gaveta dos
sentimentos
Jogo das expressões
Bem guardado
Cartas na mesa
Auto-avaliação II
com expressões –
Que bom! Que pena!
Que tal!
O jogo das estrelas
O canto do desabafo
Canto da ajuda
Envelope das
virtudes
Jogo das cadeiras
Caixa de areia
Ovelha perdida
O planeta Eu I
Espelho, espelho
meu
Cara ou coroa
O que eu vejo e o
que sinto
Avaliações
Auto-avaliação I –
com cartões
coloridos
Jogo Caras e Bocas
Peter and Lucy were playing tag at the
park when Arthur arrived and asked if he
could play with the kids. Then Peter
shouted: “NO! You cannot play with us! Go
away!
How do you think Arthur felt? Why?
• Lucas – Sad – because the two don’t want to play with him.
• Antonio – Very very sad – porque não deixaram ele brincar.
• Raphael – Sad – because fizeram “Não! Você não pode
brincar!”.
• Maitê – Sad – because the boy… ele falou: “Não! Sai
daqui”, mas ele podia ter falado que queria brincar só com
a menina.
• Noé – Sad – because he don´t let him play.
• Danielle – Sad – because the other boy shouted.
• Georgia – Very sad – because people don´t want to play
with him.
How do you think Peter felt to shout at
Arthur like that? Why?
• Enrico – Sad –porque ele não deixou o outro brincar.
• Georgia – Very very angry because the boy sad “No Play”.
• Danielle – Serious – porque ele ficou um pouco
arrependido.
• Noé - Happy – because he is playing again.
• Raphael B. – Sad – because he shout with Arthur.
• Lucas – Disappointed – He don´t want Arthur to play
because Arthur is a bad friend.
• Antonio – Frustrated – porque ele ficou arrependido porque
ele não deixou o outro menino brincar.
Dilemas Morais
Os dilemas morais são breves narrações que
apresentam um conflito de valores. São histórias
curtas que se referem a fatos problemáticos, ou seja,
a situações que apresentam uma disjunção de velor
que não tem fácil reparação, porque é necessário
optar entre valores de alguma forma desejáveis.
Portanto, trata-se de situações que não
oferecem uma solução única, nem uma solução
totalmente clara, o que obriga os alunos a refletir,
argumentar e justificar racionalmente a alternativa que
lhes parece mais justa.
Yes, she should take the bear home because…
she likes the bear.
it doesn’t belong to anyone.
she can look for the owner.
it is cute.
it is alone.
it is lost.
Bear Dilemma – Year 2A
April 23rd, 2015
No, she shouldn’t take the bear home because…
It belongs to someone.
It is like stealing.
The person will miss it, will go back to look for it.
Maybe she will destroy it.
It doesn’t belong to her.
It is saving the place in the bus stop for the owner.
Maybe the owner can’t take it to school and left it there.
12 students voted that she should take the bear home
9 students voted that she shouldn’t take the bear home
Discussão de histórias e filmes
Esta prática tem como objetivo propiciar
a troca de diferentes pontos de vista e ensinar
o aluno a refletir. Nessas situações, o
professor será o interlocutor, intervindo com
questões que levem as crianças a questionar
as próprias opiniões. A criança deve não
apenas emitir seu ponto de vista sobre o
assunto em debate, mas também explicar por
que adotou determinadas posições.
Algumas considerações
Algumas considerações importantes:
• Escolha da história;
• Planejamento das questões que irão
conduzir a discussão;
• Papel do professor.
Cool Down and Work Through
Anger
The Berenstain Bears and
The Bad Influence
Canteiro de Tulipas
What should they do? Why?
Conflitos Hipotéticos
• Desenvolver a capacidade de imaginar
diferentes soluções para um mesmo
conflito;
• Desenvolver a capacidade de imaginar
soluções autônomas, não-violentas, nãosexistas e não racistas para os problemas;
Once upon a time there was a girl called Priscilla
who loved to make different things. She made houses
from shoe boxes and built buildings with food cans. One
day at school she was so happy because her teacher
gave the students an activity where they had to put many
pieces together to construct an object. All the students
were playing with this game even Barbara who is
another student in Priscilla’s class. Priscilla did a big tall
building and called Barbara to take a look.
She said “Look at what I did!” Barbara looked at the
building, knocked it over with her hand and it all fell down
on the floor. What should Priscilla do? Why?
Escreva três maneiras de
resolver este conflito
Num contexto bilíngue...
Pesquisas têm demonstrado que, quando
um conhecimento conceitual é construído
em uma língua, ele não precisa ser
ensinado novamente em outra, pois pode
ser transferido de uma língua para outra,
desde que as condições sejam garantidas,
como, por exemplo, o vocabulário
específico. (CUMMINS, 2009).
Bibliografia
• BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros
Curriculares
Nacionais: apresentação dos temas
transversais: Ética. Brasilia:
MEC/SEF, 2000, v.8.
• PIAGET, J. O juízo moral na criança. São Paulo, Summus
Editorial, 1932/1994.
• PIAGET, J. Para onde vai a educação? Tradução de Ivette
Braga, 14ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1998.
• PUIG, J. M., ARAUJO, U.F. Educação e valores: pontos e
contrapontos. São Paulo: Summus Editorial, 2007.
• ROCHA, C.H., TONELLI, J. R. A., SILVA, K. A. (org) Língua
estrangeira para crianças: ensino-aprendizagem e
formação docente. Campinas: Pontes editores, 2010.
• TAILLE, Y. de L., MENIN, M. S. S. e col. Crise de valores ou
valores em crise? Justiça, formação moral, valores
sociais e morais na escola. São Paulo: Artmed.
• TOGNETTA, L. R. P. A formação da personalidade ética:
estratégias de trabalho com afetividade na escola. Campinas:
Mercado de Letras, 2009
• TOGNETTA, L. R. P. A construção da solidariedade e a
educação do sentimento na escola. Campinas: Mercado de
Letras, 2003.
• VINHA, T.P. O Educador e a Moralidade Infantil. Campinas:
Mercado de Letras, 2006.
• PUIG, J.M. Práticas Morais: uma abordagem sociocultural
da educação moral. São Paulo: Moderna, 2004.
Obrigada!
[email protected]
www.gepem.org
Download