Campanha de prevenção do câncer enfatiza

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INFORMATIVO
Campanha de prevenção do câncer
enfatiza hábitos de vida saudáveis
No Dia Mundial do Câncer, Inca alerta para excesso de peso e sedentarismo
como fatores de risco, e lança as estimativas para 2016
Alimentação saudável e prática de atividades físicas são o binômio-chave para a
prevenção de vários tipos de câncer – especialmente os de próstata, mama, cólon e reto
(conhecido como câncer de intestino). Esta é
a mais importante mensagem do Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da
Silva (INCA), órgão vinculado ao Ministério
da Saúde, para a campanha “Nós podemos.
Eu posso”, lançada nesta quinta (04/02), no
Rio de Janeiro (RJ) para marcar o Dia Mundial do Câncer.
“O Dia Mundial do Câncer é uma oportunidade de o Ministério da Saúde e a sociedade
brasileira estimularem hábitos de vida saudáveis e uma alimentação saudável. O tema destacado pelo Inca é extremamente importante,
pois lança luzes sobre um fator de risco para
câncer ainda pouco conhecido da população,
que é a obesidade”, enfatizou no evento o
Secretário de Atenção à Saúde do ministério,
Alberto Beltrame, que também assinou o texto preliminar das Diretrizes Brasileiras para o
Rastreamento do Câncer do Colo do Útero. O
documento ficará em consulta pública por 30
dias a partir da publicação no Diário Oficial
da União.
A campanha “Nós podemos. Eu posso” é
promovida mundialmente pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), que
congrega mais de 800 organizações em 155
países, os quais também adotarão o lema “We
can. I can”. O objetivo é estimular a população de todo o planeta a adotar, individualmente ou em grupo, hábitos de vida saudáveis, como não fumar, reduzir o consumo de
bebida alcóolica e evitar exposição aos raios
ultravioletas, além de comer de modo saudável e se exercitar.
Segundo estimativas do Inca, cerca de 15
mil novos casos de câncer no Brasil em 2016
deverão ser atribuídos ao excesso de peso e
à obesidade, que aumentaram de forma alarmante nas últimas décadas. De acordo com
o órgão, os três tipos de câncer responsáveis
pela maior parte dos novos casos da doença
em 2016 (excluindo o de pele não melanoma)
são fortemente relacionados ao excesso de
peso e à obesidade: próstata, mama e cólon
e reto.
Mudanças no padrão de alimentação tradicional do brasileiro e o elevado índice de sedentarismo, entre outros fatores, criaram condições para a deflagração de uma verdadeira
epidemia de obesidade no país, seguindo tendência verificada em países desenvolvidos.
“O brasileiro está trocando o tradicional
feijão com arroz e os alimentos frescos por
produtos industrializados de toda sorte, fast
food, bebidas açucaradas, biscoitos. Esse pro-
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cesso aconteceu ao longo das últimas décadas
e já provoca impactos diretos na incidência de
câncer”, afirma Luis Fernando Bouzas, diretor-geral do Inca.
Bouzas enfatiza que a mobilização para o
controle da obesidade deve ser ampla e contar com o apoio de entidades médicas, como
a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a Sociedade Brasileira de Pediatria, a Sociedade
Brasileira de Oncologia Pediátrica, a Sociedade Brasileira de Nutrição Oncológica e a
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e
Metabologia, entre outras. Ele informou, em
sua fala no evento, que o Inca recebeu da International Agency for Research on Cancer
um documento oficial considerando o instituto exemplar em ações de conscientização para
o controle da obesidade.
ESTIMATIVAS PARA 2016 - O Inca estima que haverá no Brasil este ano 61.200 novos casos de câncer de próstata, que é o tipo
mais comum entre os homens, e 57.960 novos
casos de câncer de mama, o mais incidente
entre as mulheres. Colón e reto será o terceiro mais incidente, com 34.280 novos casos
(16.660 em homens e 17.620 em mulheres).
Além desses três tipos principais, há evidências da relação entre o excesso de peso/
obesidade com os seguintes cânceres: esôfago, pâncreas, endométrio (corpo do útero),
ovário, rim e vesícula biliar.
Endométrio e ovário apresentam posição
relevante em determinadas regiões do país.
Entre as mulheres, em 2016, o câncer de endométrio será o quinto mais incidente na Região Sudeste (4.180 novos casos), enquanto o
câncer de ovário será o quinto mais incidente
(530 novos casos) na Região Centro-Oeste.
AVANÇO DA OBESIDADE - As pesquisas sobre a saúde dos brasileiros indicam com
clareza o avanço da obesidade nas últimas
décadas. Enquanto na década de 70 cerca de
24% da população adulta apresentavam excesso de peso e 6% obesidade (Estudo Nacional de Despesa Familiar - Endef 1974-1975),
na primeira década de 2000 em torno de 41%
da população com mais de 20 anos apresentavam excesso de peso e 11% obesidade (POF,
2003).
Dez anos depois, a Pesquisa Nacional de
Saúde – PNS de 2013 revelou que esses valores saltaram para 56,9% de excesso de peso
e 20,8% de obesidade, o que significa que 82
milhões de brasileiros com mais de 18 anos
estão acima do peso adequado.
O processo de mudança do padrão alimentar da nossa população é preocupante,
afirma o INCA. A quantidade média per capita comprada de arroz polido e feijão caiu
40,5% e 26,4%, respectivamente, no período
APM - Regional Piracicaba - Março 2016
de 2003-2009 (Pesquisa de Orçamento Familiar 2002-2003; 2008-2009). Por outro lado,
a compra de alimentos ultraprocessados - ou
seja, caracterizados por densidade energética
elevada e alto teor de gordura, açúcar e sódio
-, passou de 20% entre 2002-2003 para aproximadamente 28% entre 2008-2009 (POF
2008-2009).
Em 2013, cerca de 22% da população consumiam doces e bebidas açucaradas em cinco
ou mais dias da semana (Pesquisa Nacional
de Saúde - PNS, 2013) e 63% dos brasileiros
não consumiam a quantidade recomendada
de frutas e hortaliças (pelo menos 400 gramas
por dia). Para completar o quadro, 46% dos
brasileiros eram, em 2013, insuficientemente
ativos, ou seja, não praticavam atividade física regularmente.
Os focos da campanha “Nós Podemos. Eu
posso” são as atitudes individuais e coletivas
para prevenir o câncer, ações como alimentar-se bem e praticar atividade física regularmente. Para obter outras informações e participar da campanha, acesse www.inca.gov.br/
wcm/dmdc/2016.
DEBATE - O evento de lançamento da
campanha no Brasil ocorreu nesta quinta (04)
na sede do Instituto, no Rio, com a participação de autoridades do governo e presidentes
de sociedades médicas. Na ocasião, houve o
debate “Nós podemos, eu posso: atitudes saudáveis para o controle do câncer”, que contou
com especialistas do Instituto e a presença de
Márcio Villar, que superou o sobrepeso e se
tornou um atleta de ponta.
“Se eu não gostar de mim, ninguém vai
gostar”, disse Villar ao relatar sua experiência. Em 2002, ele pesava 96 kg, e foi quando
decidiu mudar de vida. Passou a correr, além
de “fechar a boca”. Treze anos depois, ele
acumula recordes e dá palestras em todo o
Brasil sobre como sair do sedentarismo. Ele
já fez 509 km na Amazônia, 705 km em montanha, e também corre em favor das pessoas
com câncer (doações de alimentos por cada
quilômetro percorrido) há sete anos.
Neste Dia Mundial do Câncer, o Inca lançou também o desdobramento por estados e
capitais das estimativas para novos casos de
câncer em 2016 e 2017. As informações estão
no link www.inca.gov.br/estimativa/2016.
Texto de: Agência Saúde com Assessoria
de Imprensa
Instituto Nacional de Câncer José Alencar
Gomes da Silva (INCA)
[email protected]
Site – Fonte de pesquisa: http://portalsaude.saude.gov.br/
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