O Vírus Influenza e a gripe suína: um Comentário Professor MS. Anderson Barbosa Baptista Coordenador do curso de Biomedicina 06 de maio de 2009 O agente etiológico da gripe (agente causador da doença) é o Myxovírus influenzae. É um vírus que possui RNA como material genético de fita simples segmentada, que se subdivide em grupos A,B e C, sendo apenas o A e B de interesse para os seres humanos. Como o vírus Influenza A tem maior variabilidade; este são divididos em subtipos de acordo com as diferenças de suas glicoproteínas de superfície (hemaglutinina e neuroaminidase). Existem vários tipos dessas glicoproteínas e como exemplo, podemos citar as hemaglutininas H1, H2, H3, H5 e as neuroaminidases N1, N2. Figura 1. Morfologia do vírus da gripe. Os subtipos do vírus Influenza são eficazes e únicos na capacidade de causar epidemias, menos frequentes nas pandemias, porque possuem alta variabilidade e capacidade de adaptação. A explicação está na natureza fragmentada do material genético, o qual possui altas taxas de mutação durante a fase de replicação, em especial das glicoproteínas de superfície. A facilidade de transmissão do vírus é uma consideração importante para a observação das epidemias e pandemias. O vírus se replica nas células epiteliais colunares do trato respiratório e misturam-se às secreções respiratórias que são espalhadas quando a pessoa contaminada espirra, tosse ou fala (Figura 2). Figura 2. Esquema de transmissão e infecção do vírus da gripe. Adaptado de www.infogripe.com/el_mundo_de_la_gripe/index.html O período de incubação é curto de 1 a 4 dias. As infecções ocorrem normalmente e com maior frequência no inverno e possuindo uma gravidade de sintomas variável, relacionados com o sistema imunológico e a idade da pessoa. *Figura 3- Ilustração da transmissão do vírus Influenza a partir dos seres humanos e animais. O vírus da gripe suína foi isolado pela primeira vez em 1930, (causador de doença respiratória nos porcos) pertence ao subtipo A do Influenza. A Organização Mundial de Saúde explica que os porcos podem ser infectados também por vírus da gripe aviária (H5N1) e humana. Se os porcos se infectarem com mais de um tipo de vírus ao mesmo tempo pode haver mistura de genes então o vírus se chamará reclassificado ou reassociado. Apesar do vírus H1N1 suíno ser exclusivo dos porcos, por vezes pode ultrapassar barreiras e contaminar o homem. As contaminações que ocorreram em alguns países do mundo, como o México e os Estados Unidos foram causadas por um novo subtipo do vírus que está sendo melhor estudado para o desenvolvimento de uma vacina e para saber a capacidade do mesmo em desenvolver sintomas graves (Figura 4). O consumo de carne de porco e derivados não traz riscos à saúde humana quanto ao contágio do vírus Influenza A, desde que bem cozida ou assada. Hoje há uma grande preocupação em relação à disseminação da doença e a gravidade dos sintomas, pois, para que se torne uma pandemia epidemia generalizada- falta pouco. Apesar de uma transmissão de um vírus ainda duvidosa em relação a suas ações e capacidade de desenvolver sintomas preocupantes todas as precauções estão sendo tomadas. Algumas infecções mais graves no México não estavam ligadas à infecção pelo Influenza A, mas sim por outras infecções respiratórias como a pneumonia, segundo informaram as autoridades Mexicanas. Os sintomas da gripe suína são semelhantes ao da gripe tradicional como febre, fraqueza, falta de apetite e tosse, podendo aparecer coriza, dor de garganta, diarréia, vômito e dores musculares. O tratamento é feito a partir do uso de medicamentos para gripe e antivirais (em casos mais graves), mas as pessoas infectadas podem se curar sem uso de qualquer medicamento, apenas se alimentando bem, tomando muito líquido e controlando a febre. Pessoas com suspeita da doença não devem se automedicar. As medidas profiláticas são: evitar o contato com pessoas contaminadas ou suspeitas; lavar as mãos com água e sabão frequentemente; ter uma alimentação saudável; praticar exercícios físicos e se for tratar de um paciente infectado usar máscaras limpas, cobrindo o nariz e a boca, em seguida lavar as mãos e manter a casa limpa e arejada. Em caso de infecção a pessoa não deve ir ao trabalho, à escola, evitar locais com multidões, para não disseminar a doença e procurar um hospital. Sabe-se que já está sendo desenvolvida uma vacina. A OMS (Organização Mundial de Saúde) e CDC (Centro de controle de doenças de Atlanta, Estados Unidos) avaliaram a possibilidade de uma vacina para atacar o Influenza A H1N1 no segundo semestre deste ano, inclusive estão desenvolvendo também uma vacina para a gripe sazonal que atacará norte americanos a partir de setembro. Até agora aproximadamente 1500 pessoas estão contaminadas no mundo com o vírus da gripe A (gripe suína), segundo a OMS. Figura 4. Microfotografia do vírus da gripe suína, divulgada Pelo Centro de Controle de Doenças de Atlanta.. Referências bibliográficas. 1. Black J.G. Microbiologia – Fundamentos e Perspectivas. Quarta edição. Editora Guanabara Koogan. 2. Centro de Controle de Doenças disponível em: http://www.cdc.gov/swineflu/. Acessado em 03 de maio de 2009. 1. Neto E.F., Halker E., Santos V.J., Paiva T.M., Neto J.T. Influenza. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. 36(2): 267-274.2003. 2. Organização Mundial de Saúde disponível em:http://www.who.int/csr/don/2009_05_03a/en/index.html. Acessado em 03 de maio de 2009.