UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE MORFOLOGIA DISCIPLINA: MORFOLOGIA VIII CURSO: ENFERMAGEM ROTEIRO DE ESTUDO Abdome ARTÉRIAS O suprimento arterial do abdome é todo proveniente da aorta, que torna-se aorta abdominal após passar pelo hiato aórtico do diafragma ao nível de T12, e termina dividindose nas artérias ilíacas comuns ao nível de L4. Ramos da aorta abdominal Figura 27 – Vista anterior da aorta abdominal e seus ramos cortados. Copyright © Drake, Gray's Anatomy, 1ª edição, 2011. Artérias frênicas inferiores (2) É a primeira ramificação da aorta abdominal, surgindo de sua parede anterior (mas é considerado posterior) ao nível de T2. É um par com sentido ascendente, composto pela artéria frênica inferior direita, que passa atrás do esôfago, e artéria frênica inferior esquerda, que corre atrás da veia cava inferior. Elas são responsáveis por irrigar a face inferior do diafragma, mas também emitem ramos para o fígado (ramo direito), esôfago e baço (ramo esquerdo). Além disso, cada uma emite uma artéria supra-renal superior. PROF. CARLOS CHAGAS ACADÊMICO: DANIEL MÄHLMANN UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE MORFOLOGIA DISCIPLINA: MORFOLOGIA VIII CURSO: ENFERMAGEM Figura 28 – Vista anterior do abdome posterior, mostrando as artérias frênicas inferiores e seus ramos. Copyright © Netter, 4ª edição, 2006. Tronco celíaco (1) Sai da parede anterior da aorta abdominal e irriga os órgãos formados pelo intestino anterior, ou seja, esôfago abdominal, estômago, duodeno (da parte superior à papila maior do duodeno), fígado, vesícula biliar, pâncreas e baço. Surge ao nível de T12 e divide-se imediatamente em artérias gástrica esquerda, esplênica e hepática comum. PROF. CARLOS CHAGAS ACADÊMICO: DANIEL MÄHLMANN UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE MORFOLOGIA DISCIPLINA: MORFOLOGIA VIII CURSO: ENFERMAGEM Figura 29 – Vista anterior do abdome mostrando o tronco celíaco e suas ramificações. Copyright © Sobotta, Vol. 2, 21ª edição, 2000. A artéria gástrica esquerda é o menor ramo, ela sobe em direção à junção cardioesofágica emite ramos esofágicos e depois segue a curvatura menor do estômago, onde irriga a superfície do órgão e anastomosa-se com a artéria gástrica direita. A artéria esplênica é o maior ramo e segue o trajeto da margem superior do pâncreas, o qual irriga através de numerosos ramos. Ela segue, emite artérias gástricas menores que irrigam o fundo do estômago, e a artéria gastromental esquerda, que passa pela curvatura maior do estômago, irrigando a superfície do órgão, e anastomosa-se com a artéria gastromental direita. A artéria esplênica, por fim, divide-se em vários ramos que entram no hilo esplênico, irrigando o baço. PROF. CARLOS CHAGAS ACADÊMICO: DANIEL MÄHLMANN UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE MORFOLOGIA DISCIPLINA: MORFOLOGIA VIII CURSO: ENFERMAGEM A artéria hepática comum vai para a direita e emite a artéria gastroduodenal, que desce posteriormente à parte superior do duodeno e logo divide-se na artéria gastromental direita, que segue a curvatura maior do estômago até se anastomosar com a artéria gastromental esquerda, e a artéria pancreáticoduodenal superior, que divide-se em artéria pancreáticoduodenal superior anterior e posterior e desce para irrigar a cabeça do pâncreas e duodeno. Esses ramos depois se anastomosam com as artérias pancreáticoduodenal inferior anterior e posterior provenientes da artéria mesentérica superior. A artéria hepática comum segue e emite ainda a artéria gástrica direita, que passa em torno da curvatura menor do estômago e anastomosa-se com a artéria gástrica esquerda. Após essa emissão, a artéria hepática comum vira artéria hepática própria. Ela sobe em direção ao fígado, passando à esquerda do ducto colédoco e anterior à veia porta, e divide-se em artéria hepática direita e esquerda próximo ao hilo hepático. A artéria hepática direita envia a artéria cística para a vesícula biliar. Artérias supra-renais médias (2) Surgem ao nível de L1, mais ou menos na mesma altura que a artéria mesentérica superior, porém na parede lateral da aorta abdominal. É responsável por irrigar as suprarenais juntamente com as artérias supra-renais superiores (ramo das artérias frênicas inferiores) e inferiores (ramos das artérias renais). Figura 30 – Esquema mostrando a vista anterior da vascularização das glândulas supra-renais e dos rins. Copyright © Drake, Gray's Anatomy, 1ª edição, 2011. Artérias renais (2) Um par de artérias renais surge logo abaixo das artérias supra-renais médias e próximo à artéria mesentérica superior, entre as vértebras L1 e L2, na parede lateral da aorta abdominal. A artéria renal esquerda geralmente é emitida um pouco mais superior, e a artéria renal direita é mais comprida e passa posterior à veia cava inferior. Cada uma emite uma artéria supra-renal inferior, antes de se subdividir em 5 artérias terminais no hilo renal. PROF. CARLOS CHAGAS ACADÊMICO: DANIEL MÄHLMANN UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE MORFOLOGIA DISCIPLINA: MORFOLOGIA VIII CURSO: ENFERMAGEM Figura 31 – Vista anterior do abdome posterior, mostrando as artérias e veias renais. Tronco celíaco, artéria mesentérica superior e inferior estão cortados. Copyright © Netter, 4ª edição, 2006. Artéria mesentérica superior (1) Sai da parede anterior da aorta abdominal e vasculariza os órgãos formados pelo intestino médio, ou seja, duodeno (a partir da parte inferior à papila maior do duodeno), jejuno, íleo, ceco, apêndice vermiforme, colo ascendente e 2/3 iniciais do colo transverso. Surge abaixo do tronco celíaco, ao nível de L1, e é atravessada anteriormente pela veia esplênica e pelo colo do pâncreas. PROF. CARLOS CHAGAS ACADÊMICO: DANIEL MÄHLMANN UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE MORFOLOGIA DISCIPLINA: MORFOLOGIA VIII CURSO: ENFERMAGEM Figura 32 – Vista anterior de parte do intestino delgado e grosso mostrando os ramos da artéria mesentérica superior. Copyright © Drake, Gray's Anatomy, 1ª edição, 2011. Ela imite imediatamente a artéria pancreáticoduodenal inferior, que divide-se em anterior e posterior, irriga o duodeno e a cabeça e o processo uncinado do pâncreas, por fim indo anastomosar-se com as artérias pancreáticoduodenais superior anterior e posterior do tronco celíaco. Em seguida, a artéria mesentérica superior envia numerosos ramos para a esquerda; são as artérias jejunais e artérias ileais. Para o lado direito, ela emite três ramos; o primeiro é a artéria cólica média, ela penetra no mesocolo transverso e divide-se em ramos direito e esquerdo; o segundo é a artéria cólica direita, responsável pela vascularização do colo ascendente, e envia ramos ascendente e descendente; e o terceiro é a artéria íleocólica (íleocecocólica), que passa à direita da fossa ilíaca direita e emite ramos que vão irrigar o íleo terminal, ceco, apêndice e colo ascendente. Artérias gonadais (2) Par de artérias que surge da parede anterior da aorta abdominal, inferior às artérias renais, ao nível de L2, e tem como responsabilidade irrigar as gônadas. Dessa forma, nos homens elas passam a se chamar artérias testiculares e cada uma irriga o testículo correspondente, e nas mulheres, artérias ováricas, responsáveis por vascularizar o ovário correspondente. Seu trajeto acompanha o músculo psoas maior, cruzando anteriormente o ureter e a porção inferior das artérias ilíacas externas, e passando por trás dos ramos das mesentéricas. PROF. CARLOS CHAGAS ACADÊMICO: DANIEL MÄHLMANN UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE MORFOLOGIA DISCIPLINA: MORFOLOGIA VIII CURSO: ENFERMAGEM No homem, ela segue até alcançar o anel inguinal, onde entram no cordão espermático. Na mulher, ela é menor que as testiculares e se anastomosa com a artéria uterina de cada lado. Figura 33 – Vista anterior da vascularização do testículo, mostrando o trajeto da artéria testicular. Copyright © Netter, 4ª edição, 2006 (adaptado). Artéria mesentérica inferior (1) Sai da parede anterior da aorta abdominal e vasculariza os órgãos formados pelo intestino posterior, ou seja, 1/3 final do colo transverso, colo descendente, colo sigmóide, reto e parte superior do canal anal. Emerge ao nível de L3, fazendo sua trajetória para a esquerda. Seu primeiro ramo ascende como a artéria cólica esquerda e que, por sua vez, emite dois ramos; um ascendente, que passa anterior ao rim e vai irrigar o 1/3 final do colo transverso e parte superior do colo ascendente; e um descendente, responsável pela irrigação da parte inferior do colo descendente. A artéria mesentérica inferior envia então de duas a quatro artérias sigmóideas para a esquerda e para PROF. CARLOS CHAGAS ACADÊMICO: DANIEL MÄHLMANN UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE MORFOLOGIA DISCIPLINA: MORFOLOGIA VIII CURSO: ENFERMAGEM baixo, responsáveis por irrigar a parte inferior do colo descendente e o colo sigmóide. Figura 34 – Vista anterior de parte do intestino grosso mostrando os ramos da artéria mesentérica inferior. Copyright © Drake, Gray's Anatomy, 1ª edição, 2011. O ramo terminal da mesentérica superior é a artéria retal superior, que cruza os vasos ilíacos comuns esquerdos, entra na cavidade pélvica e divide-se em ramos que vão irrigar o reto. Artérias lombares São geralmente quatro pares que surgem da parede posterior da aorta abdominal ao nível de L1 a L4, e irriga a parede abdominal posterior e a coluna vertebral. Artéria sacral mediana Artéria ímpar, surge ao nível de L4 da parede posterior da aorta abdominal pouco antes desta se bifurcar. Sua trajetória é inferior, inicialmente sobre as vértebras lombares, e depois sobre o sacro e cóccix. Artérias ilíacas comuns A aorta abdominal bifurca-se em artéria ilíaca comum direita e artéria ilíaca comum esquerda ao nível de L4. Essas, por sua vez, dividem-se em artéria ilíaca interna e externa. A artéria ilíaca interna divide-se em seguida em anterior e posterior. Ela vasculariza as paredes e vísceras da pelve, nádegas e órgãos reprodutores, além do compartimento medial da coxa. A artéria ilíaca externa. Ela irriga regiões da pelve, períneo e membro inferior. Figura 35 – Vista anterior da cavidade abdominopélvica mostrando os últimos ramos da aorta abdominal. Copyright © Drake, Gray's Anatomy, 1ª edição, 2011 (adaptado). PROF. CARLOS CHAGAS ACADÊMICO: DANIEL MÄHLMANN