C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 1 FRENTE 1 – HISTÓRIA INTEGRADA MÓDULO 11 EXPANSÃO CAFEEIRA E IMIGRAÇÃO EUROPEIA 2. (UNIFESP) – “Será exagero dizer que os colonos se acham sujeitos a uma nova espécie de escravidão, mais vantajosa para os patrões do que a verdadeira, pois recebem os europeus por preços bem mais moderados do que os dos africanos? Sem falar no fato de o trabalho dos brancos ser mais proveitoso do que o dos negros?” (Thomas Davatz, Memórias de um colono no Brasil, 1854-1857.) 1. (FATEC) – O sistema de parceria expandiu-se rapidamente pelo Oeste Paulista. A esse respeito, é correto afirmar que a) cada família de imigrantes recebia certo número de pés de café para cuidar, além de uma pequena área para cultivar alimentos, sendo o lucro repartido entre ela e o fazendeiro. b) a convivência do escravo africano com o imigrante, na última década do século XIX, foi bastante positiva para a expansão do café pelo interior paulista. c) os colonos gastavam mais do que ganhavam; por isso, estavam constantemente endividados e acabaram por perder suas terras, migrando para as cidades. d) graças à garantia de participação nos lucros das fazendas de café, o fluxo de imigrantes para os cafezais brasileiros ficou assegurado por muitos anos. e) cabia ao governo da província bancar os gastos de transporte, instalação e manutenção dos colonos e suas famílias, durante o primeiro ano de permanência no Brasil. RESOLUÇÃO: O sistema de parceria foi implementado pelo senador Nicolau Vergueiro no interior de São Paulo, em 1847. A expansão desse sistema ocorreu principalmente após 1850, quando do fim do tráfico de escravos africanos, num momento em que a produção cafeeira estava em expansão. Nesse sistema, o colono/imigrante e o fazendeiro/proprietário deveriam dividir o lucro obtido pelo primeiro com os cafeeiros sob sua responsabilidade. Na prática, o endividamento dos colonos junto aos cafeicultores fazia com que todo o produto da atividade do primeiro fosse apropriado pelo segundo. Resposta: A A respeito do texto, pode-se afirmar que ele a) denuncia tanto a escravidão de negros como a de brancos. b) revela a tentativa do governo de estimular a escravidão branca. c) indica a razão pela qual fracassou o sistema de parceria. d) argumenta que o trabalho escravo é mais produtivo que o livre. e) ignora o prejuízo dos fazendeiros com a contratação dos colonos. RESOLUÇÃO: O autor, um dos colonos suíço-alemães que participaram do sistema de parceria implantado em 1847 no interior paulista, dá a entender que a exploração dos imigrantes europeus pelos cafeicultores poderia ser considerada uma forma de escravidão. Resposta: C 3. (FATEC) – Na segunda metade do século XIX, a cafeicultura dinamizou profundamente a economia brasileira ao a) transferir o eixo econômico do País do litoral nordestino para a região Centro-Sul. b) liberar capitais que seriam aplicados na instalação de indústrias de base e energéticas. c) abandonar o modelo agro-exportador em benefício de um modelo urbano-industrial. d) incentivar a criação de pequenas propriedades produtoras que utilizavam o trabalho livre. e) estimular a diversificação das atividades econômicas internas e a modernização da economia. RESOLUÇÃO: A expansão da cafeicultura pelo Oeste Paulista, na segunda metade do século XIX, criou recursos que poderiam ser investidos em outros setores além da agricultura; ou sejam, o setor secundário (indústrias concentradas na capital paulista) e o terciário (expansão da malha ferroviária, das comunicações e dos serviços urbanos). Resposta: E –1 C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 2 4. (FUVEST) – Examine a seguinte tabela: Ano N.o de escravos que entraram no Brasil 1845 19.453 1846 50.325 1847 56.172 1848 60.000 (Dados extraídos de Emília Viotti da Costa. Da senzala à colônia. São Paulo: Unesp, 1998.) A tabela apresenta dados que podem ser explicados a) pela lei promulgada em 1831, que reduziu os impostos sobre os escravos importados da África para o Brasil. b) pelo descontentamento dos grandes proprietários de terras em meio ao auge da campanha abolicionista no Brasil. c) pela renovação, em 1844, do tratado de 1826 com a Inglaterra, que abriu nova rota de tráfico de escravos entre Brasil e Moçambique. d) pelo aumento da demanda por escravos no Brasil, em função da expansão cafeeira, a despeito da promulgação da Lei Aberdeen. e) pela aplicação da Lei Eusébio de Queirós, que ampliou a entrada de escravos africanos no Brasil e tributou o tráfico interno. RESOLUÇÃO: Em 1845, por meio do Bill Aberdeen, o Parlamento Britânico prorrogou por conta própria o direito de navios ingleses interceptarem barcos que fizessem o tráfico de escravos da África para o Brasil – direito esse que o governo brasileiro se recusara a renovar. Não obstante, a demanda de mão de obra escrava na cafeicultura brasileira era tão grande que, conforme a tabela comprova, a entrada de africanos no Brasil continuou a crescer, apesar das pressões inglesas, até ser interrompida pela Lei Eusébio de Queirós, em 1850. Obs.: O número redondo apresentada na tabela para o ano de 1848 constitui, obviamente, uma estimativa. Resposta: D 2– 5. (FGV) – “Visando elevar a renda do Estado, em um momento de consolidação do sistema imperial, o liberalismo alfandegário foi abandonado em prol do protecionismo. O ministro da Fazenda tinha em mente aumentar a carga fiscal, aspecto que foi bem recebido pela Câmara. A nova lei estabeleceu que os tributos sobre os produtos de importação subiriam de 15% para 30% (caso não houvesse similar nacional) ou 60% (caso o artigo também fosse produzido no País).” (Rubim Santos Leão Aquino et alii, Sociedade Brasileira: uma História Através dos Movimentos Sociais.) No contexto do Brasil Império, o trecho refere-se a) à Lei de Terras. b) à Tarifa Alves Branco. c) ao Bill Aberdeen. d) à Lei Eusébio de Queiros. e) ao reconhecimento da Independência. RESOLUÇÃO: A Tarifa Alves Branco, de 1844, foi posta em vigor com objetivos fiscalistas (aumentar a arrecadação do Estado Brasileiro). Mas, combinada com os efeitos da Lei Eusébio de Queirós (liberação de capitais até então investidos no tráfico negreiro), de 1850, produziu também resultados protecionistas, favorecendo o surto industrial que seria liderado por Mauá. Resposta: B C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 3 MÓDULO 12 A CRISE DO IMPÉRIO E MOVIMENTO REPUBLICANO 1. (MACKENZIE) – “Na década de 1870, as relações entre o Estado e a Igreja se tornaram tensas. A união entre trono e altar, prevista na Constituição de 1824, representava, em si mesma, fonte potencial de conflito.” (Boris Fausto) Identifique a causa fundamental do conflito mencionado pelo texto acima. a) O Estado Imperial Brasileiro reconhecia a religião católica como oficial, mas não interferia nas questões eclesiásticas. b) Na década de 1870, o clero passou a exigir maior autonomia ao Estado, reivindicando a supressão do beneplácito. c) Em decorrência do beneplácito, a proibição do papa ao ingresso de maçons nas irmandades desencadeou um atrito entre Estado e Igreja. d) Pelo fato de a Maçonaria não ter nenhuma expressão na política interna do Império, a proibição papal não provocou repercussões. e) O Estado laico foi implantado logo após o conflito com a Igreja, para contornar a oposição do clero ao imperador. 2. (FUVEST) – O descontentamento do Exército, que culminou na Questão Militar, já no ocaso do Império, pode ser atribuído a) às pressões exercidas pela Igreja junto aos militares, no sentido de induzi-los a derrubar o governo imperial. b) à exaltação do militarismo sul-americano pela imprensa brasileira, a qual tomava os caudilhos argentinos como exemplo. c) às tendências ultrademocráticas das Forças Armadas, que defendiam a participação dos analfabetos na vida política. d) à ambição de muitos oficiais do Exército, os quais pretendiam iniciar um programa de expansão imperialista na América Latina. e) à predominância do poder civil, que não prestigiava os militares e lhes proibia o debate político pela imprensa. RESOLUÇÃO: A Questão Militar teve como ponto central a proibição de os oficiais se manifestarem sobre questões de interesse nacional, principalmente por meio da imprensa. Como pano de fundo, havia a resistência dos políticos civis em aceitar a participação de membros das Forças Armadas na vida partidária do Império. Resposta: E RESOLUÇÃO: A Questão Religiosa (1872-74) foi a primeira crise entre o Estado Imperial Brasileiro e a Igreja. Sua origem foi a negação do beneplácito (autorização) ao cumprimento, no Brasil, da proibição de que maçons frequentassem as irmandades (ou confrarias). Quando os dois bispos que haviam obedecido à determinação papal foram condenados à prisão, o episcopado brasileiro solidarizou-se com eles, abrindo uma crise com o governo imperial. Resposta: C 3. (Carlos Eduardo Novaes e César Lobo, História do Brasil para principiantes.) A ilustração refere-se a um episódio da assinatura da Lei Áurea pela princesa Isabel, em 13 de maio de 1888. A interpretação histórica dada pelo cartunista baseia-se na ideia de que –3 C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 4 a) um dos fatores do fim do Império no Brasil foi a insatisfação dos escravocratas com a decretação da abolição do trabalho compulsório. b) os representantes da Monarquia, seguindo a orientação dos abolicionistas, mostravam-se favoráveis ao estabelecimento de um regime republicano no País. c) os republicanos, vitoriosos nas eleições de 1888, convenceram os monarquistas a aprovarem o fim do tráfico de escravos para o Brasil. d) uma das causas da proclamação da República foi a desistência da princesa Isabel em assumir o trono do Brasil devido à má repercusão da Lei Áurea. e) uma das primeiras medidas do governo republicano, ao assumir o poder, foi pressionar o Congresso Nacional para aprovar a abolição da escravatura. RESOLUÇÃO: O fato de a abolição da escravatura não ter previsto uma indenização para os proprietários de escravos levou os defensores do escravismo a retirar seu apoio à Monarquia, inviabilizando a possibilidade de a princesa Isabel vir a assumir o trono imperial. Resposta: A 4. (UNICAMP) – Assinale a alternativa correta sobre acontecimentos políticos do Segundo Reinado. a) Tratava-se de um Estado centralizado política e administrativamente, sem condições de promover a expansão das forças produtivas no País. b) O imperador se opunha ao sistema eleitoral e exercia os poderes Moderador e Executivo, monopolizando os elementos centrais do sistema político e jurídico. c) O surgimento do Partido Republicano, em 1870, institucionalizou uma proposta federalista que já fora apresentada em momentos anteriores. d) A política imigratória, o abolicionismo e a separação entre a Igreja e o Estado fortaleceram a monarquia e suas bases sociais, na década de 1870. e) O movimento republicano ganhou impulso na década de 1880, quando as camadas populares urbanas aderiram a suas propostas de caráter socialista. RESOLUÇÃO: Em 2 de dezembro de 1870 (data de aniversário de D. Pedro II), foi publicado no Rio de Janeiro o n.° 1 do jornal A República, contendo um Manifesto Republicano subscrito por um grupo de intelectuais; simultaneamente, foi fundado o Partido Republicano – o primeiro de outros que surgiriam nas várias províncias do Império. A Constituição de 1824 organizara o Estado Brasileiro como uma entidade centralista/ unitária, a qual foi consolidada no Segundo Reinado. Isso levou os signatários do Manifesto a considerar o regime republicano como o único que viabilizaria o ideal federativo (autonomia das províncias em relação ao governo central). Aliás, as ideias anticentralistas já haviam sido defendidas em diversos momentos históricos anteriores, notadamente no Período Regencial. Resposta: C 4– 5. (MACKENZIE) – “O povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava. Muitos acreditavam sinceramente estar vendo uma parada.” (Aristides Lobo) O texto refere-se à Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889. Dele podemos depreender que a) o movimento contou com sólido apoio popular, envolveu choques armados e enfrentou forte resistência dos monarquistas. b) a vitória do movimento resultou da união entre parte do Exército, fazendeiros do Oeste Paulista e classes médias urbanas. c) a Guerra do Paraguai não influenciou o crescimento das ideias republicanas e positivistas, fundamentais para o advento da República. d) o “Terceiro Reinado” era visto de forma positiva pela população, sobre a qual a princesa Isabel exercia expressiva liderança. e) as críticas à centralização monárquica e o surgimento de novos segmentos sociais pouco influenciaram o movimento republicano. RESOLUÇÃO: Alternativa escolhida por eliminação porque as classes médias não participaram da Proclamação da República. Prova disso é o célebre comentário de Silva Jardim (principal líder dos republicanos da classe média) ao assistir à movimentação militar de 15 de novembro: “Acho que está acontecendo alguma coisa...” Resposta: B C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 5 MÓDULO 13 REPÚBLICA DA ESPADA 1. (UFSM) – A Constituição Brasileira de 1891 organizou o regime republicano. Sobre essa Constituição e seu respectivo período histórico, pode-se afirmar que a) efetivou a República federativa presidencialista, com a tripartição de poderes e a transformação das províncias em estados. b) consolidou a República no Brasil por meio de um governo parlamentarista, fundamentado na doutrina positivista. c) seguiu o modelo norte-americano, no qual os estados são independentes, somente decidindo coletivamente em caso de guerra. d) criou a República e garantiu o direito de voto dos analfabetos, tendo como característica inovadora o predomínio do Poder Legislativo. e) fortaleceu o sistema presidencialista e o pluripartidarismo, restringindo o Legislativo e enfraquecendo o poder local dos “coronéis”. RESOLUÇÃO: A Constituição de 1891 inspirou-se no modelo norte-americano, do qual extraiu a ideia de federação (estados-membros dotados de autonomia, mas subordinados ao poder federal), de presidencialismo (o presidente da República acumula as chefias do Estado e do governo) e de tripartição de poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário equilibrados entre si). Resposta: A 2. (PUC-SP) – “A República criou uma cidadania precária, porque calcada na manutenção da iniquidade das estruturas sociais: acentuou as distâncias entre as diversas regiões do País, cobrindo-as com a roupagem do federalismo difuso da ‘Política dos Governadores’; ou deu continuidade à geografia oligárquica do poder que, desde o Império, diluía o formalismo do Estado e das instituições.” (SALIBA, Elias Thomé. Raízes do riso: a representação humorística na história brasileira; da Belle Époque aos primeiros tempos do rádio. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p.67) A partir do texto, pode-se afirmar que a implantação da República no Brasil a) renovou as instituições políticas por meio do federalismo, ampliando a força do Estado em detrimento dos poderes locais. b) alterou radicalmente a estrutura social do Império, devido à ascensão da burguesia e ao declínio da aristocracia. c) introduziu um modelo federalista, que incentivou tanto a autonomia local dos estados como a integração nacional. d) manteve os desníveis sociais presentes no Império e não ofereceu ampliação significativa dos direitos de cidadania. e) centralizou o poder nas mãos dos governadores, diminuindo a influência das instituições federais e do presidente da República. 3. “O marechal Deodoro da Fonseca tornou-se chefe do Governo Provisório e algumas dezenas de oficiais foram eleitos para o Congresso Constituinte. Mas eles não formavam um grupo homogêneo. Havia rivalidades entre o Exército e a Marinha; enquanto o Exército tinha sido o artífice do novo regime, a Marinha era vista como ligada à Monarquia”. (Boris Fausto) Assinale a alternativa que comprova a rivalidade entre o Exército e a Marinha apontada pelo texto. a) O “Manifesto dos Treze Generais”. b) As revoltas da Armada. c) A Coluna Prestes. d) A Revolução Federalista. e) A Revolta do Forte de Copacabana. RESOLUÇÃO: A Armada (Marinha de Guerra) revoltou-se duas vezes durante a República da Espada: a primeira em 1891, forçando o marechal Deodoro da Fonseca a renunciar à Presidência da República; a segunda em 189394, contra o marechal Floriano Peixoto, que reprimiu o movimento. As duas rebeliões, lideradas pelo almirante Custódio de Mello, refletiam as restrições da oficialidade naval, em grande parte monarquista, à República instaurada pelos militares do Exército. Resposta: B 4. (UFRS) – “Os soldados já estavam nas trincheiras, armas à mão; o canhão tinha ao lado a munição necessária. Uma lancha avançava lentamente, com a proa alta assestada para o posto. De repente, saiu de sua borda um golfão de fumaça espessa: ‘Queimou!’ – gritou uma voz. Todos se abaixaram, a bala passou alto, zunindo, cantando, inofensiva (...) Alugavam-se binóculos e tanto os velhos como as moças, os rapazes como as velhas, seguiam o bombardeio como uma representação de teatro: ‘Queimou Santa Cruz! Agora é o Aquidabã! Lá vai!’. E dessa maneira a revolta ia correndo familiarmente, entrando nos hábitos e costumes da cidade.” (Lima Barreto, Triste fim de Policarpo Quaresma.) A partir das informações apresentadas no texto acima, é possível inferir que o autor se refere à Revolta a) da Vacina. b) de Canudos. c) Federalista. d) do Contestado. e) da Armada. RESOLUÇÃO: O texto descreve a atitude de moradores do Rio de Janeiro diante dos duelos de artilharia que, durante a Revolta da Armada (1893-94), ocorriam quase diariamente entre os navios rebelados e as fortalezas situadas na Baía da Guanabara. Resposta: E RESOLUÇÃO: A República, proclamada em 1889 e regulamentada pela Constituição de 1891, não alterou a estrutura socioconômica do País, preservando o poder das oligarquias. Assim, apesar da adoção do sufrágio universal masculino, a grande maioria da população permaneceu à margem da vida política e, portanto, do pleno exercício da cidadania. Resposta: D –5 C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 6 5. “Assumindo a Presidência da República, o marechal Floriano Peixoto deveria convocar novas eleições, mas não o fez. Diante da reação crescente, Floriano optou pela solução de força.” A partir do texto e de outros conhecimentos sobre o assunto, pode-se concluir que a) Floriano, para permanecer no poder, tornou-se um ditador, contando com o apoio das Forças Armadas. b) o governo de Floriano, embora constitucional, somente foi possível devido à coesão das Forças Armadas. c) a adoção de medidas repressivas, com apoio do Congresso, garantiu a continuidade do governo de Floriano. d) as pressões exercidas pelo Partido Republicano obrigaram Floriano a renunciar em favor de Prudente de Moraes. e) a política autoritária de Floriano Peixoto desagradou às oligarquias, que apoiaram a Revolta da Armada. a) Indique duas práticas políticas existentes durante a Primeira República (1889-1930). RESOLUÇÃO: “voto de cabresto” (controle dos eleitores por meio de relações clientelistas ou coercitivas, decorrentes da existência do coronelismo e da prática do voto aberto) e fraude eleitoral (as apurações eram realizadas pelo grupo político dominante). RESOLUÇÃO: Floriano completou o mandato de Deodoro, consolidando as novas instituições políticas com o apoio do Congresso Nacional, formado em sua maioria por representantes dos latifundiários. As manifestações contrárias a seu governo – episódios principais: Revolução Federalista e Revolta da Armada – foram duramente reprimidas. Resposta: C b) Cite duas mudanças que ampliaram o eleitorado brasileiro após a Primeira República. RESOLUÇÃO: Instituição do voto feminino e redução da idade eleitoral mínima de 21 para 18 anos, pela Constituição de 1934; e concessão do direito de voto aos analfabetos, bem como redução da idade eleitoral mínima para 16 anos, pela Constituição de 1988. MÓDULO 14 BASES SOCIOPOLÍTICAS DA REPÚBLICA OLIGÁRQUICA 1. (UNICAMP) – A população brasileira, segundo o censo de 1920, era de 30.365.605 habitantes. O número de votantes, entretanto, era restrito, conforme a tabela abaixo: População apta a votar, 1920 População Total Número 30.635.605 Menos analfabetos, sobram 7.493.357 Menos mulheres, sobram 4.470.068 Menos os estrangeiros, sobram 3.891.640 Menos os menores de 21 anos, sobram 3.218.243 (Adaptado de http://www.usp.br/revistausp/59/09-josemurilo.pdf. Acesso em 18/10/2011.) 6– C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 7 2. (MACKENZIE) – “Exigia-se para a cidadania política uma qualidade que só o direito social da educação poderia fornecer e, simultaneamente, desconhecia-se esse direito. Era uma ordem liberal, mas profundamente antidemocrática e resistente aos esforços de democratização.” (José Murilo de Carvalho) A República Velha (1889-1930), em relação à participação política dos cidadãos, determinou a) a escolha de um modelo pautado nos moldes norte-americanos, que garantiam a liberdade individual por meio do voto censitário. b) a implatação de uma república liberal idealizada pelos cafeicultores que, para se efetivar, necessitou do apoio das demais classes sociais. c) a estruturação de um regime que garantisse os direitos individuais de todos os cidadãos, graças à eliminação do voto censitário. d) a perpetuação da injustiça social e dos privilégios de setores oligárquicos; o voto popular era manipulado pelos grupos dominantes. e) a substituição do voto censitário pelo sufrágio universal, integrando a maioria dos cidadãos no processo político-eleitoral do País. RESOLUÇÃO: A Constituição de 1891 exigia, entre outros requisitos, que o cidadão, para exercer o direito do voto, fosse alfabetizado; mas não estabelecia o direito à educação nem proclamava ser esta um dever do Estado. Dessa maneira, a maioria da população permenaceu afastada do processo político e sem possibilidade de ascensão econômica e social – situação propícia à perpetuação do poder dos “coronéis”. Resposta: D O trecho trata de um fenômeno que, no Brasil, a) possui profundas raízes históricas, tendo surgido na República Velha e se modificado ao longo do tempo, uma vez que, se antes não se valia de métodos coercitivos, hoje essa é uma prática corrente. b) apesar de possuir raízes históricas, não pode ser aplicado à realidade atual do País, uma vez que os avanços democráticos verificados nos últimos anos impossibilitam o surgimento dos chamados “coronéis”. c) está ligado às transformações urbanas do pós-Segunda Guerra Mundial, já que aquele conflito trouxe alterações significativas para a estrutura social do País, possibilitando a emergência de novas camadas. d) não tem nenhuma ligação com o passado, mesmo porque falar de práticas coercitivas e métodos baseados no mandonismo não faz parte da realidade política brasileira, baseada na democracia desde sua fundação. e) possui profundas raízes históricas, relacionando-se com uma concepção de governo que inclui práticas de mandonismo local, com métodos coercitivos e/ ou paternalistas para com a população e os trabalhadores. RESOLUÇÃO: A personagem e a situação descritas vão além do coronelismo que predominou durante a Primeira República (1889-1930), pois suas origens mergulham no passado patriarcal do Brasil Colônia, quando a ausência de autoridades administrativas propiciava, ao latifundiário local, o exercício de um poder supremo e irrecorrível. Resposta: E 3. (MACKENZIE) – “Recordo-me de como ouvi, pela primeira vez, na minha meninice, falar desse grande seridoense [José Bezerra de Araújo-Galvão, natural de Seridó, RN]. Seu nome soava como uma nota de clarim, vibrando nas quebradas das serras e dos vales como defensor da honra alheia, dos limites da propriedade privada, da moça ofendida, do pobre que apelava para a sua proteção, inimigo da prepotência, defensor dos hábitos e costumes do seu povo, transformados por uma sedimentação de vários séculos em norma de vida ou código de lei. Em seu município predominou por muito tempo o regime de ‘O Estado sou eu’. O município era ele; a lei era ele; o juiz, o delegado, o padre, eram ele.” (M. R. de Melo. Patriarcas e Carreiros. Rio de Janeiro: Pongetti, 1954. p. 273.) –7 C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 8 4. (FATEC) 5. (FATEC) – Entre as principais características do modelo político adotado no Brasil durante a República Velha (1889-1930), destacaram-se a) a política do “Regresso Conservador”, o militarismo e o voto censitário. b) a “Política dos Governadores”, o coronelismo e o “voto de cabresto”. c) o “parlamentarismo às avessas”, o clientelismo e o voto a descoberto. d) a “Política do Café com Leite”, o coronelismo e o voto secreto censitário. e) a política de valorização do café, a prática do populismo e o voto universal. RESOLUÇÃO: Embora a Primeira República Brasileira se tenha estendido de 1889 a 1930, as características mencionadas na alternativa são mais aplicáveis à chamada “República das Oligarquias”, que teve início em 1894, após o período denominado “República da Espada”. A “Política dos Governadores”, que embasou a “Política do Café com Leite”, consistia no apoio recíproco entre o governo federal e as oligarquias estaduais; estas, por sua vez, apoiavam-se no coronelismo (mandonismo local dos grandes proprietários) e na prática do voto aberto, que ensejava a pressão sobre o eleitor, configurando o “voto de cabresto”. Resposta: B A FÓRMULA DEMOCRÁTICA Os detentores do poder: “Tenham paciência, mas aqui não entra mais ninguém!” (http://novahistorianet.blogspot.com/2009/01/republica-velha.html. Acesso em 05.03.2010.) A charge do caricaturista gaúcho Storni, publicada na revista Careta em 1925, faz uma crítica a) à Constituição de 1891, que dava autonomia aos estados e a seus governadores, em detrimento da autoridade do governo federal. b) à “Política do Café com Leite”, na qual os candidatos à Presidência eram indicados ora pela oligarquia paulista, ora pela mineira. c) às oligarquias rurais — representadas na charge por Paraíba e Bahia —, por meio das quais os “coronéis” influenciavam o governo central. d) ao clientelismo entre os “coronéis” e os trabalhadores rurais, que garantia aos primeiros a vitória nas eleições realizadas nos estados. e) à “Política dos Governadores”, resultante de acordos entre o governo federal, de um lado, e os grupos oligárquicos dos estados, de outro. RESOLUÇÃO: A “Política do Café com Leite”, que aliou as oligarquias de São Paulo e Minas Gerais para controlar o governo federal, foi criada por Campos Sales (1898-1902) e se manteve ao longo da República Velha, tendo sido interrompida apenas durante o quadriênio de Hermes da Fonseca (191014). Resposta: B 8– C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 9 MÓDULO 15 IDEIAS E MOVIMENTOS URBANOS NA PRIMEIRA REPÚBLICA 1. (UNICAMP) – Em 1917, eclodiu em São Paulo a primeira manifestação operária de impacto nacional, orientada por organizações sindicalistas e partidos operários. a) Em que contexto histórico se inseriu a greve de 1917? b) Que corrente ideológica predominou naquele movimento grevista? c) Qual era a principal reivindicação dos trabalhadores? RESOLUÇÃO: A Revolta da Vacina resultou, em termos imediatos, da insatisfação manifestada pela população carioca de baixa renda contra a obrigatoriedade da vacinação antivariólica. Essa medida foi imposta pelo governo Rodrigues Alves dentro de seu projeto de modernização do Rio de Janeiro, vinculado à ideia de “progresso republicano”. No entanto, a revolta popular tinha outras motivações além da vacinação obrigatória; entre elas, a reurbanização do centro da capital, que implicou a demolição dos cortiços e casarões decadentes, descritos por Luis Edmundo no trecho transcrito. Ora, tais construções justamente abrigavam membros das camadas pobres, os quais foram forçados a se deslocar para os morros ou para os subúrbios. Resposta: A RESOLUÇÃO: a) Externamente, no contexto da Primeira Guerra Mundial e da Revolução Russa; internamente, no contexto da República das Oligarquias e da repressão ao movimento operário brasileiro. b) O anarcossindicalismo. c) Aumento dos salários e redução da jornada de trabalho (esta última reivindicação não foi atendida). 2. (FATEC) – No início do século XX, o cronista Luis Edmundo descreveu o Rio de Janeiro, então capital da República, como “um monstro em que as epidemias se albergam dançando sabbats magníficos, aldeia melancólica de prédios velhos e alçapados, a descascar pelos rebocos, vielas sórdidas cheirando mal.” (Nosso Século. São Paulo: Abril Cultural/Círculo do Livro, 1985, v. 1, p. 37.) Uma tentativa oficial de alterar esse cenário desolador resultou, em 1904, na rebelião popular conhecida como a) Revolta da Vacina. b) Revolta da Armada. c) Revolta da Chibata. d) Revolta de Canudos. e) Revolta do Contestado. 3. (FUVEST-2013/Adaptado) – “Durante os primeiros tempos de sua existência, o PCB prosseguiu em seu processo de diferenciação ideológica com o anarquismo, de onde provinha parte significativa de sua liderança e militância. No que se refere à questão parlamentar, foi necessário proceder a uma homogeneização da militância comunista. Houve algumas tentativas de participação em eleições e de formulação de propostas a serem apresentadas à sociedade, mas elas se revelaram infrutíferas por questões conjunturais. A primeira vez em que isso ocorreu foi em 1925, no município portuário paulista de Santos, onde os comunistas locais, apresentando-se pela legenda da Coligação Operária, tiveram um resultado pífio. No entanto, como todos os atos pioneiros, essa participação deixou uma importante herança: a presença, na cena política brasileira, dos trabalhadores e suas reivindicações”. (Dainis Karepovs. A classe operária vai ao Parlamento. São Paulo: Alameda, 2006, p.169.) A partir do texto, pode-se afirmar que a) as eleições de representantes parlamentares advindos de grupos comunistas e anarquistas foram frequentes desde a Proclamação da República, contribuindo inclusive para a eclosão da Revolução de 1930. b) comunistas, anarquistas e outros grupos de representantes dos trabalhadores eram proibidos de participar de eleições desde a proclamação da República, cenário que só se modificaria com a Constituição de 1988. c) as primeiras décadas do século XX representam um período de grande diversidade partidária no Brasil, o que favoreceu a emergência de grupos de esquerda, os quais não obtiveram resultados eleitorais expressivos. –9 C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 10 d) as experiências parlamentares envolvendo operários e camponeses, no Brasil da década de 1920, consolidaram sua presença no cenário político nacional, após o colapso do regime encabeçado por Getúlio Vargas. e) as primeiras participações eleitorais de candidatos trabalhadores ganharam importância histórica, uma vez que a política partidária da Primeira República era dominada por grupos oriundos das elites econômicas. RESOLUÇÃO: A questão realça dois aspectos fundamentais do modernismo brasileiro: a ruptura com o academicismo de influência europeia e a busca de uma produção artística e literária ligada a temas brasileiros e à problemática nacional. Resposta: B RESOLUÇÃO: A importância do movimento operário no Brasil já era expressiva antes que ele participasse legalmente da vida política nas citadas eleições municipais de Santos, em 1925. Haja vista as inúmeras greves realizadas, com destaque para a ocorrida em São Paulo no ano de 1917. De qualquer forma, é inegável que o surgimento do PCB (então “Partido Comunista do Brasil”) deu um direcionamento mais preciso e consistente ao movimento operário. Resposta: E 4. (FGV) – “A Semana de 22 não foi um fato isolado e sem origens. As discussões em torno da necessidade de renovação das artes surgem em meados da década de 1910 em textos de revistas e em exposições, como a de Anita Malfatti em 1917. Em 1921, intelectuais como Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia já alimentavam a intenção de transformar as comemorações do Centenário da Independência em momento de emancipação artística.” (www.itaucultural.org.br) Os artistas participantes da Semana de Arte Moderna propunham a) que a arte, especialmente a literatura, abandonasse as preocupações com os destinos brasileiros e se voltasse para o princípio da “arte pela arte”. b) a rejeição ao conservadorismo da produção artística brasileira, defendendo novas estéticas e temas, como a discussão das questões nacionais. c) que os artistas estabelecessem vínculos com correntes filosóficas, mas não com projetos ideológicos, fossem estes progressistas ou conservadores. d) o reconhecimento da superioridade da arte europeia e da importância da civilização portuguesa no desenvolvimento cultural brasileiro. e) que apenas as artes plásticas, com destaque para a pintura, poderiam representar avanços revolucionários em direção a uma arte de fato inovadora. 10 – 5. (MACKENZIE-Adaptado) – Em 2012 completam-se 90 anos da Semana de Arte Moderna, marco de renovações artístico-culturais do Brasil. A respeito desse acontecimento, assinale a alternativa incorreta. a) Internacionalismo e nacionalismo foram, simultaneamente, as características básicas da Semana. O nacionalismo viria como decorrência da afirmação, presente desde a implantação da República em 1889, de uma arte e cultura genuinamente brasileiras. b) A Semana exprimia o anseio de uma nova mentalidade, insatisfeita com o status quo das artes de então. Por isso, tinha como um de seus objetivos centrais a modernização, por meio de um olhar para o social e para o que havia de mais avançado na criação artística. c) Existia naquele movimento um olhar para o futuro que trazia um desejo de ruptura, de inovação e de experimentação. Mas, ao mesmo tempo, marcava presença um sentimento de nostalgia, um retomar das raízes culturais que marcaram a formação histórica do País. d) Por partirem de concepções nacionalistas, esses artistas negavam as influências externas na cultura brasileira. Para eles, uma arte genuinamente nacional somente aconteceria por meio do total afastamento em relação às principais vanguardas europeias. e) Internacionalismo e nacionalismo foram, simultaneamente, seus aspectos básicos. As artes do período desejavam o rompimento com o século XIX, cujo academicismo de origem europeia se tornara um símbolo de dominação sobre a arte brasileira. RESOLUÇÃO: Os participantes da Semana de Arte Moderna rejeitavam o academicismo de influência francesa, que dominava os valores estéticos da cultura brasileira na época. Mas, além de obviamente influenciados pelas tendências vanguardistas contemporâneas vindas da Europa, propunham absorver os elementos que pudessem contribuir para a consolidação de uma verdadeira cultura nacional. Essa era, aliás, a proposta do Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade, publicado em 1928. Resposta: D C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 11 MÓDULO 16 A CRISE DE 1929 E O NEW DEAL 1. (UFRJ) – “Tomei consciência do problema do desemprego em 1928. Lembro-me do choque que senti quando, pela primeira vez, me misturei com vagabundos e mendigos, e descobri que boa parte deles eram mineiros e colhedores de algodão, jovens e honestos, contemplando seu destino com aquele assombro estúpido de um animal que caiu numa armadilha. Simplesmente não conseguiam entender o que acontecia com eles. Tinham sido criados para trabalhar, e era como se nunca mais fossem ter a oportunidade de voltar ao trabalho.” (George Orwell. “O Caminho para Wigan Pier”, In: História do Século XX, São Paulo, Abril Cultural, 1974, vol. 6, p. 1351.) O relato do escritor George Orwell nos dá conta do ambiente de crise em que viveu a sociedade norte-americana no final da década de 1920, especialmente a partir de 1929. a) Comente um problema que a economia norte-americana enfrentou ao longo da década de 1920 e que contribuiu para a Crise de 1929. b) Identifique duas medidas do New Deal para superar os efeitos da crise. RESOLUÇÃO: a) Manutenção de altos níveis de produção agrícola e industrial, contrastando com a queda do consumo provocada pelo término da Primeira Guerra Mundial, pela recuperação da produção europeia e pela saturação do mercado interno norte-americano. b) Programa de realização de grandes obras públicas, concessão de financiamentos aos agricultores, fixação de preços mínimos para produtos primários, criação do salário mínimo e supervisão do sistema financeiro pelo governo federal. 2. (UNESP) – “A história dos vinte anos após 1973 é a de um mundo que perdeu suas referências e resvalou para a instabilidade e a crise. Só no início da década de 1990 encontramos o reconhecimento de que os problemas econômicos eram de fato piores que os da década de 1930. Em muitos aspectos, isso era intrigante. Por que deveria a economia mundial ter-se tornado menos estável?” (Eric Hobsbawm. A Era dos extremos, 1995. Adaptado.) Os problemas econômicos da década de 1930, citados no texto, derivaram, entre outros fatores, a) dos movimentos sociais e mobilizações revolucionárias na América Latina, em especial no México, que impediram a exportação de produtos norte-americanos para a região. b) das reformas financeiras e sociais realizadas na União Soviética após a Revolução de 1917, que fechou os mercados do bloco socialista aos países capitalistas do Ocidente. c) da ascensão do nazismo alemão e dos regimes fascistas em Itália, Espanha e Portugal, o que paralisou a produção industrial europeia e provocou a Segunda Guerra Mundial. d) de uma ampla crise do liberalismo, que ganhou contornos mais nítidos após a Primeira Guerra Mundial e desembocou na quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929. e) do forte crescimento econômico da Alemanha na passagem do século XIX para o XX e da acirrada competição comercial e naval desse país com a Grã-Bretanha e a França. RESOLUÇÃO: A questão faz uma abordagem macroeconômica do período iniciado com a depressão de 1873 e que se estendeu até a Grande Depressão pós-1929, quando o intervencionismo passou a predominar na economia. Esse predomínio prolongar-se-ia até a década de 1980, quando o neoliberalismo se tornou um consenso quase unânime entre os economistas da época. Resposta: D – 11 C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 12 3. (ENEM) – Texto I “A Europa entrou em estado de exceção, personificado por obscuras forças econômicas sem rosto ou localização física conhecida, que não prestam contas a ninguém e se espalham pelo globo por meio de milhões de transações diárias no ciberespaço.” (Clóvis Rossi. “Nem fim do mundo nem mundo novo”. Folha de S. Paulo, 11 dez. 2011 – Adaptado) Texto II Estamos imersos numa crise financeira como nunca tínhamos visto desde a Grande Depressão, iniciada em 1929 nos Estados Unidos. (Entrevista de George Soros. Disponível em: www.nybooks.com. Acesso em: 17 ago. 2011 – Adaptado) A comparação entre os significados da atual crise econômica [iniciada em 2008] e do crash de 1929 oculta a principal diferença entre essas duas crises, pois a) o crash da Bolsa em 1929 adveio do envolvimento dos Estados Unidos na I Guerra Mundial e a atual crise é o resultado dos gastos militares desse país nas guerras do Afeganistão e do Iraque. b) a Crise de 1929 ocorreu devido a um quadro de superprodução industrial nos Estados Unidos e a atual crise resultou da especulação financeira e da expansão desmedida do crédito bancário. c) a crise de 1929 resultou da concorrência entre os países europeus, reconstruídos após a Guerra de 1914/18, e a atual crise se associa à emergência dos BRICS como novos concorrentes econômicos. d) o crash da Bolsa em 1929 resultou do excesso de proteções ao setor produtivo estadunidense e a atual crise tem origem na internacionalização das empresas e no avanço da política de livre mercado. e) a Crise de 1929 decorreu da política intervencionista norte-americana sobre o comércio mundial e a atual crise resultou do excesso de regulação dos Estados Unidos sobre o sistema monetário. RESOLUÇÃO: Embora a Crise de 1929 tenha explodido com o crash da bolsa de Nova York – o que aparentaria um colapso puramente financeiro –, suas origens estão no descompasso entre os altos níveis de produção agrícola e sobretudo industrial, alcançados pelos Estados Unidos durante a Primeira Guerra Mundial, e a contração do consumo na década seguinte. Já a crise atual teve sua origem no próprio sistema financeiro, devido à gestão temerária dos créditos concedidos ao setor imobiliário norte-americano. Resposta: B 4. (UNESP) – De certa forma, o colapso econômico que se abateu sobre o mundo capitalista em 1929 pode ser explicado a) por uma crise na atividade industrial, sem vínculo com o subconsumo resultante da existência de bolsões de pobreza na população. b) por uma onda de hiperprodução, associada a uma situação de crise social causada pelos altos salários e pelo superconsumo. c) pela acumulação de excedentes agrícolas e industriais, que os mercados interno e externo não conseguiam absorver. d) pelos elevados gastos militares, resultantes das frequentes intervenções dos Estados Unidos na América Latina. e) pela política intervencionista do presidente Hoover, que contrariava o tradicional liberalismo econômico dos Estados Unidos. RESOLUÇÃO: A interpretação tradicional a respeito da Crise de 29 é que ela resultou, essencialmente, de um desequilíbrio entre o excesso da produção agrícola e industrial, de um lado, e o consumo insuficiente, de outro. Resposta: C 5. (UNICENTRO) – “Durante os primeiros anos do longo governo do presidente Franklin Delano Roosevelt (1933-45), os Estados Unidos adotaram um importante conjunto de medidas econômicas destinadas à superação da crise econômica. New Deal (“Novo Acordo”) foi o nome pelo qual ficou conhecido esse conjunto de medidas, inspiradas nas ideias do economista inglês John Keynes (1883-1946).” (Cotrim, p. 361) Essas informações e outros conhecimentos sobre o Período Entre-guerras permitem afirmar que a Crise de 1929, referida no texto, a) evidenciou a fragilidade da União Soviética quando esta incorporou as regras do New Deal, com o objetivo de equilibrar sua economia. b) levou os Estados Unidos a adotar o New Deal, como plano de ajuda aos países europeus atingidos pela Grande Depressão. c) confirmou a eficiência do liberalismo econômico adotado pelos países do continente americano ao longo do século XIX. d) contribuiu para a intervenção do Estado na economia, ao mesmo tempo em que abria espaço ao fortalecimento de regimes ditatoriais. e) resultou na valorização da monocultura cafeeira no Brasil, impedindo a implantação de indústrias em território nacional. RESOLUÇÃO: Conhecimento factual. Resposta: D 12 – C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 13 MÓDULO 17 CRISE DO ESTADO OLIGÁRQUICO E REVOLUÇÃO DE 1930 1. a) b) c) No quadro da Revolução de 1930, analise a influência da Crise de 1929; a candidatura presidencial de Júlio Prestes; o significado da Aliança Liberal. RESOLUÇÃO: a) A Crise de 29 agravou os problemas de superprodução da cafeicultura brasileira, enfraquecendo a oligarquia paulista e abrindo espaço para seu afastamento da cena política federal. b) O Presidente Washington Luis, ligado à política de São Paulo, apoiou a candidatura do também paulista Júlio Prestes para sucedê-lo. Essa decisão rompeu a “Política do Café-com-Leite” e fez com que a oligarquia de Minas Gerais apoiasse a candidatura dissidente de Getúlio Vargas. c) A Aliança Liberal, formada por oligarquias dissidentes (Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Sul e o Partido Democrático, de São Paulo), lançou Getúlio Vargas como candidato à Presidência da República, em oposição à candidatura oficial de Júlio Prestes. Além de se opor ao predomínio de São Paulo no governo federal, a Aliança Liberal propunha reformas políticas (voto secreto e voto feminino), econômicas (fim da hegemonia do café) e sociais (direitos trabalhistas). 2. (ENEM) – “Até que ponto, a partir de posturas e interesses diversos, as oligarquias paulista e mineira dominaram a cena política nacional na Primeira República? A união de ambas foi um traço fundamental, mas que não conta toda a história do período. A união foi feita com a preponderância de uma ou de outra das duas facções. Com o tempo, surgiram as discussões e um grande desacerto final.” Bóris Fausto. História do Brasil. São Paulo: EdUSP, 2004 (adaptado). “A imagem de um bem-sucedido acordo café com leite entre São Paulo e Minas, um acordo de alternância na Presidência entre os dois estados, não passa de uma idealização de um processo muito mais caótico e cheio de conflitos. Profundas divergências políticas colocavam-nos em confronto por causa de diferentes graus de envolvimento no comércio exterior.” S. Topik. A presença do estado na economia política do Brasil de 1889 a 1930. Rio de Janeiro: Record, 1989 (adaptado). Para a caracterização do processo político durante a Primeira República, utiliza-se com frequência a expressão Política do Café com Leite. No entanto, os textos apresentam a seguinte ressalva a sua utilização: a) A riqueza gerada pelo café dava à oligarquia paulista a prerrogativa de indicar os candidatos à Presidência, sem necessidade de alianças. b) As divisões políticas internas de cada estado da Federação invalidavam o uso do conceito de aliança entre estados para o período. c) As disputas políticas e os interesses econômicos do período contradiziam a suposta estabilidade da aliança entre mineiros e paulistas. d) A centralização do poder no Executivo federal impedia a formação de uma aliança duradoura entre as oligarquias de São Paulo e Minas. e) A diversificação da produção e a preocupação com o mercado interno unificavam os interesses das oligarquias. RESOLUÇÃO: A questão se baseia em textos que revelam as disputas políticas e econômicas entre a oligarquia paulista e a mineira, quando afirmam: “com o tempo, surgiram as discussões e um grande desacerto final” e “profundas divergências políticas colocavam-nas em confronto por causa de diferentes graus de envolvimento no comércio exterior”. Resposta: C – 13 C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 14 3. (UNESP) – A Coluna Prestes, que percorreu cerca de 25 mil quilômetros no interior do Brasil entre 1924 e 1927, associa-se a) ao florianismo, do qual se originou, e ao repúdio às fraudes eleitorais da Primeira República. b) à tentativa de implantação de um poder popular, expressa na defesa de pressupostos marxistas. c) ao movimento tenentista, do qual foi oriunda, e à tentativa de derrubar o presidente Artur Bernardes. d) à crítica ao caráter oligárquico da Primeira República e ao apoio à candidatura presidencial de Getúlio Vargas. e) ao esforço de implantação de um regime militar e à primeira mobilização política de massas na história brasileira. d) explicita a preocupação dos setores políticos e sociais dominantes frente à crise econômica provocada pela alta do preço do café e sua tentativa de regulamentar o setor. e) demonstra a defesa, pelo autor, da politização da produção literária e o abandono de parte dos princípios estéticos que guiaram sua obra na década anterior. RESOLUÇÃO: No texto transcrito, Oswald de Andrade enfatiza os efeitos da Crise de 29 tanto no plano econômico como no intelectual; e, por essa razão, propõe a reformulação e politização do pensamento modernista. Resposta: E RESOLUÇÃO: A Coluna Prestes (da qual Luis Carlos Prestes foi subcomandante) constituiu o ponto alto do movimento tenentista iniciado com o episódio dos 18 do Forte. Embora o objetivo imediato da Coluna fosse a derrubada do presidente Artur Bernardes (1922-26), o movimento tinha uma dimensão mais ampla, contrária à República Oligárquica e favorável a reformas políticas, com uma inserção maior dos cidadãos na vida nacional. Resposta: C 5. 4. (UNESP) – “Com pouco dinheiro, mas fora do eixo revolucionário do mundo, ignorando o Manifesto Comunista e não querendo ser burguês, passei naturalmente a ser boêmio. Continuei na burguesia, de que, mais que aliado, fui índice cretino, sentimental e poético. A valorização do café foi uma operação imperialista; a poesia Pau Brasil, também. Isso tinha que ruir com as cornetas da crise, como ruiu quase toda a literatura brasileira ‘de vanguarda’, provinciana e suspeita, quando não extremamente esgotada e reacionária.” (Oswald de Andrade. Prefácio a Serafim Ponte Grande, 1933.) O texto de Oswald de Andrade a) indica o afastamento gradual dos participantes da Semana de Arte Moderna em relação aos componentes ideológicos de esquerda que caracterizaram o movimento. b) revela algumas das principais características do movimento modernista de 1922, como a busca da identidade nacional e a adesão a projetos político-partidários de direita. c) expõe o anseio do autor de que a literatura e as demais formas artísticas fossem controladas pelo Estado e escapassem, assim, da tutela da classe social hegemônica. 14 – (MACKENZIE-Adaptado) – Atribui-se ao governador mineiro Antônio Carlos uma frase que simboliza a tensão existente no Brasil em 1930: “Façamos a revolução antes que o povo a faça.” Tal demonstração de preocupação, por parte das elites da Aliança Liberal, mostra que elas tinham consciência de que era necessário agir para assumir o controle político e conter as insatisfações populares. A respeito da Revolução de 1930, como ilustra a foto da época, é correto afirmar que a) a ascensão do gaúcho Getúlio Vargas como novo presidente representava a aliança das antigas oligarquias com os setores sociais urbanos e os representantes do tenentismo, aparentemente vitorioso dentro das Forças Armadas. Esses grupos se comprometeram a defender as diretrizes econômicas e políticas do governo anterior. b) a Revolução de 1930 não pode ser considerada uma ruptura decisiva na história do País porque, além da permanência de grupos ligados ao governo anterior, não ocorreu nenhuma mudança no sistema representativo brasileiro. Continuou a prevalecer a defesa dos interesses políticos e econômicos de uma única categoria social. C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 15 c) os líderes do movimento, após tomarem o poder, buscaram de todas as maneiras criar a imagem de um Brasil totalmente diferente. Podemos considerar a Revolução de 1930 como a vitória da burguesia industrial sobre a tradicional oligarquia cafeeira e que as Forças Armadas promoveriam a integração e a união nacioniais. d) a derrota do paulista Júlio Prestes, nas eleições presidenciais de 1930, precipitou o levante revolucionário, responsável por entregar o poder a Getúlio Vargas, que governou durante 15 anos. Para preservar sua liderança, o político gaúcho contou com o apoio irrestrito das Forças Armadas, adversárias das antigas oligarquias. e) Getúlio Vargas, ao assumir o comando político da nação logo após o movimento de 1930, divulgou uma imagem em que envergava um uniforme militar, dando à opinião pública a impressão de que, sob sua liderança, começava um período de combate aos males da Velha República. RESOLUÇÃO: A alternativa e foi escolhida por eliminação, pois interpreta subjetivamente o fato de Getúlio Vargas, após a vitória da Revolução de 30, ter divulgado sua foto “envergando um uniforme militar” (aliás, sem quaisquer insígnias de posto). Na verdade, o líder gaúcho adotara aquele traje já na eclosão do movimento revolucionário, pois este, desde seu início, contou com a participação predominante de unidades das Forças Armadas. Ademais, a alternativa erra ao dar a entender que Vargas assumiu o “comando político da Nação” em 31 de outubro de 1930 – data em que ele chegou ao Rio de Janeiro. Sua posse na chefia do Estado, porém, somente ocorreria em 3 de novembro, quando o poder lhe foi entregue pela “Junta Militar Pacificadora”, que derrubara o presidente Washington Luiz em 24 de outubro. Resposta: E MÓDULO 18 ERA VARGAS 1. (ENEM) – Cartaz da Revolução Constitucionalista. Disponível em: http://veja.abril.com.br. Acesso em: 29 jun. 2012.) Elaborado pelos partidários da Revolução Constitucionalista de 1932, o cartaz apresentado pretendia mobilizar a população paulista contra o governo federal. Essa mobilização utilizou-se de uma referência histórica, associando o processo revolucionário a) à experiência histórica francesa, expressa no chamado à luta contra a ditadura. b) aos ideais republicanos, indicados no destaque dado a bandeira paulista. c) o protagonismo das Forças Armadas, representadas pelo militar que empunha a bandeira. d) ao bandeirantismo, símbolo paulista apresentado em primeiro plano. e) ao papel figurativo de Vargas na política, enfatizado pela pequenez de sua figura no cartaz. RESOLUÇÃO: Considerando que o bandeirantismo (ou bandeirismo) foi um fenômeno exclusivamente paulista e exigiu de seus participantes muita coragem e persistência, a figura do bandeirante foi largamente utilizada pela Revolução Constitucionalista de 1932 como um símbolo da altivez e heroísmo do povo de São Paulo. Resposta: D – 15 C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 16 2. (PUC-SP) – Assim como os nazistas e os fascistas, os integralistas pregavam a substituição da luta de classes pela ascensão dos melhores, para renovar as camadas dirigentes e continuar, estrutural e funcionalmente, o seu papel na sociedade. Antonio Candido, Adaptado. O texto compara nazismo, fascismo e integralismo, criando entre eles uma identificação baseada a) no anseio de estabelecer um governo proletário, capaz de frear a ascensão da burguesia e de patrocinar amplas reformas, tanto sociais como políticas. b) na aceitação da luta de classes como princípio das relações sociais e na valorização da reforma administrativa como meio de eliminar os problemas políticos. c) no esforço de criar e valorizar a identidade nacional, único traço capaz de impedir a luta de classes e assegurar a formação de um governo socialista. d) na rejeição da ideia de que a sociedade seja movida pela luta de classes e na afirmação de que o poder deve ser exercido por um grupo limitado de pessoas. e) na proposta de uma revolução proletária internacional e no reconhecimento do papel central que o governo deve exercer para a harmonização das relações sociais. RESOLUÇÃO: A questão ressalta dois aspectos das ideologias de extrema direita, surgidas no Período Entreguerras e designadas genericamente como “fascismos”: a rejeição ao conceito marxista de luta de classes e a valorização da liderança exercida por indivíduos considerados excepcionais. Resposta: D 16 – 3. (MACKENZIE) – A respeito do Estado Novo (1937-45), analise as proposições abaixo. I – Para legitimar o golpe de Estado de novembro de 1937, Vargas utilizou como pretexto a “iminência de uma revolução comunista no Brasil, a ser realizada pelos agentes de Moscou.” II – Durante o Estado Novo, o governo foi conduzido de maneira fortemente personalista, o que se evidencia na supressão dos partidos políticos, entre eles a ANL e a AIB. III – A Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada em 1933, foi revogada pela ditadura varguista, que adotou uma política de repressão ao movimento operário. Assinale a alternativa correta. a) Somente a proposição I é verdadeira. b) Somente a proposição II é verdadeira. c) Somente a proposição III é verdadeira. d) Somente as proposições I e II são verdadeiras. e) Somente as proposições II e III são verdadeiras. RESOLUÇÃO: A proposição II é falsa porque a ANL (Aliança Nacional Libertadora) foi fechada em 1935 — antes, portanto, da implantação do Estado Novo. A proposição III é falsa porque a CLT foi posta em vigor em 1943 — dentro, portanto, do Estado Novo e em consonância com a política populista de Vargas. Resposta: A C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 17 4. (MACKENZIE) – 5. (CESGRANRIO) – A redemocratização do Brasil, no final do Estado Novo, pode ser associada a diferentes transformações internas e externas do período, entre as quais se inclui a) a aproximação de Getúlio Vargas com os setores liberais, em torno do projeto “queremista”. b) a vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial, que fortaleceu os ideais democráticos e antitotalitários. c) a recusa do governo em permitir a recriação dos partidos políticos e convocar eleições. d) a resistência do empresariado à implantação da legislação trabalhista e previdenciária. e) o apoio dos movimentos sociais inspirados no ideário nazi-fascista, como a União Nacional dos Estudantes. RESOLUÇÃO: A vitória das democracias na guerra colocou em xeque a ditadura varguista, pois lhe retirou a sustentação ideológica proporcionada pelo nazi-fascismo. Resposta: B A fotografia acima, de 1.° de maio de 1942, revela um traço fundamental da história política da época. Trata-se a) da polarização eleitoral entre os integrantes do movimento operário e os partidários das oligarquias agrárias. b) da militarização da sociedade por meio do estímulo a um patriotismo exacerbado, como preparação para a guerra iminente. c) do apoio ao Estado por parte dos trabalhadores urbanos, cooptados por uma legislação trabalhista de amplo efeito propagandístico. d) de manifestações de operários, professores e estudantes, nas quais os participantes expressavam seu repúdio ao regime ditatorial. e) da mobilização popular em prol da nacionalização dos recursos minerais do País, dentro da campanha de “O Petróleo é Nosso.” RESOLUÇÃO: A data de 1.º de Maio remete ao Dia do Trabalho, muito valorizado pelo Estado Novo. O fenômeno político relacionado com o evento é o populismo, traduzido como o apoio do proletariado urbano ao regime varguista e a seu líder, em troca de benefícios trabalhistas. Resposta: C – 17 C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 18 FRENTE 2 – HISTÓRIA GERAL MÓDULO 11 REFORMAS RELIGIOSAS DO SÉCULO XVI 1. (UPE-Adaptado) – O predomínio do catolicismo fez parte de um grande período da história da Europa. Com o surgimento e a expansão da Reforma, novas ideias surgiram, abalando o poder secular da Igreja. Lutero, um dos líderes da Reforma, defendia a) o fim do clero católico, que criticava numerosos trechos das Sagradas Escrituras, duvidando de suas verdades. b) o pensamento expresso por Santo Agostinho, que valorizava o papel da fé na salvação do indivíduo. c) a manutenção dos sete sacramentos, para fortalecer a difusão da palavra de Deus por meio do baixo clero. d) a continuidade do celibato clerical, bem como a manutenção da autoridade papal e da hierarquia eclesiástica. e) a oposição ao poder dos reis, os quais, em seu entender, usurpavam a autoridade do próprio Deus. RESOLUÇÃO: Para Lutero, a salvação da alma não poderia vir do livre-arbítrio (ainda que auxiliado pela graça de Deus) e da prática de boas obras – conforme ensinava Tomás de Aquino – porque, para ele, o homem era essencialmente pecador. Assim, o reformador alemão preferiu perfilhar a posição de Santo Agostinho, representante de um cristianismo mais primitivo, para quem a simples fé na misericórdia divina seria suficiente para a salvação. Resposta: B 18 – 2. (UFG) – “O ingresso das sociedades ocidentais na cultura escrita foi uma das principais evoluções da Era Moderna.” (Roger Chartier. “As práticas de escrita.” In: História da vida privada no Ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. p. 114. Adaptado.) O fragmento menciona uma importante transformação ocorrida nas sociedades ocidentais, no início da Idade Moderna: a progressiva disseminação da cultura escrita. No século XVI, essa transformação se expressou, entre outros aspectos, por meio a) de novas formas de devoção, as quais propunham uma interpretação pessoal e direta da Bíblia pelo fiel. b) do início da escolarização da sociedade europeia, graças à rápida multiplicação de estabelecimentos de ensino. c) da disseminação do costume de escrever diários íntimos e manter correspondência com associações literárias. d) da criação e divulgação de jornais diários, ampliando o número de leitores interessados em informações. e) do crescimento do número de monastérios, nos quais os textos manuscritos eram reproduzidos pelos copistas. RESOLUÇÃO: Um dos pontos fundamentais da doutrina luterana foi a livre interpretação da Bíblia pelo fiel; foi com esse objetivo que Lutero traduziu as Sagradas Escrituras para o alemão. Calvino e outros reformadores, ainda que não perfilhassem a tese da livre interpretação, estimularam igualmente a leitura dos textos bíblicos, o que contribuiu poderosamente para a difusão do hábito da leitura — ao menos nos países que aderiram ao protestantismo. Resposta: A C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 19 3. (UNIRIO) – Entre os fatores que contribuíram para a expansão do movimento reformista protestante, durante o século XVI, destacamos a) o declínio do nacionalismo no processo de formação dos Estados modernos. b) o fim do comércio de indulgências e de relíquias patrocinado pela Igreja Católica. c) o embate entre o progresso do capitalismo comercial e as teorias religiosas católicas. d) o cerceamento da liberdade de crítica trazido pelo Renascimento Cultural. e) os abusos cometidos pela Companhia de Jesus e a ação política do Concílio de Trento. 5. (UNIFESP) – No século XVI, nas palavras de um estudioso, "reformar a Igreja significava reformar o mundo, porque a Igreja era o mundo". Tendo em vista essa afirmação, é correto afirmar que a) o aparecimento dos anabatistas e outros grupos radicais são a prova de que a reforma extrapolou o campo da religião. b) os principais reformadores, como Lutero, não se envolveram nos desdobramentos políticos e socioeconômicos de suas doutrinas. c) o Papado, por estar consciente dos desdobramentos da Reforma, recusou-se a iniciá-la, até ser a isso obrigado por Calvino. d) a burguesia, ao contrário da nobreza e dos príncipes, aderiu à reforma para se apoderar das riquezas da Igreja. e) os cristãos que aderiram à reforma estavam preocupados somente com os benefícios materiais que dela adviriam. RESOLUÇÃO: A Reforma Religiosa iniciada por Lutero ganhou grande impulso com a pregação de João Calvino, que adaptou a doutrina cristã às conveniências do capitalismo nascente. Nesse sentido, Calvino procurou justificar a prática do lucro e da usura, que a Igreja Católica — ainda apegada aos valores medievais — considerava pecaminosa. Resposta: C RESOLUÇÃO: A Reforma, em suas diferentes ramificações, constituiu uma adaptação da fé cristã aos interesses do Estado, da burguesia e até da nobreza (no caso, dos príncipes alemães). Mas deu também origem a movimentos radicais de base popular; nesse sentido, os camponeses anabatistas da Alemanha, com as reivindicações de terras e de nivelamento social, constituem o exemplo mais expressivo. Resposta: A 4. (UFG) – No século XVI, com a ocorrência da Reforma e da Contrarreforma, católicos e protestantes, apesar de continuarem pertencendo ao tronco comum do cristianismo, passaram a divergir quanto às práticas e às explicações para suas crenças. Considerando tais divergências, conclui-se que, em relação à hierarquia religiosa, a) os católicos reconheciam o poder temporal dos reis, criando uma relação de submissão da Igreja em relação ao Estado. b) os luteranos aceitavam a relação direta entre Deus e o fiel por meio da oração, sem dispensar a figura de um intermediador religioso. c) os católicos negavam a autoridade dos clérigos, indignados com os privilégios que eles tinham como intérpretes das Escrituras. d) os calvinistas conservaram a liturgia determinada por Roma, mantendo o culto aos santos e à Virgem Maria. e) os luteranos aboliram os sacramentos do batismo e da eucaristia, rompendo com o ordenamento proposto pelo cristianismo. RESOLUÇÃO: Os diversos ramos do protestantismo valorizam o contato direto do fiel com Deus, realizado por meio da oração. Ao mesmo tempo, admitem a existência do pastor – muito mais como um orientador dos fiéis do que um intermediário entre eles e o Criador. Nesse sentido, Lutero considerava a existência de uma Igreja como útil à salvação, enquanto os católicos entendiam-na como necessária. Resposta: B – 19 C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 20 MÓDULO 12 O ABSOLUTISMO FRANCÊS 1. O reinado pessoal de Luís XIV (1661-1715), iniciado após a morte do primeiro-ministro Mazzarino, assinalou não só o apogeu da França na Idade Moderna, mas também o começo de sua decadência. Explique essa aparente contradição. RESOLUÇÃO: Durante a maior parte do reinado possoal de Luís XIV, a França foi a potência hegemônica no continente europeu, ao mesmo tempo em que o absolutismo real alcançava seu máximo prestígio. Entretanto, quando o “Rei-Sol” faleceu, o Estado Francês sofria uma grave crise financeira, causada pelos grandes gastos militares e pela manutenção de uma corte luxuosa. Essa crise se agravaria ao longo do século XVIII, contribuindo para a eclosão da Revolução Francesa. 2. (MACKENZIE) – “Durante o reinado de Carlos IX (1560-74), acirrou-se a luta entre católicos e huguenotes (calvinistas franceses). A facção católica, liderada pela família de Guise, que tinha o apoio de Catarina de Médicis, mãe do rei, e a huguenote, comandada pelos Bourbons, colocaram em confronto a nobreza católica defensora dos antigos privilégios feudais e a burguesia mercantil calvinista.” (Cláudio Vicentino) O texto apresenta parte do cenário das Guerras de Religião na França durante o século XVI. Assinale a alternativa que apresenta o ponto alto desses conflitos. a) O Tratado de Verdun. b) A Noite de São Bartolomeu. c) A Guerra de Reconquista. d) A Rebelião da Jacquerie. e) As revoltas das Frondas. RESOLUÇÃO: O Massacre (ou Noite) de São Bartolomeu, ocorrido em 24 de agosto de 1572, foi o episódio mais sangrento das Guerras de Religião na França. Realizado em Paris e algumas outras cidades, consistiu na matança, pelos católicos, de cerca de 20.000 huguenotes. Resposta: B 20 – 3. (UFRS) – Pelo Edito de Nantes, assinado em 1598, Henrique IV da França a) reprimiu violentamente os protestantes em Paris, no episódio conhecido como "Noite de São Bartolomeu". b) determinou a cobrança de impostos territoriais somente sobre os súditos protestantes. c) concedeu liberdade religiosa aos huguenotes e igualdade de direitos em relação aos católicos. d) reduziu o poder da minoria católica, assegurando a supremacia política dos huguenotes. e) abriu mão de várias prerrogativas reais, visando pôr fim à luta entre protestantes e católicos. RESOLUÇÃO: Pelo Edito de Nantes, que pôs fim às Guerras de Religião na França, Henrique IV fez três importantes concessões à minoria huguenote: além das duas já mencionadas na alternativa, concedeu aos huguenotes o controle militar sobre certo número de praças-fortes no país. Resposta: C 4. (PUC-PR) – Um dos teóricos defensores do absolutismo real escreveu: "Já o disse: sois deuses, isto é, tendes em vossa autoridade, trazeis em vossa fronte um caráter divino. Entretanto, ó deuses de carne e sangue, ó deuses de lodo e pó, morreis como homens. A grandeza separa os homens por breve tempo; uma queda comum, no fim, a todos iguala." O texto acima consta da obra a) Sobre o Direito da Guerra e da Paz, de Hugo Grotius. b) Os Seis Livros da República, de Jean Bodin. c) O Príncipe, de Nicolau Maquiavel. d) Leviatã, de Thomas Hobbes. e) Política extraída das Sagradas Escrituras, de Jacques Bossuet. RESOLUÇÃO: Na Europa, a ideia de que o poder dos reis tem origem divina cristalizouse na Baixa Idade Média, durante a formação das monarquias nacionais, e ganhou o status de teoria política no século XVII, com a obra de Bossuet, vindo a constituir o alicerce ideológico do Antigo Regime. Resposta: E C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 21 5. (UFOP) – O governo pessoal de Luís XIV (1661-1715) foi um dos mais marcantes na história da França. Sobre as características da monarquia francesa nessa época, assinale a alternativa incorreta. a) A França era a potência militar hegemônica no Continente Europeu. b) A liberdade religiosa foi assegurada, graças à manutenção do Edito de Nantes. c) O ambiente cultural da corte valorizava a arquitetura, a dramaturgia e as ciências. d) Colbert, ministro das Finanças, pôs em prática a política mercantilista. e) A construção do Palácio de Versalhes e os gastos da corte prejudicaram as finanças do Estado. RESOLUÇÃO: Luís XIV revogou o Edito de Nantes em 1685, retirando a liberdade de culto e a igualdade de direitos concedidas aos huguenotes. Estes emigraram em massa, levando consigo uma parte significativa dos recursos financeiros do país. Resposta: B MÓDULO 13 ABSOLUTISMO INGLÊS E REVOLUÇÕES INGLESAS DO SÉCULO XVII 1. (MACKENZIE) – O rei Henrique VIII, apesar de intitulado “Defensor da Fé” pelo Papado, rompeu com o pontífice Clemente VII, em 1534, porque a) se opôs ao Ato de Supremacia, que submetia a Igreja Anglicana à autoridade papal. b) pretendia rever os dogmas da Igreja Católica, inclusive a questão da infalibilidade do papa. c) aceitou as 95 Teses de Martinho Lutero, que denunciavam as irregularidades da Igreja Católica. d) ambicionava apoderar-se das propriedades eclesiásticas e fortalecer a autoridade real. e) afirmava serem o trabalho e a acumulação de capital manifestações de predestinação à salvação. RESOLUÇÃO: Embora a ruptura de Henrique VIII com a Igreja Romana tenha sido desencadeada pela recusa do papa em anular o casamento do rei, é inegável que a Reforma Anglicana fortaleceu a autoridade do soberano, ao unir seu poder temporal com o espiritual. Ademais, a Coroa Inglesa ampliou consideravelmente seu patrimônio, ao confiscar as propriedades eclesiásticas na Inglaterra e incorporar parte delas aos domínios reais. Resposta: D 2. (UNIP) – O longo reinado de Elizabeth I / Isabel I (1558-1603) assinalou o início da ascensão da Inglaterra no cenário mundial. Um aspecto importante desse processo foi a disputa pela supremacia marítima, travada com a) os Países Baixos. b) a França. c) a Suécia. d) a Espanha. e) o Sacro Império Romano Germânico. RESOLUÇÃO: A política econômica mercantilista praticada pelos reis Tudors priorizou o desenvolvimento marítimo inglês — o que ia de encontro à hegemonia naval até então exercida pela Espanha. Nessa conjuntura, Elizabeth I apoiou a ação de corsários e até de piratas contra a navegação espanhola. O clímax do confronto se deu em 1588, quando a frota inglesa derrotou a “Invencível Armada”, organizada por Felipe II da Espanha para invadir a Inglaterra. Resposta: D 3. Em 1601, por influência de Isabel I (ou Elizabeth I), o Parlamento aprovou a Poor Law (“Lei dos Pobres”), na tentativa de solucionar o problema da miséria e da mendicância nas vilas e cidades inglesas. Essa lei a) determinava que todos os desempregados deveriam sindicalizar-se e obter garantias profissionais. b) estabelecia punições à mendicância e incumbia as paróquias de conseguir trabalho para os desocupados. c) concedia um aumento geral dos salários, sobretudo para os trabalhadores de baixa renda. d) criava uma política social que facilitaria a transição do trabalho artesanal para o manufatureiro. e) implementava uma política assistencialista, com o objetivo de promover a inclusão social dos pobres. RESOLUÇÃO: A Lei dos Pobres não eliminou — e nem mesmo reduziu — a pobreza na Inglaterra; mas, por outro lado, disponibilizou serviçais baratos para as classes abastadas, e sobretudo mão de obra mal remunerada para as manufaturas. Resposta: B – 21 C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 22 4. (FATEC-SP) – Guilherme de Orange foi proclamado rei da Inglaterra, com o nome de Guilherme III, depois que assinou o Bill of Rights, aceitando as limitações impostas à Coroa pelo Parlamento. Acerca dessas limitações, é correto afirmar que a) estabeleciam um conselho de ministros, formado por representantes da nobreza e da burguesia. b) oficializavam o anglicanismo e estabeleciam tolerância para todos os cultos, inclusive o católico. c) restringiam a liberdade de imprensa, a liberdade individual e a propriedade privada. d) dispensavam a aprovação das duas Câmaras para aumento ou criação de impostos. e) configuravam um conjunto de medidas que acabou por consolidar uma monarquia parlamentarista. RESOLUÇÃO: O Bill of Rights (“Declaração de Direitos”), de 1689, foi promulgado pelo Parlamento Inglês para completar a Revolução Gloriosa do ano anterior, que derrubara o rei Jaime II Stuart, católico e de tendência absolutista. O documento consagrou a supremacia do Parlamento sobre o rei e definiu os direitos do cidadão em face do Estado. Nas décadas seguintes, o Parlamento adquiriu a prerrogativa de indicar o primeiro-ministro, configurando assim a primeira monarquia parlamentarista da História. Resposta: E 5. (UNESP) – A Revolução Puritana (1642-60) e a Revolução Gloriosa (1688) transformaram a Inglaterra do século XVII. Sobre o conjunto de suas realizações, pode-se dizer que a) determinaram o declínio da hegemonia inglesa no comércio marítimo, pois os conflitos internos reduziram drasticamente a produção e a exportação de manufaturados. b) resultaram na vitória política dos projetos populares e radicais dos cavadores e dos niveladores, que defendiam o fim da monarquia e dos privilégios dos nobres. c) envolveram conflitos religiosos que, juntamente com as disputas políticas e sociais, desembocaram na retomada do poder pelos católicos e em perseguições contra protestantes. d) geraram um Estado monárquico em que o poder real devia submeter-se aos limites estabelecidos pela legislação e respeitar as decisões tomadas pelo Parlamento. e) precederam as revoluções sociais que, nos dois séculos seguintes, abalaram França, Portugal e as colônias na América, produzindo a ascensão política do proletariado industrial. RESOLUÇÃO: As Revoluções Inglesas do Século XVII foram as primeiras revoluções burguesas de caráter antiabsolutista. A Revolução Puritana derrubou a dinastia Stuart e implantou uma república parlamentar, depois ditatorial, sob o comando de Oliver Cromwell. Este reprimiu os movimentos populares e impulsionou o comércio inglês a partir do Ato de Navegação (1651). Com a Revolução Gloriosa, a burguesia inglesa se libertou definitivamente do Estado absolutista que, com seu permanente intervencionismo, representava uma barreira para uma acumulação mais ampla de capital. O novo rei, Guilherme de Orange, se subordinou ao Bill of Rights. Dessa forma, a burguesia, aliada à aristocracia rural, passou a exercer diretamente o poder político por meio do Parlamento. Resposta: D 22 – MÓDULO 14 REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NA INGLATERRA 1. (UEL) – Sobre a Revolução Industrial nos séculos XVIII e XIX, é correto afirmar que a) uma condição indispensável para a transição do artesanato para a manufatura, e desta para a indústria moderna, foi a concentração da propriedade dos meios de produção nas mãos dos capitalistas. b) o crescimento industrial na Inglaterra provocou o processo conhecido como "segunda servidão", na qual os antigos servos rurais foram transferidos para as indústrias urbanas. c) tanto a burguesia urbana como a aristocracia rural não possuíam capitais que possibilitassem o desenvolvimento da Revolução Industrial, sendo esta, portanto, financiada por pequenos investidores. d) a industrialização na Grã-Bretanha iniciou-se com a instalação das indústrias de bens de capital e, depois de estruturada essa base, teve início a produção de bens de consumo semiduráveis e não duráveis. e) não havia complementaridade entre a atividade industrial e a pecuária (gado bovino e ovino) e, por isso, a segunda foi duramente atingida pela conversão da Europa rural em industrial. RESOLUÇÃO: A alternativa aborda as transformações ocorridas no sistema produtivo, começando com o sistema doméstico de produção artesanal, passando pelo surgimento das manufaturas na Baixa Idade Média e concluindo-se com o advento do sistema fabril, no século XVIII. No primeiro caso, o trabalhador ainda detinha os meios de produção (local de trabalho, ferramentas e matéria prima); nas manufaturas, ainda que conservasse sua habilidade profissional, o operário perdeu o controle dos meios de produção; e, com a industrialização, até mesmo sua qualificação profissional lhe foi retirada, dada a supremacia da máquina no processo produtivo. Paralelamente a esse despojamento do trabalhador, os meios de produção passavam para o domínio do empresário, favorecendo a ampliação de seus lucros e uma maior acumulação de capital. Resposta: A C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 23 2. (UNESP) – “Este considerável aumento de produção que, devido à divisão do trabalho, o mesmo número de pessoas é capaz de realizar, é resultante de três circunstâncias: primeiro, o aumento da destreza de cada trabalhador; segundo, a economia do tempo, que antes era perdido ao se passar de uma operação para outra; terceiro, a invenção de máquinas que facilitam o trabalho e reduzem o tempo indispensável para o realizar, permitindo a um só homem fazer o trabalho de muitos.” (Adam Smith. Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações (1776), In: Adam Smith/Ricardo. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1984.) O texto, publicado em 1776, destaca três características da organização do trabalho na Revolução Industrial. Assinale a alternativa que contém essas características. a) Desenvolvimento da maquinofatura, valorização do artesanato e advento da figura do patrão. b) Expansão do mercado consumidor, liberdade no emprego do tempo e redução da demanda de mão de obra. c) Escassez de mão de obra qualificada, aumento das importações e disciplina do trabalhador. d) Rigoroso controle de qualidade, introdução do relógio de ponto e melhoria do sistema de distribuição de mercadorias. e) Especialização do trabalhador, divisão das tarefas e utilização de máquinas na produção. RESOLUÇÃO: O texto de Adam Smith enumera três aspectos responsáveis pela agilização do processo produtivo e pelo consequente aumento da produção, no contexto da Revolução Industrial. Entretanto, deve-se lembrar que os dois primeiros elementos citados — especialização do trabalhador e divisão das tarefas — já existiam de alguma forma nas manufaturas anteriores ao século XVIII. Resposta: E 3. (UEL) – “Essa Revolução Industrial, que nasceu na Inglaterra do século XVIII e se propaga, no século XIX, pelo continente, na França, na Bélgica, no Oeste da Alemanha, no Norte da Itália e em alguns pontos da Península Ibérica, repousa no uso de uma nova fonte de energia, o carvão, e no desenvolvimento das máquinas, depois das invenções que modificam as técnicas de fabricação. A conjunção desses dois fatores, a aplicação dessa energia nova à maquinaria, constitui a origem da Revolução Industrial, cujo símbolo é a máquina a vapor.” (RÉMOND, R. “O século XIX: 1815-1914.” Introdução à história de nosso tempo – 2. São Paulo: Editora Cultrix, 1976. p. 103.) Sobre a Revolução Industrial e algumas de suas consequências, considere as afirmações a seguir. I – Com a Revolução Industrial e o crescimento do novo sistema de produção, surgiu uma classe de trabalhadores constituída pelos operários assalariados. II – A multiplicação das unidades produtivas, a partir da Revolução Industrial, propiciou também o surgimento de uma categoria de empresários possuidores de capitais. III – A Revolução Industrial atingiu mais a população campesina que a urbana, pois esta constituiu a parcela menos influenciada pelas transformações decorrentes da industrialização. IV – A Revolução Industrial não solucionou os problemas dos trabalhadores, pois o número de empregos era menor que a mão de obra disponível. Surgiu assim o conceito de "exército de reserva de mão de obra". Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmações I, II e III são verdadeiras. b) Somente as afirmações I, II e IV são verdadeiras. c) Somente as afirmações I, III e IV são verdadeiras. d) Somente as afirmações II, III e IV são verdadeiras. e) Todas as afirmações são verdadeiras. RESOLUÇÃO: A afirmação III é falsa porque, embora os camponeses tenham sido bastante afetados pelos cercamentos que antecederam a Revolução Industrial, foram os trabalhadores urbanos os mais atingidos pelo impacto da industrialização, que substituiu o artesanato e a manufatura tradicional pela produção fabril. Resposta: B – 23 C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 24 4. (UFSM) – "Todas as relações imutáveis e esclerosadas, com seu cortejo de representações e de concepções vetustas e veneráveis, dissolvem-se; as recém-constituídas corrompem-se antes de ganhar consistência. Tudo que era estável e sólido desmancha-se no ar." (In: Karl Max e Friedrich Engels. Manifesto do partido comunista (1.a ed. 1848). Porto Alegre: L &PM, 2001. p. 29.) Nesse pequeno trecho, Marx e Engels sugerem o caráter transformador e transitório do capitalismo industrial. Sobre esse processo histórico, que se iniciou com a Primeira Revolução Industrial, analise as proposições a seguir. I – A Inglaterra foi pioneira, a partir da segunda metade do século XVIII, e seu crescimento industrial baseou-se na fabricação de mercadorias de consumo de massas, como os têxteis. II – Industrialização e trabalho escravo nem sempre foram incompatíveis, visto que a produção de algodão no Sul dos Estados Unidos, com mão de obra escrava, fornecia matéria-prima para a indústria britânica. III – A industrialização acelerou a urbanização e o desenvolvimento tecnológico, excluindo da produção grande parte dos trabalhadores e provocando, na primeira metade do século XIX, o enfraquecimento do movimento operário, como demonstram o luddismo e o cartismo. Assinale a alternativa correta. a) Apenas as proposições I e II são verdadeiras. b) Apenas as proposições I e III são verdadeiras. c) Apenas as proposições II e III são verdadeiras. d) Todas as proposições são verdadeiras. e) Toas as proposições são falsas. RESOLUÇÃO: A proposição III é falsa porque o luddismo (fins do século XVIII e início do XIX) e o cartismo (década de 1840) constituíram tentativas incipientes de mobilizar a classe proletária. E, ainda que reprimidos ou esvaziados, lançaram as bases para a organização do movimento operário na segunda metado do século XIX. Resposta: A 24 – 5. (ENEM) – “A Inglaterra pedia lucros e recebia lucros; tudo se transformava em lucro. As cidades tinham sua sujeira lucrativa, suas favelas lucrativas, sua fumaça lucrativa, sua desordem lucrativa, sua ignorância lucrativa, seu desespero lucrativo. As novas fábricas e os novos altos-fornos eram como as Pirâmides, mostrando mais a escravização do homem do que seu poder.” (P. Deane. A Revolução Industrial. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 – Adaptado.) Qual relação é estabelecida no texto entre os avanços tecnológicos ocorridos durante a Revolução Industrial Inglesa e as características das cidades industriais, no início do século XIX? a) A facilidade de se estabelecerem relações lucrativas transformava as cidades em espaços privilegiados para a livre iniciativa – uma característica da nova sociedade capitalista. b) A intensa exploração dos trabalhadores industriais ocasionou o surgimento de aglomerados urbanos marcados por péssimas condições de moradia, saúde e higiene. c) O desenvolvimento de núcleos urbanos integrados por transporte coletivo facilitava o deslocamento dos trabalhadores, da periferia até as fábricas. d) A grandiosidade das construções fabris evidenciava os avanços da arquitetura do período, transformando as cidades em locais de experimentação estética e artística. e) O desenvolvimento do planejamento urbano aumentou a eficiência do trabalho industrial, graças à construção de bairros operários dotados de razoável infraestrutura. RESOLUÇÃO: A Revolução Industrial, que se desenvolveu na Inglaterra a partir da segunda metade do século XVIII, teve consequências nefastas para os trabalhadores, submetidos à superexploração e a péssimas condições de trabalho e de vida. Os bairros operários caracterizavam-se pela proliferação de cortiços, marcados pela promiscuidade e pela insalubridade. Resposta: B C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 25 1. (FATEC) – Na introdução de um panfleto publicado em 1789, quando a Revolução Francesa era iminente, o abade Sieyès escreveu: – O que é o Terceiro Estado? Tudo. – O que ele tem sido até agora na ordem política? Nada. – O que ele pede? Ser alguma coisa.” 3. (UNIRIO) Robespierre — Que se passa por aqui? III Cidadão — Que pode se passar? Passa-se que aquelas poucas gotas de sangue de agosto e setembro não deram para as bochechas do povo ficarem coradas. A guilhotina anda muito devagar. Precisamos de um bom aguaceiro! I Cidadão — Nossas mulheres e filhos clamam por pão. Queremos cevá-los com carne da aristocracia. Vamos! Matai os que não têm o casaco esburacado! Todos — Matai! Matai! (E. J. Sieyès. Qu'est-ce que te Tiers État? In: História contemporânea através de textos. São Paulo: Contexto, 2001. p. 19). (Georg Büchner. A morte de Danton. Quadros dramáticos da época do terror na França. Trad. Mario da Silva, Clássicos de Bolso, Ed. Tecnoprint S.A.s/d) Durante a Revolução Francesa, uma das principais reivindicações do Terceiro Estado foi a) a instauração da igualdade civil, pondo fim aos privilégios. b) a limitação da participação popular nos assuntos do Estado. c) a criação de um novo estamento, formado só pela burguesia. d) a ascensão política dos nobres, em detrimento do poder real. e) a ampliação do poder real, em detrimento do clero e da nobreza. O drama acima, escrito em 1834-35, retrata um momento da Revolução Francesa em que os jacobinos estão no poder, tentando varrer da França os "traidores" da Revolução. Sobre o período retratado, podemos afirmar que a) favoreceu o atendimento das demandas populares e preservou os privilégios do clero e da nobreza. b) garantiu a permanência da alta burguesia (girondinos) e da nobreza, aliadas na defesa da Revolução. c) preservou os direitos feudais e garantiu os privilégios da nobreza francesa, conciliados com os avanços burgueses. d) conservou uma Constituição de feição liberal e defendeu o voto censitário, garantindo a participação política da burguesia. e) foi o momento mais radical do processo revolucionário e teve ampla participação popular. MÓDULO 15 REVOLUÇÃO FRANCESA RESOLUÇÃO: Embora pertencesse ao Primeiro Estado (clero) na sociedade francesa do Antigo Regime, o abade Sieyès foi deputado do Terceiro Estado nos Estados Gerais instalados em 1789. O panfleto que ele escreveu sintetizava as reivindicações da burguesia, das quais a mais importante era a igualdade de todos os cidadãos perante a lei, pondo fim à sociedade de ordens que privilegiava a nobreza e o clero. Essa foi, aliás, uma das primeiras medidas da Assembleia Nacional Constituinte que sucedeu aos Estados Gerais, tendo sido aprovada em 4 de agosto de 1789. Resposta: A 2. (PUC-SP) – A ideia de democracia surgiu em Atenas no século V a.C. e foi retomada muitos séculos depois, em documentos históricos como a Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776) e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789), durante a Revolução Francesa. Hoje, a democracia existe em boa parte do mundo ocidental, inclusive no Brasil. Sobre a atual democracia brasileira, pode-se afirmar que é a) diferente da praticada em outros países ocidentais porque os brasileiros são menos rebeldes e mais cordiais. b) semelhante à praticada na Grécia Antiga porque nem todos podem participar da escolha do presidente da República. c) diferente da proposta na independência dos Estados Unidos porque a condição econômica da população brasileira é precária. d) semelhante à proposta durante a Revolução Francesa porque considera a liberdade um direito fundamental de todos. e) diferente de todos os modelos democráticos já experimentados porque o clima tropical facilita as relações pessoais. RESOLUÇÃO: O período da Revolução Francesa que se seguiu à queda dos girondinos, em maio-junho de 1793, e se estendeu até o Golpe de 9 Termidor (27 de julho) de 1794, foi dominado pela facção radical dos montanheses ou jacobinos, liderados por Robespierre. Nessa fase da Revolução, os sansculottes (trabalhadores urbanos) de Paris, organizados e armados, deram sustentação ao governo revolucionário, apoiando as medidas de exceção adotadas naquela conjuntura. A violência do período celebrizou-o sob o nome de “Terror”. Obs.: “Aquelas poucas gotas de sangue de agosto e setembro” são uma referência a dois sangrentos episódios da Revolução Francesa, anteriores ao Período do Terror, mas que já denotavam a violência dos sans-culottes. Em agosto de 1792, o povo atacou o Palácio das Tulherias, onde vivia a Família Real, e massacrou a guarnição de mercenários suíços; em setembro seguinte, os sans-culottes invadiram as prisões de Paris e assassinaram centenas de prisioneiros, em sua maioria pertencentes à nobreza. Resposta: E RESOLUÇÃO: O princípio da liberdade dos cidadãos constitui um aspecto fundamental da democracia ao longo dos tempos. Ele está presente na democracia ateniense e nos documentos históricos citados no enunciado, bem como no atual regime político do Brasil. Resposta: D – 25 C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 26 4. (PUCCAMP) – No contexto da Revolução Francesa, a organização do governo revolucionário significou uma forte centralização do poder: o Comitê de Salvação Pública, eleito pela Convenção, passou a ser o efetivo órgão de governo. Havia ainda o Comitê de Segurança Geral, que dirigia a polícia e controlava a justiça, atuando em colaboração com o Tribunal Revolucionário; este tinha competência para punir, até com a morte, os suspeitos de oposição ao regime. O conjunto de medidas de exceção adotadas pelo governo revolucionário deu margem a que essa fase da Revolução recebesse o nome de a) Período do Terror. b) Massacres de Setembro. c) Grande Medo. d) Reação Termidoriana. e) Golpe de 18 Brumário. RESOLUÇÃO: O Período do Terror (ou simplemente “Terror”) estendeu-se da queda dos girondinos (maio-junho de 1793) à prisão de Robespierre (julho de 1794). Foi a fase mais violenta da Revolução, caracterizando-se pelo emprego de várias medidas de exceção e pela ação implacável do Tribunal Revolucionário. Resposta: A MÓDULO 16 A ERA NAPOLEÔNICA E O CONGRESSO DE VIENA 1. (UNIRIO – Adaptado) – A Era Napoleônica (1799-1815) marcou a conjuntura de transição do mundo moderno para o contemporâneo, alterando o equilíbrio de poder construído pelos Estados europeus. Sobre a Era Napoleônica, é correto afirmar que, a) por ocasião do 18 Brumário de 1799, o Diretório, controlado pelos revolucionários jacobinos, realizou uma série de execuções políticas (o chamado "Período do Terror"). b) durante o Consulado (1799-1804), consolidaram-se projetos liberais da burguesia francesa, tais como a promulgação do Código Civil e a reforma do ensino francês. c) durante o Império (1804-15), a aliança política e a coligação militar com a Áustria e a Inglaterra permitiram o avanço dos exércitos franceses contra a Rússia. d) durante o governo dos Cem Dias (1815), Napoleão convocou uma Assembleia Nacional Constituinte que estabilizou politicamente o país, promovendo a paz com a Inglaterra. e) no Congresso de Viena (1814-15), o reconhecimento do princípio da legitimidade assegurou a fixação das fronteiras francesas de acordo com as conquistas realizadas por Napoleão. RESOLUÇÃO: O Consulado foi, sob o ponto de vista institucional, administrativo e econômico, o período mais profícuo da Era Napoleônica. Entre suas realizações, a reforma do ensino (sobretudo o superior) e a promulgação do código civil ocupam um lugar de destaque. Resposta: B 5. (PUCCAMP) – No contexto histórico da Revolução Francesa, o episódio denominado “Golpe de 18 Brumário” aconteceu a) no início do governo do Diretório, que se impopularizou por conta dos desmandos políticos praticados. b) no momento em que a Conjuração dos Iguais propunha a tomada do poder pela força e o fim da propriedade privada. c) quando Napoleão, apoiado pelo Exército e pela alta burguesia, derrubou o Diretório e assumiu o poder. d) no momento em que os monarquistas tentavam voltar ao poder, sendo reprimidos pelo general Bonaparte. e) quando Robespierre, Saint Just e seus companheiros foram executados na guilhotina, pondo fim ao Terror. RESOLUÇÃO: A alta burguesia, temendo que o governo do Diretório fosse incapaz de barrar aqueles que desejavam restaurar o Antigo Regime, bem como as forças populares que haviam emergido no período jacobino, preferiu apoiar uma ditadura militar que garantisse as conquistas burguesas obtidas durante a Revolução. Resposta: C 26 – C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 27 2. (UEG) – Em 1804, Napoleão Bonaparte recebeu o título de imperador, confirmado por um plebiscito. Durante a cerimônia da coroação, ele retirou a coroa das mãos do papa e a colocou sobre a própria cabeça. Esse gesto ousado significou a) o rompimento da Igreja Católica Romana com o novo Estado Francês, marcado pela laicização da administração e do ensino. b) a transferência, para a pessoa de Napoleão, de todas as responsabilidades inerentes ao exercício do Poder Moderador. c) a criação de uma religião de Estado, tendo como figura central o imperador, a exemplo do que já ocorrera na Igreja Anglicana. d) a aceitação, pelo Papado, do anticlericalismo que permeou o processo revolucionário francês desde seu início. e) que Napoleão, por encarnar naquele instante a força da burguesia, considerava-se mais importante que as tradições da Igreja. RESOLUÇÃO: Alternativa escolhida por eliminação, pois simplifica de maneira até ingênua a complexidade dos fundamentos do poder de Napoleão como imperador, reduzindo-o a um mero representante da burguesia. Com efeito, a autocoroação de Napoleão serviu para marcar não só a independência do poder laico em relação à autoridade da Igreja, mas também a supremacia do Estado Francês, em seu próprio território, sobre o poder eclesiástico. Resposta: E 4. (UFC) – Entre 1792 e 1815, a Europa esteve em guerra quase permanente, encerrando esse período com a derrota dos exércitos napoleônicos. Os governos europeus reuniram-se então no Congresso de Viena, dominado pelas potências vencedoras de Napoleão (Rússia, Prússia, Grã-Bretanha e Áustria) e que teve, entre outras consequências, a criação da Santa Aliança. Assinale a alternativa que contenha duas decisões geopolíticas aprovadas pelo Congresso de Viena. a) Defesa da ideologia liberal e apoio aos movimentos socialistas europeus, visando criar uma relativa justiça social. b) Restabelecimento das fronteiras anteriores a 1789 e isolamento da França no cenário político europeu. c) Valorização da aristocracia em toda a Europa Continental e ascensão dos girondinos ao governo da França, a partir de 1815. d) Reentronização das casas reais destituídas e criação de um pacto político de equilíbrio entre as potências europeias. e) Apoio aos movimentos republicanos e atribuição, à Grã-Bretanha, do papel de principal força contrarrevolucionária. RESOLUÇÃO: O Congresso de Viena esteve reunido de 2 de maio de 1814 a 9 de junho de 1815, tendo como objetivo precípuo reorganizar a Europa após as convulsões da Revolução Francesa e das Guerras Napoleônicas, dentro de uma perspectiva contrarrevolucionária. As principais decisões tomadas por essa conferência foram: restauração das dinastias destronadas desde o início da Revolução; defesa do absolutismo, quando possível; remanejamento das fronteiras europeias; e estabelecimento de um “concerto europeu”, baseado no equilíbrio entre as potências. Resposta: D 3. (IBMEC-SP) – A expansão napoleônica no início do século XIX influenciou decisivamente vários acontecimentos históricos. Entre eles, podemos destacar a) a independência dos Estados Unidos. Aproveitando a guerra da Inglaterra contra a França Napoleônica, os colonos americanos declararam sua emancipação, derrotando rapidamente os ingleses. b) a formação da Santa Aliança, que evitou a irrupção de movimentos revolucionários liberais ou nacionalistas na Europa e dificultou a independência das colônias espanholas e inglesas na América. c) a independência do Brasil. Com a ocupação de Portugal pelas tropas napoleônicas, a monarquia portuguesa enfraqueceu-se e não conseguiu impedir que o príncipe D. Pedro separasse o Brasil de Portugal. d) a independência das colônias espanholas na América. A ocupação da Espanha pelos franceses, além de difundir os ideais liberais, favoreceu a emancipação das colônias hispano-americanas. e) o Congresso de Viena. Nessa conferência, a França Napoleônica firmou um pacto com Áustria, Inglaterra e Rússia, tendo como objetivo estabelecer uma trégua para reorganizar o mapa da Europa. RESOLUÇÃO: A imposição de José Bonaparte como rei da Espanha foi o pretexto para que as colônias da América Espanhola criassem Juntas Provisórias de Governo – primeiro passo em direção à emancipação política, a qual se concretizaria alguns anos depois. Resposta: D – 27 C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 28 5. (FGV) – “Os soberanos do Antigo Regime venceram Napoleão, em quem eles viam o herdeiro da Revolução. E a escolha de Viena, para a sede do congresso que reuniria os representantes de todos os Estados europeus, era simbólica, pois essa foi uma das poucas capitais que não haviam sido sacudidas pela revolução; ademais, a Dinastia de Habsburgo era um símbolo da ordem tradicional, da Contrarreforma e do Antigo Regime.” (René Remond, O século XIX: introdução à história do nosso tempo) Acerca do Congresso de Viena (1814-15), é correto afirmar que a) veio a ser o mais importante símbolo da vitória do liberalismo na Europa, pois defendia a legitimidade das dinastias que aceitassem a limitação de seus poderes por meio da outorga de cartas constitucionais. b) países como Inglaterra, Portugal e Espanha – os mais prejudicados pelo expansionismo napoleônico – propunham que a França se tornasse uma república, com o intuito de evitar novos surtos revolucionários. c) foi norteado, entre outros, pelo “Princípio da Legitimidade”, que determinava a volta ao poder das dinastias reinantes no período prérevolucionário, bem como a restituição dos territórios que governavam antes de 1789. d) as potências vencedoras modificaram o mapa da Europa; mas o representante francês, Talleyrand, autor da proposta de restauração das dinastias destronadas, conseguiu que seu país mantivesse as fronteiras de 1789. e) criou, a partir de uma sugestão da Prússia, um organismo multinacional – a Santa Aliança – que tinha a tarefa de incentivar os regimes absolutistas a se modernizarem, para melhor enfrentar as mobilizações populares. RESOLUÇÃO: As potências vencedoras de Napoleão – Grã-Bretanha, Rússia, Prússia e Áustria – aproveitaram o Congresso de Viena para ampliar seus territórios (possessões coloniais, no caso da Grã-Bretanha). Nesse contexto, o representante francês, Talleyrand, teve a habilidade de conseguir que a França preservasse as fronteiras de 1789, abrindo mão apenas das conquistas realizadas após essa data. Resposta: D 28 – MÓDULO 17 IDEIAS SOCIAIS E POLÍTICAS DO SÉCULO XIX 1. (PUC-PR) – As revoluções liberais burguesas inspiraram-se em ideias de intelectuais iluministas que muito valorizavam a razão, procurando explicações racionais para todas as coisas. Considere as proposições a seguir, verificando sua possível relação com aqueles movimentos revolucionários. I – A liberdade individual era um entrave ao funcionamento do Estado e deveria ser abolida. II – O Estado representava o poder conjunto de todos os membros da sociedade, poder esse sujeito a limitações. III – O poder político deveria ser uno e indivisível, pois somente assim poderia alcançar seus objetivos. IV – Contrariamente ao que ocorria no Antigo Regime, os poderes político-administrativos deveriam ser centralizados. V – O mercantilismo deveria ser substituído pelo liberalismo, eliminando-se qualquer tipo de regulamentação econômica. Assinale a alternativa correta. a) Somente as proposições I e III são verdadeiras. b) Somente as proposições I e IV são verdadeiras. c) Somente as proposições II e V são verdadeiras. d) Somente as proposições III e IV são verdadeiras. e) Somente as proposições IV e V são verdadeiras RESOLUÇÃO: A proposição I é falsa porque a liberdade constituía um princípio fundamental da ideologia iluminista. A proposição III é falsa porque os iluministas eram contrários à concentração de poderes existente no absolutismo; aliás, foi o filósofo iluminista Montesquieu que propôs a tripartição dos poderes de governo. A proposição IV é falsa porque a centralização político-administrativa era inerente ao Antigo Regime. Resposta: C C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 29 2. (UESPI) – A modernidade não se fez sem a multiplicidade de saberes e o confronto de concepções de mundo. Por exemplo: no século XIX, o movimento romântico a) incentivou ideais nacionalistas e teceu críticas ao racionalismo dos iluministas. b) negou as teorias de Rousseau sobre a importância dos sentimentos na ação humana. c) foi contra as tradições populares, o que favoreceu a escolha de caminhos elitistas. d) aceitou muitas regras do classicismo, desprezando o individualismo burguês. e) anulou a importância da memória histórica e do apego às tradições. RESOLUÇÃO: O Romantismo constituiu uma vertente do liberalismo burguês na primeira metade do século XIX. Como o liberalismo tinha suas origens no iluminismo do século XVIII, valores como a liberdade e a igualdade de todos perante a lei continuaram a fazer parte do ideário liberal no século XIX. Entretanto, a preferência pelos ideais rousseaunianos (em desfavor no século XVIII) de apego à Natureza e a importância dos sentimentos levaram os românticos a criticar o racionalismo iluminista e a resgatar valores — até mesmo medievais — que pudessem fortalecer o nacionalismo do período. Resposta: A 3. (MACKENZIE) – “O sistema financeiro, coração da economia global, não será mais o mesmo depois do colapso iniciado pela falência do banco americano Lehman Brothers. Economistas do primeiro time recomendam ao presidente americano a estatização provisória do sistema financeiro. Eles não são comunistas, revolucionários ou radicais. São fervorosos adeptos da economia de mercado, uma economia que precisa agora negar seus princípios sagrados para sobreviver.” (Jornal Mundo, 03/2009.) Entre os “princípios sagrados” do capitalismo mencionados no texto, considere as proposições a seguir. I – Lei da oferta e da procura e livre iniciativa. II – Livre concorrência e não intervenção estatal na economia. III – Estatização das indústrias de base e protecionismo. IV – Planificação econômica e coletivização. Assinale a alternativa correta. a) Somente as proposições I e II são verdadeiras. b) Somente as proposições I e III são verdadeiras. c) Somente as proposições I e IV são verdadeiras. d) Somente as proposições II e III são verdadeiras. e) Somente as proposições II e IV são verdadeiras. RESOLUÇÃO: As proposições III e IV são falsas porque a estatização da atividade produtiva, a planificação econômica e a coletivização são características da economia socialista, também denominada “economia planificada”, em oposição à “economia de mercado do capitalismo”. Quanto ao protecionismo, trata-se de uma característica que pode ocorrer tanto na economia socialista como na capitalista. Resposta: A 4. (ESPM) – Em conjunto com as grandes transformações econômicas, políticas e sociais do século XIX, surgiram doutrinas e correntes ideológicas. Uma delas foi o anarquismo, que pregava a) o respeito à propriedade privada, o controle demográfico e a observância da lei natural da oferta e da procura. b) a revolução socialista, o controle do Estado pela ditadura do proletariado e o comunismo. c) a erradicação do Estado, das classes, das instituições e tradições visando à imediata instalação do comunismo. d) a necessidade de um contrato entre os governados e o Estado, o império da moral e o bem comum como fundamentos do poder político. e) a religião como instrumento de reforma e justiça social, além da formação de comunidades coletivistas. RESOLUÇÃO: A teoria anarquista se desenvolveu no século XIX como uma variante radical do marxismo (socialismo científico). Os anarquistas se consideravam comunistas, pois defendiam uma sociedade igualitária; porém negavam a necessidade de um partido político para comandar a revolução e a sociedade que surgiria após a supressão do Estado, pois ela seria baseada na “autogestão”. Resposta: C 5. (CESGRANRIO) – No século XIX, o desenvolvimento desigual da sociedade capitalista liberal deu origem à "questão social". Tentando resolvê-la, surgiram diversas teorias, sobre as quais são feitas as afirmações a seguir. Analise-as. I – O socialismo utópico e reformista (de Fourier e outros) pretendia reconstruir a sociedade a partir de um plano ideal, igualitário e justo. II – O catolicismo social preocupava-se com a defesa da justiça social, ameaçada pelo desenvolvimento da sociedade industrial capitalista. III – O socialismo científico de Marx e Engels, baseado no materialismo histórico e dialético, propunha uma sociedade sem classes. IV – O movimento cartista (1838-42), vitorioso na Inglaterra, preconizava o anarco-sindicalismo. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmações I, II e III são verdadeiras. b) Somente as afirmações I, II e IV são verdadeiras. c) Somente as afirmações I, III e IV são verdadeiras. d) Somente as afirmações II, III e IV são verdadeiras. e) Todas as afirmações são verdadeiras. RESOLUÇÃO: A afirmação IV é falsa porque o cartismo foi um movimento reivindicatório dos trabalhadores ingleses relativo à obtenção de direitos políticos (aliás, negados pelo Parlamento), não tendo chegado a adquirir uma consistência ideológica definida. Resposta: A – 29 C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 30 MÓDULO 18 A UNIFICAÇÃO ALEMÃ E ITALIANA 1. (UFRS) – A unificação da Alemanha, habilmente arquitetada por Otto Von Bismarck, realizou-se por meio de guerras bem-sucedidas contra países vizinhos. Assinale a alternativa correta em relação às motivações e aos acontecimentos que desencadearam esse processo de unificação. a) A fragmentação política obstaculizava o pleno desenvolvimento comercial e industrial da Alemanha. A unificação criaria um mercado ágil e ampliado, com condições de enfrentar a concorrência inglesa, graças à proteção governamental. b) A unificação foi liderada pela Áustria, o mais poderoso Estado germânico, capaz de barrar as pretensões da Prússia. A Áustria contou com o apoio da França para vencer a resistência prussiana. c) A constituição redigida por Bismarck inaugurou uma era democrática nos estados alemães, sob a influência dos ideais da Revolução Francesa, baseados na soberania da nação e na participação popular. d) As decisões do Congresso de Viena foram fundamentais para a consolidação da unificação da Alemanha, pois inibiram as pretensões italianas aos territórios alemães do Sul. e) O processo da unificação alemã contou com o apoio da França que, prejudicada pela hegemonia marítima britânica, via no novo Estado um importante aliado na corrida imperialista. RESOLUÇÃO: Antes da unificação alemã, a Prússia já era uma potência industrial, tendo sido bastante beneficiada pela implantação do Zollverein (1834). Com a unificação, a Alemanha adquiriu condições para concorrer com a GrãBretanha nos mercados internacionais; a propósito, no final do século XIX, a produção industrial alemã já havia superado a britânica. Resposta: A 30 – 2. (PUC-SP) – Os textos a seguir se referem a dois momentos distintos da história alemã: respectivamente, a unificação do Estado Nacional, no século XIX, e o período nazista, no século XX. “O próprio Bismarck parece não se ter preocupado muito com o simbolismo, a não ser pela criação de uma bandeira tricolor, que unia a branca e preta prussiana com a nacionalista liberal preta, vermelha e dourada.” (HOBSBAWM. Eric. A invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984, pp. 281.) “Hitler escreve a propósito da bandeira nazista: ‘Como nacionalsocialistas, vemos em nossa bandeira o nosso programa. Vemos no vermelho a ideia social do movimento, no branco a ideia nacionalista e na suástica nossa missão de luta pela vitória do homem ariano; e, na mesma luta, pela vitória da ideia do trabalho criador que, como sempre tem sido, sempre haverá de ser antissemita’.” (REICH. Wilhelm. Psicologia de massas do fascismo. São Paulo: Martins Fontes, 1988, p. 94-5.) A composição das duas bandeiras a que os textos se referem presta-se, nos dois casos, a a) representar o caráter socialista do Estado Alemão moderno; daí a presença do vermelho nas duas bandeiras. b) identificar o projeto político vitorioso com o conjunto da sociedade e com o Estado Alemão. c) defender a paz conquistada após períodos de guerra; daí a presença do branco nas duas bandeiras. d) valorizar a diversidade de propostas políticas, caracterizando a Alemanha como um país democrático. e) demonstrar o caráter religioso e cristão do Estado Alemão; daí a presença do preto nas duas bandeiras. RESOLUÇÃO: O objetivo de uma bandeira nacional é corporificar o sentimento de identidade da nação, associando-o às tradições e, quando possível, ao projeto político dominante no momento. Foi o que Bismarck e Hitler procuraram realizar em seus respectivos momentos históricos. Resposta: B C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 31 3. (UFV) – A expressão Risorgimento designa o conjunto de movimentos heterogêneos que desejavam a unificação da Itália no século XIX. A vertente vitoriosa que promoveu a unificação da Itália foi a) o projeto republicano de Giuseppe Mazzini, que criou o movimento da “Jovem Itália”. b) a corrente dos carbonários, que propunha a criação de um Estado livre da influência do Império Alemão. c) o Papado, que defendia a instauração de uma monarquia teocrática com sede no Vaticano. d) liderada pelo Reino do Piemonte, que implantou uma monarquia constitucional laica. e) o movimento dos “camisas vermelhas”, liderado por Garibaldi e defensor de uma Itália repubicana. RESOLUÇÃO: O reino da Sardenha e Piemonte, único estado não absolutista da Itália e já em processo de industrialização, era o mais adequado para realizar a unificação do país. Graças à ação política do primeiro-ministro Cavour e à atuação militar de Giuseppe Garibaldi, a Itália foi unificada sob a forma de monarquia constitucional, liberal e laica. Resposta: D 5. (UFRJ) – Em 1860, um contemporâneo da unificação da Itália afirmou: “Fizemos a Itália; agora precisamos fazer os italianos.” (D’AZEGLIO, Massimo (1792-1866). Apud HOBSBAWM, E. A Era do Capital: 1848-1875. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.) Assinale a alternativa que identifica um aspecto da unificação italiana implícito na frase citada. a) Oposição entre nacionalismo e Estado-nação. b) Fusão entre patriotismo e etnocentrismo. c) Adoção da língua italiana no dia-a-dia da população. d) União entre os interesses dos partidários da Igreja e da República. e) Antagonismo entre regionalismo e unidade nacional. RESOLUÇÃO: O longo período em que a Itália permaneceu politicamente desunida fortaleceu as identidades regionais, que a recém-concluída unificação do país ainda não conseguira superar. Resposta: E 4. (UFPR) – A Itália foi uma nação que se unificou tardiamente, na segunda metade do século XIX. Levando em conta os fatores históricos desse processo, é incorreto afirmar que a) o Congresso de Viena (1814-15) dividiu a Itália em sete Estados, parte dos quais submetida à influência do Império Austríaco. b) o Norte da Itália era relativamente desenvolvido, contando com fábricas, ferrovias, estabelecimentos de crédito e redes comerciais. c) a burguesia da Itália Meridional, após a unificação, promoveu o desenvolvimento do capitalismo industrial na região. d) a burguesia industrial da Itália Setentrional tinha interesse na unificação, para expandir investimentos e conquistar mercados. e) a Guerra Franco-Prussiana foi decisiva para que o Reino da Itália conquistasse Roma, completando o processo unificador. RESOLUÇÃO: A alternativa c é incorreta porque o Mezzogiorno (designação dada à Itália Meridional), após a unificação, manteve seu atraso econômico e social, decorrente da estrutura fundiária tradicional e das práticas agrícolas arcaicas. Resposta: C – 31 C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 32 FRENTE 1 MÓDULO 11 EXPANSÃO CAFEEIRA E IMIGRAÇÃO EUROPEIA 1. (MACKENZIE) – Analise as proposições a seguir relativas à economia brasileira durante o Segundo Reinado (1840-89). I – A abolição do tráfico de escravos e os investimentos ingleses no Brasil deram à economia do País uma feição eminentemente industrial, observável no predomínio demográfico do meio urbano sobre o rural. II – A ampliação do mercado consumidor externo de café (destacadamente o norte-americano), na segunda metade do século XIX, representou um grande estímulo à expansão do cultivo do produto no Centro-Sul do País. III – A instalação e desenvolvimento do transporte ferroviário foram, em grande parte, determinados pela crescente necessidade de escoamento da produção cafeeira para os portos de embarque. Assinale a alternativa correta. a) Apenas as proposições I e II são verdadeiras. b) Apenas as proposições I e III são verdadeiras. c) Apenas as proposições II e III são verdadeiras. d) Todas as proposições são verdadeiras. e) Todas as proposições são falsas. 2. (FUVEST) – Sobre a Lei de Terras (1850), promulgada depois que a Lei Eusébio de Queirós suprimiu o tráfico negreiro, é correto afirmar que a) dificultava o acesso dos ex-escravos à propriedade da terra, pois estabelecia o critério da compra e venda como única forma de aquisição. b) estava associada à concepção de distribuição de terras para estimular a produção agrícola. c) facilitava a aquisição de terras pelos ex-escravos e imigrantes, ao associar a noção de “terra livre” à de “trabalho livre”. d) estava vinculada à necessidade de expansão da fronteira agrícola mediante a aquisição de terras na Amazônia. e) superava o antigo conceito de sesmaria, ao impedir a concentração de terras nas mãos de poucos proprietários. 3. (MACKENZIE) – “Em poucos anos, entre o final do século XIX e início do XX, a cidade de São Paulo consolidou-se como grande centro capitalista, integrador regional, mercado receptor e distribuidor de produtos e serviços – fatores vinculados ao crescimento da produção cafeeira.” (Maria Izilda Matos – A cidade em debate.) A respeito da capital paulista e de sua relação com a economia cafeeira, podemos afirmar que a) o café acumulou capitais para a indústria e atraiu mão de obra imigrante, além de favorecer o crescimento da população urbana, graças à expansão dos setores industrial e de serviços. b) a entrada de imigrantes foi um fator negativo para a diversificação da economia regional, pois o fluxo imigratório foi canalizado para a cafeicultura, sem direcionar trabalhadores para os serviços urbanos. 32 – c) a Lei de Terras, de 1850, contribuiu para a acumulação de capital pelo trabalhador imigrante na província de São Paulo, possibilitando-lhe amplo acesso à propriedade fundiária. d) as fazendas de café do Oeste Paulista continuaram a utilizar o trabalho escravo, ao contrário da mentalidade empresarial reinante entre a burguesia agrária do Vale do Paraíba. e) embora a produção cafeeira paulista fosse considerável em fins do século XIX, não suplantou o açúcar na pauta das exportações, o que assegurou o poder político dos senhores de engenho. 4. (MACKENZIE) – “A política praticada pela cafeicultura paulista, ao estimular e promover a imigração em proporções bem superiores às possibilidades de emprego no campo, muito favoreceu o crescimento da população urbana. Assim, em situações de geada, pragas ou queda do preço do café, a evasão de colonos para as cidades era acentuada, gerando acúmulo de despossuídos, envoltos em um cotidiano de longas jornadas de trabalho, carestia, fome, falta de moradia, especulação, desemprego, epidemias e outros flagelos.” (Maria Izilda de Matos, Âncora de Emoções.) A respeito das relações entre imigração, cafeicultura e desenvolvimento da indústria paulista, na segunda metade do século XIX e primeira do XX, é incorreto afirmar que a) a indústria, em grande parte, desenvolveu-se graças ao dinamismo econômico gerado pela produção cafeeira. b) a política da época criou, por meio de incentivos fiscais, um polo industrial na cidade de São Paulo, o qual iria provocar uma intensa migração de origem nordestina. c) a indústria paulista do período produzia bens de consumo nãoduráveis, que não exigiam tecnologia sofisticada e substituíam produtos similares importados. d) a imigração estrangeira, direcionada para suprir as necessidades da cafeicultura, aumentou o número de trabalhadores livres no País. e) parte dos lucros gerados na economia cafeeira foi investida em outros setores, inclusive no de serviços. MÓDULO 12 A CRISE DO IMPÉRIO E MOVIMENTO REPUBLICANO 1. (UNESP) – “Na verdade, o Brasil já era republicano desde a partida do trem da São Paulo Railway (colocado nos trilhos pelos ingleses) em 1867, símbolo da fração dinâmica da economia do País.” (Ana Luiza Martins, República: um outro olhar.) Com base no texto acima, é possível afirmar que a) o desenvolvimento econômico das últimas décadas do século XIX, em parte associado à ferrovia, revelaria os grandes anacronismos do Império, como a centralização político-administrativa. b) a presença de empresas estrangeiras, notadamente nos serviços urbanos, só foi possível diante do compromisso do Parlamento Brasileiro em abolir o tráfico de escravos. c) a recusa deliberada do imperador de investir em ferrovias fez crescer uma forte oposição dentro do Partido Conservador e incentivou a criação do Partido Republicano Paulista, em 1871. C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 33 d) a contradição entre os cafeicultores do Vale do Paraíba, senhores de escravos, e o Senado vitalício—com maioria abolicionista— apressou a Proclamação da República. e) o fim da Monarquia tornou-se uma questão de tempo, a partir das amplas reformas eleitorais da década de 1860—que ampliaram o número de eleitores—e do retorno aos princípios federalistas. 2. (PUC-RS) – Um fator que contribuiu decisivamente para a queda do Império Brasileiro foi a a) invasão do Rio de Janeiro pelos franceses que, ao fundarem a França Antártica, desestabilizaram o governo de Dom Pedro II. b) concorrência do açúcar antilhano, que abalou as bases da economia nacional e provocou uma crise generalizada no País. c) crise do escravismo, o qual constituía a base produtiva do Império, abalando a economia e induzindo os cafeicultores a deixar de apoiar a Monarquia. d) Revolução Farroupilha, que levou à fragmentação política e ao enfraquecimento econômico do País, desestabilizando o regime monárquico. e) Guerra do Paraguai, pois o acordo celebrado com a Argentina e o Uruguai para formar a Tríplice Aliança descontentou os cafeicultores e os setores progressistas do Exército. 3. (FUVEST) – “O regime da federação, baseado portanto na independência recíproca das províncias, elevando-as à categoria de Estados próprios, unicamente ligados pelo vínculo da mesma nacionalidade e da solidariedade dos grandes interesses da representação e da defesa, é aquele que adotamos em nosso programa, como sendo o único capaz de manter a comunhão da Família Brasileira.” Levando em conta as transformações ocorridas no Brasil durante a segunda metade do século XIX, justifique a ideia defendida neste trecho do Manifesto Republicano de 1870. 4. Em15 de novembro de 1889, a Monarquia foi derrubada por um golpe militar e substituída pela República. Contribuíram para esse fato a) falhas no sistema de parceria e em outras iniciativas para ampliar a imigração europeia e o trabalho livre. b) interesses de fazendeiros do Oeste Paulista, das classes médias urbanas e de setores militares, todos aliados em oposição ao arcaico centralismo monárquico. c) os conflitos entre o governo imperial e o clero, cujas sérias repercussões sociais culminaram com a adesão da Igreja ao golpe republicano. d) a malsucedida campanha da Guerra do Paraguai e o consequente declínio do prestígio dos militares quando retornaram ao País. e) as grandes mudanças sociais ocorridas sob o governo monárquico, que inseriram índios e escravos na vida política e perturbaram a estabilidade do Império, provocando a reação das elites tradicionais. MÓDULO 13 REPÚBLICA DA ESPADA 1. “O primeiro ano da República foi marcado por uma febre de negócios e de especulação financeira.” (Boris Fausto) A partir da afirmação anteriores, a) identifique o fenômeno mencionado no fragmento e o responsável por sua ocorrência. b) mencione dois desdobramentos, além da “febre de negócios e de especulação finaceira”, provocados por esse acontecimento. 2. Logo no início de seu Governo Provisório, o marechal Deodoro da Fonseca, assinou vários decretos, estabelecendo algumas inovações importantes. Entre elas, podemos citar a) a separação entre a Igreja e o Estado. b) a abolição da escravatura. c) o fim dos castigos corporais nas Forças Armadas. d) a instituição do voto feminino. e) a ruptura de relações diplomáticas com a Grã-Bretanha. 3. O marechal Deodoro da Fonseca foi eleito presidente da República, pelo Congresso Nacional, com uma margem relativamente estreita de 129 votos contra 97, atribuídos ao paulista Prudente de Morais. A crise política que caracterizou o governo constitucional de Deodoro levouo à renúncia, em novembro de 1891. Explique o principal fator dessa crise. 4. (PUC) – “A República criou uma cidadania precária porque calcada na manutenção da iniquidade das estruturas sociais: acentuou as desigualdades entre as diversas regiões do País, cobrindo-as com a roupagem do federalismo difuso da ‘Política dos Governadores’; e deu continuidade à geografia oligárquica do poder que, desde o Império, diluía o formalismo do Estado e das instituições.” (SALIBA, Elias Thomé. Raízes do riso: a representação humorística na história brasileira; da Belle Époque aos primeiros tempos do rádio. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p.67.) A partir do texto anterior, pode-se afirmar que a implantação da República no Brasil a) renovou as instituições políticas, ampliando o poder do Estado em detrimento dos poderes locais. b) alterou radicalmente a estrutura social do Império, devido à ascensão da burguesia e ao declínio da aristocracia. c) introduziu um modelo federalista que incentivou tanto a autonomia local como a integração nacional. d) manteve os desníveis sociais presentes no Império e não ofereceu ampliação significativa dos direitos de cidadania. e) centralizou o poder nas mãos dos governadores, diminuindo a influência das instituições federais e do presidente da República. MÓDULO 14 BASES SOCIOPOLÍTICAS DA REPÚBLICA OLIGÁRQUICA 1. (FUVEST) – A expressão “Política do Café com Leite” é muito utilizada para caracterizar a Primeira República no Brasil. Descreva o funcionamento dessa política. 2. (MACKENZIE) – “Do ponto de vista eleitoral, o coronel controlava os votantes em sua área de influência. Trocava votos em candidatos por ele indicados por favores tão variados como um par de sapatos, uma vaga no hospital, um emprego de professora.” (Boris Fausto – História do Brasil.) A permanência do coronelismo na República Velha deveu-se a) ao apoio do tenentismo às práticas da política oligárquica. b) ao isolamento do sertanejo nordestino, visto que o coronelismo somente ocorreu na Região Nordeste. c) ao fato de os chefes locais não dependerem de recursos dos governos para a concessão de favores e benefícios locais. – 33 C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 34 d) ao clientelismo resultante da desigualdade social, da precariedade dos serviços públicos e da impossibilidade de o cidadão exercer plenamente seus direitos. e) à autonomia dos “coronéis”, que não dependiam de outras instâncias do poder, inclusive no plano militar. 3. (MACKENZIE) – “Assim, com a vigência do pacto, pouco adiantava vencer nas urnas; era preciso vencer também nas atas, onde normalmente ocorria a ‘degola’ da oposição. O poder local, dono dos votos, ganhava força.” (Leonardo Trevisan) O trecho anterior descreve o contexto eleitoral de um período da História Brasileira. Identifique-o. a) Época do populismo, quando ocorreu uma grande mobilização das massas urbanas. b) Período Imperial, durante o qual as eleições eram distorcidas pela violência praticada por liberais e conservadores. c) República Velha, marcada pelo voto de cabresto e pela pressão dos coronéis sobre o eleitorado. d) Nova República, na qual a influência da mídia superou a dos partidos na formação da opinião pública. e) “Anos de chumbo” da ditadura militar, quando as eleições eram indiretas e o governo controlava a política por meio do bipartidarismo. 4. (UNIFESP) – “Neste regime, a verdadeira força política, que no apertado unitarismo do Império residia no poder central, deslocou-se para os estados. A “Política dos Estados”, isto é, a política que fortifica os vínculos de harmonia entre os estados e a União, é pois, em sua essência, a política nacional. É lá, na soma dessas unidades autônomas, que se encontra a verdadeira soberania da opinião. O que pensam os estados, pensa a União.” (Campos Sales. “Mensagem”, 3 de maio de 1902, in Manifestos e mensagens. São Paulo: Fundap/Imprensa Oficial, 2007.) II – “A institucionalização da República não poderia comportar a existência de um Parlamento com substância liberal, formado a partir de escolhas individuais dos cidadãos e segmentado segundo clivagens político-partidárias (...) A estabilidade deve derivar de um arranjo entre o governo nacional e os chefes estaduais, tentando definir o que deveria ser chamado de ‘parte não constitucional do pacto político’.” (LESSA, Renato. A Invenção Republicana: Campos Sales, as bases e a decadência da Primeira República Brasileira. Rio de Janeiro: IUPERJ; São Paulo: Vértice, 1988, p. 100.) De acordo com a leitura dos textos acima, podemos concluir que a) Campos Sales temia a restauração monárquica e, tentando evitá-la, concebeu a “Política dos Governadores”— mecanismo explicado pelo texto II de Renato Lessa. b) os dois textos abordam a necessidade de se institucionalizar o regime republicano no Brasil, mas elaboram diagnósticos diferentes: enquanto Campos Sales afirmava não haver risco de restauração monárquica, para Renato Lessa esse perigo era real. c) Renato Lessa acreditava que a estabilidade da República dependia de um acordo entre o governo federal e os chefes estaduais; esse acordo foi articulado por Campos Sales, cujo texto defende a necessidade de se consolidar a obra republicana não por medo de ameaças monarquistas, mas por necessidade do próprio regime. d) o texto I afirma que, apesar da inexistência de uma ameaça iminente de restauração monárquica, a República deveria se proteger contra essa eventualidade, estabelecendo medidas restritivas no campo político—tema discutido pelo texto II. e) o texto II defende a ideia de que a consolidação do regime republicano seria feita pela adoção de fórmulas democráticas e liberais. No texto I, Campos Sales anuncia as medidas necessárias para instituir o Estado liberal e democrático no País. MÓDULO 15 Ao defender a “Política dos Estados” (ou “Política dos Governadores”) e associá-la às ideias de “harmonia”, “soma” e “soberania da opinião”, o então presidente da República, Campos Sales, defendia a) o fim da autonomia dos estados e a retomada da centralização política que faria da República das Oligarquias um regime ditatorial. b) a democratização da República Brasileira, visando impedir que surgissem novos protestos políticos, inclusive armados. c) o estreitamento das relações diplomáticas com os demais países sulamericanos, com vistas a concretizar novas alianças e acordos comerciais no Exterior. d) um pacto entre o governo federal e os governos estaduais, que teriam autonomia econômica, mas assegurariam apoio político ao presidente da República. e) um modelo político que, segundo ele, seria capaz de democratizar o Brasil e fazê-lo alcançar, sem lutas, a unidade política e territorial ainda inexistente. 5. (FGV) – I – “Nunca me anuviou o espírito o fantasma da restauração monárquica. A atitude dos adeptos do regime decaído (...) deixoume, desde a primeira hora, a convicção de que a República não tinha adversários que devessem ser temidos. Consolidar as novas instituições não era, portanto, atacar e destruir inimigos (...) mas completar a organização de aparelhos democráticos e normalizar suas funções.” (CAMPOS SALES, Manuel Ferraz de. Da Propaganda à Presidência. Brasília: Ed. da UNB, p.69.) 34 – IDEIAS E MOVIMENTOS URBANOS NA PRIMEIRA REPÚBLICA 1. (UNICAMP) – “Em novembro de 1904 — data da revolta — a demolição das casas para abrir a Avenida Central, executada por 1.800 operários, terminara e 16 dos novos edifícios estavam sendo construídos. O eixo central da avenida fora inaugurado em 7 de setembro, em meio a grandes festas, já com serviços de bondes e iluminação elétrica. A derrubada de cerca de 640 prédios rasgara, através da parte mais habitada da cidade, um corredor que ia da Prainha ao Passeio Público.” (CARVALHO, José Murilo de. Os Bestializados.São Paulo: Companhia das Letras, 1987. p. 93.) a) A que revolta ocorrida no Rio de Janeiro o texto se refere? b) Cite duas razões para a eclosão dessa revolta. c) O que objetivava a remodelação urbana descrita no texto? 2. (FUVEST) – “As fábricas devoram a vida humana desde os sete anos de idade. Sobre as mulheres pesam, de ordinário, trabalhos tão árduos quanto os dos homens; não percebem senão salários reduzidos. Equiparam-se aos adultos, para o trabalho, os menores de quatorze e doze anos (...) O horário, geralmente, nivela sexos e idades, entre os extremos habituais de nove a dez horas cotidianas de canseira.” (Rui Barbosa, A Questão Social e Política no Brasil, durante sua segunda campanha presidencial, 1919) C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 35 a) Indique os principais problemas sociais apontados pelo texto. b) Relacione os problemas citados com as ideias, reivindicações e formas de luta dos operários de São Paulo, na década de 1910. 3. (MACKENZIE) – “As moças ricas não podem compreender o casamento senão com o doutor; e as pobres, quando alcançam um matrimônio dessa natureza, enchem de orgulho a família toda, os colaterais e os afins. Não é raro ouvir alguém dizer com todo o orgulho: — Minha prima está casada com o doutor Bacabau. .................................................. O título de ‘doutor’, anteposto ao nome, tem na Bruzundanga o efeito do ‘dom’ em terras de Espanha. Mesmo no Exército, ele soa em todo o seu prestígio nobiliárquico. Quando se está em face de um coronel com o curso de Engenharia, o modo de tratá-lo é matéria para atrapalhações protocolares. Se só se o chama tout court ‘doutor Kamisão’, ele ficará zangado porque é coronel; se se o designa unicamente por ‘coronel’, ele julgará que o interlocutor não tem em grande consideração seu título universitário-militar.” (Lima Barreto, Os Bruzundangas) A sátira que o escritor carioca traçou a partir da descrição da “República dos Estados Unidos da Bruzundanga” se refere, no trecho acima, a um fenômeno próprio da sociedade brasileira da época. Trata-se do a) bacharelismo. b) coronelismo. c) parnasianismo. d) arrivismo. e) militarismo. 4. (FGV) – “Até o início dos anos 20, o movimento grevista foi intenso. O nível de vida dos assalariados continuava baixo, enquanto vitórias socialistas na Europa (...) estimulavam a luta dos operários. Entre 1917 e 1921, ocorreram 150 greves na capital paulista, 46 no interior e 84 no Rio de Janeiro.” (Francisco Alencar et alii, História da Sociedade Brasileira) Durante os primeiros anos do século XX, a liderança do movimento operário esteve com os a) socialistas utópicos. b) socialistas cristãos. c) anarcossindicalistas. d) marxistas-leninistas. e) militantes católicos. MÓDULO 16 A CRISE DE 1929 E O NEW DEAL 1. (UFRJ) – “Tomei consciência do problema do desemprego em 1928 (...) Lembro-me do choque, do espanto que senti quando pela primeira vez me misturei com vagabundos e mendigos, ao descobrir que uma boa parte, talvez uma quarta parte dessa gente (...) eram mineiros e colhedores de algodão, jovens e honestos, contemplando seu destino com aquele assombro estúpido de um animal que caiu numa armadilha. Simplesmente não conseguiam entender o que acontecia com eles. Tinham sido criados para trabalhar, e – vejam! – era como se nunca mais fossem ter a oportunidade de voltar ao trabalho. Nessas circunstâncias, era inevitável, no início, que fossem perseguidos por um sentimento de degradação pessoal. Tal era a atitude para com o desemprego naquele tempo: era um desastre que acontecia a você como indivíduo e a culpa era sempre sua.” (ORWELL, George. “O Caminho para Wigan Pier”, in: História do século XX. São Paulo, Abril Cultural, 1974, vol. 6, p. 1351.) O relato do escritor George Orwell nos dá conta do ambiente de crise em que viveu a sociedade norte-americana no final da década de 1920, especialmente a partir de 1929. a) Comente um problema que a economia norte-americana enfrentou ao longo da década de 1920 e que colaborou para a Crise de 1929. b) Identifique duas medidas do New Deal, programa adotado pelo governo de Franklin Roosevelt para superar os efeitos da crise. 2. (UNESP) – Um periódico norte-americano apresentou uma fotografia de um homem, ao lado de um automóvel luxuoso, com o seguinte cartaz: “Cem dólares compram este carro. Pagamento à vista. Perdeu tudo no mercado de ações.” Essa imagem traduz a maior crise da história do capitalismo. a) Onde e quando teve início essa crise? b) Indique os efeitos dessa crise no Brasil. 3. (UFSM) 5. (FGV) – “Tem-se ressaltado [seu] caráter espontâneo (...) e não há motivo para se rever o fundo dessa qualificação. A ausência de um plano, de uma coordenação central, de objetivos predefinidos é patente. Os sindicatos têm restrito significado; o Comitê de Defesa Proletária — expressão da liderança anarquista e, em menor escala, socialista — não só se forma no curso do movimento como procura apenas canalizar reivindicações. O padrão de agressividade da greve relaciona-se com o contexto sociocultural de São Paulo e com a fraqueza dos órgãos que poderiam exercer funções combinadas de representação e controle.” (Boris Fausto, Trabalho Urbano e Conflito Social) O texto faz referência a) à greve geral de 1917. b) à greve pelas oito horas de trabalho de 1907. c) à Intentona Comunista de 1935. d) à Revolução Constitucionalista de 1932. e) ao levante tenentista de 1924. (AQUINO, Rubim, LISBOA, Ronaldo & PEREIRA NETO, André. Fazendo a História. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1986. p.134.) – 35 C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 36 A charge se refere a uma das crises cíclicas do capitalismo: a queda da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929. Nela evidenciam-se algumas características daquela crise, quais sejam a) a falência dos banqueiros norte-americanos e o alastramento da recessão pelos países do Leste Europeu, mal recuperados dos efeitos da Primeira Guerra Mundial. b) a venda desenfreada de ações na Bolsa de Valores de Nova York e maciços investimentos dos EUA nos países não alinhados. c) as greves gerais, empreendidas pelos operários em defesa da manutenção de seus empregos, e negociações dos industriais para reescalonar as dívidas de suas empresas. d) o agravamento da questão social, expresso nas greves operárias e nas manifestações de desempregados, e a incapacidade do FMI em contribuir para a solução do problema. e) o alastramento do desemprego, a diminuição da atividade econômica e a consequente redução do poder aquisitivo do mercado consumidor norte-americano. 4. (UNESP) – “Encontrando-se o Estado em situação de poder calcular a eficiência (...) dos bens de capital a longo prazo e com base nos interesses gerais da comunidade, espero vê-lo assumir uma responsabilidade cada vez maior na organização direta dos investimentos.” (J. M. Keynes. A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. 1936.) O ponto de vista de Keynes opõe-se a uma teoria econômica que predominou na política governamental dos Estados Unidos nos anos imediatamente anteriores à Crise de 1929. a) A que teoria econômica Keynes se opunha? b) Exemplifique, com duas medidas implementadas pelo New Deal, o esforço do governo Roosevelt para superar os efeitos sociais da Crise de 1929. c) difundir o ideal da participação coletiva, próprio do capitalismo liberal. d) produzir uma reflexão crítica a respeito do individualismo burguês. e) fortalecer a auto-estima da sociedade, abalada pela depressão econômica. MÓDULO 17 CRISE DO ESTADO OLIGÁRQUICO E REVOLUÇÃO DE 1930 1. "O que avulta entre os fatores da Revolução de 1930 é o sentimento regionalista, na luta pelo equilíbrio das forças entre os estados federados. Minas Gerais, aliando-se ao Rio Grande do Sul, combatia a hegemonia paulista, que a candidatura do Sr. Júlio Prestes asseguraria por mais quatro anos." (Barbosa Lima Sobrinho, A verdade sobre a revolução de outubro – 1930, 1933.) a) Explique a questão do regionalismo político no período que antecedeu 1930. b) Apresente a situação política de São Paulo na Federação depois da tomada do poder por Getúlio Vargas, em 1930. 2. (UFV) – Leia o texto a seguir, extraído da música A Batalha das Latas, composta por Gilberto Gil em 1968. Ele faz referências às transformações ocorridas na economia brasileira, nas décadas de 1920 e 1930. A lata luta com mais força Adeus elite do café Enlate o seu café solúvel Enquanto dá pé. 5. (UFSM) – Observe a figura: Identifique e explique as principais transformações ocorridas naquele período. 3. (UFRRJ) – A charge exposta a seguir trata da política brasileira durante a crise do que se convencionou chamar de “República Oligárquica”. Qual é o que WASHINGTON....LUIZ preferes entre ANTONIO......CARLOS esses três? Entre os três prefiro o quarto... JULIO......PRESTES (Super-Homem. Superinteressante, jun. 2002. p. 40.) A criação do Super-Homem em 1938, assim como a de outros heróis de quadrinhos norte-americanos, pode ser explicada pela necessidade de a) estimular uma aproximação entre os EUA e o III Reich, com base na ideia de “raça superior”. b) restabelecer os valores patrióticos e militaristas que orientaram a formação dos EUA. 36 – Charge de STORNI na revista Careta, ano 22, n. 1103, de 10/08/1929 In: LEMOS, Renato (organizador). História do Brasil através da caricatura (1840-2001). Rio de Janeiro: Bom Texto Editora e Produtora de Arte e Editora Letras & Expressões, 2001. p.61. C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 37 A charge em questão joga com o nome de políticos importantes da época para formar o nome de um quarto personagem. Este, conhecido como "Cavaleiro da Esperança", carregava um enorme prestígio e encarnava as aspirações de grandes parcelas da população, em virtude de sua atuação a) na revolta de julho de 1922, conhecida como os “18 do Forte de Copacabana”, em contestação à eleição de Artur Bernardes, representante das oligarquias dominantes. b) no levante de novembro de 1935, em nome da Aliança Nacional Libertadora (ANL), contra o integralismo e o governo constitucional de Getúlio Vargas. c) na direção do Partido Comunista do Brasil (PCB), que se tornou vítima do autoritarismo do governo de Eurico Dutra (1946-51), quando foi posto fora da lei. d) na direção da luta operária do período, com a organização do Bloco Operário e Camponês (BOC), que o lançou como candidato à Presidência da República em 1930. e) na chamada "Coluna Miguel Costa–Prestes", que percorreu o Brasil tentando levantar a população contra o governo das oligarquias rurais. 4. “Assim, enquanto Prestes aderia ao comunismo – mostrando que a vitória de Getúlio Vargas significaria a mera substituição de uns grupos oligárquicos por outros no poder – os tenentes se deixavam envolver pela campanha da Aliança Liberal.” (Prestes, Anita Leocádia. Uma epopeia brasileira – a Coluna Prestes, São Paulo: Moderna, 1995, p. 103) Interpretando a época descrita pelo texto e com a ajuda de seus conhecimentos, assinale a alternativa correta. a) O objetivo da Coluna Prestes era derrubar o governo opressivo de Epitácio Pessoa. b) A Aliança Liberal defendia a candidatura de Júlio Prestes, que governava São Paulo. c) O movimento tenentista representava uma opção socialista e revolucionária. d) Os grupos oligárquicos substituídos representavam principalmente a cafeicultura. e) A Coluna Prestes, por haver adotado uma "guerra de posições", nunca foi derrotada pelos legalistas. 5. (UFRRJ) – Segundo Anita Leocádia Prestes, “o tenentismo vinha preencher o vazio deixado pela falta de lideranças civis aptas a conduzirem o processo revolucionário brasileiro, falta essa que começava a sacudir as já caducas instituições políticas da República Velha”. (PRESTES, Anita. A Coluna Prestes. São Paulo: Brasiliense, 1995, p. 73.) De acordo com o texto, é correto afirmar que a) os "tenentes" queriam moralizar a vida política nacional propondo uma ampla aliança entre os partidos de esquerda, inclusive com o Partido Comunista. b) os "tenentes" queriam deixar de ser meros "jagunços" às ordens das oligarquias estaduais, tendo para isso elaborado um programa de cunho democrático. c) os "tenentes" queriam pôr fim à política democrática da República Velha e substituí-la por um regime ditatorial, que entendiam ser o único capaz de superar o atraso do País. d) os "tenentes" apresentavam-se como substitutos dos frágeis partidos de oposição ao regime oligárquico e como representantes de um ideal patriótico e moralizador. e) o tenentismo representou um movimento que buscava romper com a tradição de intervenção militar na política, presente desde a Proclamação da República. MÓDULO 18 ERA VARGAS 1. (UFG) – Em março de 1934, Luís Carlos Prestes fundou uma frente popular denominada Aliança Nacional Libertadora (ANL), que objetivava atrair setores democráticos e antifascistas para um programa de reformas políticas e sociais. O governo de Vargas perseguiu Prestes devido à a) emergência de regimes autoritários na Europa, influenciando a organização partidária no Brasil. b) cooptação dos sindicatos pelo Estado, que passou a utilizar as sedes dos primeiros como locais de propaganda oficial. c) proposta política de estabelecer um governo revolucionário no Brasil alinhado com a União Soviética. d) organização da Ação Integralista Brasileira, que defendia um projeto de Estado autoritário para o País. e) rivalidade entre integralistas e aliancistas, que representavam os pontos extremos do espectro ideológico e político. 2. Durante a fase do Governo Provisório (1930-34), Vargas legalizou os sindicatos, mas conseguiu manter o controle sobre eles. Uma das medidas varguistas para viabilizar esse controle foi a) a nomeação dos líderes sindicais pelo governo federal. b) a intervenção permanente das autoridades nos sindicatos. c) a subordinação dos sindicatos ao Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. d) criação da CLT, que regulamentava as relações entre empregados e patrões. e) a nomeação de líderes sindicais para altos postos da administração federal. 3. (UFRJ) – “Após o advento do Estado Novo, deu-se a consolidação de uma política de massas que vinha sendo preparada desde o início da década. Instituído a partir de um golpe de Estado, sem qualquer participação popular, o novo governo buscou legitimação e apoio de setores populares mais amplos da sociedade através da propaganda (...) Além da busca de apoio, a integração política das massas visava controlá-la em novas bases.” (CAPELATO, Maria Helena. O Estado Novo: o que trouxe de novo?. In: Ferreira, Jorge (org.). O Brasil republicano. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2003, vol. 2, p.110.) O Estado Novo correspondeu ao período do governo Vargas iniciado em 1937, com um golpe de Estado, e encerrado em 1945, com a deposição do presidente. a) Identifique duas medidas adotadas pelo governo Vargas, durante o Estado Novo, que buscavam assegurar a realização dos objetivos mencionados pela autora do texto. b) Explique um fator ligado à conjuntura internacional que tenha contribuído para o fim do Estado Novo. – 37 C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 38 7. (UERJ) – 4. (UERJ) (Apud VICENTINO, C. e DORIGO, G. História do Brasil. São Paulo: Scipione, 1997.) Na charge, referente ao período de 1934-1937, vê-se o presidente Getúlio Vargas em frente ao Palácio do Catete, espalhando cascas de banana que podem ser interpretadas como armadilhas. Identifique o objetivo político de Vargas expresso nessa charge. 5. O que foi a polarização ideológica ocorrida no Brasil na década de 1930? 6. Em 21 de dezembro de 1941, Getúlio Vargas recebeu Osvaldo Aranha, seu ministro das Relações Exteriores, para uma reunião. Leia alguns trechos do diário do presidente: "À noite, recebi o Osvaldo. Disse-me que o governo americano não nos daria auxílio, porque não confiava em elementos de meu governo, que eu deveria substituir. Respondi que não tinha motivos para desconfiar de meus auxiliares, que as facilidades que estávamos dando aos americanos não autorizavam essas desconfianças, e que eu não substituiria esses auxiliares por imposições estranhas." (VARGAS, Getúlio, Diário. São Paulo/Rio de Janeiro, Siciliano/ Fundação Getúlio Vargas, 1995, vol. II, p. 443.) A respeito desse período, podemos afirmar: a) As desconfianças norte-americanas eram infundadas porque não havia simpatizantes do nazifascismo entre os integrantes do governo brasileiro. b) Com sua política pragmática, Vargas negociou vantagens econômicas com os Estados Unidos e manteve em seu governo simpatizantes do nazifascismo. c) Apesar das semelhanças entre o Estado Novo e os regimes fascistas, Vargas não mantinha relacionamento diplomático com os países do Eixo. d) Nos altos escalões do governo Vargas, havia simpatizantes do regime comunista soviético e de seu líder, Joseph Stalin. e) As pressões do governo norte-americano levaram Vargas a demitir seu ministro da Guerra, o general Eurico Dutra, simpatizante do nazifascismo. 38 – Reprodução da primeira carteira profissional emitida no Brasil, em nome de Getúlio Vargas. (O Globo, 22/08/2004) A legislação trabalhista e sindical brasileira, cuja base foi criada durante o primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945), foi fruto, entre outros aspectos, da luta organizada dos trabalhadores brasileiros. O Brasil tem hoje como presidente da República um ex-operário, o qual começou a se destacar no cenário brasileiro como líder sindical em meados da década de 1970. Cite a) uma característica da legislação trabalhista-sindical aprovada durante o primeiro governo Vargas e uma mudança da legislação em vigor nessa área, proposta pelo governo Lula. b) duas características que diferenciem o movimento sindical na primeira metade da década de 1940 daquele verificado na década de 1970. 8. “A partir de 1942-1943, as contradições e ambiguidades do regime ditatorial de Vargas tendem a aprofundar-se. Cresce a oposição interna à ditadura.” (Francisco Teixeira) A respeito desse período, é correto afirmar que a) a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial não teve relação com a queda da ditadura de Vargas. b) o governo Vargas, por meio de um ato adicional, impediu a realização de eleições e, com isso, agravou as contradições do regime. c) o regresso dos “pracinhas” brasileiros, que lutaram contra o nazifascismo, e as manifestações da UNE não contribuíram para o fim da ditadura. d) Vargas ensaiou uma manobra continuísta – o “queremismo” – mas foi derrubado por um golpe militar, em outubro de 1945. e) o Manifesto dos Mineiros e o Primeiro Congresso Brasileiro de Escritores, em 1943 e 1945, respectivamente, solidarizaram-se com o Estado Novo. C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 39 9. (UNESP) – “Em 1939, o Estado Novo constitui um verdadeiro ministério, diretamente subordinado ao presidente da República (...) [Tal órgão] exerceu funções bastante extensas, incluindo cinema, rádio, teatro, imprensa, literatura e política, além de proibir a entrada no País de 'publicações nocivas aos interesses brasileiros'; agiu junto à imprensa estrangeira no sentido de evitar que fossem divulgadas 'informações nocivas ao crédito e à cultura do País'; dirigiu a transmissão diária do programa radiofônico Hora do Brasil.” (B. Fausto, História do Brasil.) O texto refere-se ao a) Departamento de Imprensa e Propaganda. b) Instituto Nacional de Comunicação Social. c) Conselho Nacional de Educação e Cultura. d) Departamento Administrativo do Serviço Público. e) Conselho Federal de Administração e Cultura. 10. (UFES) DEIXA LISBOA O CONTINGENTE DA FEB “O público apinhou o cais e as elevações da capital portuguesa para despedir-se dos soldados brasileiros/ Dois ‘pracinhas’ ficam em terra/Marcada para o dia 17 a chegada ao Rio.” (O Globo, 05/09/1945) Durante o regime autoritário do Estado Novo no Brasil, o presidente Vargas assinou decreto que levou o Brasil a entrar na Segunda Guerra Mundial, concluída em 1945. A participação do Brasil se deu principalmente por meio da FEB (Força Expedicionária Brasileira). Explique como essa participação e o fim da guerra, com a vitória dos Aliados, contribuíram para a queda do Estado Novo. 11. Entre os fatores que levaram ao enfraquecimento e à queda do Estado Novo, em 1945, apontamos a) a forte oposição ao modelo econômico desenvolvimentista praticado pelo governo. b) as bem-sucedidas revoltas comunista e integralista contra Vargas. c) a neutralidade da política externa brasileira durante a Segunda Guerra Mundial. d) a vitória dos Aliados contra o nazifascismo e o crescimento da oposição interna à ditadura. e) o fracasso do “queremismo”, que não conseguiu obter apoio popular. 12. (UNIFESP) – Benedito Valadares, em suas memórias (Tempos Idos e Vividos, 1966), assim descreve os fundadores de um dos partidos políticos surgidos no final do Estado Novo: “Os que não aceitaram a Revolução de 30; os que a fizeram e se sentiram traídos; os que a fizeram e se desentenderam com o presidente; os que assinaram o Manifesto dos Mineiros; todos aqueles que, por questões políticas e/ou pessoais, não aceitavam a organização ditatorial montada sob a Constituição de 37.” O partido em questão chamava-se a) Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). b) Partido Comunista Brasileiro (PCB). c) Partido Social Democrático (PSD). d) União Democrática Nacional (UDN). e) Partido Socialista Brasileiro (PSB). 13. (UFRS) – Na campanha presidencial de dezembro de 1945, podiam-se ler cartazes com os seguintes dizeres: Brasileiros! ELE disse: Para Presidente: Eurico Dutra Na propaganda acima, ELE refere-se a a) Juscelino Kubitschek. b) Getúlio Vargas. c) Luís Carlos Prestes. d) Eduardo Gomes. e) Carlos Lacerda. FRENTE 2 MÓDULO 11 REFORMAS RELIGIOSAS DO SÉCULO XVI 1. (FGV) – A ligação entre os reformadores protestantes com o poder político pode ser verificada por meio a) da defesa que o duque Frederico da Saxônia fez de Martinho Lutero e da adesão dos príncipes alemães às teses luteranas. b) da ação de Henrique VIII que, pautado pela doutrina da predestinação divina, fundou a Igreja Nacional da Inglaterra, embora a mantivesse ligada a Roma. c) do decisivo apoio político de Martinho Lutero e seus seguidores à revolta dos camponeses alemães, em 1524. d) da efetivação da aliança, a partir de 1533, entre João Calvino e a monarquia francesa, ambos interessados em reforçar o poder do clero. e) da interferência da nobreza alemã para que luteranos e calvinistas se mantivessem fiéis ao papa. 2. (PUCCAMP) – Ao se analisar o início dos Tempos Modernos, é possível relacionar a Reforma Protestante, nos campos político e cultural, respectivamente com a) a fragmentação do poder temporal na Inglaterra e a difusão do pensamento racionalista. b) o enfraquecimento do poder central no Sacro Império e a divulgação da língua alemã, a partir da tradução da Bíblia. c) o surgimento do poder real de origem divina na França e o progresso científico. d) o desaparecimento do poder absolutista na Espanha e a valorização do individualismo. e) a expansão do poder feudal na Itália e o desenvolvimento da estética barroca na pintura e na escultura. 3. (UNESP) – Thomas Munzer liderou os anabatistas, camponeses que, inspirados nas teses luteranas, passaram a ocupar terras da nobreza leiga e eclesiástica, rompendo com a estrutura feudal. A atitude de Lutero, frente ao anabatismo, foi de a) apoio, considerando que aquele movimento era o que mais se aproximava de seus próprios ideais religiosos. – 39 C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 40 b) oposição, pois via na rebelião camponesa uma ameaça à ordem defendida pelos nobres que o protegiam. c) apoio, pois via naquele movimento um instrumento para a derrota definitiva dos defensores de Roma. d) oposição, pois via na violência daquele movimento uma manifestação dos ensinamentos do Papado. e) apoio, pois aquele movimento pretendia destruir as bases do Sacro Império, principal inimigo de Lutero. 4. (FUVEST) – “Depois que a Bíblia foi traduzida, todo homem, ou melhor, todo rapaz e toda rapariga, capazes de ler o inglês, convenceram-se de que falavam com Deus Onipotente e que entendiam o que Ele dizia”. Esse comentário de Thomas Hobbes (1588-1679) a) ironiza uma das consequências da Reforma, que levou ao livre exame da Bíblia e à alfabetização dos fiéis. b) alude à atitude do Papado que, por causa da Reforma, instou os leigos a não deixarem de ler a Bíblia. c) elogia a atitude dos reis Jaime I e Carlos I, os quais permitiram que seus súditos pudessem escolher entre as várias Igrejas reformadas. d) ressalta o papel positivo da liberdade religiosa para o fortalecimento do absolutismo monárquico. e) critica a diminuição da religiosidade, resultante do incentivo à leitura da Bíblia pelas Igrejas protestantes. 5. (FATEC) – O Concílio de Trento (1545-63), reunido para reorganizar a Igreja Católica e combater o avanço do protestantismo, tomou importantes decisões para preservar a unidade do catolicismo. Uma das medidas adotadas foi a) favorecer a interpretação individual da Bíblia, de acordo com a consciência de cada um. b) adotar uma atitude mais liberal com relação aos livros religiosos, pondo fim à censura que lhes era imposta desde a Idade Média. c) criar uma comissão com o intuito de melhorar o relacionamento com os povos não cristãos. d) ampliar a representatividade do Sacro Colégio, nele incluindo cardeais provenientes de todas as nações cristãs. e) estimular a ação das ordens religiosas em vários setores, principalmente no educacional. MÓDULO 12 O ABSOLUTISMO FRANCÊS 1. (UFF) – “Existem dúvidas em torno da caracterização do Estado absoluto na França, na época de Luís XIV. O empenho do monarca em associar o Reino aos Tempos Modernos, promovendo o progresso e transformando o país em modelo de civilização, embaralha a definição do seu reinado e dificulta sua inclusão na ideia de Antigo Regime”. A partir do texto acima, caracterize o Antigo Regime francês nos níveis político, econômico e social. 2. A Dinastia de Bourbon ascendeu ao trono francês na pessoa de Henrique IV (1589-1610), após um longo e sangrento período de conflitos entre católicos e huguenotes. Com o objetivo de pacificar o país, Henrique IV, em 1598, assinou o Edito de Nantes. a) O que foi o Edito de Nantes? 40 – b) Como o cardeal de Richelieu, primeiro-ministro de Luís XIII, atuou em relação ao Edito de Nantes? c) Que decisão Luís XIV tomou em relação ao Edito de Nantes e que efeitos resultaram de sua atitude? 3. (PASUSP) – Nicolau Maquiavel, em 1513, na Itália Renascentista, escreveu: “O príncipe não pode observar todas as coisas a que são obrigados os homens considerados bons, sendo frequentemente forçado, para manter o governo, a agir contra a caridade, a fé, a humanidade, a religião (...) O príncipe não precisa possuir todas as qualidades (ser piedoso, fiel, humano, íntegro e religioso), bastando que aparente possuí-las. O príncipe, se possível, não deve se afastar do bem, mas deve saber entrar para o mal, se a isso estiver obrigado.” Indique qual das afirmações a seguir está claramente expressa no texto. a) Os homens considerados bons são os únicos aptos a governar. b) O príncipe deve observar os preceitos da moral cristã medieval. c) Fidelidade, humanidade, integridade e religiosidade são qualidades indispensáveis ao governante. d) O príncipe, para manter o governo deve sempre praticar o mal. e) A aparência de ter qualidades é mais útil ao governante do que realmente possuí-las. 4. (MACKENZIE) – Assinale a alternativa que contém um fragmento de texto escrito por Jacques Bossuet (1627-1704), teórico absolutista francês. a) “Daqui nasce um dilema: é melhor ser amado do que temido, ou o inverso? Respondo que seria preferível ser ambas as coisas; mas, como é muito difícil conciliá-las, parece-me muito mais seguro ser temido do que amado, se só puder ser uma delas”. b) “Portanto, tudo que advém de um tempo de guerra, quando cada homem é inimigo de outro homem, igualmente advém do tempo em que os homens viviam sem outra segurança que não a provida por sua própria força e astúcia”. c) “É somente na minha pessoa que reside o poder soberano (...), é somente de mim que meus tribunais recebem sua existência e sua autoridade; a plenitude desta autoridade, que eles não exercem senão em meu nome, permanece sempre em mim”. d) “Todo o poder vem de Deus. Os governantes, pois, agem como ministros de Deus e seus representantes na Terra. Consequentemente, o trono real não é o trono de um homem, mas o trono do próprio Deus”. e) “Se o homem, no estado de Natureza, é tão livre conforme dissemos, se é senhor absoluto de sua própria pessoa e posses e a ninguém está sujeito, por que abrirá ele mão dessa liberdade? 5. Luís XIV, rei da França entre 1643 e 1715, tornou-se o símbolo maior do absolutismo monárquico durante a Idade Moderna porque, a) após a morte do cardeal Mazarino, governou o Reino pessoalmente, sem ter primeiro-ministro. b) ao romper com a Igreja de Roma e fundar a Igreja Galicana, acumulou os poderes temporal e espiritual. c) ao construir o Palácio de Versalhes, fez dele uma fortaleza inexpugnável, capaz de resistir às revoltas populares. d) ao adotar a alcunha de “Rei-Sol”, provou que o Antigo Regime era compatível com a teoria heliocêntrica de Copérnico. e) ao impor sua hegemonia sobre a Europa Continental, consolidou a prosperidade econômica da França. C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 41 MÓDULO 13 ABSOLUTISMO INGLÊS E REVOLUÇÕES INGLESAS DO SÉCULO XVII 1. (FUVEST) – O absolutismo na Inglaterra definiu-se nos reinados de Henrique VIII e Elizabeth I (ou Isabel I), monarcas da dinastia Tudor. Estabeleça a correlação entre absolutismo, Reforma Anglicana e mercantilismo na época Tudor. 2. (FGV) – As normas expressas nos excertos abaixo vieram a público na Inglaterra do século XVII, formuladas em um documento fundamental para a história do direito e do pensamento político. Após lê-los e analisá-los, responda aos subitens da questão. “Quando um cidadão inglês é preso, deve ele, nas vinte e quatro horas seguintes, receber a notificação escrita do delito que lhe é imputado. À exceção dos atos de alta traição ou de delitos excepcionalmente graves, qualquer pessoa presa pode obter sua liberdade provisória por meio de fiança. Todo oficial de justiça, magistrado ou carcereiro que violar de qualquer maneira o habeas-corpus, deverá pagar 500 libras de indenização à parte lesada.” (“Bill do Habeas Corpus” – 1679, in Mosca, Gaetano, “História das doutrinas políticas”) a) Quais os fatos mais marcantes da vida social e política na Inglaterra no período em que o documento acima foi elaborado? b) Após a execução do rei Carlos I, em 1649, como se caracterizou politicamente o governo de Oliver Cromwell, bem como suas relações com o Parlamento e a burguesia comercial? c) Explique o que foi a Revolução Gloriosa de 1688-89. 3. (PUC-RS) – As proposições a seguir referem-se à formação do Estado Moderno na Inglaterra. I – O fracasso da reforma protestante no século XVI atrasou o processo de centralização político-administrativa na Inglaterra, pois a Igreja preservou seu poder econômico no país ao longo do período, apoiando-se na alta nobreza. II – A burguesia e a pequena nobreza apoiaram a política centralizadora dos Tudors no século XVI, pois eram grupos sociais particularmente favorecidos pela estabilidade política do país. III – O período elizabetano, iniciado em 1558, marcou a consolidação do absolutismo monárquico na Inglaterra, com a supressão do Parlamento e a imposição da teoria sobre a origem divina do poder real. Pela análise das proposições acima, conclui-se que a) apenas a proposição I está correta. b) apenas a proposição II está correta. c) apenas as proposições I e III estão corretas. d) apenas as proposições II e III estão corretas. e) todas as proposições estão corretas. 4. (UNIFESP) – Nos reinados de Henrique VIII e de Elizabeth I, ao longo do século XVI, o Parlamento Inglês “aprovava ‘pilhas de estatutos’ que controlavam muitos aspectos da vida econômica e social, nível de salários e preços, padrões de qualidade dos produtos manufaturados, proteção aos indigentes, punição aos preguiçosos etc.”. (Lawrence Stone, 1972.) Essas “pilhas de estatutos”, ou leis, revelam a a) inferioridade da monarquia inglesa em relação aos outros reinos europeus, no que diz respeito à intervenção do Estado na economia. b) continuidade existente entre as concepções medievais e as modernas, com relação às políticas sociais. c) prova de que o Parlamento Inglês, já nessa época, havia conquistado sua condição de poder independente. d) especificidade da monarquia inglesa, a única a se preocupar com o bem-estar e o aumento da população. e) característica comum às monarquias absolutistas, à qual os historiadores deram o nome de mercantilismo. 5. (UFRS) – Em meados do século XVII, a Inglaterra mergulhou em uma guerra civil conhecida como “Revolução Inglesa de 1640”. Entre as alternativas abaixo, assinale aquela que não está relacionada com esse contexto histórico. a) No ápice da Revolução, o rei Carlos I foi executado e a República proclamada. Cromwell instituiu um governo democrático, no qual os direitos humanos passaram a ser respeitados e as classes populares tiveram voz ativa. b) Os puritanos, grupo político-religioso que desejava recuperar os valores do cristianismo primitivo e que recusava a autoridade do rei em matéria de fé, constituíram-se nos principais adversários das ideias absolutistas. c) Após a morte de Elisabeth Tudor em 1603, ascendeu ao trono da Inglaterra a dinastia escocesa dos Stuarts, os quais careciam da habilidade política necessária para negociar com o Parlamento Inglês. d) Uma das medidas da Revolução foi o estabelecimento do Ato de Navegação de 1651, que se tornou uma das bases da prosperidade comercial da Inglaterra. e) A queda da monarquia abriu caminho para o surgimento de reivindicações radicais, como a dos niveladores, que defendiam a abertura do Parlamento às classes populares, e a dos cavadores, defensores de uma redistribuição das terras. MÓDULO 14 REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NA INGLATERRA 1. (UNICAMP) – “Na Europa, até o século XVIII, o passado era o modelo para o presente e para o futuro. O velho representava a sabedoria, não apenas em termos de uma longa experiência, mas também da memória de como eram as coisas, como eram feitas e, portanto, de como deveriam ser feitas. Atualmente, a experiência acumulada não é mais considerada tão relevante. Desde o início da Revolução Industrial, a novidade trazida por cada geração é muito mais marcante do que sua semelhança com o que havia antes.” (Adaptado de Eric Hobsbawm, “O que a História tem a dizer-nos sobre a sociedade contemporânea?” , em: Sobre História. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 37-38.) a) Segundo o texto, como a Revolução Industrial transformou nossa atitude em relação ao passado? b) De que maneiras a Revolução Industrial dos séculos XVIII e XIX alterou o sistema de produção? 2. (UNESP) – “Para [certos autores], a reunião dos trabalhadores na fábrica não se deveu a nenhum avanço das técnicas de produção. Ao contrário, o que estava em jogo era justamente um alargamento do controle e do poder do capitalista sobre o conjunto de trabalhadores – 41 C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 42 que ainda detinham os conhecimentos técnicos e impunham a dinâmica do processo produtivo.” (Edgar Salvadori de Decca, O nascimento das fábricas. Adaptado.) Os argumentos apresentados no texto permitem concluir que o espaço da fábrica relaciona-se com a) a diminuição da produtividade nas indústrias têxteis e metalúrgicas. b) o domínio dos trabalhadores sindicalizados sobre a produção industrial. c) os mecanismos de controle sobre os saberes e o tempo do trabalhador. d) a ampliação da criatividade dos trabalhadores, graças ao emprego das máquinas. e) a ausência de avanços técnicos que melhorassem a segurança no trabalho. 2. Sobre a Revolução Francesa de 1789, é correto afirmar que defendia a) a supremacia da nobreza e do clero, graças à vigência de um sistema eleitoral censitário. b) as instituições democráticas, como forma menos traumática de renovar a Monarquia. c) ações revolucionárias para a concretização de um ideário igualitarista proposto pela aristocracia. d) os ideais anarquistas que, ulteriormente, se disseminariam pelo Mundo Ocidental. e) Valores universais que visavam construir uma sociedade mais justa e menos diferenciada. 3. (UNICAMP) – A caricatura acima mostra a composição da sociedade francesa antes da Revolução de 1789. 3. (UNICAMP) – As fábricas do século XVIII substituíram as antigas oficinas artesanais. Explique o que eram essas oficinas e as diferenças entre elas e o sistema de fábrica. 4. A Revolução Industrial Inglesa resultou da acumulação primitiva de capitais, ocorrida na Idade Moderna e responsável pela separação entre capital e trabalho. Dentro do advento do industrialismo, a formação do proletariado decorreu a) do cercamento dos campos e da expulsão dos camponeses das terras comuns. b) do cultivo extensivo de algodão nos campos ingleses. c) do processo de reforma agrária na Inglaterra. d) da intensa migração de trabalhadores de outras nações europeias para as indústrias inglesas. e) da produção agrícola estruturada com base em técnicas feudais. MÓDULO 15 REVOLUÇÃO FRANCESA 1. (UERJ) – “Mil vozes servem de arauto para a novidade: ‘A Bastilha foi tomada!’ Não acreditei e fui ver o cerco de perto. Na Praça de Grève, encontro um corpo sem cabeça estendido no riacho, rodeado por cinco ou seis indiferentes. Faço perguntas (...) É o governador da Bastilha.” (Histoire: une terre, des hommes. França: Magnard.) a) Que grupos e relações sociais estão representados na caricatura? b) Antes do movimento revolucionário de 1789, quais eram as principais críticas do povo em relação às camadas dominantes? c) Que classe social liderou a Revolução e que transformações ocorreram no período mais radical do processo revolucionário? 4. A figura e o texto que se seguem tratam da violência ocorrida durante a Revolução Francesa. Analise-os atentamente. (RESTIF DE LA BRETONNE. As Noites Revolucionárias. São Paulo: Estação Liberdade,1989. p. 58) O episódio acima narrado marca o início de um dos movimentos políticos mais importantes da História: a Revolução Francesa. A tomada e destruição da fortaleza da Bastilha explicita a) o momento de maior radicalização do processo, quando as camadas populares rompem com a liderança burguesa e assumem o poder. b) a derrubada de Luis XVI e a proclamação da República Francesa, baseada nos princípios da razão e da justiça sugeridos por Voltaire. c) a consolidação dos jacobinos no poder tendo à frente Robespierre, sustentado pela mobilização radicalizada dos sans-culottes. d) a chegada ao poder do general Napoleão Bonaparte que, como Primeiro Cônsul, seria fundamental na consolidação do novo governo. e) o levante popular sob liderança burguesa contra um dos principais símbolos da opressão absolutista. 42 – “Enquanto muito raramente se pôs em causa a transcendência da Revolução Francesa, sempre se discutiu o papel desempenhado pela violência no seu decorrer. A imagem dos franceses como uma nação violenta e sanguinária (buveurs de sang), que enviou inumeráveis vítimas para a guilhotina, passou para o folclore contra-revolucionário da Europa.” (ARDAGH, John & JONES, Colin. França: uma civilização essencial. Madrid: Edições del Prado, 1997, v. 1, p.64) C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 43 Com base na análise da figura e do texto apresentados, bem como em seus conhecimentos sobre o assunto, responda: a) Como foi apelidada a fase jacobina da Revolução? b) Certas conquistas populares podem ser contrapostas às atrocidades do período citado. Mencione algumas delas. 5. (UNESP) – “A Revolução de 1789 não fez nada pelo operário: o camponês ganhou a terra, o operário está mais infeliz que outrora e os monarquistas têm razão quando afirmam que as antigas corporações [de ofício] protegiam melhor o trabalhador do que o regime atual.” (Jornal Le Matin, 07 de março de 1885.) Com tal declaração, o escritor francês Émile Zola fazia um balanço dos efeitos sociais da Revolução Francesa, referindo-se a) ao confisco dos bens dos nobres franceses emigrados e à política liberal implementada pelo Estado. b) à baixa participação dos trabalhadores urbanos nas lutas sociais na França do final do século XIX. c) ao apoio dos operários ao projeto de restauração do absolutismo francês, como garantia de melhorias sociais. d) à liderança política dos camponeses franceses nas revoluções socialistas e comunistas do século XIX. e) à política de bem-estar social instituída pelo Partido Socialista Francês ao longo do século XIX. 6. Em 9 Termidor, Robespierre, Saint-Just e seus amigos foram detidos e, no dia seguinte, mandados para a guilhotina; nas semanas subsequentes, muitos outros líderes populares foram executados. Iniciava-se o período final da Revolução Francesa, no qual foram revogadas as medidas populares adotadas na fase anterior: a Marselhesa foi proibida; revogou-se o Decreto do Máximo, que tabelava os gêneros de primeira necessidade; restabeleceu-se a escravidão nas colônias; os sans-culottes foram desarmados; o ensino primário deixou de ser obrigatório; e uma nova Constituição substituiu o voto universal pelo censitário. Caracterize essa fase da Revolução Francesa. 7. O governo burguês do Diretório viu-se ameaçado por correntes políticas variadas: em 1796, foi guilhotinado o jornalista Graco Babeuf, que tramara a “Conspiração dos Iguais”, contrária à propriedade privada; em 1797, o exército reprimiu um levante realista (monarquista) em Paris; em 1798, o Diretório sofreu uma tentativa de golpe de Estado, organizado por jacobinos remanescentes. Tais ameaças induziram a burguesia a apoiar a) a volta dos jacobinos ao poder em 1799, com Napoleão Bonaparte. b) o golpe de 18 Brumário, uma vez perdida a confiança no Diretório. c) a ditadura de Robespierre, que recebeu o título de Primeiro Cônsul. d) a supressão de todas as conquistas revolucionárias. e) a restauração do absolutismo monárquico. MÓDULO 16 A ERA NAPOLEÔNICA E O CONGRESSO DE VIENA l. No plano político, a Revolução Francesa alçou a burguesia ao poder, destruindo o Antigo Regime absolutista e monárquico; no plano econômico, aboliu os últimos vestígios do sistema feudal, criando em seu lugar leis e instituições impulsionadoras do capitalismo. A intensa participação popular liberou forças que, por diversas vezes, extravasaram os limites pretendidos pela burguesia. Essas tentativas, apesar de fracassadas, iriam inspirar uma série de movimentos posteriores. Com base no texto e em seus conhecimentos, responda: a) De que forma o governo de Napoleão correspondeu aos interesses da burguesia? b) Qual a relação entre as manifestações de radicalismo ocorridas na Revolução Francesa e os movimentos populares subsequentes na Europa? 2. (UEM) – A Revolução Francesa de 1789 marcou o fim do Antigo Regime na França. Sobre esse assunto, assinale as proposições corretas. 1. Uma realização importante da Revolução Francesa foi a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que defendia, entre outros princípios, a igualdade política e jurídica entre os homens. 2. O Período do Terror foi marcado pela institucionalização do regime republicano popular, pela execução do ex-rei Luís XVI e pela abolição das últimas instituições feudais. 3. Napoleão Bonaparte consolidou as conquistas jurídicas e sociais da Revolução Francesa e expandiu os ideais revolucionários, combatendo as monarquias europeias que representavam o Antigo Regime. 4. Derrotado definitivamente na Batalha de Berlim, Napoleão Bonaparte, antes de se retirar para a Ilha de Elba, transferiu a autoridade imperial para seu sobrinho Napoleão III. 3. (FMTM) – Pode-se afirmar que a Era Napoleônica permitiu a consolidação da ordem burguesa porque a) anulou o direito à propriedade privada e proibiu a organização de greves e sindicatos. b) garantiu os princípios da igualdade jurídica e da liberdade individual, com a promulgação do Código Civil. c) revogou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, aprovada no início da Revolução Francesa. d) preservou os ideais iluministas, ao implantar o Império e empreender guerras. e) fortaleceu os grupos reacionários, favoráveis às medidas sociais do Período do Terror. 4. (UFF-RJ) – “Poucas vezes a incapacidade dos governos em conter o curso da História foi demonstrada de forma mais decisiva do que na geração pós-1815. Evitar uma segunda Revolução Francesa, ou ainda a catástrofe pior de uma revolução europeia generalizada tendo como modelo a francesa, foi o objetivo supremo de todas as potências que tinham gastado mais de 20 anos para derrotar a primeira.” (HOBSBAWM, Eric. A Era das Revoluções. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1982, p. 127.) O período conhecido como Restauração representou a vitória das potências europeias contra o domínio napoleônico. Reunidos no Congresso de Viena, entre setembro de 1814 e junho de 1815, os países vencedores estabeleceram o Princípio da Legitimidade, que significou a restauração dos governos destronados no período anterior. Analise o papel da Santa Aliança na preservação dos princípios estabelecidos pelo Congresso de Viena. – 43 C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 44 5. (UNIMAT) a) Caracterize a primeira era industrial, iniciada em fins do século XVIII. b) A partir do texto, explique quais as características do nacionalismo. c) De que forma o sentimento nacional foi expresso na literatura brasileira do mesmo período? 3. (FAAP) – “O trabalho, aliado ao capital, é o fator determinante da riqueza. A teoria da produtividade do trabalho afirma que a eficácia do mesmo provém essencialmente de sua divisão entre os trabalhadores. Como exemplo, o economista cita a produção de alfinetes, afirmando que certo número de operários, executando tarefas específicas, produz uma quantidade muitíssimo maior de alfinetes do que cada um deles executando sozinho todas as etapas da produção.” Observe atentamente o mapa anterior, referente a Europa durante o Congresso de Viena, e julgue as proposições abaixo. 1. Após as Guerras Napoleônicas, três grandes impérios destacavamse na Europa Continental: o Império Russo, o Império da Áustria e o Império Otomano. 2. Duas regiões importantes continuaram divididas em vários Estados e, no segundo caso, parcialmente sob influência estrangeira: a Alemanha e a Itália. 3. Devido a seu caráter restaurador, o Congresso de Viena procurou, sempre que possível, restabelecer as fronteiras políticas de 1789. 4. Aliados nas Guerras Napoleônicas, o Reino da Grã-Bretanha e a França perderam tanto em territórios como em influência políticomilitar. MÓDULO 17 IDEIAS SOCIAIS E POLÍTICAS DO SÉCULO XIX 1. (FUVEST) – “Os soldados franceses que guerrearam da Andaluzia a Moscou, do Báltico à Síria (...) estenderam a universalidade de sua revolução mais eficazmente do que qualquer outra coisa. E as doutrinas e instituições que levaram consigo, mesmo sob o comando de Napoleão, eram doutrinas universais, como os governos sabiam e como também os próprios povos logo viriam a saber.” (Eric Hobsbawm. A era das revoluções – 1789 – 1848.) Baseando-se no texto acima, aponte a) as doutrinas e instituições referidas pelo autor. b) os desdobramentos dessas guerras para a América Ibérica. 2. (UNICAMP) – “No turbilhão da primeira era industrial, o nacionalismo tornou-se o principal meio pelo qual o governo podia garantir a unidade da população. Da maneira como foi encorajado pelos Estados europeus, o nacionalismo implicava convencer a população de que ela devia sentir-se agressivamente orgulhosa do país em que vivia. Da metade do século XIX em diante, a febre nacionalista infiltrou-se em todas as formas culturais europeias, afetando a educação, as artes e a literatura.” (traduzido e adaptado de Paul Greenhalgh, Ephemeral Vistas: the Expositions Universelles, Great Exhibitions and World's Fairs. Manchester: Manchester University Press, 1988, p. 112-3.) 44 – O economista em questão, contemporâneo do início da Revolução Industrial, é a) Adam Smith, ideólogo do liberalismo econômico. b) Stuart Mill, da Escola Clássica da Economia. c) Herbert Spencer, teórico do darwinismo social. d) David Ricardo, autor da “lei férrea dos salários”. e) Karl Marx, pai do socialismo científico. 4. Como a Encíclica Rerum Novarum, proclamada pelo papa Leão XIII em 1891, definiu a posição da Igreja diante do conflito entre capital e trabalho? 5. (UEM) – “Em 1848, a Europa foi varrida por uma nova onda de revoluções que, pela primeira vez, contaram com a ativa participação da classe operária. Naquele ano, quando o continente era sacudido pela ‘Primavera dos Povos’, Karl Marx e Friedrich Engels publicaram o Manifesto Comunista, que assinalou o surgimento do socialismo científico. A passagem do socialismo utópico para o científico representou a passagem da infância para a maturidade política do proletariado industrial.” (MELLO, L. I. A. & COSTA, L. C. A. História Moderna e Contemporânea. São Paulo: Scipione, 1993.) Em relação ao Manifesto Comunista de Marx e Engels, analise as proposições a seguir, assinalando V (verdadeira) ou F (falsa). 1. Marx e Engels combatiam a sociedade capitalista, apelando para que os burgueses abrissem mão de suas propriedades e organizassem uma sociedade socialista. 2. Marx e Engels afirmavam que o antagonismo entre as classes sociais, provocado por interesses econômicos divergentes, era a força motriz das grandes transformações históricas. 3. Segundo Marx e Engels, a luta de classes na sociedade capitalista caracteriza-se pelo conflito entre a burguesia industrial e a nobreza desejosa de reconquistar sua condição de classe dominante. 4. Marx e Engels escreveram o Manifesto Comunista para expor ao mundo uma teoria consolidada, a qual propunha o fim da propriedade privada dos meios de produção. 5. Marx e Engels entendiam que a construção da nova sociedade passaria necessariamente por uma revolução, a qual destruiria o capitalismo burguês e o substituiria pela propriedade coletiva dos meios de produção. C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 45 MÓDULO 18 A UNIFICAÇÃO ALEMÃ E ITALIANA 1. A unificação da Alemanha, empreendida pelo chanceler prussiano Bismarck, foi o principal acontecimento político da Europa na segunda metade do século XIX. Sobre ela, pergunta-se: a) Qual foi o antecedente econômico da Unificação Alemã? Explique-o. b) Quais foram os efeitos da Unificação Alemã para a Europa? 2. (UNICENTRO) – Ocorrida no contexto da expansão das ideias socialistas no século XIX, a Comuna de Paris de 1871 representou a) a resistência ao avanço das ideologias marxista e anarquista registrado no período. b) a primeira tentativa de implantação de um Estado proletário e socialista na Europa. c) a contestação ao anticlericalismo, bastante arraigado no seio da aristocracia francesa. d) o caráter predominantemente operário da Terceira República Francesa. e) o apoio à política imperialista desenvolvida por Napoleão III. (PUC-SP) – Atenção: Para responder à questão 3, considere os textos abaixo, que se referem a dois momentos distintos da história da Alemanha: respectivamente, à unificação do Estado Nacional, no século XIX, e ao Período Nazista, no século XX. “O próprio Bismarck parece não ter-se preocupado muito com o simbolismo, a não ser pela criação de uma bandeira tricolor, que unia a branca e preta prussiana com a nacionalista-liberal preta, vermelha e dourada.” (HOBSBAWM, Eric. A invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984, p. 281.) “Hitler escreve a propósito da bandeira:‘como nacional-socialistas, vemos em nossa bandeira o nosso programa. Vemos no vermelho a ideia social do movimento, no branco a ideia nacionalista, na suástica nossa missão de luta pela vitória do homem ariano e, pela mesma luta, a vitória da ideiado trabalho criador que como sempre tem sido e sempre será anti-semita’.” (REICH, Wilhelm. Psicologia de massas do fascismo. São Paulo, Martins Fontes, 1988, pp. 94-5.) 3. A composição das duas bandeiras a que os textos se referem prestase, nos dois casos, a a) representar o caráter socialista do Estado Alemão moderno, daí a presença do vermelho nas duas bandeiras. b) identificar o projeto político vitorioso e dominante com o conjunto da sociedade e com o Estado Alemão. c) defender a paz conquistada após os períodos de guerra; daí a presença do branco nas duas bandeiras. d) valorizar a diversidade de propostas políticas existentes, caracterizando a Alemanha como país democrático e plural. e) demonstrar o caráter religioso e cristão do Estado Alemão; daí a presença do preto nas duas bandeiras. b) correspondiam à mocidade universitária, fortemente influenciada pelo socialismo. c) poderiam ser comparados aos sans-culottes da Revolução Francesa. d) formavam a alta burguesia alemã, interessada em expandir suas atividades econômicas. e) correspondiam à aristocracia fundiária prussiana, dedicada à burocracia ou à vida militar. 5. Sobre a unificação política da Itália no século XIX, explique: a) Qual a estratégia adotada por Cavour para a unificação de seu país? b) O que foi a Questão Romana (1870-1929)? 6. (UMTM-MG) – Podemos dizer que as unificações italiana e alemã estão interligadas a) pelas guerras contra a Áustria e por terem preservado o sistema de Metternich. b) pela Guerra das Sete Semanas (1866), ao término da qual o Piemonte anexou o Reino de Nápoles. c) pela Guerra dos Dois Ducados (1864), em que a Itália se aliou à Prússia contra a Dinamarca. d) pela criação do Estado do Vaticano, quando a Prússia foi mediadora entre a Itália e o Papado. e) pela Guerra Franco-Prussiana (1870-71) e por haverem alterado o equilíbrio europeu. 7. (UNIP) – A unificação dos Estados Italianos, na segunda metade do século XIX, ocorreu sob a liderança do Reino da Sardenha e Piemonte. A existência de um regime monárquico, naquele momento, interessava a) à população camponesa do Sul, que enxergava no rei um elemento neutro, acima das contradições socieconômicas da região. b) aos latifundiários de origem nobre que, sendo um setor social conservador, defendiam a manutenção da Monarquia. c) à Igreja Católica, uma vez que a centralização política garantiria a continuação da unidade religiosa. d) à alta burguesia do Norte, pois unificaria o mercado interno e abriria possibilidades de expansão externa. e) à corrente liderada por Garibaldi, que pretendia estabelecer a unificação da forma mais rápida possível. 8. (EXPEC-EX) – No ano de 1861, Vítor Manuel II foi proclamado rei da Itália. A partir de então, outras conquistas iriam completar o território do Estado Italiano. Entretanto, o processo de unificação da Itália não se fez somente com ganhos territoriais. Para conseguir o apoio de Napoleão III contra a Áustria, os italianos comprometeramse a ceder duas províncias à França. Foram elas: a) o Piemonte e Veneza. b) a Lombardia e a Toscana. c) Nice e a Savóia. d) a Sicília e Nápoles. e) a Córsega e a Sardenha. 4. Os junkers, que foram de grande valia para Bismarck no processo de unificação da Alemanha, a) eram os nacionalistas alemães, herdeiros do romantismo surgido no início do século XIX. – 45 C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 46 retiraram seu apoio ao governo imperial quando este decidiu abolir a escravidão, sem indenizá-los pelos prejuízos. Resposta: C FRENTE 1 MÓDULO 11 1) A proposição I é falsa porque o Brasil manteve um perfil eminentemente agroexportador, apesar do surto industrial iniciado em 1850 (alavancado aliás por capitais nacionais, e não ingleses). Além disso, foi somente em 1970 que a população urbana brasileira superou a rural. Resposta: C 2) A Lei de Terras foi aprovada em 1850, duas semanas depois da Lei Eusébio de Queirós. A aristocracia rural brasileira receava que, com a decadência da escravidão e o consequente incremento da imigração europeia, ex-escravos e imigrantes encontrassem facilidades para adquirir propriedades no campo. Como uns e outros geralmente não dispunham de recursos, a Lei de Terras fixava a compra como única forma de aquisição, justamente para dificultar o acesso daquelas pessoas à propriedade fundiária. Resposta: A 3) 4) A cafeicultura do Oeste Paulista já era importante no século XIX, superando a produção do Vale do Paraíba. Utilizando mão de obra imigrante europeia assalariada (trabalhadores italianos, após o fracasso do sistema de parceria com suíços e alemães), a burguesia cafeeira investiu seus lucros excedentes na indústria e em bancos, trazendo, como consequência natural, o desenvolvimento econômico e demográfico da cidade de São Paulo. Resposta: A Além de não haver uma “política de incentivos fiscais” para a indústria paulista, esta, no início do século XX, foi abastecida com mão de obra em grande parte estrangeira, sobretudo italiana. Resposta: B MÓDULO 12 1) A alternativa a ultrapassa as ilações possibilitadas pelo fragmento transcrito, mas não invalida a análise sobre o anacronismo das instituições monárquicas brasileiras, face ao desenvolvimento econômico registrado no último terço do século XIX. Resposta: A 2) A crise do escravismo no Brasil contribuiu para que o Império perdesse o apoio dos cafeicultores, por duas razões: os produtores do Oeste Paulista, por empregarem mão de obra livre, sentiam-se descomprometidos com a manutenção da Monarquia; quanto aos fazendeiros do Vale do Paraíba, 46 – 3) As transformações econômicas e sociais ocorridas no Brasil a partir da década de 1850 (expansão cafeeira no Oeste Paulista, imigração europeia, processo de urbanização e modernização) expuseram o anacronismo da centralização político-administrativa do Império. Assim, para os signatários do Manifesto de 1870, somente a República poderia viabilizar o sistema federativo, associado por eles às ideias de progresso e modernidade. 4) A queda da Monarquia e o advento da República, em 1889, foram provocadas por uma aliança político-militar em que se destacavam a burguesia cafeeira do Oeste Paulista, ligada ao PRP, e setores republicanos do Exército. Resposta: B MÓDULO 13 1) a) Trata-se da crise financeira conhecida como “Encilhamento”, provocada por medidas equivocadas decididas pelo ministro da Fazenda Rui Barbosa. b) Emissão de papel-moeda sem o correspondente aumento do lastro-ouro e inflação. 2) Pelo Decreto n.º 3, o Governo Republicano Provisório estabeleceu a separação entre a Igreja e o Estado e, com ela, a liberdade de cultos, a secularização dos cemitérios e a criação do Registro Civil. Resposta: A 3) O autoritarismo de Deodoro provocou choques entre o presidente e o Congresso, que representava os interesses das oligarquias agrárias. O clímax desse confronto foi o fechamento do Legislativo pelo marechal, que no entanto, se viu obrigado a renunciar poucos dias depois. 4) A República, proclamada em 1889 e regulamentada pela Constituição de 1891, não alterou a estrutura socioeconômica do País, preservando o poder das oligarquias. Assim, apesar da adoção do sufrágio universal masculino, a grande maioria da população permaneceu à margem da vida política e, portanto, do pleno exercício da cidadania. Resposta: D MÓDULO 14 1) A “Política do Café com Leite”, criada pelo presidente Campos Sales, consistiu na aliança entre as oligarquias paulista e mineira (representadas respectivamente pelo PRP e pelo PRM), com vistas a controlar o poder político em nível C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 47 federal. Como resultado prático os presidentes da República seriam indicados alternadamente por aquelas oligarquias. A fim de proporcionar suporte ao “Café com Leite”, Campos Sales criou também a “Política dos Governadores”. 2) A República Velha consolidou os esquemas oligárquicos de origem colonial, legitimando o mandonismo local exercido pelos “coronéis”. Por isso, o “coronelismo” constituiu a base de sustentação do Estado Oligárquico até 1930. Resposta: D 3) O coronelismo, definido como forma de clientelismo político local, constituiu uma das bases de sustentação da República das Oligarquias. Resposta: C 4) Pela “Política dos Governadores” (acordo não escrito entre o governo federal e as oligarquias estaduais, concebido por Campos Sales), o governo federal não interviria nos estados, o que ampliava o pacto federativo em benefício das oligarquias locais. Estas, em contrapartida, por intermédio de seus senadores e deputados federais, apoiariam o presidente da República, que representava a “Política do Café com Leite”. Resposta: D 3) Por “bacharelismo” entendia-se a valorização da profissão de advogado, da qual provinha a absoluta maioria dos políticos republicanos. Note, porém, que o título de “doutor” se aplicava, na época, não somente aos advogados, mas também aos médicos e engenheiros (como o próprio texto transcrito evidencia), os quais não tinham o título de “bacharel”. Resposta: A 4) No período citado, o movimento operário no Brasil teve atuação significativa, malgrado a repressão governamental. Seus líderes, geralmente de origem europeia (sobretudo italianos), tinham base ideológica anarquista — adaptada às condições brasileiras sob a forma de anarcossindicalismo. Resposta: C 5) A 5) O acordo entre “o governo federal e os chefes estaduais” a que se refere Renato Lessa foi consubstanciado no início da República por Campos Sales, ao criar a “Política dos Governadores”. Esta assegurava liberdade de ação para as oligarquias em seus respectivos estados, proporcionando-lhes a coesão e uniformidade necessárias para neutralizar a ação de grupos dissidentes. Também seria evitada qualquer articulação entre estados que pusesse em xeque a autoridade do governo federal. Resposta: C MÓDULO 16 1) a) Queda no consumo de produtos agrícolas e industriais, em decorrência do término da Primeira Guerra Mundial, da recuperação da produção europeia e da saturação do mercado interno norte-americano. b) Programa de construção de obras públicas, oferecendo novas oportunidades de emprego; concessão de financiamentos aos agricultores; fixação de preços mínimos para produtos primários; criação do salário mínimo; supervisão do sistema financeiro por parte do governo federal. 2) a) Nos Estados Unidos, em 1929. b) Agravamento da superprodução do café, o que enfraqueceu a oligarquia paulista e abriu caminho para a Revolução de 1930. 3) O crack da Bolsa de Nova York estendeu ao setor financeiro uma crise que já vinha se manifestando na agricultura e na indústria. A partir de 1929 e até princípios de 1933, o desemprego aumentou e a capacidade de consumo dos norteamericanos foi seriamente afetada, constituindo o aspecto mais notório da Grande Depressão. Resposta: E 4) a) Keynes se opunha ao liberalismo econômico e lançou as bases teóricas do que seria mais tarde o Welfare State (“Estado do Bem-Estar”). b) A construção de obras públicas, para gerar empregos e renda, e a criação do salário mínimo. 5) O aparecimento dos heróis das histórias em quadrinhos, além de seus óbvios objetivos mercadológicos, apresentava uma vertente subliminar no sentido de incentivar a auto-estima e, por extensão, o patriotismo dos norte-americanos. Com isso, procurava-se minimizar os efeitos psicológicos da Grande Depressão. Resposta: E MÓDULO 15 1) a) b) c) 2) a) b) À Revolta da Vacina. Demolição dos cortiços existentes no centro do Rio, que obrigou seus moradores a se deslocar para os morros ou em direção aos subúrbios; e — como causa imediata — a imposição da vacina obrigatória contra a varíola. Modernizar o Rio de Janeiro conforme o modelo das capitais europeias, a fim de impressionar favoravelmente os visitantes estrangeiros. O texto destaca a exploração da classe operária, notadamente a mão de obra feminina e infantil, as longas jornadas de trabalho e os baixos salários. No período citado, a ideologia dominante no movimento operário de São Paulo era o anarcossindicalismo; suas revindicações eram melhores salários e condições de trabalho, assim como a legalização dos sindicatos; as formas de luta incluíam a existência de uma imprensa operária, a criação de associações mutualistas e sobretudo o recurso à greve. – 47 C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 48 MÓDULO 17 1) 2) 3) a) O sistema federativo estabelecido pela Constituição de 1891 e a Política dos Governadores favoreciam os regionalismos estaduais e, consequentemente, o poder das oligarquias. Estas, porém, não interferiam na Política do Café com Leite, responsável pelo predomínio de São Paulo e Minas Gerais no nível federal. b) Após a Revolução de 1930, São Paulo viu-se excluído da política federal e, apesar de seu poder econômico, sofreu restrições até mesmo em sua autonomia local. Expansão da produção fabril, aumentando a influência da burguesia industrial e exigindo uma nova estratégia política para controlar o crescente proletariado urbano. Paralelamente, ocorreu o enfraquecimento do setor cafeeiro e da oligarquia paulista, devido à superprodução, aos efeitos da Crise de 29 e à quebra do Café com Leite por Washington Luís. Com a ascensão de Vargas ao poder e a implantação do populismo, São Paulo perdeu a força que tivera no plano político federal. Na ocasião (vésperas das eleições de 1930), Luís Carlos Prestes, embora no exílio, ainda conservava o prestígio alcançado com sua participação na coluna que incluiu seu nome e que representou o ponto máximo do movimento tenentista. Obs.: As demais alternativas estão factualmente corretas, mas não respondem ao enunciado da questão. Resposta: E 4) A Revolução de 30 afastou a oligarquia cafeeira paulista do poder político, pois Getúlio Vargas preferiu apoiar-se em outras oligarquias, como a mineira e a gaúcha. Resposta: D 5) Os tenentes, imbuídos do “ideal de salvação nacional”, queriam pôr fim ao domínio das oligarquias e, por meio de uma reorganização política, promover o progresso nacional. Resposta: D 3) a) Prática do populismo (obtenção do apoio popular mediante atendimento a algumas aspirações dos trabalhadores) e criação do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda). b) A participação do Brasil e a vitória ao lado dos Aliados na Segunda Guerra Mundial, na luta contra o nazifascismo, inviabilizaram ideologicamente o Estado Novo, contribuindo para sua queda. 4) Obstruir o processo de sucessão presidencial e, com isso, viabilizar sua permanência no poder. 5) Tendência à bipolarização entre os extremismos políticos, sendo a esquerda representada pela ANL (Aliança Nacional Libertadora) e a direita pela AIB (Ação Integralista Brasileira). 6) No início da Segunda Guerra Mundial, Vargas procurou equilibrar-se entre os Aliados e o Eixo. Para tanto, manteve entre seus auxiliares simpatizantes tanto de um como do outro lado. Simultaneamente, negociou com os Estados Unidos ajuda para a implantação da siderurgia no Brasil. Resposta: B 7) a) Características da legislação trabalhista-sindical da Era Vargas: unicidade sindical por categoria profissional e criação do imposto sindical obrigatório. Mudanças na legislação trabalhista-sindical propostas pelo governo Lula (entre outras): pluralidade de sindicatos em uma mesma categoria e supressão do imposto sindical. b) Primeira metade da década de 1940: atrelamento do movimento sindical ao governo, por meio do “peleguismo” e do populismo. Década de 1970: controle governamental sobre os sindicatos por meio de um regime ditatorial, implantado a partir do Ato Institucional n.o 5. 8) Questão mal formulada, pois estabelece entre o enunciado e a alternativa correta uma relação de aparente imediatismo. Assim, o enunciado menciona o período de 1942-43 como sendo de aprofundamento das “contradições e ambiguidades do regime ditatorial de Vargas”. Ora, a alternativa escolhida cita o “queremismo” como uma manobra continuísta de Vargas – o que é correto, mas somente ocorreu no segundo semestre de 1945. Resposta: D 9) O DIP, inspirado no Ministério da Propaganda dirigido por Josef Göbbels na Alemanha nazista, cumpriu um amplo leque de atribuições, conforme explicitado no texto. Resposta: A MÓDULO 18 1) 2) Quando a ANL foi fundada, Prestes encontrava-se na clandestinidade. Mesmo assim, foi eleito presidente de honra da entidade, à qual imprimiu uma orientação comunista e revolucionária. Resposta: C Os sindicatos somente seriam legalizados depois de registrados no Ministério do Trabalho, o qual possuía o poder de intervir nas organizações sindicais. Obs.: Outro recurso varguista para controlar os sindicatos foi a prática do “peleguismo”. Resposta: C 48 – 10) A entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial significou uma contradição insustentável para o governo de Vargas, que internamente impunha uma ditadura de inspiração fascista e externamente combatia ao lado das democracias, contra o nazifascismo. Além disso, a vitória dos Aliados enfraqueceu a base ideológica do Estado Novo. C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 49 11) A contradição entre as políticas interna e externa de Vargas durante o Estado Novo, sobretudo após a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, foi o principal fator de desestabilização de seu governo. Resposta: D 12) A UDN, no período entre 1945 e 1964, caracterizou-se como um partido de composição heterogênea, mas cujos membros tinham certos pontos em comum, a saber: o reacionarismo, o golpismo e, acima de tudo, o antigetulismo. Isso explica a análise de Benedito Valadares (um fiel partidário de Vargas), que se refere a descontentes com a Revolução de 30 ou com aspectos da Era Vargas. Resposta: D 5) MÓDULO 12 1) O texto transcrito considera que, na França, o Antigo Regime assumiu características modernas que o distanciavam de suas origens feudais. Tais características seriam as seguintes: No plano político, concentração de poderes absolutos nas mãos do rei, justificada pela teoria do direito divino. No plano econômico, prática do mercantilismo, política econômica de incentivo às atividades comerciais, direcionada para aumentar a arrecadação tributária e fortalecer o poder real. No plano social, existência de uma sociedade de ordens, baseada na desigualdade jurídica dos segmentos sociais, com o rei equilibrando-se entre a burguesia, de um lado, e a nobreza e clero, de outro. 2) a) 13) Deposto em outubro de 1945, Vargas retirou-se para sua fazenda no Rio Grande do Sul, de onde lançou um manifesto apoiando a candidatura do general Dutra (PSD) à Presidência da República. Resposta: B FRENTE 2 MÓDULO 11 1) 2) 3) 4) A aliança entre os reformadores protestantes e o poder político é evidente no luteranismo e no anglicanismo, embora no calvinismo o movimento reformista tenha muitas vezes se insurgido contra o poder político estabelecido. No caso de Lutero, o sucesso de sua rebelião contra a Igreja dependeu fundamentalmente da proteção que lhe foi dispensada por Frederico da Saxônia (um dos sete príncipes-eleitores do Sacro Império) e, depois, pelos senhores alemães do Norte. Para estes, a Reforma serviu de instrumento para contrabalançar o poder do imperador, que permanecera católico. Resposta: A Um dos fatores que contribuiu para o sucesso da Reforma Luterana na Alemanha foi a fraqueza do poder central no Sacro Império Romano Germânico. Essa circunstância permitiu que a nobreza senhorial do Norte apoiasse Lutero contra o imperador, o qual permanecera católico. E a tradução da Bíblia para o alemão, feita por Lutero, contribuiu para reforçar a unidade cultural do país. Resposta: B Lutero condenou veementemente a revolta dos camponeses anabatistas, incitando a nobreza a reprimi-la duramente. A postura do reformador deveu-se ao fato de que a aristocracia alemã do Norte formava a base de sustentação da Reforma Luterana. Resposta: B No texto, Hobbes põe em dúvida a capacidade de pessoas apenas alfabetizadas poderem interpretar a Bíblia. Essa possibilidade fora aberta depois que os protestantes passaram a traduzir a Bíblia para as línguas correntes. Resposta: A A medida citada, que teve na Companhia de Jesus seu agente mais expressivo, visava não apenas preservar a fé da população nos ensinamentos da Igreja, mas também formar uma intelectualidade católica capaz de combater as críticas protestantes. Resposta: E b) c) Decreto real que concedeu aos huguenotes liberdade religiosa, igualdade de direitos em relação aos católicos e um certo número de praças-fortes guarnecidas exclusivamente por tropas protestantes. Para fortalecer a autoridade real, Richelieu retirou dos huguenotes o controle sobre as praças-fortes, mas preservou sua liberdade religiosa e igualdade em relação aos católicos. Em 1685, Luís XIV revogou o Edito de Nantes, o que provocou a emigração em massa dos huguenotes, abalando a economia da França. 3) Maquiavel, considerado um dos mais importantes teóricos do Absolutismo, afirma que os governantes não devem se reger pelas regras da moral, caso seja necessário transgredi-las (Princípio da “razão de Estado”). Resposta: E 4) O bispo Jacques Bossuet, em sua obra A Política Extraída das Sagradas Escrituras, legitima a autoridade real com base na teoria do direito divino. As demais citações pertencem respectivamente a Maquiavel (O Príncipe), Hobbes (Leviatã), Luís XIV (resposta ao Parlamento de Paris, cujo presidente censurará o rei por adentrar o recinto em trajes de caça) e Rousseau (O Contrato Social). Resposta: D 5) Entre 1661 e 1715, Luís XIV incumbiu-se diretamente do governo da França, auxiliado por diversos ministros (dos quais o mais importante foi Colbert), mas sem ter um primeiro-ministro que atuasse em seu nome. Essa concentração de poderes foi celebrizada na frase L’Eta c’est moi (o Estado sou eu). Resposta: A – 49 C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 50 b) A Revolução Industrial substituiu as manufaturas e o sistema doméstico de produção (este último já pouco significativo) pelo sistema fabril, no qual máquinas movidas a vapor executavam o processo produtivo (maquinofatura). Essa transformação tecnológica alterou o perfil da força de trabalho, constituída a partir de então por uma mão de obra não qualificada e destituída de qualquer controle sobre os instrumentos de produção (proletariado). Além disso, a concentração de trabalhadores no espaço da fábrica, sujeitando-os a uma rígida disciplina por parte do empregador, tornou-os mais vulneráveis à exploração capitalista. MÓDULO 13 1) O absolutismo de fato imposto por aqueles monarcas sobre o Parlamento fortaleceu-se com a Reforma Anglicana, que acrescentou o poder espiritual à autoridade do rei, e pela prática do mercantilismo, que agradou à burguesia e deu início à acumulação primitiva de capitais na Inglaterra. 2) a) Vida social: ascensão da burguesia, no quadro da acumulação primitiva de capitais e do fortalecimento da Câmara dos Comuns. Vida política: Revoluções Inglesas do Século XVII (Puritana, de 1642-60, e Gloriosa, de 1688-89). b) Governo de Cromwell: regime republicano autoritário, com forte concentração de poderes nas mãos de Cromwell, intitulado “Lorde Protetor”. Relação com o Parlamento: o Parlamento, reduzido à Câmara dos Comuns, sofreu diversos expurgos e permaneceu submisso à autoridade de Cromwell. Relação com a burguesia: favorecimento burguesia comercial por meio de medidas mercantilistas, com destaque para o Ato de Navegação de 1651. c) Movimento que depôs o rei Jaime II Stuart, encerrando definitivamente as tentativas de implantar o absolutismo na Inglaterra. O processo revolucionário completou-se com a promulgação do Bill of Rights (Declaração de Direitos), que estabeleceu a supremacia do Parlamento sobre o rei e definiu os direitos do cidadão diante do Estado. 3) A proposição I é incorreta porque o êxito da Reforma Anglicana fortaleceu o poder dos Tudors. A proposição III é incorreta porque Elizabeth I manteve o Parlamento aberto e não impôs o absolutismo por direito divino, contentando-se em exercer um poder de fato no país. Resposta: B 4) A questão exagera ao considerar como “política social” dos Tudors um aspecto incidental da administração de Elizabeth I: a Lei dos Pobres, que atribuía às paróquias anglicanas a incumbência de conseguir colocação para os indigentes, reafirmando de certa forma o papel assistencial da Igreja Católica na Idade Média. Resposta: B 5) Alternativa a é incorreta porque Cromwell governou ditatorialmente com o título de “Lorde Protetor”, submetendo o Parlamento à sua autoridade. Os direitos humanos não foram respeitados, haja vista a dura repressão sofrida pelos católicos, sobretudo na Irlanda. Resposta: A MÓDULO 14 1) a) O texto afirma que, a partir da Revolução Industrial, a memória do passado e a experiência dela resultante perdeu relevância, em face das inovações que se sucederam desde então. 50 – 2) Muitos autores consideram que a Revolução Industrial determinou a separação entre o capital e o trabalho, esquecendo que esse processo já estava em curso nas manufaturas que precederam as fábricas. Assim, dentro de sua perspectiva, concluem que somente com a industrialização do século XVIII foi possível, aos donos do capital, submeter os trabalhadores a formas autoritárias de controle e à lógica do tempo imposto pelo funcionamento das máquinas. Resposta: C 3) Nas oficinas domésticas, todas as etapas da produção eram realizadas pelo artesão, inexistindo a divisão do trabalho que começou a se evidenciar com o advento das manufaturas. Na produção artesanal, o artesão era detentor dos meios de produção e da riqueza por ele produzida. No sistema fabril, o trabalhador é assalariado, sem qualquer influência sobre os meios de produção, realizando uma tarefa específica e submetendo-se ao ritmo imposto pelas máquinas. 4) A Revolução Industrial deu origem a uma nova classe social — o proletariado — formada por trabalhadores assalariados não qualificados. Grande parte dos primeiros proletários, na inglaterra, provinha de áreas rurais arrendadas ou de terras comunais, as quais passaram por um processo de cercamentos (ou enclosures) em benefício dos grandes proprietários. Resposta: A MÓDULO 15 1) E 2) E 3) a) Clero, nobreza e Terceiro Estado (camada majoritária que incluía a burguesia, mas que está representada na charge pela figura de um camponês). No Antigo Regime, as relações entre os três grupos eram de privilégios para os dois primeiros, recaindo sobre o Terceiro Estado a carga tributária e as obrigações feudais. b) Eram criticados: os privilégios da nobreza e do clero (sobretudo a isenção de impostos); o contraste oferecido entre o luxo da aristocracia e do alto clero, quando comparado com a miséria do povo; e a desigualdade das camadas sociais perante a lei (desigualdade civil). c) Classe social: burguesia. Transformações ocorridas no período mais radical (Terror): sufrágio universal masculino, abolição dos direitos feudais remanescentes, distribuição de terras aos camponeses, abolição da escravidão nas colônias, ensino primário obrigatório e sistema métrico decimal. C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 51 4) a) Período do Terror. 5) b) A abolição da escravidão nas colônias francesas, o Decreto do Máximo (fixação de preços para os produtos de primeira necessidade), o ensino primário obrigatório e gratuito. 5) 6) 7) Alternativa escolhida por eliminação, já que combina uma medida conjuntural da Revolução Francesa (confisco dos bens dos emigrados) com um desdobramento muito mais amplo, que se estendeu ao longo do século XIX (liberalismo econômico, que não admitia a intervenção do Estado em benefício dos trabalhadores). Aliás, convém lembrar que o Estado Francês, durante a Revolução e a Era Napoleônica, tendeu muito mais para o intervencionismo do que para o liberalismo. Resposta: A Trata-se da fase da Contra-Revolução Burguesa (1794-1799), na qual a alta burguesia retomou o poder político, confiando o Executivo, em 1795, a um Diretório de cinco membros. Ao anular as medidas populares do período anterior (fase jacobina), a burguesia criou as condições necessárias para consolidar sua hegemonia econômica e social – o que se concretizaria durante a Era Napoleônica. 1) 2) 3) 4) MÓDULO 17 1) a) Doutrinas: liberalismo e nacionalismo. Instituições: igualdade perante a lei (igualdade civil) e governos escolhidos pelos cidadãos. b) Início do processo de independência das colônias iberoamericanas, devido à intervenção napoleônica na Península Ibérica. No caso do Brasil, a transmigração da Corte Portuguesa criou condições para que a colônia pudesse vir a ser um Estado independente. Na América Espanhola, a imposição de José Bonaparte como rei da Espanha levou as colônias a criar Juntas Provisórias de Governo, precursoras de sua independência. 2) a) Desenvolvimento da produção fabril na Inglaterra, com base no trinômio vapor—carvão—ferro, aplicado à indústria têxtil e à metalurgia. b) Exacerbação do sentimento nacional, baseado na unidade política e cultural do país, com desdobramentos militaristas e expansionistas. c) No indianismo, tanto na prosa (Alencar) como na poesia (Gonçalves Dias). 3) Entre os teóricos citados, Adam Smith é o único que viveu no século XVIII, sendo portanto contemporâneo dos primórdios da Revolução Industrial. Os demais autores, embora corretamente relacionados com suas teorias, pertencem ao século XIX. Resposta: A 4) Em sua encíclica, Leão XIII propôs a harmonização entre capital e trabalho, com patrões e empregados cumprindo corretamente suas obrigações recíprocas, na qualidade de “irmãos em Cristo”. 5) Resposta: F; V; F; V; V – A proposição 1 é falsa porque Marx e Engels defendiam a destruição do capitalismo e da classe que o representava, ou seja, a burguesia. A proposição 3 é falsa porque, para eles, o conflito social ocorrido no capitalismo travava-se entre a burguesia e o proletariado. As tensões político-sociais e as necessidades da guerra externa levaram a burguesia a entregar o poder político a Napoleão Bonaparte, que implantou uma ditadura disfarçada denominada Consulado. Resposta: B MÓDULO 16 a) Implantando um regime autoritário que consolidou as conquistas burguesas da Revolução e adotando medidas para desenvolver o capitalismo na França. b) A participação dos setores populares urbanos na Revolução Francesa, somada à progressiva conscientização dos proletários europeus, repercutiria nos movimentos sociais do século XIX, marcados pela influência das ideias socialistas. Resposta: V V VF – A proposição 4 é falsa porque Napoleão foi derrotado definitivamente em Waterloo e aprisionado na Ilha de Santa Helena, sendo sucedido no governo da França por Luís XVIII de Bourbon. O princípio da igualdade jurídica, ao se contrapor aos privilégios concedidos à nobreza e ao clero pelo Antigo Regime, beneficiava a burguesia, detentora do poder econômico. O princípio da liberdade individual, por sua vez, assegurava o direito à livre-iniciativa e à liberdade de opinião, importantes para o desenvolvimento do capitalismo liberal. Resposta: B A Santa Aliança – formada pela Áustria, Prússia e Rússia – aplicou o Princípio de Intervenção, combatendo movimentos liberais na Europa, impondo a censura e sufocando as liberdades políticas. Resposta: V V F F – A proposição 3 é incorreta porque somente a França voltou às fronteiras de 1789; em outros casos, o mapa europeu foi refeito em benefício da Áustria, Prússia e Rússia. E a proposição 4 é incorreta porque a GrãBretanha, além de ser a principal inimiga da França no Período Napoleônico, saiu fortalecida política e militarmente. MÓDULO 18 1) a) O Zollverein (1834), isto é, a unificação aduaneira dos Estados da Confederação Germânica (com exclusão da Áustria), que consolidou a integração econômica como prérequisito para a Unificação política da Alemanha. b) A quebra do equilíbrio europeu, devido ao poderio militar da Alemanha, e o acirramento da competição comercial entre os capitalismos alemão e britânico. – 51 C2_3A_EXE_Hist_2014_Keli 03/01/14 08:31 Página 52 2) A Comuna de Paris, que eclodiu logo após a derrota da França na Guerra Franco-Prussiana, reuniu comunistas, anarquistas e socialistas utópicos, mas foi sangrentamente reprimida pelo governo da recém-instalada Terceira República Francesa. Resposta: B 3) A alternativa correta corresponde à interpretação dos textos apresentados, tanto no caso de Bismarck como no de Hitler. Resposta: B 4) Os junkers (forma correta plural em alemão: Junkern) eram os membros da nobreza prussiana que, por tradição, serviam no Exército como oficiais ou faziam carreira políticoadministrativa no Estado Prussiano. Distinguiam-se pelo uso da partícula von antecedendo o sobrenome, embora tal característica não lhes fosse exclusiva. Resposta: E 5) a) Estabelecer uma aliança entre o reino do Piemonte e a França de Napoleão III para combater a Áustria, cuja influência se estendia sobre grande parte da Itália. b) Conflito entre o Papado e o Reino da Itália, uma vez que a unificação italiana, ao extinguir os Estados da Igreja, fizera com que o papa perdesse seu poder temporal. Este 52 – seria restabelecido pelo Tratado de Latrão, quando Mussolini e o papa Pio XI acordaram em criar o Estado do Vaticano. 6) Tanto a Alemanha como a Itália completaram suas unificações durante a Guerra Franco-Prussiana: a primeira, ao proclamar o Império Alemão em Versalhes; a segunda, ao ocupar Roma, abandonada pelas tropas francesas que defendiam o papa. O surgimento desses dois novos Estados alterou o equilíbrio europeu, sobretudo devido ao poderio militar e industrial da Alemanha. Resposta: E 7) À burguesia industrial do Norte, sediada em Turim e Milão, a unificação da Itália convinha porque, num primeiro instante, consolidaria o mercado nacional e, como possibilidade futura, oferecia a perspectiva de uma expansão colonial. Resposta: D 8) Necessitando do apoio militar francês para atacar a Áustria, senhora do Reino Lombardo-Veneziano, Cavour compremeteu-se a entregar à França a região costeira de Nice e o território alpino da Savóia. Resposta: C