o mundo pós-guerra fria – cap

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A GLOBALIZAÇÃO E A ECONOMIA MUNDO
O dia 9 de novembro de 1989 mudou o panorama político do séc. XX. Nessa data foi destruído o
símbolo concreto (o muro de Berlim) da divisão do mundo em dois sistemas (capitalismo e
socialismo).
A década de 90 começou sem o mundo socialista 1, e o modo de produção capitalista voltou a ser
o único a reger a economia mundial.
A MULTIPOLARIDADE E O CONFLITO NORTE-SUL
Com o fim da bipolaridade (EUA X URSS), os EUA viram-se como “vencedores” da guerra fria e
assumiram o papel de grande potência mundial, ao lado do Japão e da Alemanha (unificada).
Essa nova situação ficou conhecida como “nova ordem Mundial”.
A multipolaridade, isto é, a formação de novos polos econômicos, em nada mudou a distribuição
da riqueza no mundo, ou seja, os países ricos continuam ricos. E os pobres permanecem pobres.
O CONFLITO NORTE-SUL
O fim do mundo socialista não só derrubou a ordem bipolar, como fez que a antiga divisão dos
países em Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo não tivesse mais razão de ser. Atualmente os
países são classificados em ricos e pobres, ou Norte (desenvolvidos) e Sul (subdesenvolvidos).
Veja o mapa da pág. 32.
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Atualmente apenas Cuba, Líbia, Coréia do Norte, Vietnã, Laos e China adotam o sistem a socialista.
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Na nova ordem mundial, o conflito Leste-Oeste (capitalismo X socialismo) da guerra fria foi
substituído pelo conflito Norte-Sul, que opõe entre si as grandes diferenças que separam a
riqueza, a tecnologia e o alto nível de vida, da pobreza, da exclusão dos novos meios técnicocientíficos e dos baixos níveis de vida.
CARACTERÍSTICAS DESSA NOVA DIVISÃO
1. O bloco dos países do Sul é formado pelas ex-colônias asiáticas, africanas e americanas
(com exceção dos EUA e Canadá, Austrália e Nova Zelândia, que foram colônias de
povoamento);
2. Os chamados países emergentes (países subdesenvolvidos industrializados: Brasil,
Argentina, México, Chile, África do Sul, Turquia, Índia, Malásia, Cingapura, Taiwan, Coréia
do Sul, China e Rússia), se destacam na oferta de oportunidades de investimentos das
empresas transnacionais;
3. Os antigos países socialistas são chamados hoje de países de economias em “transição”
porque passam por uma fase de adaptação à economia de mercado. Atualmente apenas
Cuba, Líbia, Coréia do Norte, Vietnã, Laos e China adotam o sistema socialista. 2
A GLOBALIZAÇÃO E A ECONOMIA-MUNDO
Globalização (definição) – é a interdependência de todos os povos e países da superfície
terrestre, ou seja, a integração de economias, culturas, línguas, produção e consumo.
A globalização só foi possível através do desenvolvimento dos meios de transportes e
comunicações.
Hoje tudo o que acontece em qualquer parte do globo é transmitido em tempo real para o mundo
inteiro, seja uma corrida de Fórmula 1 seja um jogo da Copa do Mundo, sejam cenas de conflitos
no Oriente Médio ou na África.
O setor mais importante dessa “revolução” é a indústria da informática. Outros campos que
também apresentam novidades, como a biotecnologia, que é aplicada à medicina, à agricultura e
à produção de alimentos.
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Chamam-se de "Economias de Transição" os antigos países socialist as que adotavam a economia planificada e
hoje estão implementando a "Economia de Mercado". Essa transição tem sido problemática e cheia de crises:
aumento do desemprego, da inflação, multiplicação de máfias ou grupos criminosos organizados, surgimento de
movimentos políticos exageradamente nacionalistas, alguns até racistas, como na Iugoslávia, por exemplo.
Os habitantes dessas nações não demoraram a perceber que o capitalismo também traz inúmeros problemas,
resultando em descontentamentos, que por sua vez fazem surgir grupos políticos nacionalistas e até os antigos
socialistas (agora com discurso de oposição), culpando o exterior e os estrangeiros pelos problemas do país.
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A GLOBALIZAÇÃO DE IDEIAS
Esse processo de integração mundial, chamado globalização, não é só econômico. Ele tem ao
mesmo tempo uma dimensão política, social e cultural.
Para se estabelecer mundialmente, a grande empresa precisa da globalização cultural. O lazer, as
formas de se vestir, as revistas, os jornais, as formas de consumo precisam ser parecidas em
qualquer lugar do mundo, isto é, devem ser padronizadas.
O rádio e a televisão têm um papel importante na formação dessa cultura, pois, ao mesmo tempo
em que divulgam músicas, filmes e informações, sugerem um padrão de vida e de consumo que
deve ser seguido para alcançar a felicidade. Daí a importância de preservar e valorizar as culturas
e identidades próprias de cada país, ameaçadas de desaparecer, em virtude do fortalecimento das
fronteiras do capital e do comércio mundial.
FLUXO DE CAPITAIS PRODUTIVOS: AS EMPRESAS GLOBAIS
A economia-mundo começou a dar seus primeiros passos quando as empresas transnacionais
cruzaram as fronteiras dos Estados nacionais, deslocando seu capital para atender a seus
interesses econômicos sempre que um lugar apresentasse maiores vantagens. Essas empresas
têm filiais espalhadas pelo mundo todo, fazem aplicações, movimentam recursos, decidem sobre
a produção e o comércio de seus produtos, independentemente dos governos nacionais dos
países onde se instalam.
AS EMPRESAS GLOBAIS
A empresa transnacional (antiga multinacional) passou a ser global, isto é, a aproveitar todas as
vantagens que o espaço mundial oferece. Ela pode, por exemplo, fazer seu projeto nos Eua,
fabricar os componentes em Taiwan e montar seu produto na Argentina. Na fábrica global, os
processos de produção são mundializados, isto é, possuem unidades de produção
complementares em vários países.
A GLOBALIZAÇÃO REGIONALIZADA
Na economia-mundo, há uma grande ampliação das trocas comerciais internacionais. E por causa
dessa interação, alguns países procuram agrupar-se para enfrentar melhor a concorrência no
mercado mundial.
Os principais blocos comerciais são: União Européia (formada atualmente por 27 Estados
Membros), Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela), Nafta (Eua, Canadá e
México), Apec (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico – formado por 21 países).
O OUTRO LADO (TRISTE) DA GLOBALIZAÇÃO
A parte cruel da atual fase do capitalismo financeiro é a globalização da pobreza. Há uma
diferença cada vez maior entre ricos e pobres, sejam pessoas, regiões ou países. Verifica-se um
gradual empobrecimento da população, mesmo nos países desenvolvidos.
O fantasma do desemprego sempre rondou os países em tempos de crise econômica. A
Globalização trouxe novas formas de desemprego, além do desemprego conjuntural,
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(consequência do mau desempenho da economia de um país): o desemprego estrutural
(diminuição de custos) e o desemprego tecnológico (que substitui o homem pela máquina).
As atividades do crime organizado também se beneficiaram das facilidades tecnológicas do
mundo globalizado. O tráfico de drogas, mulheres e crianças, de órgãos humanos, as máfias de
várias nacionalidades, encontram mais facilidades para expandir suas ações criminosas. O
terrorismo se espalha mais rapidamente.
PROTESTOS CONTRA A GLOBALIZAÇÃO
A política neoliberal, as transnacionais e as desigualdades econômicas criadas pela globalização
tem sido alvo de protestos em vários países do mundo. Em 2001, 2002, 2003 e 2005, o Brasil
sediou o Fórum Social Mundial (é um evento de âmbito mundial, organizado por movimentos
sociais com objetivo de celebrar a diversidade, discutir temas relevantes e buscar alternativas para
questões sociais), em Porto Alegre, realizado em oposição ao Fórum Econômico Mundial, também
promovido nos mesmos anos pelo G-8 (Eua, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e o
Canadá - antigo G7 - mais a Rússia), em Davos, na Suíça, em oposição à forma de globalização
excludente defendida pelos países que formam o G-8.
O Fórum Social Mundial - é um evento de âmbito mundial, organizado por movimentos sociais
com objetivo de celebrar a diversidade, discutir temas relevantes e buscar alternativas para
questões sociais. Tem como lema a frase: “Um outro mundo é possível”.
Fórum Econômico Mundial - defensor da globalização, o Fórum Mundial de Davos é um encontro
anual que reúne líderes da economia mundial, como empresários, ministros da Economia e
presidentes de Banco Centrais, diretores do FMI, Banco Mundial e organismos internacionais. Seu
lema: “Comprometido com o aperfeiçoamento do mundo”.
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