COLETIVO DE PROFESSORAS/ES DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA DO NORTE DO PARANÁ: CONSTRUINDO UM INSTRUMENTO DE ORGANIZAÇÃO, FORMAÇÃO E DEFESA DA SOCIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO Profª Mestra Joana D'Arc Moreira Nolli (CE Maria José B. Aguilera – Londrina/PR) [email protected] Profª Esp. Vani Espirito Santo (CEEP Castaldi – Londrina /PR) [email protected] Profª Esp. Franciele Sussai Luz (CEEP Castaldi – Londrina/PR) [email protected] GT 08: “AS INTERFACES ENTRE TEORIAS DEMOCRÁTICAS, PARTICIPAÇÃO POLITICA E POLITICAS PÚBLICAS “ O objetivo deste trabalho é apresentar o processo de construção do Coletivo de Professores/as de Sociologia e Filosofia do Norte do Paraná, que se tornou uma instância de luta política e formação da categoria em meio a um contexto de implementação de políticas neoliberais na educação, seus objetivos e conquistas desde 2011, ano de sua criação. Em 2008, a Lei Nacional nº 11684/08, assegurou o retorno das disciplinas de Sociologia e Filosofia no Ensino Médio. Essa lei foi resultado de uma grande mobilização dos educadores/as e da certeza que os saberes sociológicos/filosóficos são relevantes na formação das/os estudantes. Esta conquista gerou um conjunto de debates no campo educacional. Várias campanhas e matérias na imprensa questionaram o sentido do ensino de Sociologia e Filosofia na escola. Entretanto, conforme Fiorelli (2007) – professora que vem problematizando a inserção da Sociologia no Ensino Médio –, os discursos em torno da necessidade da sua inclusão como disciplina escolar irão depender das “concepções dominantes sobre educação, sociedade, Estado e ensino”. No final de 2011, em consulta referente ao Curso de Formação de Professores/as, o Conselho Estadual de Educação do Paraná apontou a necessidade de diminuir as aulas de Sociologia no referido curso. A falta de tradição nas disciplinas de Sociologia e Filosofia pelo caráter recente da garantia de obrigatoriedade desses saberes as tem deixado a mercê de políticas de governo, fragilizando todo o Ensino Médio, como explica Moraes (2012) em entrevista à revista Sociologia e Vida, pelo fato dessa etapa de formação carecer de identidade. Em novembro de 2012, mais um ataque à educação: o próprio governo do Paraná, em mídia, anunciou que mudaria a grade curricular dos ensinos Fundamental e Médio, aumentando as aulas de Matemática e Português. Porém, no Conselho propôs que, para o aumento das disciplinas citadas, seria necessária a diminuição de aulas de Sociologia, Filosofia, Geografia e outras disciplinas no Ensino Médio. Dessa forma, em um contexto de mudanças nas políticas educacionais que se mostraram contrárias aos pressupostos contidos nas DCNEM (Parecer CNE/CEB nº 5/2011, aprovada em 04/052011) e que gerava prejuízo aos alunos e precarização do trabalho docente iniciaram-se as atividades do Coletivo de Sociologia e Filosofia do Norte do Paraná, grupo formado, em sua maioria, por professores/as da rede e da Universidade Estadual de Londrina, que conseguiu barrar momentaneamente esse processo através de mobilização popular, reuniões, abaixoassinados, manifestações de rua, redes sociais (meio de comunicação que motivou o surgimento de diversos grupos de professores/as de Sociologia e Filosofia em Curitiba, Maringá, Cascavel e outras cidades), documento protocolado na Secretaria de Educação do Paraná no qual o Coletivo fundamentava o distanciamento entre a Matriz proposta e as DCNEM e argumentava que, para qualquer mudança, deveria haver o envolvimento de toda a comunidade escolar, o que não ocorreu. Em resposta dada ao Coletivo em dezembro de 2012, o governo informou a mudança da Matriz Curricular do Ensino Fundamental e a manutenção da Matriz do Ensino Médio, porém apontou alterações para o ano de 2014. Assim, acreditando ser importante a organização de Coletivos em todo o Brasil para que possamos construir um espaço de articulação nacional de nossa disciplina nas redes públicas de ensino estaduais, partilhamos neste trabalho as nossas experiências. Palavras chave: Participação Política; Professores; Sociologia.